História In The Name Of Love (hiatus) - Visita - parte 2

Aiko~

Me levantei rápido e arremessei o quadro contra Samantha, antes pegando uma das facas. Continuei correndo mais um pouco pelo longo corredor e quando passei pela escada, vi 3 homens armados, de terno. Eles me avistaram e começaram a subir as escadas Sério mesmo?!  entrei em um dos quartos e fechei a porta atrás de mim. Já estava ofegante, aquela casa era realmente enorme. Olhei ao meu redor, havia caído em um outro corredor, mas esse continha menos portas ao longo dele, e uma delas parecia um elevador. Me perguntei se ele levava até a garagem. De qualquer forma, apertei para que as portas se abrissem, selecionei o último andar e saí em disparada às escadas que subiam, já que podia ouvir a porta sendo forçada do outro lado. Onde o Akira se meteu? Peguei meu celular e disquei seu número enquanto parava em um cruzamento de outro corredor para ver se não havia ninguém. O celular dele chamou, uma, duas, três vezes. Continuei em frente, subindo as escadas, havia uma saída pra uma espécie de cobertura e uma sala trancada. Sem mais opções, passei para a cobertura e travei a porta com um guarda sol que encontrei ali. Quando me virei, dei de cara com a última pessoa que queria ver naquele momento.

Ami. Ela segurava uma arma apontada para mim. Eu não tinha certeza se ela sabia atirar, mas provavelmente estava prestes a descobrir. Levantei meus braços em sinal de rendição enquanto tentava um passo cauteloso para trás, para perto dos vidros que cercavam aquele local. 

- Que prazer rever você, onee-chan.

- Pena que eu não possa dizer o mesmo. - respondi e dei mais alguns passos enquanto ela vinha em minha direção. Percebi que a arma ainda estava com a trava de segurança, embora isso não me deixasse mais tranquila. Eu nem mesmo sabia se aquela arma estava carregada.

- Que coisa mais rude para se dizer para sua querida imouto. - ela responde. Fiquei tensa quando ela se aproximou mais.

- Vejo que você parece muito bem agora, com essa sua cara estragada. - Sorri e debochei para testar a sorte. Tem um lago lá embaixo. Mas onde diabos o Akira está? Droga! 

Ami se irritou com essa última frase e tentou puxar o gatilho, mas a arma continuava travada. Chutei a arma e ela caiu a uns 3m de distância. Passei meu braço pelo seu pescoço e coloquei a faca de arremesso rente ao pescoço dela. Esperei pelo inevitável.

- Que tal um mergulho, irmãzinha? - pergunto quando vejo a porta da cobertura sendo arrombada. Me jogo da beirada, levando Ami comigo. Prendi a respiração e a água estava incrivelmente fria quando ensopou minhas roupas. Puxei ela para cima comigo, que mais parecia um peso morto. Acho que ela não sabe nadar. Me apressei em sair do lago, mantendo ela como refém. Miyashiro me fuzilava com os olhos, com um meio sorriso. Avistei Smithsonian apontando uma semiautomática para mim. Se eu gritar vou chamar atenção desnecessária... Cerrei os dentes.

- Abaixe a arma. - Akira disse, apontando uma arma para a cabeça de Hazlehurst. Akira! 

Hazel-san abaixou a arma e Akira esticou a mão. 

- Chave do carro. - Hazel se virou subitamente e a arma na mão de Akira voou longe. Smithsonian se jogou pra cima do cara esguio e bonito que o encarava perplexo. joguei Ami no lago e corri até eles, saltando sobre Hazlehurst e cravando a pequena faca em seu ombro. Ele gritou, Akira saiu de debaixo dele e me puxou, saímos correndo em direção ao carro dele, e eu já podia ouvir passos ao longe. 

- Obrigada. - disse, enquanto corríamos e eu me apressei pra entrar no carro.

- Você não me trouxe pra isso? - ele respondeu e ligou o carro com a chave reserva no porta luvas. Acelerou enquanto ouvimos algumas balas perfurarem a lataria. Arrebentou o portão de madeira enorme tradicional de Miyashiro. A uns 200m de distância, consegui normalizar minha respiração, apesar de ainda estar ensopada e tremendo um pouco, agora que o efeito da adrenalina passava. Suspirei. Isso ainda está longe de acabar... Aquele cretino! Envolveu até mesmo Smithsonian nessa. As coisas estão ficando perigosas e complicadas.

Refleti em silêncio enquanto Akira dirigia. 

- Aiko, o que pretende fazer agora? - ele pergunta, me tirando de meus devaneios. Olho para o nada à minha frente.

- Não sei. Acho que nunca senti tanto medo quanto hoje quando senti o aperto do Hazlehurst na minha garganta. Soube o quanto estou em desvantagem, vulnerável. Agora que ele envolveu o pai da Harumi, a coisa vai ficar feia. - me contorço, sentindo um pouco de dor. Eu estava impressionada que havia escapado sem machucados sérios. Um arranhão ou outro.

- Sinceramente, estou confuso. Miyashiro parece decidido a te matar, embora tenha dito que não iria desperdiçar sua beleza e talento fazendo isso. Acho que ele só quer te assustar, fazer alguma espécie de terrorismo com jogos psicológicos. 

- Não dá pra confiar nas palavras daquele cara. Pelo menos, com o Smithsonian ali, ele não pode machucar a Harumi. - me recostei no assento, fechando os olhos. Tenha cuidado a partir de hoje...

- Sempre tenho. Cuide-se também. - ele sorriu de lado. Retribuí o sorriso e desci do carro. Entrei em casa e Harumi ficou chocada ao me ver naquele estado.