Ela quase o enganara, quase, quando o fez passar esse dia juntos, baixando sua guarda ao seu lado, o fazendo sentir coisas que nunca antes havia experimentado. Quase ele voltou acreditar no como aquela menina podia ser doce e meiga.
Mas tudo voltou com supetão quando ele levou um susto ao ver a presença de Hinata descendo a escada. O susto foi tanto que ele derrubou o prato que estava lavando na pia e acabou espirrando água em sua blusa.
A visão era a seguinte. Um anjo descia sua escada, usando somente a sua camisa preta, que refletia tão lindamente naquela pele que parecia brilhar. O cabelo molhado todo jogado para o lado, e os pés descalços completavam a visão.
Aquela blusa ia até a metade das coxas, era claramente grande demais para ela, mas mesmo assim, caia graciosamente sobre seus ombros. Ficando largo sobre o tronco. E Totalmente a vontade para ela. Mas faltava uma peça de roupa ali
- Cadê o short que eu te dei Hinata? – tentei manter a voz o mais imparcial possível. Voltei a visão para a louça. Não deixaria que aquela visão me hipnotizasse. Iria resistir.
-Esse short? – vi pelo canto do olho ela segurar o pano que ela levava na mão – Ele fica grande demais, nem segura na minha cintura.
- Eu pego um outro, qualquer outro. Eu só vou terminar aqui e...
Minha fala foi interrompida quando braços me cercaram. E meu corpo ficou tenso. O cheiro do meu sabonete entrou no meu nariz, e de algum jeito, ele ficava sexy naquela pele.
- Eu não quero um short. Não to com frio – ela falou manhosa como o diabo, e eu pude sentir como ela estava jogando.
Por mais que a frase parecesse ser dita por uma criança, eu sabia muito bem que ela queria me deixar louco com aquilo. E muito fácil conseguia. Porque no momento em que ela me abraçou, senti nas minhas costas o macio dos seus seios. Macios demais, ela não usava nada por baixo da blusa que eu lhe dei. E ela queria que eu soubesse disso. Porque sabia como eu ficaria com essa informação. Louco.
Mas eu estava bem demais para entrar em seus joguinhos, informações demais em minha cabeça, e principalmente com coisas demais para me preocupar para entrar nesse jogo. E ela parecia não estar nem aí para o que eu pensava enquanto largou minhas costas e foi se sentar no banco de pernas cruzadas enquanto me observava terminar a louça.
Ela fazia cara de entediada enquanto observava as unhas, mas eu sabia que era só a cara. Pois eu conhecia muito bem aqueles movimentos sutis para chamar a atenção. Quando trocava o lado da perna bem lentamente, quase que para me fazer olhar para o tesouro que abrigava entre elas. E como puxava o cabelo me mostrando seu pescoço, que estava pedindo por uma mordida. Todos aqueles movimentos eram calculados.
E eles surtiam efeito no meu corpo. Mas eu ainda estava tenso demais, e processando o perigoso beijo de mais cedo. Eu não queria admitir, mas tinha medo de onde aquilo podia nos levar. Viajando sozinho sempre, eu me acostumei a um estilo de vida que não cabia outra pessoa. Não cabia alguém nem na minha mente, quem dirá mais que isso. Estava tudo bem quando eram apenas desejos carnais, mas aquilo, aquilo era diferente.
Eu sabia o que era, não era uma criança inocente, apesar de não ousar dizer. Mas nem por isso estava menos apavorado. Precisava entender e pensar em como proceder. Aquela mulher no balcão tinha um plano de vida, traçado cuidadosamente pelo seu pai, e eu já tinha feito burrada o suficiente para estragar vidas o bastante por onde eu passava. Não me meteria mais nessa. Apesar de ela claramente ter algumas intenções comigo. Intenções que eram tão obscuras quanto os seus cabelos. Eu não fazia ideia do que se passava naquela cabeça. O que ela pensava sobre mim. E aquilo estava me corroendo.
Antes que eu continuasse meu monólogo, a campainha toca. Quando me viro para secar a mão, olho para Hinata, e ela estava descendo do banco para seguir em direção da porta. Nos entreolhamos e ficamos dois segundos parados. Me olhava desafiadora.
- Hinata, não ouse.
Mas foi o suficiente para a tensão se quebrar e ela tentar correr para a porta, e eu, correr atrás dela nos embolando em uma luta que nos fez cair no chão.
Nem pensar que ela abriria a porta vestida assim. Podia até imaginar a cena, dela com uma cara de inocente abrindo a porta e fingindo que tinha esquecido de se vestir. Só para mostrar aquele corpo delicioso a quem estivesse na porta. Mas nem por cima do meu cadáver.
A campainha tocou mais uma vez, e eu a segurei no chão, e tampei aquela boca.
- Que droga, quem é? -gritei pronto para espantar quem quer que fosse dali e xingar até sua ultima geração.
- Vim ver se Hinata está aqui com você ainda – Nos dois paralisamos no chão. Era kakashi. O olhar dela, antes eufórico agora era de puro desespero. Ah minha linda diaba não queria que o seu tutor, e o informante direto de seu pai a visse assim? Pois agora veriam, seria lindo ver a cara dele quando visse Hinata somente com a minha blusa – Não consigo achar um relatório que ela estava fazendo, e eu o preciso para hoje.
Mas tão pouco nós ouvíamos, visto que agora, Ela quem tentava me segurar para não alcançar a porta, desesperada para manter a sua pose para ele, e podia apostar, para seu pai. Ela estaria em maus lençóis se fosse vista assim por ele.
Mas eu estava adorando a ideia. De vê-la desmascarada. Não só isso, mas de mostrar para kakashi como eu e ela éramos íntimos afinal. Mostraria a ele ao vivo e a cores como era minha relação com Hinata.
Eu estava quase alcançando a porta, e Hinata viu que perderia, e seria inútil. Então, adotou outra estratégia. Em um pulo só, me largou e correu subir as escadas. Aquela diaba ia fingir que não estava aqui. Poderia jurar que ela cavaria um túnel para sair de casa antes de admitir que estava ali.
- Sasuke? Ela está ou não está?
Revirei os olhos e fui abrir a porta, esse idiota ainda me pagava.
Abri de supetão e o olhei de cima a baixo.
- Ela está no banheiro. Já vai sair – Falei um pouco alto demais, para mostrar a Hyuga que ela não iria se safar assim tão facilmente, e teria que vir em algum momento.
- Bom, não vai me convidar para entrar?
Esse idiota, não podia dizer que eu o odiava, afinal, ele me ensinou muita coisa, além de ter me tratado muito bem durante muito tempo em que eu não merecia . Não tinha como odiá-lo. Digamos que eu simplesmente não queria que ele se intrometesse em meus assuntos, principalmente nos meus assuntos complicados e que envolviam aquela diaba.
- Tsc – Dei um passo para o lado e dei passagem para que entrasse. Meio a contra gosto apesar de tudo
- Está com uma cara não muito boa Sasuke, o que foi? – mal ele sabe que ele era a causa da minha irritação – Aconteceu algo com Hinata e você aqui que não lhe agradou? - O olhei esperando o que tinha por vir, afinal, conseguia ver os pensamentos se ordenando em sua mente. Até o olhar dele pousar no saco de farinha no balcão – Conta para o seu sensei. Muita Farinha para seu saco é?
Aquilo era demais, eu entendia o que ele estava insinuando, quando abri a boca para responder, Hinata desce as pressas da escada com um pergaminho em suas mãos, e infelizmente, com a roupa dela.
-Kakashi! mil desculpas, estava com ele comigo e nem percebi, aqui está.
Ela se inclinou para a frente estendendo o pedido, mas os olhos de kakashi foram direto a analisa-la. Bingo.
Antes que ela pudesse falar algo, Hinata deu um pulo falando ‘ o forno’ e correu para a cozinha.
Ele a acompanhou com o olhar, ainda confuso e foi a minha chance de contra atacar.
- Eu Acho que ela continua molhada
Sim eu estava falando das roupas, que no desespero ela deve ter pegado elas da secadora ainda sem terminar de secar e as vestido. Fazendo com que elas estivessem úmidas. Mas mais do que isso, kakashi sabia que, assim como ele, eu falava no duplo sentido. E eu sorri vitorioso.
Já Kakashi também sorria, mas diferente, ele me olhava como se me dissesse ‘ tudo bem, eu te aceito como rival, vai ser divertido lutar contra você nesse guerra fria ‘ E eu não desviava o olhar, segurando aquela visão e mostrando que eu não voltaria atrás, naquela agradável guerra sem espadas.
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