História In the eyes of the king (imagine Taehyung) - Cap.55

O dia amanheceu e Taehyung não estava ali, S/n nem tinha acreditado que havia conseguido dormir, ficou longas horas pensando o que o rei queria dizer com aquilo ou se lembraria de tudo no outro dia. A garota se sentou e vestiu-se sozinha, já fazia um tempo desde que havia dispensado as criadas, nunca viu um verdadeiro motivo para precisar delas. Enquanto ela colocava suas joias, viu o seu pássaro na janela, ele carregava um pedaço de papel que a mesma já sabia de quem era.

“esqueci de avisar, não deixe Jimin fazer esforço físico ou se não a costela dele sairá mais do lugar. E quanto a Taehyung, tente não ficar o lembrando de ontem, pode causar certa confusão nele.

Namjoon”

- é, então de fato estamos na estaca zero de novo. – S/n murmurou – tem visto a senhora Bo-

Assim que ela se virou para Plínio, o mesmo já não estava lá. A garota tentou escutar o que se passava pelos corredores do castelo mas tudo parecia tão silencioso.

- Yeontam, vem aqui. – ela chamou de forma fofa para o cão aparecer.

O pequeno peludo saiu de baixo da cama e começou a pular no vestido da moça, todos os dias ela dava um voltinha matinal com ele, e aproveitava para ver o que estava acontecendo de novo dentro daquele grande castelo. A garota começou a andar pelos corredores, estava tudo bem normal, soldados e criadas andando de um lado para o outro e sempre com uma fofoca diferente. Depois de andar mais um pouco acabou parando em frente ao quarto de Taehyung, deu duas batidas.

- sou eu. – informou.

A porta foi destrancada e Jungkook apareceu coçando o olho.

- você não devia estar com o esquadrão? – S/n estranhou.

- está cedo. – murmurou sonolento.

- não, já está quase na hora do café. – informou.

Os olhos do garota saltaram, realmente estava atrasado, o exercito acordava antes de todos naquele reino. Ele já ia sair correndo quando olhou para Jimin que ainda dormia.

- eu cuido dele, agora vá. – S/n comentou.

 - tem certeza que quer cuidar dele? Eu posso fazer isso. – Jeon só queria uma desculpa para ficar mais tempo com o garoto.

- Jimin está certo, você realmente arrisca muito para ficar com ele. – ela fez cara de tédio.

- ele te disse isso? – fez uma careta.

- estamos literalmente ligados mentalmente, então não tem muito o que esconder um do outro. – explica.

- nossa, quanta falta de privacidade. – o outro murmurou.

- pois é, Namjoon adora isso. Agora vá logo e me deixe ficar com meu irmão. – S/n o puxou para fora do quarto.

- deixa eu apenas me despedir dele. – falou muxuxu.

S/n bufou e revirou os olhos.

- vai logo, antes que alguém veja. – deu espaço para ele entrar.

Jungkook abriu um sorrisinho e deu alguns pulinhos felicidade, entrou com todo cuidado para não fazer barulho e se ajoelhou, com cuidado fez um breve carinho no rosto dele e deu um beijo rápido nos lábios cheinhos do soldado, depois se afastou sem fazer barulho e foi para fora do quarto.

- por que não acordou ele para beija-lo? – S/n estranhou.

- porque ele nunca me deixaria beija-lo, tenho que fazer isso enquanto dorme. – respondeu com um sorrisinho mas viu a cara que a garota estava fazendo – não me olhe assim, foi uma luta ontem para ele me deixar no mínimo dormir ao seu lado. Jimin ainda é um cara fechado... e Taehyung também está sempre fazendo isso com você.

- comigo? – ela apontou para si e levantou as sobrancelhas.

- claro, aquele garoto não consegue ficar cinco minutos longe dos seus lábios. Já perdi a conta de quantas vezes o peguei te dando pequenos beijos enquanto cochila. – respondeu.

- eu nunca estou cochilando, seu mentiroso. – S/n levantou uma sobrancelha.

- S/n, você é uma bruxa da natureza, o que quer dizer que fica acordada de noite para cuidar dos animais selvagens, mas de dia é quando vai dormir. Acontece que você não pode fazer isso aqui dentro mesmo sendo mais forte que você. Então é muito comum te pegar cochilando no jardim ou na sala de chá. – explicou.

- como sabe disso tudo? – deu uma risadinha pela surpresa.

- eu sei mais do que você pensa. – se gabou – agora preciso ir, antes que você me arranque daqui nos tapas.

A garota revirou os olhos e negou com o rosto, assim que o amigo foi embora a mesma se virou para o irmão.

- ele é bem grudento para o seu gosto. – comentou.

- eu sei, mas não posso mudar quem ele é. – Jimin respondeu ainda de olhos fechados.

- deveria te no mínimo retribuído o beijo. – S/n fechou a porta e sentou na cama.

- é bom faze-lo pensar que está tudo indo como ele planejou... e não teria graça se ele descobrisse que estou acordado na maioria das vezes. – o irmão abriu um sorrisinho.

- você é mau. – murmurou – está melhor?

- ainda sinto dores, mas vou sobreviver. – o garoto abriu os olhos e virou para irmã.

- Jungkook cuidou bem de você? – falou em um tom de brincadeira.

- ele nem dormiu direito, toda hora ficava checando se essas plantas fedidas estavam no lugar. – Jimin levantou uma das folhas para ver em baixo.

- ele te ama mesmo. – deu um sorrisinho – e você fica se fazendo de difícil.

- não brigue comigo, sei o que estou fazendo. Se me fazendo de difícil ele arrisca assim, imagina se eu o deixasse fazer o que quisesse? – explicou.

- faz sentido, mas deveria demonstrar pelo menos um pouco. O garoto quase se arrasta por você.- a caçula ainda iria convence-lo de ser uma pessoa mais amável.

- eu já fiz isso, e o padre quase nos colocou em uma fornalha. – estalou a língua.

- está falando de quando ficavam de mãos dadas durante a missa? – ela conhecia aquela história.

- foi uma época boa, éramos muito próximos e eu não precisava me preocupar com o que os outros iriam pensar da gente. Agora parece que sou a mãe dele, toda hora tenho que ficar lembrando que estamos na frente do esquadrão. – resmungou – as coisas são bem mais fáceis para você, sua chance de parar em uma forca é consideravelmente menor.

- a chance que você tem de parar em uma forca é a mesma chance que eu tenho de parar em uma fogueira, as pessoas não acreditam que homens possam ser bruxos... elas nem entendem o que é a bruxaria. Estamos igualmente encrencados. – formou um bico.

- Taehyung pode te proteger, uma palavra de um rei vale bem mais do que a de um soldado. – retomou.

- e ambos perdem a voz perante a igreja. Não adianta tentar encontrar quem está na pior, nós dois arriscamos nossa vida por amor. – S/n revirou os olhos.

- está bem, você está certa. – bufou – então, o que foi aquilo ontem?

- só mais uma das inúmeras tentativas falhadas da Lisa de tentar acabar com tudo isso. – S/n reclamou.

- Jungkook disse que você bateu nela. – Jimin segurou para não rir – é mesmo uma pena que eu tenha perdido o espetáculo.

- ela drogou Taehyung para leva-lo para cama, isso realmente me deixou furiosa e não me segurei. – S/n respirou fundo.

- e conseguiu? – Jimin a olhou de canto de olho.

- não, aparentemente ele não quis e Jungkook chegou bem na hora. – explicou.

- menos mal, se aquela menina engravidasse então seria o fim. – comentou.

- talvez seja por isso que ela tentou ter algo com ele... mas o que mais me preocupa é que Jennie está envolvida nisso agora. Não tem para onde fugir. – passou a mão no rosto.

- Seokjin sempre foi bom em manipular as pessoas, e Jennie sempre foi... desculpa, mas não tem outra palavra, Jennie sempre foi sonsa. Com certeza esse foi o alvo mais fácil dele. – Jimin falou olhando para o teto.

- precisamos colocar um fim nisso logo, se tardarmos mais então de fato terei meu fim. – negou com o rosto – ontem Taehyung comentou que colocaria um fim nisso na hora do almoço, só não sei se ele vai lembrar ou se realmente vai fazer.

- de qualquer modo ele tem que agir logo, tem só mais dois dias para decidir se vai se casar ou não. – Jimin lembrou.

- talvez eu não aguente mais dois dias. – respirou fundo.

- estamos aqui para te apoiar, não importa quantas pessoas saibam, nós ainda vamos te proteger. – Jimin segurou a mão dela.

- Lisa está passando dos limites, acho que o próximo passo não será pequeno. – falou preocupada.

- ela não pode tocar em você, Taehyung seria capaz de tudo para te manter segura. – o irmão garantiu.

- mataram minha amiga e ameaçaram te matar para me atingir, eles não precisam necessariamente tocar em mim para me fazer mal. – negou com o rosto.

- e o que acha que fariam? Matariam Taehyung? Pois eu duvido. – deu uma risada debochada.

- eu não. Eles estão com sangue nos olhos e poderiam de fato matar o rei se quisessem. – S/n estava realmente atordoada com aquilo – e não estamos falando apenas de Taehyung, eles ainda tem a vila, você, Jungkook, Namjoon e Irene para me machucar.

- S/n, pare de se preocupar. Lisa não irá matar Taehyung porque ela precisa dele para chegar aonde quer. Eu e Jungkook estamos bem e a vila está sob os cuidados de Irene e Namjoon. Precisariam de muito para derrota-los. – garantiu.

- eu não vou ter paz enquanto aqueles dois estiverem aqui dentro. – negou com o rosto.

- fique calma, te prometo que tudo isso terá um final feliz. – Jimin concordou com a cabeça.

- por que sinto que está mentindo? – ela arqueou uma sobrancelha.

- eu não estou mentindo, apenas não disse em que período tudo ficará bem. – falou um pouco sem pensar.

S/n ficou em silencio mas logo ligou os pontos.

- então quer dizer que não é agora que tudo dará certo... Jimin, você precisa me dizer quantas pessoas vão morrer para que cheguemos ao fim disso. – ela falou um pouco sem força.

- eu não sei, S/n! vejo o futuro mas não posso te dizer detalhes, na verdade não posso te dizer nada. – respondeu depois de respirar fundo.

- serão muitos? – insistiu.

- S/n, vai ficar tudo bem! Apenas confie em mim! De qualquer modo não a nada que pode ser feito. – falou a última frase mais baixo.

- você me deixa preocupada! O que quer que eu pense? Que vai ficar tudo bem com todo esse suspense que você faz? Jimin, preciso ao menos saber quem morre e quem vive! – ela levantou um pouco o tom de voz.

Jimin sentou de uma vez e ignorou a dor que sentiu por causa da costela, o rapaz segurou o rosto da irmã a fazendo olhar para ele.

- vai, ficar, tudo, bem! – falou pausadamente.

S/n olhou para os olhos do irmão, precisava de respostas. Já ia desistir de novo quando lembrou da vez que seus olhos ficaram cinzas a primeira vez e ela teve fortes dores de cabeça mas também teve visões. A garota começou a negar com o rosto e uma lágrima caiu.

- não pode ser. – ela falou um pouco baixo.

- não podemos fazer nada em relação a isso, S/n. Sacrifícios precisam ser feitos para que haja vitória. – Jimin falou calmo.

- como pode ficar calmo em uma situação como essas? – S/n negou com o rosto.

- porque sei que tudo dará certo no final, então não tem o porque me preocupar. – Jimin abriu um sorrisinho.

S/n continuou negando com o rosto e tirou as mãos do irmão que estavam nela.

- o seu conceito de dar tudo certo é bem diferente do meu. – ela saiu da cama.

- diferente ou não, como quer impedir o inevitável? – Jimin continuou sentado.

- eu não sei, mas essa guerra vai passar bem longe de Áspia... nem que eu tenha que perder tudo para impedir isso. – ela falou determinada.

- S/n, você quer mesmo parar um reino inteiro? – ele continuou sem acreditar nela.

- eu não vou fazer isso sozinha, mas tenho certeza que se começar a investir agora então vou conseguir impedir pelo menos metade das mortes que vão acontecer. – respondeu.

- as visões podem estar erradas, eu já ouvi casos assim. – Jimin falou.

- sim, podem estar erradas. Mas não quer dizer que é certeza absoluta que não vão acontecer. – ela falou e saiu do quarto.

- mas você nem se quer sabe quando essa chacina vai acontecer. – Jimin falou mesmo com a irmã fora do estabelecimento.

[...]

S/n saiu andando pelo castelo as pressas, tinha que achar Taehyung. Talvez seja por esse motivo que Jimin não queria contar suas visões para a irmã, ela com certeza tentaria impedir com tudo que tem e cada dia da sua vida viraria um inferno. Acabou o encontrando com os irmãos, assim que a mesma entrou na sala o assunto morreu e todos os olhares foram para ela.

- Taehyung, precisamos conversar. – S/n falou quando estava mais perto.

- bom dia, meu anjo. Tem que ser agora? Estou realmente ocupado. – Taehyung falou calmo.

- Taehyung, é sér- - ela já ia falar mas foi interrompida.

- a mocinha não pode ouvir assuntos como esse, pode dar licença por favor? – Jennie falou educada mas com certo sarcasmo.

- eu prometo que agorinha converso com você, mas de fato isso é assunto confidencial. – o rei garantiu.

S/n olhou para Seokjin que só deu de ombro e voltou a mexer em suas coisas.

- esquece, pode resolver o que está fazendo. – falou com certa raiva e deu as costas.

Assim que garota saiu da sala de reunião o rei estranhou seu comportamento.

- são só mulheres, agora vamos voltar aqui. – Seokjin o puxou de volta.

- acho que não tenho dado a devida atenção a ela... parecia importante, ela nunca é assim. – o rei comentou.

- precisa superar essa garota, ela não tem nada haver com você. – Jennie murmurou.

- do que está falando? Sabe o que sinto por ela, sempre me apoiou na minha escolha. – o garoto estranhou.

- ela só está dizendo que fica feliz por você gostar dela, mas... acha mesmo que S/n tem potencial para governar um reino todo? Ela nem se quer parece ser princesa, Taehyung. – Seokjin falou.

- isso é verdade, tem certeza que ela é princesa? Eu nunca ouvi falar desse tal reino Pinha, e não sou só eu, mandamos mensageiros para procurar esse lugar e todos disseram que ninguém ouviu falar desse lugar. – Jennie disse levantando as sobrancelhas.

Taehyung engoliu o seco, não sabia ate quando poderia segurar essa mentira, mas enquanto não colocasse uma aliança no dedo dela ser honesto queria dizer uma forca para o belo pescoço de S/n.

- pensei que esse assunto fosse importante, vamos resolver isso logo. – o mesmo tentou desviar do assunto.

- estamos falando sério, Taehyung. Você irá noivar daqui dois dias e casar daqui uma semana, já está na hora de saber com quem realmente está lidando. – Seokjin colocou a mão no ombro dele – estamos fazendo isso pelo seu bem.

- eu não confio em você quando o assunto é a S/n, as únicas lembranças que tenho de vocês dois é de discórdia. – o rei tirou a mão do irmão do seu ombro.

- exato, ela age assim porque sabe que sei de tudo. Escute o que digo, S/n está mentindo para todos nós. – se defendeu.

- vocês não conhecem a S/n, então não tentem me fazer mudar de ideia. – o mesmo respondeu.

- isso não é certo, irmão. Acha que mamãe iria se sentir bem ao saber que o filho está sendo manipulado por uma... plebeia? Já damos tudo que ela queria, já está na hora de manda-la para casa. – Jennie insistiu.

- parem de dizer coisas assim, S/n é princesa sim, não é porque não conhecem o reino que ele não exista. Ela mesma já disse que é um reino pequeno. – Taehyung bateu as mãos na mesa.

- Taehyung, já está na hora de você amadurecer. Pare de esperar sempre o melhor das pessoas, vai acabar com Áspia se fizer isso. – o mais velho disse firme.

- e quando foi que você começou a se importar com Áspia? A abandonou quando teve a primeira oportunidade. – o rei riu debochado – não fique tentando me dar ordens como se fosse o rei daqui. Afinal, você disse que estava aqui para me ajudar a escolher com quem eu iria me casar, já fiz minha escolha, vocês gostando ou não é com S/n que irei me casar. Pronto, agora que sabe já pode voltar para Merxa, tenha uma boa viagem!

- Taehyung! – Jennie lhe deu um tapinha no braço.

- está mesmo me expulsando de Áspia? – Seokjin levantou uma sobrancelha.

- se você vê assim... – o caçula deu de ombro.

Um clima de tensão formou ali, nem Seokjin nem Taehyung desviavam o olhar um do outro, parecia ate mesmo que iriam brigar. Ate que o primogênito abriu um sorriso e negou com o rosto, mas logo em seguida ficou sério de novo.

- nossa mãe estaria decepcionada com você, está expulsando seu irmão mais velho por causa de uma suposta plebeia. – provocou.

- sim, ela estaria, mas a minha mãe morreu. Não tente mexer com meus sentimentos, irá apenas perder o seu tempo. – Taehyung falou frio.

- uuu, que garoto mal. – Seokjin provocou – agora eu vejo porque nosso pai morreu tão desesperado, é mesmo um desperdício dar um reino tão grande nas mãos de uma criança como você.

- pois é, o reino grande está nas mãos da criança enquanto o “adulto” continua choramingando dentro dos seus pequenos muros. Conte-se com isso, Merxa é o máximo que vai conseguir na sua vida. – o rei deu um sorriso ladino.

- veremos... só não chore depois, ainda não te mostrei o que meu pequeno reino pode fazer. – Seokjin arrumou o terno.

- vão invadir Áspia? Fique a vontade em tentar, esses muros são tão altos e resistentes que só o quíntuplo da sua tropa teria uma pequena chance de passar por eles. – esnobou.

Seokjin se aproximou no irmão e colocou a boca perto de seu ouvido.

- não precisamos invadir seus fortes muros se já estivermos dentro. – cochichou e se afastou – enfim, se está me tirando daqui, ótimo. Ficarei para o jantar e então irei embora, satisfeito?

- tudo bem, faça como quiser. Tem ate o amanhecer para se reunir e ir embora. – respondeu como se fosse uma conversa simples.

Seokjin concordou e saiu da sala como se nada houvesse acontecido. Jennie continuou ali com uma cara nada boa.

- eu ainda não acredito que fez isso. – ela negou com o rosto.

- fique a vontade, não muda o fato de que fiz. – Taehyung voltou a ver os mapas na mesa.

- é mesmo uma pena que não tenha percebido que essa garota está acabando com a nossa família. – continuou falando decepcionada.

- minha vida toda vocês me rejeitaram, sempre me desprezando por “ser o favorito”, e agora está reclamando porque estou devolvendo na mesma moeda?! Está na hora de eu começar minha família, de qualquer modo Seokjin nos abandonou e você logo irá viajar para conhecer um suposto pretendente, sim, você não me contou mas eu descobri. – ele se virou para irmã – eu não me importo se não gostam da S/n, quem tem que gostar dela sou eu, e ela vai ser o primeiro passo para eu ter a minha própria família. Não vou cometer o mesmo erro dos nossos pais de casar por interesse, o reino de Lisa realmente tem muito a oferecer, mas não é o que eu procuro.

- esse reino vai apodrecer nas suas mãos. – Jennie condenou.

- então o veja apodrecer ao lado do seu futuro esposo que irá te trair e nunca irá te amar. E isso que acontece quando casamos por acordo, Jennie. As coisas só ficam bonitas em publico, dentro dos castelos a única coisa que se escuta são os berros que as esposas dão por estarem sendo espancadas pelo marido. – falou ate preocupado com a irmã.

- quem se importa com o amor? – Jennie riu negando com o rosto.

- eu, eu me importo! – arqueou as sobrancelhas – está dispensada, irei resolver esses problemas sozinho.

Jennie olhou para o irmão e respirou fundo.

- Seokjin está certo, você ainda tem muito o que amadurecer, ainda é só uma criança acreditando em contos de fadas... Vá em frente, busque sua felicidade, mas lembre-se que ninguém conta o que vem depois do feliz para sempre. – comentou e depois saiu batendo pé.

Taehyung se jogou na cadeira e suspirou pesado. Depois de respirar fundo e esperar alguns minutos, finalmente estava um pouco mais calmo.

- ei você. – chamou um soldado que estava na porta – chame o soldado Jimin.

- majestade, o soldado Jimin se feriu ontem e não está em condições de sair do estabelecimento. – respondeu de forma formal.

- machucou? Mas como? É grave? S/n sabe disso? Céus, acho que é isso que ele tinha para me contar. – o rei estranhou.

- perdão senhor, essa foi a única informação que me passaram. – falou da mesma forma.

- tudo bem, tudo bem. Chame Jungkook então. – passou a mão no rosto – se encontrar S/n no caminho então a chame também.

- certo, majestade. Licença. – falou e saiu.

Taehyung voltou para sala e bufou, tinha uma mera  impressão que se lembrava desse tal estado do Jimin, mas não se lembrava. Na verdade tudo que ele lembrava era de Lisa em seu quarto e de ter acordado na cama da S/n.

- o que aconteceu ontem? – perguntou para si mesmo.

Depois de aproximadamente 10 minutos Jungkook apareceu e ficou em forma.

- estou aqui, majestade. – disse formal.

- por que está falando assim? É engraçado. – Taehyung negou com o rosto.

- desculpa... o que precisa? – Jeon relaxou.

- S/n não veio? – o rei olhou para porta.

- não a vi desde que sai do seu quarto. Quer que eu a chame? – o general já ia sair.

- o que fazia no meu quarto? – o garoto levantou uma sobrancelha.

- passei a noite cuidando do Jimin lá... não se lembra? – estranhou mas logo depois percebeu o que fez e deu um tapa na sua boca.

- hmmmm, isso explica o fato de eu ter acordado no quarto da S/n. – tocou o queixo – o que aconteceu com Jimin para ele estar tão ruim assim?

- é uma longa história, mas em resumo, foi uma punição. – coçou a nuca envergonhado.

- puniram os soldados e não falaram comigo antes? Quem liberou essa punição? – Taehyung estranhou ainda mais – e que punição foi essa para deixar Jimin nesse estado?

- as punições devem passar por você antes? Nunca me falaram isso. – Jungkook perguntou confuso.

- mas é claro, se não tiver minha permissão então é considerado agressão. Foi você que liberou essa punição? – o rei questionou.

- foi o superior que me mandou punir meu esquadrão, ele queria dar chicotas mas eu optei por colocar duplas para guerrear. – explicou.

Taehyung estava achando tudo aquilo realmente estranho, uma coisa era Jungkook liberar uma punição, ele não sabia que tinha que ter pego permissão antes, e outra era um superior liberar, ele sabia muito bem que sabia muito bem sobre as permissões.

- e onde está esse superior agora? – o rei quis saber.

- o Jimin... sabe?! Digamos que o superior está bem pior que o Jimin. – falou um pouco sem jeito.

- colocou os dois para guerrear? – Tae arqueou as sobrancelhas.

- é, eu sei. – abaixou a cabeça – eu estava muito bravo na hora.

- que sorte que Jimin está vivo agora. – respirou fundo – enfim, te chamei para te dar uma ordem.

- claro. – Jungkook ficou atento.

- você é o único general que realmente confio, quero que fique de olho no exercito de Merxa, qualquer coisa estranha me fale ou ataque imediatamente. Não quero um único soldado rodando os corredores desse castelo. – falou.

- posso perguntar o motivo? – falou curioso.

- é só uma questão de segurança. Não fale para qualquer pessoa sobre isso, apenas seu esquadrão pode saber. – respondeu – chamarei os outros generais e falarei que se o seu atacar é para eles fazerem sem questionar.

- certo. – confirmou – mais alguma coisa?

- por hora só. Mandarei que cuidem do Jimin também. – respondeu.

- tudo bem, se eu encontrar S/n por ai eu peço para ela te encontrar. – Jeon falou respirando fundo – preciso treinar meu esquadrão agora, majestade. Licença.

- pare de ser tão formal, isso me irrita. – Taehyung formou um bico e viu o amigo saindo rindo.

O rei ficou mais alguns minutos ali pensando como sua manhã foi agitada, e olha que nem havia dado a hora do café... a proposito, ele estava com fome. Foi caminhando e entrou na sala para se alimentar, mas para sua surpresa estava somente Lisa ali olhando para o nada.

- parece que todos estão bravos comigo hoje. – comentou – pelo menos tenho comida boa.

A princesa olhou para ele e voltou a olhar para frente, Taehyung se sentou e pegou algumas frutas, Lisa continuou sem comer.

- não vai comer? – questionou – vou ficar envergonhado assim.

- perdão, majestade. – disse e pegou um pãozinho.

Taehyung notou algo de diferente no rosto dela.

- por que seu rosto está vermelho? – falou vendo a parte irritada.

- bati na porta. – mentiu.

Lisa sabia que Taehyung não se lembrava do que havia acontecido na noite passada, e seria melhor assim, assumir que levou um tapa da S/n e não revidou iria ferir seu ego.

- tenha mais cuidado. – falou e comeu mais uma uva.

- eu terei, obrigada pela preocupação. – o cumprimentou com a cabeça.

- faça um prato e leve para S/n, não esqueça os morangos. – pediu a uma criada.

- você sempre pede para fazerem um prato para ela, não é falta de educação uma princesa comer no quarto? – Lisa questionou.

- não posso deixa-la com fome. – respondeu com um sorrisinho.

- se ela de fato estivesse com fome estaria aqui agora. – Lisa respirou fundo.

- muito obrigada pela sua preocupação, realmente mexeu com meu coração. – S/n entrou na sala e pegou o pratinho da criada – muito obrigada, coma um morango também.

A criada ficou um pouco sem jeito mas aceitou o morango, de qualquer modo aquela seria a única oportunidade de comer um fruto tão caro como aqueles. S/n se sentou no lugar de sempre e cruzou as pernas enquanto Lisa revirava os olhos.

- então, resolveu seus problemas? – questionou o rei sem olha-lo.

- sim, acabou que nem eram tão importantes. – respondeu.

- nossa, Lisa. Acho que você precisa aprender a se maquiar, um lado está mais vermelho que o outro. – S/n provocou.

- ela bateu em uma porta. – Taehyung respondeu.

S/n sorriu com o morango entre os dentes.

- a é? Acho que essa porta tem nome. – falou rouca – não quer saber se a noite minha e do Taehyung foi divertida ontem? Você parecia tão curiosa em relação a isso.

- perdão, não sei do que está falando. – sem Seokjin ali para a defender, Lisa acabava virando um alvo fácil do que fez durante todos esses meses.

- dormimos juntos, não foi Taehyung? – S/n olhou para  o rei que não entendida nada.

- sempre dormimos juntos. – Taehyung respondeu.

- não diga coisas assim, certas pessoas podem sentir inveja de eu conseguir um lugar na sua cama sem o uso de drogas. – S/n falou encarando Lisa.

- quem sentiria inveja disso? Todos sabem da gente. – Taehyung riu.

- pois é, mas tem gente que insiste em fingir que não somos nada. – falou e depois finalmente tirou os olhos da princesa.

- espero que esteja com bastante fome no almoço, S/n. – Lisa falou sem olha-la.

- não se preocupe, estou sempre com fome. – ignorou o tom ameaçador.

- ótimo, porque vamos dividir a mesa com a igreja essa tarde. – comentou.

S/n sentiu um calafrio, mas não iria recuar com uma ameaça.

- tudo bem, irei comparecer. – falou comendo mais uma fruta de forma despreocupada.

Lisa deu uma risada soprada e se levantou.

- se me der licença, já terminei minha refeição. – pediu a Taehyung.

- claro, vá descansar. – a dispensou.

Antes de sair, a garota jogou um olhar debochado para S/n e saiu deixando apenas a plebeia e o rei ali.

- o que tinha para me contar era sobre o Jimin? – o garoto resolveu perguntar.

- esquece, resolvo isso depois. – ela falou sem entusiasmo.

- passe a tarde comigo, não estou te dando tanta atenção. Deixarei minhas responsabilidades para depois. – pediu.

S/n olhou para o rei, ele demonstrava um semblante pidão que era difícil de recusar.

- certo, ficaremos juntos essa tarde. Mas parece que teremos visitas... inesperadas. – falou um pouco desconfortável.

- fui eu que os chamei, era pra ser uma surpresa. – Taehyung respondeu.

- que bela surpresa, não?! – disse sarcástica.

- eu não disse que a presença deles seria a surpresa, estou só seguindo tradições. – sorriu.

A moça deu uma risada soprada e negou com o rosto, Taehyung era uma caixinha de surpresas, nunca dava para saber o que estava planejando.

O casal passou a manhã toda grudados um no outro, estavam sempre trocando olhares e carências silenciosas, as vezes arriscavam trocar alguns beijos mas nada que durasse de mais, sempre aparecia alguém para atrapalha-los. Estavam no jardim brincando de correr um atrás do outro quando o rei a pegou.

- tudo bem, acho que já é o suficiente, estou cansada. – ela comentou mas o rapaz não a soltou.

- quero ver como ficará quando tivermos filhos, alguém vai ter que brincar com eles. – falou ofegante.

- você e seus filhos. Nem somos casados, ou melhor, nem somos noivos. – S/n revirou os olhos.

- de hoje não passa. – cochichou. 

- que? – S/n realmente assustou.

- está com você. – a soltou e saiu correndo.

- Taehyung volta aqui! – ordenou mas ele continuou a correr.

S/n teve que correr atrás do garoto e depois de longos minutos ambos caíram no chão rolando e rindo, pareciam crianças.

- isso me faz sentir jovem. – o rei falou respirando fundo.

- somos jovens. – respondeu.

- mas faz eu sentir que serei jovem para sempre. – Taehyung se virou para ela – não tem nenhuma poção que me faça ser assim para sempre?

- tem, basta morrer jovem. Assim sua alma terá a mesma idade para sempre. – ela revirou os olhos.

- mas se eu morrer não vou poder ficar com a mulher mais linda desse mundo. – formou um bico.

- então continue vivo e envelheça com ela. – S/n se virou para ele.

Os dois ficaram se olhando sem dizer uma palavra se quer, apenas sentindo a bisa e o cheiro de que logo a chuva viria.

- está chovendo muito esses dias, não acha? – Taehyung questionou.

- eu gosto, as plantas crescem quando chove. – ela deu de ombro.

- não sei, para mim sempre foi sinal de coisa ruim. – falou sem muito animo.

- não pense besteiras, chuva é bom para limpar a alma. – S/n se apoiou nos cotovelos e ficou com as costas para cima.

Tae continuou na mesma posição, ficou ali admirando a garota por completo enquanto a mesma sentia a brisa em seu rosto. Os dedos dele começaram a passear pelas pintinhas que S/n tinha no braço, ele formava caminhos com ela e imaginava que aquilo poderia ser a própria constelação. Depois começou a mexer no cabelo dela, eram ondinhas tão macias.

- por que tão linda? – o rapaz pensou alto.

Fazia um tempo desde que o garoto não elogiava a garota, as circunstâncias o deixava tão ocupado que mal tinha tempo para admirar sua parceira. Mas a verdade era que Taehyung não conseguia olhar para moça e não ficar perdido nem que seja por alguns segundos.

- todas as mulheres como você são bonitas assim? – Taehyung afastou algumas mechas do cabelo dela.

- eu não sei, não conheço muitas. As bruxas não costumam chegar a minha idade, quando chegam é porque viveram escondidas ou fugindo. – explicou.

- você parece um anjo. – ele tocou no rosto dela.

S/n olhou para ele com certa timidez, além do fato de nunca ter acostumado com os elogios do rapaz, já havia desacostumado a escutar tais palavras.

- está com vergonha? Suas bochechas estão tão rosadas. – Taehyung riu.

- para com isso, sabe que não sei reagir. – sorriu e escondeu o rosto.

- por isso que amo fazer. – respondeu e apertou a bochecha dela – se nossos filhos não nascerem com seu rosto ficarei revoltado.

- pare com isso, você também é muito bonito. Não tem uma mulher que não te segue com os olhos quando passa. – comentou.

- não sou tudo isso. – sorriu.

- não diga coisas assim, sabe que é verdade. – S/n se aproximou – de certa forma eu fico ate enciumada.

- pois são sentimentos desnecessários, não tenho olhos para outra pessoa a não ser você. – o rei ficou por cima dela e começou a fazer cocegas.

S/n ficou rindo e tentando se desfazer das mãos do rapaz, a risada dela era tão gostosa de ouvir e tão familiar ao mesmo tempo. Taehyung tinha uma facilidade imensa de tirar sorrisos da boca da moça, mas a ouvir rindo não era uma tarefa tão simples. Mas quando conseguia era como estar nas nuvens, poderia ser categorizado como um vício de Taehyung. O garoto segurou os pulsos moça os colocaram sobre sua cabeça, S/n ainda dava algumas risadas e tentava recuperar o folego quando o rapaz resolveu que a beijaria.

- Taehyung, espera. Preciso respirar. – ela falou dando algumas risadas.

- tudo bem, tem um minuto para respirar antes de eu tirar seu folego de novo. – determinou.

- você é um louco. – respondeu puxando o ar mais algumas vezes.

- você me faz assim, estou achando que você é a mais nova peste negra de Áspia. – brincou.

- credo, Taehyung. Pare de brincar com coisa séria. As pessoas estão morrendo por essa praga. – S/n fez uma careta.

- desculpa, mas não é segredo que você já me dominou. – olhou nos olhos dela.

- olha só você se gabando por estar na palma da minha mão. – brincou.

- estar submisso a você não me incomoda, gosto da forma como você me hipnotiza. – falou com um olhar pensativo.

- se um homem ouvisse você dizendo que aceita ser submisso a uma mulher, provavelmente te daria bons tapas para te ensinar a “ser homem”. – S/n revirou os olhos.

- que batam, são eles que não sabem o tanto que é bom pertencer a uma mulher. – Taehyung olhou nos olhos dela – e eu em particular tenho mais sorte que todos, porque pertenço a mulher mais perfeita que esse mundo já viu.

S/n deu uma risada soprada e negou com o rosto, o garoto realmente poderia ser bem romântico quando queria. As vezes ela ate chegava a se perguntar se era tudo teatro, mas as palavras do rei eram tão puras e sinceras que não tinha como duvidar.

- acho que o seu um minuto já passou. – Taehyung falou de repente e tomou os lábios dela.

S/n não sabia se o beijava ou se ria da aleatoriedade do parceiro. Taehyung foi descendo as mão pelos pulsos da moça ate chegar em suas mãos, o casal segurou a mão um do outro com mais firmeza e ficaram aproveitando os lábios um do outro. O rapaz foi parando o beijo com alguns selares e sorrisos, depois começou a encher o rosto dela de beijinhos e a garota ficou achando graça daquilo. Estavam aproveitando a companhia um do outro quando Taehyung tomou um susto com um grito inesperado.

- ai Plínio, logo agora? – S/n revirou os olhos e olhou para o pássaro.

Taehyung ficou com a mão no peito, aquilo foi inesperado e acabou com o clima.

- mas eu não mandei ele ficar no quarto? – quando o rei viu a moça conversava com a ave – então coloque-o você de volta na cama, não vê que estou ocupada?! Jimin não pode sair do repouso.

- você fala com pássaros? – Taehyung estranhou.

- é, mais ou menos isso. – falou sem olha-lo – eu não sei como você vai fazer isso, apenas o assuste e coloque no quarto.

- eu não acredito que me relaciono com a própria Branca de neve. – o rei falou consigo mesmo.

- ai, está bem. Eu mesma faço isso. – revirou os olhos e se levantou tirando a grama do vestido – desculpa, mas meu irmão não é o melhor para seguir ordens.

- pensei que ficaria comigo essa tarde. – Taehyung levantou também.

- eu sei, mas ele precisa ficar deitado e saiu do quarto. – respondeu depois de um suspiro.

- moleque teimoso. – o rei murmurou – eu vou com você então.

- certo, vamos. – ela se virou mas foi surpreendida.

- vocês são tão lerdos que nem me viram aqui. – Jimin mordeu a maçã despreocupado.

Algumas criadas passaram e espiram o mais velho ali escorado na árvore e sem camisa, foi possível ouvir algumas risadas e comentários um tanto quanto desnecessários.

- está em casa para ficar sem camisa? – Taehyung colocou a mão na cintura.

- não tem como eu vestir algo com essas coisas coladas em mim. – ele se referia as sangue sugas que Namjoon colocou para não coagular o sangue.

- elas já estão gordas, Jimin. Basta puxa-las. – S/n revirou os olhos e foi ate o irmão.

- não tem vergonha? Estava em cima da minha irmã na minha frente. – Jimin reclamou para o amigo enquanto a moça puxava os bichinhos.

- não tem vergonha? Está seduzindo minha criadas na minha própria casa. – Taehyung fez cara de tédio.

- parem de brigar, parecem crianças. – S/n interviu – eu juro que se você não ficar deitado em uma cama vou quebrar sua outra costela.

- pare de cuidar da minha vida, sei me defender. – Jimin estalou a língua e S/n apertou o local em que a costela estava quebrada e ele gritou – está bem, já entendi!

- que família linda. – Taehyung falou sarcástico dando uma risadinha.

- para você ver onde está se metendo. – Jimin comentou.

O rei revirou os olhos e puxou S/n de volta.

- pronto, agora nos deixe sozinhos. – o dispensou e jogou o terno nele – tente não seduzir mais ninguém no caminho.

- não, não. Vou ficar aqui vigiando vocês. – Jimin vestiu o terno e cruzou os braços.

- não ouviu sua irmã? Você tem que ficar em repouso, agora some. – respondeu.

- me surpreende vocês dois serem amigos. – S/n revirou os olhos – apenas vá deitar um pouco antes que eu chame Jungkook para te carregar e você não provoque meu irmão.

- certo. – ambos falaram juntos.

- nem pensei em levar minha irmã para cama, seu prevenido! – Jimin o ameaçou.

- eu j- - Taehyung ia falando mas S/n tampou a boca dele.

- ele já entendeu, agora vai logo. – terminou a fala.

- rum... estou de olho em vocês dois. – o irmão saiu os olhando.

Assim que o mais velho sumiu, S/n tirou a mão da boca do outro.

- quer nos matar? – brigou.

- desculpa, é que as vezes eu tenho vontade de gritar que você é minha. – Taehyung deu um sorrisinho.

- acho que todos já sabem disso, agora mantenha o bico fechado. – falou com um bico.

Taehyung parecia um pouco ansioso de mais, o rapaz segurou a mão dela e olhou em seus olhos.

- só quero que saiba que independente do que acontecer hoje, eu vou continuar te amando da mesma forma. – falou do nada.

- por que diz isso? – S/n estranhou.

- apenas se lembre disso. – o rei beijou a testa dela – ei, duvido que consiga pegar aquela laranja ali em cima.

- duvidou da pessoa errada. – S/n sorriu e já foi tentar escalar a árvore.

[...]

O casal ficou mais um tempo junto, Taehyung realmente fez questão de deixar todas suas responsabilidades e pessoas fora de sua tarde para poder ficar com S/n, mas tudo isso tinha um proposito. Deu o horário do almoço e informaram que o padre já havia chegado. A moça ficou nervosa, mas Taehyung estava ali apara conforta-la. O rei se arrumou o mais rápido possível e ficou na porta da S/n a esperando, assim que a porta se abriu o rapaz sorriu, as criadas que haviam escolhido o vestido dela, e como sempre a moça estava linda.

- não acha muito exagerado? – a moça se referiu ao vestido florido.

- está incrível, combina com você. – o rapaz respondeu sorrindo.

Taehyung esticou a mão e S/n a pegou ainda achando que o vestido era de mais para um almoço. Bem na hora Lisa saiu, também estava bem vestida, parece que quando um palácio recebe visita é comum que todos se vistam bem, porque ate Taehyung não estava com roupas comuns.

- vamos todos juntos. – o rei sugeriu e ignorou o olhar que as garotas trocaram.

Os três foram juntos para o salão, quando Taehyung deu as caras, todos se levantaram, inclusive o padre.

- espero que não tenham esperado muito. – o garoto disse educado.

- é claro que não, majestade. – o padre falou com um enorme sorriso.

Era inegável que o homem realmente fosse gordo, parecia que toda comida do feudo ia direto para ele. Mas esse era algo bem visto na época, se ele comia bastante então era porque tinha muito dinheiro... só não se sabe de onde ele tirava esse dinheiro. Mas claro, ninguém ousaria questionar o padre de Áspia, ele era a figura mais importante socialmente.

- que belas moças, penso ser suas pretendentes. – o gordinho se aproximou para abraçar.

De imediato S/n segurou a mão de Taehyung mais firme e arregalou os olhos, porém o padre a abraçou e beijou suas bochechas tão rápido que o rei nem pode reagir. Em contra partida, Lisa agiu naturalmente, aquilo era bem comum. S/n ficou mais alguns segundos parada mas voltou ao seu estado normal.

- sim, são bem belas mesmo. – Taehyung respondeu.

- muita sorte a sua, agora entendo sua indecisão. – o homem riu – mas é preciso decidir logo, seu reino clama por uma rainha.

- estou ciente, não a com que se preocupar, está tudo dentro dos conformes. – o rei garantiu – vamos nos sentar?

O padre de imediato sentou ao lado de Taehyung, lugar que antes era da Lisa. No fim das contas S/n ficou o mais distante do rei, já que Seokjin ocupou o outro lugar. O banquete foi chegando e parecia que tinha tanta comida ali que seria possível alimentar todo o exercito. O padre não parava de falar um minuto se quer, tinha horas em que ele literalmente falava de boca cheia e acabava cuspindo algumas comidas. S/n não conseguia comer, só usava o garfo para jogar uns grãos de um lado para o outro, a presença daquele homem a dava enjoos.

- e então, quando será o casamento? – o padre questionou.

- em breve, pretendo. – Taehyung falou educado.

- que bom, penso que as moças devem estar muito nervosas. – o homem se virou para ambas. 

- com certeza, padre! Mal posso esperar! – Lisa falou animada – sinto que finalmente realizarei meu desejo de infância!

- fico feliz por você, minha filha. – o padre fez um breve carinho no cabelo dela – e quanto a você, moça?

S/n demorou um pouco para perceber que estava falando com ela, não queria responde-lo.

- sim, estou animada. – foi tudo que disse mas sem animo nenhum.

Todos ficaram um tempo calados, não era bem a reação que todos esperavam.

- a... sim... e quanto a você, jovem Jennie? A cada dia que passa se parece mais com sua mãe, que Deus a tenha. – o padre voltou ao seu animo de antes.

Todos voltaram a conversar como se nada estivesse acontecendo, como se não estivessem sentados entre assassinos gananciosos, como se não estivessem sentindo esse clima pesado. S/n começou a prestar atenção nos soldados, estavam todos bem uniformizados e com o corpo ereto, a moça usou seus dons de nascença e conseguiu ouvir os batimentos de alguns deles, estava tão acelerado que poderia ser confundido com tambores. Tinha algo acontecendo.

- acho que já estou satisfeita. – S/n falou assim que notou a estranheza da situação.

- mas você nem tocou na sua comida, e ainda teremos sobremesa. – Seokjin comentou – sem contar que meu irmão não terminou sua refeição.

- deixe-a ir, S/n não tem se sentido bem desde cedo. – Taehyung comentou dando mais uma garfada na comida.

- a sim, S/n é a protegida de Taehyung. Está sempre a defendendo de tudo e permitindo que faça o que quiser pelo reino. – Jennie falou simpática, mas sua voz ainda tinha algo afiado com segundas intenções.

- olha só, parece que já temos uma pretendente. – o padre riu – S/n deve estar feliz... me sinto estranho, a olhando assim ela me lembra uma pessoa, mas não sei quem exatamente.

“talvez porque você já matou tantas que nem se lembra mais de seus rostos”, S/n pensou.

- é verdade, todos nos sentimos assim quando a vimos. – Seokjin comentou – dizem que ela é parecida com a mãe.

As mãos dela gelaram, Seokjin estava mesmo fazendo aquilo.

- a mãe? E quem é sua mãe, minha jovem? – o padre questionou.

S/n continuou em silencio, não tinha como responder aquilo.

- S/n viveu pouco com a mãe, a rainha morreu cedo. – Taehyung tomou voz.

- que pena, morreu de que? Presumo alguma doença ou algo parecido. – o homem quis saber.

- assassinada, minha mãe foi assassinada quando tinha 8 anos. – S/n resolveu falar.

- que horror, ao menos descobriram quem foi? – o padre colocou a mão sobre o peito.

- sim, mas ele não foi penalizado. É mesmo uma pena que eu tenha perdido minha mãe tão cedo, arrancaram brutalmente ela de mim, literalmente.  – S/n queria mostrar a Seokjin e Lisa que não tinha medo.

- que Deus a tenha e que puna corretamente esse assassino. – o padre respondeu.

- assim espero. – a garota levantou uma sobrancelha e voltou a mexer na comida.

Um clima tenso se formou, mas olhares mortais e debochados foram trocados na mesa. Taehyung teve que tomar voz para acabar com aquilo.

- e então, como estão as cruzadas? – puxou um assunto.

- estão ótimas, já convertemos muitos pagãos. – o padre respondeu com um sorriso.

S/n respirou fundo e ignorou os olhares que recebia, não iria ceder tão rápido.

- ótimo. – Taehyung falou sem graça por perceber que havia tocado naquele assunto – o senhor gostou da comida? – mudou de assunto de novo.

A conversa voltou a fluir, aquilo parecia horas e não parecia que estava perto de acabar. A sobremesa foi servida e mais uma vez S/n não conseguiu comer, estavam todos conversando quando Taehyung percebeu que S/n estava realmente bem incomodada.

- bom, na verdade esse almoço tem um objetivo. – o rei cortou o assunto – gostaria que o padre presenciasse essa cena, já que foi assim com meus avós e pais.

- sim, meu filho. O que gostaria de fazer? – o padre deu toda atenção a ele.

Taehyung se levantou e foi andando ate S/n, puxou a cadeira dela e a moça o olhou confusa, o rei esticou a mão e a mesma se levantou.

- eu gostaria que seus familiares também estivessem aqui, é mesmo uma pena que Jimin esteja ferido e Namjoon não possa ser visto. – Taehyung falou um pouco baixo mas S/n ouviu.

- Taehyung, do que você está falando? – ela estranhou.

O rei se ajoelhou e pegou a aliança, S/n não soube como reagir, realmente estava acontecendo.

- S/n, você aceita s- - o rei foi interrompido no meio do caminho.

O casal foi arrastado e colocado um em cada canto do salão mas ainda ajoelhados em frente um ao outro.

- o que está acontecendo? Me larguem seus bastardos! – Taehyung tentou se soltar dos braços fortes dos soldado.

- eu avisei, S/n. Eu vou te tirar tudo. – Lisa falou sem olha-la e levantou a mão.

Um soldado expos o pescoço do rei e colocou uma espada ali. S/n começou a espernear e tentar se soltar.

- Lisa, não faça isso! – S/n gritou.

- o que está acontecendo aqui? Acham que isso é momento para brincadeiras? – o padre se levantou.

Seokjin também se levantou e arrumou o terno.

- bom, padre. Nós tentamos evitar isso, mas não foi possível. Acho que todos temos o que confessar nessa tarde. – disse sereno.