Rindou Haitani
Festival de Verão
Se por dentro, eu tinha certeza de que Ran corroía de tanta felicidade, por outro lado... Senti pena de [Nome]. Ao descer as escadas com o "novo" look que foi selecionado por sua mãe, foi inevitável não rir: mesmo que tivesse boas intenções, a senhora Himuro deixou-a ainda mais estranha do que já estava: escolheu um vestido verde e amarelo curto, de gosto muito, repito MUITO duvidoso.
— Parece uma pamonha de Itu hihihi — Ran sussurrou para mim de fininho e obviamente, apanhamos de minha namorada. A pobre [Nome] estava com cara de quem queria morrer ou se enterrar na vala mais próxima. Ela realmente não gostava dessas coisas e ainda mais, aturar o meu irmão.
— DIVIRTAM-SE MEUS AMORES! — A mãe das duas beijou cada um de nós, com seu sorriso doce de sempre, ainda que há poucos minutos, estava batendo em sua filha mais velha.
Durante todo o trajeto, Ran ficou rindo da roupa de [Nome], Dakota tentava animar o ambiente e eu, eu queria morrer com aquele clima esquisitíssimo. Sentia pena de [Nome], porque somente após descobrir a paixão secreta de meu irmão, me dei conta de que ele era INSUPORTÁVEL! Insuportável com todas as letras. Não a deixava em paz e só sabia falar coisas desagradáveis.
— Me pergunto... Quem vai vestido de verde em um festival de verão? É tão brega, tão caricato... Vamos passar vergonha desse jeito! Ah ah... — Ran falava consigo mesmo. E claro, minha namorada não gostou nada daquele tipo de bullying com sua irmã, que permanecia quieta e completamente deslocada de nós três.
— O que está insinuando, Ran? E quanto às pessoas que saem por aí de trança? O que isso tem de fashion? Na próxima vez que você falar merda da minha irmã, eu arrasto a sua cara toda no chão, trancinha. — Ela literalmente jogou-se em sua frente e o ameaçou. E claro, Ran também tinha medo dela e engoliu em seco. Realmente, aquela noite seria difícil...
— Ran, cala a boca. Querida, por favor, se acalme... — Ela continuou fazendo cara feia para ele, ficou um clima estranho no ar, mas aos poucos, a paz voltou. Felizmente, [Nome] parecia ignorar as provocações de Ran.
— [Nome], ignora esse idiota e se divirta hoje, tá bom? — Era fofinho ver a união das duas, minha namorada correu para os braços da irmã e tentou lhe dar apoio. — Todos os meninos vão olhar para você hoje!!
— Só se for de susto hihihi — novamente, as infantilidades de meu irmão. Isso estava começando a me deixar puto.
— Para de ser babaca, porra. — Não era possível que fosse necessário falar aquilo tão claramente para meu irmão. Ele era muito idiota! Muito mesmo.
E não sei se pela sua chatice ou pelo festival estar mesmo uma droga, que o resto da noite foi terrível: o local estava abafado, lotado de gente e de crianças. Uma verdadeira droga. Duas em especial, não paravam de chorar e gritar, pareciam perdidas, o que chamou a atenção de [Nome], que foi correndo assustada procurar saber do que se tratava.
— Ai, essas crianças são mesmo uma droga. O mundo seria tão melhor sem elas. — Ran revirou os olhos. Ele detestava crianças, ainda mais choronas como aquelas.
— Nunca foi criança não, seu imbecil? — E novamente, ele se estranhou com Dakota. Enquanto os dois ficavam discutindo sobre gostarem ou não de crianças, [Nome] parecia distraída com as duas meninas que estavam chorando e gritando o nome de um garoto.
— O que foi, queridas? O que aconteceu? — Ela se ajoelhou para ficar na mesma altura das meninas e assim, não assustá-las. Geralmente, as pessoas mais baixas (especialmente crianças!) se intimidavam com [Nome], o que dessa vez, não foi o caso, as meninas pareciam mais calmas ao vê-la, já que foi a única "adulta" em toda aquela multidão que deu atenção para elas.
— A gente se perdeu do mano! Buáááá!!! — Elas começaram a chorar novamente. Ran tapou os ouvidos, ele realmente não suportava crianças.
— Não se preocupem! Vou achar o mano de vocês! Como ele é? Alto? Baixo?
— Ele é igual a genteeee... Buááá!!! — Elas continuaram a chorar, o que dificultou a missão humanitária de [Nome] de encontrar o irmão das garotinhas. Mas ela teve outra ideia...
— Já sei! Sobe no meu colo. — Ela pegou a mais nova no colo, de modo com que ela ficasse mais alta sobre os demais. Ela olhou e olhou até começar a gritar e a apontar para um jovenzinho de cabelos violeta.
— Maninho!!! — Era um adolescente. Rapidamente, foi de encontro com as irmãs, muito aliviado.
— Luna! Mana! Que bom que estão bem!! — Ele correu para abraçá-las. Elas até que eram bem fofinhas. [Nome], como não era lá muito sociável, tentou sair de fininho e deixá-lo com as irmãs, mas logo, virou destaque para o garoto.
— A moça ajudou a gente! Brigado, moça! — A mais nova apontou para [Nome], que ficou meio envergonhada com a exposição. E claro, Ran continuou revirando os olhos para a situação. Nós apenas observamos de longe. Ela era mesmo uma pessoa boa e diferenciada.
O garoto era um adolescente, baixinho, mais baixo do que eu e até aparentava ser mais novo. Ele ficou espantado com [Nome] por alguns instantes. Claro que uma garota tão alta era difícil de se encontrar, mas ele por sua vez ficou encarando-a por tanto tempo que a situação ficou quase constrangedora.
— M-muito o-obrigado. Qual o seu nome, moça?
— [Nome]... Não foi nada. — Ela respondeu, um pouco sem jeito.
— Prazer, eu sou Takashi Mitsuya. Estas são minhas irmãzinhas Luna e Mana. Agradeçam à [Nome], vamos! — Foi engraçadinho ver [Nome] sem jeito com a situação e com os agradecimentos excessivos. — V-você mora por perto? Vem sempre por aqui, acho que nunca te vi... — Ele estava passando uma cantada para ela? Porque aquilo ficou estranho.
— É... Não. Mas moro perto sim.
— Então, [Nome], tá sozinha? É... Quer tomar um... — Uma das irmãs do garoto assoprou "suco" e ele prontamente repetiu — Suco com a gente?
— Ah... Tô com minha irmã e... — Dakota correu para tapar a boca de [Nome], já sabia muito bem o que ela estava pensando.
— Tá nada! Ela quer sim! — Pude ler nos lábios da minha namorada "vai lá! É maior gatinho!". Obviamente, [Nome] ficou sem graça em recusar e aceitou o convite do garoto e de suas irmãs.
— AHN?! Nossa, que garoto ridículo! — Ran começou a se morder de raiva. — Cara feio, baixinho, esquisito! E o que ele viu nela? Ah, só foi por educação mesmo e nem para ele ficar com as pestes das irmãs dele por perto... Odiei ele.
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