-Senhorita Evgenyia? -ouvi quando ia saindo da sala, parei, e olhei a professora, ela sorriu olhando as outras alunas saírem -eu preciso dizer, você foi incrível -sorri -mostrou confiança e explicou tudo tão bem.. estou feliz com essa evolução, continue assim, se precisar de algo, fale comigo, tudo bem? -alisou meu braço e se afastou ao me ver assentir, suspirei e sorri comigo mesma apertando minha coisas contra o peito, sai da sala indo rumo a próxima
-Hey -ouvi, me virei e dei de cara com Normani -estou orgulhosa -sorriu e fiquei sem jeito -vi a senhora Martin falando com você -assenti -ela é uma boa professora, uma das minhas preferidas -sorri -aposto que ela adorou ver como enfrentou tudo e apresentou o trabalho -suspirei
-Mani, eu não..
-Eu sei, ok? É meio louco, eu quase não dormi pensando em tudo isso, mas.. ainda é você, ainda é normal, comum, minha amiga que nunca apresentou um trabalho, agora temos respostas mas.. ainda sim foi um grande passo -assenti e a abracei.. era por isso, era por isso que eu não quero mentiras, ela me entende, ela sempre está do meu lado, sempre buscando me entender..
-Obrigada Mani -digo e ela sorriu -vamos antes que nos atrasamos -ela riu assentindo e me puxando pelo corredor com o braço enlaçado ao meu
Point of view Mercedes Cabello -especial
Olhei a lua minguante e suspirei, já era hora, olhei o fogo da fogueira em meio a floresta onde estávamos e sabia que ela havia chegado, o vento alvoroçado me confirmou sua presença, apenas a aguardei, os tambores eram batidos suave e no mesmo ritmo, então em meio as árvores a vi, um lobo de cada lado, eu admirava seu jeito, tão jovem e tão poderosa, o peso que ela carrega nos ombros de uma geração inteira, o poder renascentista, a herança.. ela se aproximou, sorriu me fazendo sorrir, ela se curvou para mim, como sempre fazia, estendi as mãos e ela colocou as suas, puxei o ar sendo tomada por seu poder, seus olhos fixaram no céu estrelado acima de nós e seu globo ocular ficou todo branco, então logo fui puxada e comecei a ver o que ela via..
Era um coelho branco, na floresta verde, colorida de flores e frutos, então a visão foca em um predador, um coiote estranho, tudo escurece, a floresta fica podre, sem cores e sem vida, apenas o coelho branco comendo um ramo verde, o predador chegava mais perto a cada passo, seu olhar maligno, o coelho despreocupado sem notar o que estava por vir, inocente até, eu diria, mais predadores o rodeiam naquela floresta, vários coiotes magros, estranhos, de pelagem descuidada, então um coelho negro surge ao lado do branco, porém ainda presos, encurralados, eram assim que estavam, e pela quantidade de predadores era certo, os pequenos coelhos não tinham chance, o coelho negros mexeu suas orelhas e então o branco fica de pé, sobre duas patas, um dos predadores se adianta e pula sobre o coelho negro, o coelho branco então toma conhecimento do perigo e fica em quatro patas novamente, uma áurea enevoada os toma, uma ventania começa, o coelho branco apenas olhava o negro que mexia suas orelhas e lambia seu próprio pelo, o predador de pelagem cinza tentava abocanha-lo, de repente, como uma explosão tudo muda novamente, ficando verde e a floresta com frutos e flores volta, o coelho branco deita no chão e o negro vai até ele, se deitando sobre o mesmo, ouço um uivo e quando a visão foca nos animais não eram mais coelhos, eram aves, um corvo e uma pomba branca, ambos voaram em círculos e se uniram no ar, sumindo, como fumaça, senti-me voltando e nossas mãos se soltam como se uma voltagem elétrica tivesse caído em nossos dedos afastando-nos com rapidez, então caio de joelhos no chão, ofegante, de boca seca e coração acelerado..
-foi por isso que voltei, descobriram nosso Blanchett, e vão querer pegá-lo, a todo custo, Mercedes -assenti entendendo o porque de tudo desde a primeira vez que Lauren veio as minhas terras, o destino, a ligação, o sacrifício.. mesmo sem saber que o que fizeram na lua cheia foi de fato um -é chegado a hora, o confronto da profecia, temos que trazer esse Blanchett para cá -me levantei e mirei a mulher a minha frente
-Lauren.. a híbrido Blanchett, destinada a Camila, não está madura o suficiente.. mas ela tem a minha benção, sakima me usou para marcá-la -a jovem me olhou surpresa, mas sorriu assentindo
-mesmo ela inocente e imatura, despreocupada e alheia ao perigo, como na visão, não vê o poder que ela trará ao nosso clã? Cabello será ainda mais forte e poderoso, a Blanchett tem o sangue raro, você sabe, ela é única, nem mesmo uma flecha lançada, como gostavam de nos atacar, irá atravessar seu peito, e mesmo que atravesse, ela não morrerá.. a garota alpha vai mudar história, Mercedes, Karla a iluminará e a fará seguir corretamente..
-Eu ainda temo, por elas, agora que ela tem entendido tudo, e ainda sim ela não usa os poderes como somos capazes de usar e controlar -a mulher de cabelos claros a minha frente ergueu os braços e uma ventania se fez, relâmpagos cortaram o céu que a minutos estava limpo e estrelado, ela sorriu olhando pra cima, aqui e ao meu lado, ela tinha ainda mais poder, controle e eu adorava o fato de tê-la aqui, como uma filha, e com isso entendi que o controle que a menina precisava, aqui em nossas terras ela teria
-façam a consagração, Mercedes, ela passou o cio com nossa menina alpha, mesmo que mínimo há DNA Cabello em seu corpo, tudo que precisamos é da consagração com o clã na lua de sangue.
…
Point of view Karla Camila Cabello
Dois dias depois
Estava em meu quarto, não me sentia bem, dois dias que eu não falo com Lauren, ela estava me evitando, estava chateada e eu não sabia o que fazer, me sentia como se.. estivesse me desidratando, ter algo esplêndido na sua vida como tive Lauren e ter isso arrancado, por culpa minha, me faz adoecer.. e como literalmente adoecer, amanheci com febre, não a febre comum do meu corpo quente, não a febre que senti pela primeira vez quando me transformei, uma febre forte, uma febre no corpo e na alma.. eu estava indisposta, sentia minha boca seca.. e estava sozinha, Shell colocou um pano molhado em minha testa e disse que daria um jeito, então se foi.. estava suando, meu corpo extremamente quente, minha respiração pesada, difícil, estava quase apagado quando ouvi batidas na porta.. a mesma se abriu e suspirei aliviada, mama.. ela veio até mim e riu negando
-como pode ser tão igual ao seu pai? Você pisou na bola, meu amor -disse acariciando meus cabelos, a olhei de canto -mas eu não vou julgar você -riu e passou aquele pano por meu rosto, batimentos cardíacos vieram ao meus ouvidos, minha respiração começou se normalizar e sentia meu corpo esfriando.. mama sorria de lado me olhando e passando o pano por meu rosto, senti a presença dela na porta, respirei fundo enchendo meus pulmões com seu cheiro e sorri de lado -parece ainda mais forte -ouvi e foquei em minha mãe que me olhava maravilhada, ela riu incrédula -sente-se -me sentei, sem dor.. mas ainda indisposta e meio mole, ela me deu água e tomei tudo, a porta se abriu e a vi.. de costas fechando a mesma, os cabelos brancos sedosos, o uniforme bem passado, as meias.. sorri, uma sempre mais embolada que a outra e os sapatos, ela se virou e me olhou, meu coração acelerou, então ela sorriu e caminhou até mim, olhou mama quando parou frente a minha cama e mama sorriu apontando com a cabeça, ela se sentou e me olhou, riu negando e delicadamente puxou meu rosto beijando meus lábios, a leveza, que saudade.. suguei seu lábio e ela riu afastando, não deixei, a puxei a abraçando.. o calor do seu corpo, seu cheiro pertinho, senti seu carinho em minhas costas e em meus cabelos.. meus olhos arderam
-me desculpe, Lauren -murmuro e a encarei, uma lágrima desceu por meu rosto -eu não posso confiar, me desculpa, eu só agi como sempre me mandaram agir mas tudo bem você ter confiado nela -Lauren apenas me olhava -há tanta coisa..
-Camila estava falando comigo sobre algo e eu apoio total, Lauren -mama me cortou, a olhei e ela apenas negou discretamente e olhou Lauren -há um feriado vindo e eu queria as duas em casa, seus pais vão, apenas disseram que se você concordar em ir, tudo bem pra eles -ela me olhou e eu sorri, como se aquela ideia realmente tivesse sido minha
-quer isso? -assenti para seu sussurro -ainda estou chateada pelo que fez comigo -suspirei e beijei sua testa
-Por isso mesmo.. quero conversar melhor com você, e em casa é bom, hum? Um tempo só nosso, com privacidade -ela sorriu corada -podemos fazer tanta coisa -digo e ela riu
-Certo, eu vou.. Shell me disse que lá tem uma cachoeira e eu quero ir até lá -rimos
-ótimo.. -disse mama -e bom, Lauren.. quero que conheça uma pessoa também, é importante -disse, franzi o cenho a olhando
-quem? -pergunto confusa e mama sorri
-Allyson
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