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História Insuficiente (ABO) - Visceral - História escrita por IchygoChan - Spirit Fanfics e Histórias
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História Insuficiente (ABO) - Visceral


Escrita por: IchygoChan

Notas do Autor


Oi amores, como estamos? Só vim deixar mais um capítulo para mexer com o coração de vocês e já vou me retirar para betar outras fics. Amém!

Capítulo 21 - Visceral


Fanfic / Fanfiction Insuficiente (ABO) - Visceral

Ninguém entendeu ao certo o que aconteceu ou as motivações que levaram Hisoka ao hospital, surpreendendo-se com a sua chegada inesperada, mas ele chegou como se fosse um furacão, arrastando consigo os profissionais que escolhia a dedo, além é claro dos médicos responsáveis pelo caso, levando-os para a sala de cirurgia enquanto dava ordens dos mais variados tons, liberando a presença para forçá-los a se movimentarem depressa. 

Não trocou mais do que um olhar rápido com o filho assim que o encontrou no corredor, virando o rosto na direção contrária enquanto falava com os enfermeiros e demais médicos que circulavam ao seu redor com os olhos brilhantes e entusiastas, como se fossem mais uma vez meros e estudantes, fãs alucinados em derredor de uma celebridade, anotando tudo o que ele falava sem pestanejar, murmurando em concordância.  

Em menos de vinte minutos estava no centro cirúrgico, conduzindo a operação, sem nem mesmo respirar tamanha sua concentração em trabalhar sua individualidade na tentativa de regenerar o pouco que havia sobrado no tórax dilacerado de Bakugou. O estrago havia sido realmente catastrófico e era um milagre ele ter suportado por tanto tempo sem que os órgãos sucumbissem, ainda resistindo a uma cirurgia daquele porte.  

Contudo Hisoka se surpreendeu quando em dado momento da cirurgia, após o trazerem de volta depois da segunda parada cardiorrespiratória, quando ele entreabriu os olhos, encarando-o com o semblante severo. Ele deveria estar fraco, sucumbindo a violência a qual aquela cirurgia delicada expunha seu organismo, quase morto, mas ali estava ele, encarando-o e aquele simples ato, tão surpreendente e improvável devido a quantidade de sedativos em sua corrente sanguínea, era quase como um recado silencioso de que ele não deixaria de assombrá-lo tão cedo, que permaneceria ali, perturbando-o com sua existência, algo que Hisoka teria de aceitar, tendo o agravante de ter contribuído para aquele infortúnio.

O pensamento o fez sorrir por debaixo da máscara. Por mais que detestasse aquele alfa por ter tirado dele seu filho unigênito não podia negar que ele tinha garra e muita disposição para continuar a viver apesar dos percalços. 

— Achou mesmo que eu ia deixá-lo morrer? — indagou-o nos olhos, recebendo um novo instrumento das mãos de uma das enfermeiras — Não se iluda, eu vim apenas garantir que você não quebre mais a promessa que fez quando levou meu filho embora, de não deixá-lo desamparado e me atormentar com a sua presença — disse atento ao que estava fazendo — Se morrer não poderá fazer nenhuma das duas coisas, então não ouse. Você não tem permissão para morrer depois de tudo o que prometeu e fez. 

*********

Dopado, Eijiro ainda tentava processar a imagem do seu pai no hospital, caminhando junto a equipe médica que estava cuidando do caso de Bakugou enquanto dava instruções. Tudo o que ele lhe dedicou foi um único olhar, e pela primeira vez não detectou ali o mesmo asco e superioridade de sempre, ainda que não tivesse também indícios de amor e empatia. Fora um olhar analítico e despido, sem nenhum sentimento adicional, ainda assim inédito para o ômega tão acostumado a frieza e aversão. 

Era surreal saber que, mesmo depois de tudo, ele estava ali, conduzindo a cirurgia que se negara veementemente a realizar como se não tivessem discutido horas antes. Não queria se apegar a falsas esperanças de que por ventura ele quisesse se redimir, mas sentia que talvez ele tivesse se arrependido. Soava meio estúpido, ainda mais vindo de uma pessoa orgulhosa e cheia de pompa como Hisoka, cujo único objetivo parecia ser sempre o de manter a imagem impecável de médico exemplar, mas não tão absurdo quanto ele ter cedido ao corresponder a necessidade do único filho que amaldiçoava por ter se voltado contra si. Se não tivesse visto com os próprios olhos não teria acreditado. 

Todo o procedimento durou quase oito horas e a espera extenuante deixou a todos cansados, aflitos e irritados, mas nenhum deles abandonou seu posto, aguardando notícias que chegaram junto ao raiar do sol, proferidas pelos lábios de um dos médicos que acompanhou o caso de Bakugou desde o começo.  

— Kirishima Eijiro, trago notícias sobre o estado de saúde de seu alfa. 

O coração do ômega apertou com aquela fala, temendo notícias macabras. Ergueu-se do banco de um pulo, sem se importar com o incômodo de ter ficado tantas horas sentado, ansioso pelo fim daquele pesadelo. 

— Como ele está? 

—  A salvo. O doutor Hisoka foi quem conduziu a cirurgia, mas ele pediu para que eu os informasse sobre o quadro de saúde de Bakugou Katsuki, que é estável. Graças a perícia e habilidade do doutor Hisoka os tecidos danificados dos órgãos vitais foram restaurados. Obviamente ele terá que se afastar do trabalho por um tempo para se recuperar, pois mesmo que seja uma cirurgia restauradora, ela não consegue restituir cem por cento da saúde do paciente sem os devidos cuidados, mas é algo que poderá ser feito em casa, com acompanhamento. — observava a ficha, relatando mais detalhes — O doutor Hisoka também restaurou parte da espinha dorsal dele que havia ficado destruída com o golpe, o que garantirá que ele não perca a função dos membros inferiores ou superiores, mas o manterá um tanto debilitado por um tempo. O resto das informações serão dadas assim que tivermos uma noção mais ampla de como como ele está se recuperando. 

Aliviado e tomado pela emoção, Eijiro apertou a mão do médico, verdadeiramente grato, recebendo o abraço dos sogros que haviam se levantado e choravam aliviados.

— Obrigado por salvarem ele.

— Agradeça ao doutor Hisoka, ele quem conseguiu salvá-lo de verdade.— seu olhar era de puro fascínio enquanto recordava da cirurgia — Um verdadeiro gênio, sem dúvida. 

Por ironia ele vinha se aproximando no mesmo momento, encarando o relógio de pulso com o semblante cansado enquanto resmungava. Assim que ergueu a cabeça e viu o filho novamente fingiu não vê-lo, passando por ele sem parar ou mesmo lhe dirigir uma só palavra, como se ele não existisse. 

Contudo, Eijiro se adiantou, seguindo-o até que ele parasse entregando o crachá na recepção. 

— Eu não sei porque fez isso, pai, mas obrigado. — pronunciou as palavras sem jeito, em um tom de voz baixo e verdadeiramente grato.

Hisoka parou o que estava fazendo, levantando a cabeça e olhando para o teto enquanto suspirava. Não chegou a se virar para fitar o filho. 

— Não fiz por você ou por ele, não confunda as coisas. 

Eijiro não se importou com a fala aparentemente desinteressada, certo de que era o mais próximo possível que seu pai chegaria de uma demonstração de afeto. Não havia necessidade de ser diferente, afinal. Ele não mudaria, mas o simples fato de ter cedido e o ajudado era uma prova de amor. Sem conseguir se conter e agindo por pura impulsividade, abraçou-o por trás, chorando agradecido. 

— Obrigado, pai, por tudo... — apertou-o mesmo que não recebesse nenhuma indicação de que ele ia corresponder — Me desculpe por tudo o que lhe disse, por não ser o filho que queria que eu fosse, e me suportar mesmo eu sendo uma vergonha para você. Eu te amo, obrigado por dar a minha família uma chance. 

O alfa ficou paralisado por certo tempo, sem nada falar ou fazer, apenas abaixando o rosto e o cobrindo com a palma da mão. Foi uma surpresa para Eijiro sentir o tronco do pai trepidar levemente. Nunca em toda a sua vida havia o visto chorar estando ébrio, e tentou não olhar, ciente de que ele se ofenderia se o fizesse. Mais surpreendente ainda foi soltá-lo enquanto olhava para o chão e sentir a mão dele sobre sua cabeça, acarinhando-o em silêncio por um breve momento. Nesse momento criou coragem para olhar nos olhos dele. 

Pela primeira vez seu pai o olhava como um igual e isso mexeu com seu coração.

— Cuide para que aquele idiota cumpra a promessa dele dessa vez. 

Sem mais nada a dizer ele se virou, retirando-se mais uma vez da vida de Eijiro, dessa vez deixando algo mais que tristeza, inferioridade e ofensas ou um coração partido.

Deixou esperança.


Notas Finais


Amores, espero ter compensado um pouco a demora, vou fazer o máximo para responder os comentários


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