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História Infinitas Cores - A magia da arte - História escrita por JK_flowers - Spirit Fanfics e Histórias
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História Infinitas Cores - A magia da arte


Escrita por: JK_flowers e SweetMunson

Capítulo 3 - A magia da arte


Seattle, Washington; EUA

Ellie Winters

 

“Tudo que você pode imaginar é real.” Diz Pablo Picasso em uma de suas várias frases. Por certo, quando chegamos na Feira de Artes e Ciências, após longos semestres, tudo que seja caracterizado como “imaginário” toma forma, dimensão e cor. A UW é dona de um dos maiores e mais extraordinários eventos, feito unicamente pelos alunos e se assemelhando a um verdadeiro Carnaval. Mesmo o coração mais ferido esquece as mágoas, apenas para admirar toda a magia transbordada na enorme Red Square.

Planejamentos do começo do Outono e ano letivo finalmente esbanjam seus resultados, encantando cada mero estudante que coloca os pés na UW na noite de sábado. Embora Emily tenha praticamente me forçado a vir, ao adentrar a Red Square tive meu olhar preenchido por aquela incomparável beleza e o efeito de hipnose se mostrou inevitável.

Na abertura da Red Square, entre dois edifícios administrativos, as pessoas eram recepcionadas em uma cabine fotográfica repleta de cores e gravuras dos próprios alunos, feitas pelos estudantes do curso de Arte, se não me falha a memória. Tirei algumas fotos com outras pessoas que chegaram ao mesmo tempo, e logo continuei meu caminho pelo corredor de acrílico colorido que fizeram, onde alunos deixavam mensagens ou seus próprios desenhos para eternizar o evento deste ano. Observei algumas escritas do pessoal do meu curso, rindo com as piadas impróprias que faziam ou mesmo as caricaturas de professores e outros colegas.

ꟷ Não vai escrever nada, Winters? – Indagou um rapaz que estava ao meu lado. O olhei já sabendo que era Jeremy Sinclair, uma das pessoas que divido as matérias relacionadas a Filosofia. O dono do sorrisinho mais pretencioso que já vi fazia uma espécie de arte com o próprio nome.

ꟷ Acho que só na saída. – Respondo, atenta ao que Jeremy fazia no acrílico.

ꟷ Se quiser posso fazer uma arte com o seu nome. – Diz ele, voltando seus olhos verde âmbar para mim e o enderecei um sorriso, assentindo.

ꟷ Eu adoraria.

ꟷ Fechado, anjo. – Respondeu-me, aquele comum ar de galanteio implantado na voz estridente.

Movi a cabeça em negação, regredindo a observar as mensagens escritas no pequeno corredor de entrada. Uma melodia extremamente animada ressoava por meus ouvidos, mesclada ao burburinho das pessoas que já perambulavam pelos stands. Movendo-me ao som de Coldplay, penso que talvez a insistência de Emily em me trazer para a Feira não seja tão ruim, afinal eu poderia facilmente me divertir e esquecer o...

ꟷ Caramba, Sinclair. Roubou minha ideia na cara dura. – Ouço aquela voz, aquele maldito e incomparável timbre aveludado, reverberar próximo de onde eu e Jeremy estávamos. Jeon Jungkook, a pessoa que menos esperei ver essa noite, estava se aproximando.

ꟷ Deixa de história, Jeon. Aposto que você acabou de chegar. – Respondeu Jeremy, gargalhando um pouco. Forcei o ar em meus pulmões, procurando através da visão periférica onde Jungkook estava.

ꟷ Mas já estava com a ideia. – Ironizou Jungkook, e finalmente pude vê-lo ao lado de Jeremy, o ombro encostado na parede de acrílico e os olhos centrados na arte do Sinclair. O coreano trajava roupas totalmente brancas, assim como várias pessoas que vi circulando pela UW.

ꟷ Vacilou, perdeu a posse da ideia.

ꟷ Vai fazer mais alguma? – Indagou a razão do meu nervosismo. Suspirei, afastando-me alguns passos dos dois e parando de admirar o quão bonito Jungkook estava.

ꟷ Só uma pra... – Não esperei que Jeremy citasse meu nome e fizesse com que eu e Jungkook nos olhássemos, o que certamente não estava em minhas vontades, e conduzi passos rápidos pelo corredor de acrílico. Sei que é falta de educação, mas o que posso fazer?

Transpassei todo o corredor, ignorando os chamados de Jeremy e possivelmente os olhares de Jeon. Ficar no mesmo raio de distância que o coreano fazia com que meu consciente frisasse o quão bonito e interessante ele é, e tal pensamento carregava consigo aquela maldita carta, que joga em minha cara a nossa total falta de chances. Ou melhor dizendo, estapeia meu psicológico com o fato de que o interesse era e é totalmente unilateral.

De certo, tudo que imaginamos pode ser real, com exceção de agir normalmente estando no mesmo ambiente que Jeon Jungkook. Isso era impossível, antes da carta e ainda mais depois dela.

Pela segunda vez forcei o ar em meus pulmões, ultrapassando o fim do corredor de acrílico e tendo minha visão dominada pelo real esplendor da Feira de Artes e Ciências, o qual parecia maior do que de todos os outros anos. Percorrendo meu olhar por toda a extensão da Red Square, pude ver que todos os stands estavam recheados de enfeites chamativos e não havia um que estivesse vazio. Os edifícios históricos e a Suzzallo foram decorados com enormes filetes de tecidos coloridos, a escultura Broken Obelisk e a estátua de George Washington ganharam uma espécie de holograma com várias cores, simulando um arco-íris. Elementos que remetem ao musical “Rei do Show”, um dos temas do curso de Música, foram espalhados por todos os cantos. Mesmo a diversidade cultural dos estudantes da UW mostrava seu encanto, com bandeiras, artefatos de seus próprios costumes, etc.

Pessoas com variados estilos de roupas andavam de um lado para o outro, carregando seus projetos, comendo as besteirinhas que eram vendidas, executando alguns passos de dança ou apenas conversando. Professores migravam de um Stand para o outro, animados com os projetos dos alunos. Familiares também perambulavam pela Red Square, contemplando o imenso talento de todos os estudantes da UW.

Em momentos como esse, onde a Arte coloca para fora sua incomparável magia, sinto um orgulho imenso por tê-la escolhido como mediadora da minha vida, a profissão que pretendo seguir e a paixão que rege os meus dias. As cores, a música, a dança, tudo que seja ligado às maravilhas do mundo artístico preenche meu coração da melhor maneira possível.

ꟷ Ellie! – Meu nome dito por uma voz eufórica acaba com o estado de transe, fazendo-me olhar diretamente para o Stand a minha esquerda, onde estava Emily. ꟷ Chega aí! – Moveu a mão como um chamado, esboçando um sorriso de orelha a orelha.

Pedindo licença para algumas pessoas durante o caminho, rumei até o Stand que Emily estava, bem ao centro daqueles que estão guardando as pinturas e outros que foram destinados para esculturas. Aquele que exibia uma enorme placa com as palavras “Infinitas Cores” em dourado vivo, piscando freneticamente, ainda estava coberto com tecidos escuros e uma espécie de “parede” amarronzada, se é que essa coisa pode ser nomeada assim. Pessoas andavam de um lado para o outro, notoriamente ansiosas com a aguardada estreia do projeto e Emily não se diferenciava.

ꟷ Eu estou totalmente desacreditada que o meu neném vai brilhar em todas as cores existentes. E melhor... – Emily puxou meus ombros para si, abraçando-me com força e acabei soltando um riso perante a euforia da minha melhor amiga. ꟷ Consegui convencer a irredutível Ellie Winters a vir. Minha vida se encontra zerada.

ꟷ Não exagera, Emz. Mesmo que o meu ânimo esteja quase morto, eu nunca perderia a estreia do seu projeto, muito menos quando sei o quão duro você trabalhou nele. – A respondo, desfazendo o abraço e segurando as mãos de Emily, um sorriso contornado em meus lábios. Qualquer receio de trombar com Jungkook ou ser bombardeada com as recordações daquela carta, não é nada perto da alegria de Emily com a estreia de seu projeto. Por ela eu passaria por cima até do meu próprio orgulho, e foi exatamente o que fiz ao colocar esse vestido branco, os saltos em tom de preto e dirigir até a UW.

ꟷ Você é um anjo, amiga. – Disse a Lancaster, depositando um beijo em minha testa. ꟷ E não esquece que antes anunciarem o início das apresentações, vou te esperar bem aqui. Se atrase e eu juro que saio gritando seu nome por toda a Red Square.

ꟷ Como quiser, comandante Emily. – Ironizo, recebendo uma revirada de olhos dela.

Ser cobaia do projeto de Emily não estava em meus planos, sendo muito sincera, mas optei por não questionar tal escolha e apenas aceitar. Só posso esperar que tudo dê certo.

...

 

Jeon Jungkook

 

Mesmo contemplando pela segunda vez esse evento anual da UW, sinto que nunca irei me cansar de admirar o quão mágica é essa Feira de Artes e Ciências. Fumaças coloridas vagavam pelo ar, surgidas dos pequenos suportes que os organizadores colocaram em cada ponto estratégico, stands com as mais variadas decorações estavam divididos por setores, cada qual correspondendo a um curso ou mesmo algum ramo do mundo artístico, e logo pude reconhecer o que pertencia a Sra. Rodwell, visualizando o quadro que pintei usando Ellie Winters como ponto de inspiração. Seguro um riso em minha garganta, vendo ao longe algumas pessoas impressionadas com a pintura feita por mim, vez ou outra olhando ao redor como se procurassem por alguém. Certamente Ellie já havia visto e só posso ansiar que a desconfiança paire sobre sua mente, iluminando-a com o fato de que eu sou o autor da obra. Ao menos seria melhor do que assumir a forma invisível na entrada da Feira e ouvir comentários debochados de Jeremy Sinclair.

Continuei meu caminho por entre as várias pessoas que perambulavam de um lado ao outro, imersas em seus próprios falatórios ou até mesmo nos preparativos finais dos projetos. Observando melhor, pude perceber que instalaram cerca de cinco palcos, cada qual em alguma extremidade da Red Square e todos continham elementos decorativos diferentes e algum curso como foco. Aquele que era destinado aos estudantes de Dança chamou minha atenção, não pelo enorme Baryshnikov que pintaram no telão, e sim por Taehyung se engraçando para cima de uma das calouras.

ꟷ Um verdadeiro Don Juan incurável. – Ironizo comigo mesmo, movendo a cabeça em negação e soltando um riso nasalado.

ꟷ Achei que não tivesse pretensão de vir, Jungkook. – Ouço a voz da pessoa que menos queria ver hoje, ressoando atrás de mim como o sussurro de um fantasma em filmes de terror. Virei-me, olhando com um sorriso falso para a Smith.

ꟷ E eu não tinha. – Começo a respondê-la, mas logo um pensamento recai sobre minha cabeça, fazendo-me olhar para Carlyn sorrateiramente. ꟷ Mas sabe o que me fez mudar de ideia?

ꟷ O que? – Indagou de volta, parecendo esperançosa. Aproximei alguns passos da garota, abrindo um sorriso sarcástico.

ꟷ O fato de que preciso esclarecer as coisas com a Ellie sobre uma tal carta que, supostamente, escrevi pra rejeitá-la. – Digo em tom baixo, reparando a expressão de Carlyn endurecer no mesmo instante e a garganta engolir a seco. Suspeita esclarecida com muito sucesso. ꟷ Isso lhe soa familiar, Carlyn?

ꟷ Jungkook.. E – eu posso explicar...

No fundo eu já tinha plena certeza da participação de Carlyn nesse mal-entendido das cartas, afinal todas as suspeitas e possibilidades apontavam diretamente para ela, assim como não consigo imaginar outra pessoa que teria motivo para fazer isso. E ainda que não seja um problema colossal ou algo para fazermos tanto alarde, essa coisa das cartas trocadas conseguiu me distanciar ainda mais de Ellie, a garota que venho tentando aproximação desde os meus primórdios em solo norte-americano. Na realidade, esse mal-entendido parece mais uma tentativa falha do destino de bancar o cupido, pois à medida que poderia nos unir de uma vez por todas, fez com que a Winters fosse vítima de um engano e se distanciasse ainda mais, se é que isso seja realmente possível.

Porém, essa mesma brincadeira errada do destino está fazendo com que uma certa atitude cresça em meu ser, como nunca havia acontecido e isso é, a meu ver, um dano colateral positivo. Resta aos trilhos dessa Feira e da Emily se encaminharem pelo rumo certo.

ꟷ Não quero que me explique como fez isso, pois não é muito difícil de deduzir. Eu só preciso ouvir da sua boca o porquê de tudo isso, de toda essa confusão desnecessária. – A corto com seriedade e um pouco impaciente. Carlyn correu as mãos pelos fios pretos de seu cabelo, encolhendo os ombros ao me fitar. Ergui as sobrancelhas, esperando a resposta.

ꟷ Meu interesse em você não é o suficiente pra responder essa pergunta?

ꟷ O qual nunca correspondi e sempre deixei bem na cara o que sinto pela Ellie. – Digo, sem rodeios e firmando a canhota na cintura, a expressão cínica da Smith me dando nos nervos.

ꟷ Eu só queria ter uma chance... – Pigarreou, cruzando os braços e um suspiro escapou por meus lábios. ꟷ Sei que agi errado, mas na hora não pensei direito e simplesmente troquei as cartas. Na minha cabeça, você continuaria disponível e a Winters ficaria desiludida, decepcionada contigo.

ꟷ Por Deus, Carlyn... – Resmungo estridente, correndo as mãos pelo rosto e senti uma vontade imensa de levar essa garota até Ellie, apenas para ela repetir tudo que acabou de falar. No entanto, eu não perderia meu tempo com isso.

ꟷ Desculpa, Jeon. Mas pelo interesse recorremos a qualquer coisa que está ao nosso alcance. – Falou Carlyn, parecendo envergonhada em seu tom de voz. A encarei, inexpressivo.

ꟷ Eu vou corrigir essa bagunça e espero que você não interfira mais em nada, muito menos envolvendo a Ellie. Não vou ficar com raiva ou te ignorar, mas tenho fé de que vai mudar esses seus conceitos do que é, verdadeiramente, gostar de alguém. – Aproximo um passo de Carlyn, encarando-a com destreza. ꟷ Fazer de tudo para conquistar uma pessoa não significa que precisa machucar outras. Lembre disso.

Dou as costas para a Smith, rumando para qualquer direção que fosse o mais longe possível daquele lugar. Minha cabeça estava uma bagunça, mas ainda assim enxerguei com nitidez a vontade de resolver tudo com Ellie, independente da ideia de Emily funcionar ou não.

Uma melodia alegre e conhecida ressoou por meus ouvidos, junto a voz estridente de um professor anunciando o início das apresentações de Dança.

                                                         (...)

 

Mágica, uma simples palavra e com apenas três sílabas, mas que se encaixa perfeitamente na descrição do que é presenciar aquelas performances ao vivo. E o fato de que os alunos de Música ainda estão se preparando para honrarem o musical de Hugh Jackman, escondidos em algum camarim improvisado, era no mínimo surpreendente, uma vez que o pessoal do curso de Dança já protagonizaram um verdadeiro show. Mesmo a mente mais avoada da UW ficou hipnotizada com as apresentações.

Que a Universidade de Washington exibe uma enorme diversidade cultural dentre seus estudantes não é novidade para ninguém, mas que esta seria a temática abordada pelos estudantes de Dança foi uma das maiores surpresas da noite. Aqueles que vieram ou apenas descendem do meu país nativo protagonizaram uma bela apresentação, onde mesclaram as famosas coreografias de K-Pop a todas as danças e costumes tradicionais, esbanjando talento a cada passo. Posso dizer que, tanto eu como Taehyung, ficamos hipnotizados com o que era apresentado naquele palco.

O grupo de intercambistas brasileiros fizeram um verdadeiro espetáculo, performando danças ao som das músicas de um famoso filme, esbanjando cores, trajes típicos da cultura, letras no respectivo idioma e passos com invejável perfeição. Mal consigo descrever tamanha beleza. As responsáveis de homenagear as tradições japonesas executaram a famosa Wagasa Odori, enquanto a apresentação dos intercambistas portugueses esbanjou cores e alegrias.

Foram mais de quinze números e a euforia na Feira de Artes e Ciências já estava nas alturas, reluzindo a cada estudante ali presente. Taehyung gritava entre risos durante a apresentação das intercambistas alemãs, notoriamente empolgado com uma em específico e não segurei um sorriso ao vê-lo mandando um beijo para ela, logo em seguida fazendo o mesmo com outra dançarina.

Eu poderia ter ficado quieto, apenas contemplando as vergonhas que meu melhor amigo passava, mas decidi procurar Ellie enquanto um grupo homenageia a cultura britânica ao som de Queen, o sinônimo de perfeição a meu ver. No entanto, uma coragem repentina tomou conta do meu ser, fazendo com que eu quisesse agir antes que a Winters seja parasitada por outra pessoa.

Andei entre as várias pessoas, pedindo licença e buscando com o olhar aquela que trajava um belo vestido branco, os cabelos loiros esbanjando ondas reluzentes. Alguns pavimentos de stands foram deixados para trás, igualmente aos palcos que estavam sendo usados pelos minutos restantes, e indo de encontro a uma barraquinha que vendia algodão-doce e chocolates, Ellie conduzia passos lentos e não tardei nem meio segundo a segui-la.

A vejo recolher um algodão-doce azul e em seguida entregar uma nota para o Sr. Crandall, esboçando aquele habitual sorriso genuíno. Apresso meu passo, empurrando alguns desavisados no caminho e subitamente dominado pela coragem, seguro a Winters pelo pulso, virando-a para mim.

ꟷ Jeon... – Suspirou, afastando minha mão de seu pulso. Respirei profundamente, tentando manter aquela coragem por mais alguns minutos.

ꟷ Precisamos conversar. – Digo em voz alta, aproximando alguns passos para quebrar nossa distância e sinto o olhar de Ellie hesitar.

ꟷ Não há mais o que dizer, Jungkook. – Ditou, o timbre adocicado de sua voz um pouco ressentido.

ꟷ Eu sei das cartas, daquela que você escreveu pra mim e da que chegou em suas mãos. Mas até sua amiga me explicar toda essa confusão, eu não fazia a menor ideia que você tinha escrito uma pra mim, muito menos que era para nos encontrarmos no Quad depois das aulas.

ꟷ Mas tinha a sua...

ꟷ Carlyn Smith. – Interrompo sua fala, a agonia transbordando da minha voz até o compasso dos batimentos cardíacos. Ellie me encarou com a expressão de choque. ꟷ Ela pegou a sua carta antes que eu visse e colocou outra no lugar, dando a entender que estava te rejeitando. Naquele dia não me atentei a olhar embaixo da mesa, talvez se tivesse o feito essa confusão não teria acontecido.

As íris azuis de Ellie subitamente emanavam um sentimento ruim, indo contra o que imaginei que aconteceria caso nos resolvêssemos. Vejo a garota ficar cabisbaixa por alguns segundos, nitidamente pensando ou mesmo absorvendo as informações passadas. E ainda que a música e o burburinho fossem altos o suficiente, minha cabeça se encontrava em uma odiosa imersão silenciosa. Tamanho era seu desconforto, que ansiei ouvir a voz de Ellie novamente, nem que fosse para me dispensar.

E, de fato, o timbre adocicado e sem muita emoção ressoou por meus ouvidos, o olhar fixado ao meu e os lábios rosados comprimidos um contra o outro antes de se abrirem.

ꟷ A questão não são as cartas, Jeon. – Reverberou, respirando fundo antes de continuar. ꟷ Meu interesse por você é mais do que óbvio e assumo a minha culpa na falta de atitude, afinal somos crescidinhos pra desenrolar essas coisas sozinhos. Mas quando decidi fazer algo, por mais bobo que seja, deu errado e agora vejo que alguém tentou interferir a ponto de machucar sentimentos alheios.

ꟷ Mas eu não sabia que a Carlyn faria isso. E, sinceramente, o meu interesse em você também é muito óbvio.  – Refuto, olhando-a com seriedade.

ꟷ Eu só queria uma prova. Afinal de contas, as cartas já foram escritas e agora sabemos o mal-entendido que resultou. – Ditou, para logo em seguida dar as costas para mim.

...

 


Notas Finais


Muito obrigada a quem está lendo e o fim de Infinitas Cores está chegando :/
Beijinhos e se cuidem!!


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