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História Insensível. - Capítulo 03. - História escrita por huryohikari - Spirit Fanfics e Histórias
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História Insensível. - Capítulo 03.


Escrita por: huryohikari

Notas do Autor


Olá!
Nunca imaginei que seria terrível ver novamente os episódios de Kuroko no Basket. Mas, essa afirmação apenas está sendo feita porque é extremamente difícil resumir os jogos que acontecem entre eles!! x.x'
Estou me vendo louca, hahahaha. Enfim, bom capítulo. ♥

Capítulo 3 - Capítulo 03.


Com a chegada do terceiro quarto, um impacto foi sentido no centro da quadra: Midorima Shintaro e Akashi Seijuro se encontram cara a cara. A partir desse instante, as circunstâncias se transformariam, restando a incerteza se seria para o bem ou para o mal.

— Eu sabia que faria isso. — Proferiu o camisa 6.

— Vamos, Shintaro. Mostre-me o que sabe fazer. — Rebateu o camisa 4.

É agora. — Hikari assistia ao confronto. — Craque contra craque.

O desfecho não demorou a surgir: Midorima, que estava com a bola, saltara. Tentou marcar um arremesso de três pontos, mas antes que pudesse lançar, Akashi já tinha roubado a bola de basquete. Takao tentou impedi-lo, mas logo estava no chão, vítima de um quebra tornozelo. A execução desse movimento foi de uma precisão incrível.

Lá está a carta na manga. A previsão impecável dos movimentos dos oponentes. O olhar que enxergava para além de táticas, habilidades e do jogo: O Olho do Imperador.

A desigualdade na pontuação aumentou. A escola Rakuzan fazia mais uma cesta, deixando a diferença no placar com vinte pontos a mais do que o oponente.

Parecia não ter fim. E então, o desespero tomou conta da Shutoku.

Em um determinado minuto, Shintaro desabou, pois fora vítima daquela habilidade espantosa executada por Seijuro. Estava desamparado. Seria incapaz de vencer aquela força esmagadora.

Era fraco demais? O que fizera de errado? Por que está tão…

— Quanto tempo cogita ficar sentado aí? — Vociferou Miyaji. — Vou quebrar os seus óculos caso não reaja!

— Ei! — Foi a vez de Kimura falar, ao mesmo tempo que direcionava o seu olhar para a torcida organizada. — Controle-se, é o que está escrito naquele cartaz. Veja! — Os integrantes da torcida os encorajavam.

— Midorima, Takao! — Chamou, Otsubo. — Ainda há tempo. Vocês não podem desistir antes de o jogo acabar, portanto, faremos cestas. Venceremos!

Talvez aquele impulso tenha sido exatamente o que Shintaro precisava. E não apenas ele, mas também Takao, seu companheiro de equipe mais próximo.

Rememoraram os treinos penosos pelos quais passaram. Apesar da severidade dos veteranos, desejavam de todo estar ali. Outros colegas não seriam o bastante e muito menos outro time.

Midorima olhou em direção às arquibancadas e identificou a garota que assistia ao jogo.

Shintaro. — Chamou-o, antes de ele se dirigir à disputa. — Mesmo sem conversarmos por um tempo, percebi algo. — Ela observou os amigos do esverdeado que iam à frente. — Eles confiam em você tanto quanto você confia neles. Não desistiria porque sabe que eles não permitiriam. — Sorriu ao fitar o mais alto de novo. — Gostaria que aquela época boa do ensino fundamental retornasse, mas vejo que para você isso não é preciso. Encontrou um time tão especial quanto o da Teiko.

— Takao. — Levantou, motivado.

— Sim, Shintaro.

— Vamos mostrar a eles o que sabemos fazer.

 

* * * * * *

 

— Existe uma tática que vocês dois podem tentar realizar. — Huryome informou para Takao e Midorima. Faltavam poucos minutos para o jogo começar naquela ocasião.

— Por que somente eles? — Miyaji, ressentido, perguntou. Certamente odiava ser descartado.

— Bem, ao que notei, Takao é quem está mais próximo do Midorima. Ele até o chama de “Shin”.

— Como você define essa proximidade? Pode parecer estranho quando dito de forma tão direta, não é Shin? — Takao brincou cutucando o amigo ao seu lado.

— Takao, cale-se. — Rebateu Midorima imediatamente. — Nunca autorizei esse apelido, é totalmente desaprovado por mim.

Hikari suspirou.

— Eu quis destacar que os dois possuem uma confiança mútua maior. E isso não significa que não confiem nos colegas restantes, no entanto, em uma estratégia onde a imprevisibilidade precisa estar presente, Midorima prefere acreditar em Takao para executá-la.

— Imprevisibilidade? — O moreno indagou. — Como assim?

— E você diz ser o cérebro da equipe? — Ironicamente, Kiyoshi o analisou.

— Impedir Akashi de antecipar os movimentos instantaneamente. — Shintaro havia compreendido.

— Exatamente. — Validou a menina.

— Como assim antecipar?

— Takao, silêncio. Apenas escute.

 

* * * * * *

 

O tempo voa, porém, Kazunari segue garantindo a posse da bola. Ele arrisca ser penalizado por retardar o jogo, ficando imóvel, no entanto, ele aguardaria mesmo assim. A ocasião precisa ser perfeita. Por um breve momento, ele encontra o olhar de Midorima.

“— Eu queria destacar que os dois possuem uma confiança mútua maior”. Isso era real. O moreno jamais deixaria de confiar no amigo. Durante todos os treinos, ele sempre se impressionava: o rapaz de cabelos verdes ficava até tarde, praticava arremessos um atrás do outro, e ele sabia que precisava acompanhá-lo de alguma maneira.

Shintaro percebia ser observado. Certa vez, chegou a questionar o motivo disso, pois pensava ser uma forma de competição, que o outro queria apenas mostrar que conseguia ser superior ao integrante da "Geração Milagrosa"

“— Eu só queria que você me reconhecesse.”, respondeu Takao. “— Apesar daquela derrota para você no ensino fundamental, somos do mesmo time agora. Não há por que ser hostil, não é? Algum dia, mandarei um passe que impressionará até você!”

4, 3, 2… passavam os segundos.

É agora.

O ás da Shutoku se preparou para o arremesso, saltando antes mesmo de possuir a bola. Akashi, seu marcador, ficou surpreso com a inesperada decisão do jogador.

O atirador precisava confiar não apenas em si, mas em toda sua equipe e, especialmente, em Takao. O número 10 rapidamente compreendeu, transmitindo a bola com extrema precisão. Uma nova jogada se iniciou.

O capitão do Rakuzan não podia alcançar para bloquear e não possuía a velocidade necessária naquele instante. Às vezes, a imprevisibilidade é uma vantagem.

Quando a bola foi arremessada em direção à cesta, não houve hesitação. O placar registrou três pontos.

Funcionou! — Hikari estava transbordando de felicidade.

A confiança da equipe de uniforme laranja retornou, e a discrepância de pontos está diminuindo. Midorima está demonstrando um potencial que não pôde exibir na Teiko.

Akashi pega a bola e é mais uma vez ele contra Shintaro. Apesar da convicção, o mais alto cai, pois o de cabelos rosados usou sua habilidade indispensável. Todavia, não imaginava que Midorima levantaria com o anseio de vencê-lo, e o bloquearia antes que ele conseguisse marcar. A sobra ficou com Takao e, combinando o movimento com o esverdeado, marcaram novamente.

O sossego de Seijuro se dissipou. Esse movimento é certamente atual, entretanto, foi planejado muito antes do jogo iniciar, pois só poderia ser executado se tivessem, no mínimo, metade da certeza de que seria eficaz. O fato de ele ter presenciado o time da Shutoku bloqueando alguns de seus passes, como se conhecessem mínimos detalhes do seu jogo, igualmente o deixou intrigado.

Não que Midorima não soubesse o suficiente sobre ele, mas havia algo além. Algo que cheirava a passado.

— Está dando certo, Shin! — Cumprimentou, aproximando-se do colega.

— Já disse para não me chamar assim, Takao. É íntimo demais.

— Nem nessa partida? — O riso frouxo escapava pelos lábios. — Deveríamos ao menos agradecer pela ajuda da menina que você queria expulsar, não acha?

— Talvez. — Pigarreou, mas não deixou de fitar o espaço onde ela estava. De certa forma, expressou gratidão, mesmo sem reconhecer.

— De nada, Midorima. — Sussurrou a jovem, com um sorriso radiante.

Num piscar de olhos, toda a alegria desapareceu. Seijuro acompanhou o olhar de Midorima e então a reconheceu.

O rosto dela mudou completamente, assumindo uma expressão totalmente séria, quando seus olhos azuis cruzaram com aqueles olhos frios. Fazia tempo desde o último encontro deles, e aquele momento pareceu se estender por uma eternidade. Seu coração acelerou abruptamente.

Após revê-la, ele sorriu, indiferente. Não era algo que cheirava a passado, mas sim alguém.

 

* * * * * *

 

A escola Rakuzan encontra-se em um estado de agitação total. O feito da Shutoku em alcançá-los no placar e estar a apenas uma cesta da virada não os agradava. Porém, o seu líder parecia ser o único a estar tranquilo, exibindo um sorriso confiante até demais.

Akashi agora tinha consciência de que a garota de cabelo azul-marinho estava presente e notou também que havia um pouco dela no jogo da Shutoku.

— Shintaro. — Pronunciou.

Midorima notou uma mudança no timbre de voz dele.

— Você precisou se unir a Huryome para tentar me vencer? Estou desapontado. — Os olhos de cores diferentes o encararam.

— Estou jogando por mim mesmo, Akashi. Por mim, e pelo meu time. — Retrucou após pensar. — Ele descobriu a presença dela. Até que ponto isso é ruim?

— Entendi. Mas saiba que não há nada que possa me impedir. Nem você, nem sua equipe, e muito menos ela.

Inesperadamente, o estádio silenciou. Seijuro arremessou na própria cesta e marcou contra. Por quê?

Ele… Ele fez de propósito. — Observou, a menina. — Mas…

O capitão pôs-se a falar com o seu time e eles captaram a mensagem nas entrelinhas daquele ato. Quem estava por perto pôde ouvir claramente: ele está se culpando.

Caso perdessem, seria devido à cesta que ele fez, dando um ponto de graça e, na opinião dele, glorificando o adversário.

Com um sorriso aparentemente amigável, porém carregado de frieza, suas últimas palavras foram: “— Não podemos perder com vocês no time.

 

* * * * * *

 

Ao reiniciar da partida, os integrantes do time da escola vestidos de branco voltaram à ativa. Os movimentos impecáveis, estratégias bem executadas, arremessos precisos. A Shutoku parecia estar em seu auge, mas a Rakuzan se recuperava, conseguindo contê-los com eficácia.

A responsabilidade estava nas mãos de Midorima e Takao. Antes que pudessem planejar, Akashi interrompeu:

— Infelizmente, este jogo já está encerrado. Shintaro, — Ele encarou os olhos verdes com firmeza. — Você não terá mais a oportunidade de tocar na bola novamente. Seu erro foi acreditar que se unir a alguém que conhece um pouco das minhas habilidades poderia te beneficiar. Contudo, isso está prestes a mudar.

— Isso é impossível, Akashi. Nem mesmo o seu Olho do Imperador consegue parar nossos arremessos. — Midorima retrucou.

— A altura é um fato crucial no basquete, sem dúvida. À primeira vista, pode parecer que não consigo impedir você. Mas, eu vou lhe dizer novamente: eu sou absoluto. Prevejo tudo o que está por vir e posso identificar precisamente os pontos fracos desse novo movimento. — Ele disse, um sorriso sombrio brincando em seus lábios.

O tempo continuava o seu curso, mas parecia se arrastar incrivelmente devagar.

Takao trocou um único olhar com Midorima. Ambos sabiam o que precisava ser feito. Era hora de arriscar, de apostar tudo. Shintaro saltou, preparou-se para o arremesso e só faltava a bola para marcar os pontos necessários, por ele, pelo seu time, por Takao e, até mesmo, por Huryome.

Então, o moreno lançou a bola com precisão, seguindo a trajetória e a velocidade corretas. Todavia, Akashi os interrompeu. Todos ficaram surpresos demais para reagir.

— Eu já falei. Eu sou absoluto. — Proclamou e, em seguida, pontuou.

O atual movimento tinha um defeito: Midorima era canhoto e só poderia receber a bola pelo lado esquerdo. O arremesso continuava o mesmo, com a diferença de que Shintaro saltava antes de receber a bola. Seijuro conseguia prever o tempo e o trajeto com assombrosa facilidade, sem precisar usar toda a habilidade do seu olho. Ele tinha o jogo nas mãos desde o primeiro instante. Mesmo diante da inesperada movimentação de Midorima, ele lidou com facilidade, analisando e neutralizando suas jogadas.

— Você me surpreendeu, mas não do jeito que eu esperava. — Sorriu, triunfante. — Uma estratégia só é eficaz quando é planejada sem o conhecimento adversário. — Seus olhos gélidos encararam o maior. — E eu não só conheço suas táticas, Shintaro, como também sei dos truques daquela garota.

Shintaro… — Ela sentiu a desesperança tomar conta dela. Sabia que não havia mais o que fazer.

Mesmo com a torcida clamando por uma reação da escola Shutoku, os jogadores apresentavam sinais de desânimo e fadiga.

O camisa 6 tentou, pela última vez, mas caiu, por consequência de um quebra tornozelo. Era tarde demais e eles teriam que aceitar aquilo.

Akashi fez a última cesta.

— Durmam, reis veteranos.

As últimas palavras que Shintaro escutou foram aquelas quando testemunhou a queda do fracasso diante de seus olhos.

 

* * * * * *

 

A competição havia acabado, bem como a esperança de Midorima, do restante do time e de Hikari. Foi um grande equívoco acreditar que poderia ajudar, subestimando a habilidade de Akashi. Uma mistura de decepção, tristeza e constrangimento tomou conta de alguns, que deixaram o choro verter pelos rostos exauridos.

Os atletas estavam reunidos no centro da quadra pela última vez naquele dia. Trocaram agradecimentos pelo jogo intenso que tiveram, porém, havia em cada olhar a sensação de não terem sido ou feito o bastante.

— Akashi. — Mesmo relutante em admitir a derrota, Midorima sabia que era necessário. Estendeu a mão para cumprimentar o rival. — Perdemos desta vez, mas na próxima com certeza sairemos vitoriosos.

O jovem de cabelos rosados fitou-o por um instante.

— Queria te agradecer, Shintaro. Há muito tempo não jogava uma partida emocionante. Mas, infelizmente, não posso apertar a sua mão. Para vencer, é preciso ser impiedoso. Vencer é tudo e quero permanecer sendo o seu inimigo. — Concluiu.

— Compreendo. Akashi, você realmente não mudou nada. — Ele sussurrou surpreso enquanto recolhia a mão. — Mas, ainda assim, venceremos em um futuro confronto.

O capitão da Rakuzan simplesmente sorriu.

— Desafio aceito. — Seijuro o encarou pela última vez antes de retornar ao seu time. De relance, ele olhou na direção da pessoa que tentou derrotá-lo com a Shutoku, mesmo que indiretamente.

Os olhares de ambos se encontraram outra vez.

Um olhar impiedoso cobria um olhar amedrontado. Nada mudara. Ela havia saído da Teiko com um vazio profundo e retornou com o mesmo sentimento, agora ainda mais intenso.

Naquele momento, tudo o que ela conseguiu fazer foi se lamentar, acreditando que apenas um pouco de fé seria o suficiente para alcançar seu objetivo. No entanto, Akashi permaneceu impassível. Seu olhar não resistiu e ela finalmente admitiu sua fraqueza diante dele.

Em seguida, deu meia-volta e partiu daquele lugar.



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