handporn.net
História Intrínseco - Capítulo dezessete - O tal do Amor. - História escrita por toppangel - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Intrínseco >
  3. Capítulo dezessete - O tal do Amor.

História Intrínseco - Capítulo dezessete - O tal do Amor.


Escrita por: toppangel

Notas do Autor


06/11/2018: Capítulo alterado para que a fanfic se enquadre nas regras do site. Podem me chamar nas outras redes sociais ou por mensagem para maiores explicações.

Capítulo 17 - Capítulo dezessete - O tal do Amor.


Yoongi se mexeu e esticou os braços tentando se espreguiçar, porém sentiu algo se mexer contra seu corpo e um resmungo ecoara por seus ouvidos. Ao lembrar-se da noite anterior e o porquê daquele peso, um sorriso brotara em seus lábios. Não precisava abrir os olhos para saber que era Hoseok quem estava se agarrando em seu corpo para evitar cair daquela cama minúscula enquanto murmurava coisas desconexas. Aproveitando que provavelmente era cedo demais, Yoongi envolveu a cintura do mais novo com os braços e puxou-o para mais perto de si, enterrando o rosto na curva de seu pescoço em seguida. Poderia dizer que nunca, em seus dezoito anos de vida, experimentara sensação mais gostosa que aquela. O corpo de Hoseok era tão quentinho, tão acolhedor. Era simplesmente maravilhoso estar grudado a ele daquela forma, em plena manhã preguiçosa de um sábado qualquer. Se pudesse, ficaria ali para sempre.

Hoseok abriu os olhos devagar, um tanto confuso; os braços de Yoongi o apertavam com tanta força, quase como se ele fosse um ursinho, e isso fazia com que seus corpos ficassem completamente entrelaçados. Estava quase impossível de saber onde começava suas pernas e onde começavam as do mais velho, não que se importasse mas não esperava acordar daquela forma. Achava que Yoongi era do tipo que dormia a noite inteira encolhidinho, parecendo um bebê. Mas na verdade, não;  era tão bagunceiro quanto ele próprio, ficaram a noite inteira sentido as pernas e braços se baterem e a única solução fora aquela: agarrarem-se para que pudessem ficar na cama sem cair. Mas Yoongi decidira simplesmente puxá-lo mais e enterrar o rosto em seu pescoço, aquilo fizera com que Hoseok despertasse no mesmo momento. Era um tanto quanto… Estranho — ao mesmo tempo que maravilhoso — sentir uma respiração quentinha batendo contra seu pescoço, que era  ponto sensível.

— Bom dia — Hoseok sussurrou enquanto coçava os olhos e tentava sair do aperto de Yoongi.

— Dia — respondeu baixinho, ainda contra o pescoço do mais novo.

Aquilo era perturbador. Simples assim. Hoseok deixara claro, enquanto conversavam no meio da noite, que seu pescoço era a parte em que ele mais sentia… Coisas, que nem mesmo ele sabia explicar direito, e ter a boca ou nariz ou qualquer coisa de Yoongi tocando-o ali o deixava um tanto fora de si. E parecia que seu hyung absorvera somente essa parte de tudo o que conversaram, porque tudo bem, era óbvio que Yoongi faria algo assim de qualquer forma quando acordasse, mas seria com menos intensidade caso Hoseok não tivesse falado que seu maior ponto fraco era o maldito pescoço.

Aquele simples sussurro ao dizer apenas uma palavrinha fora o suficiente para que os lábios de Yoongi roçasse em seu pescoço levemente, enquanto sua respiração calma continuava ali; indo e vindo, quentinha, apenas arrepiando-o mais a cada segundo.

Hoseok já não sabia mais o que dizer ou fazer para que ele saísse dali, só queria leventar de uma vez por todas e se separar de Yoongi. Não seria legal se alguém decidisse bater na porta de seu quarto e os pegassem daquele jeito, assim como não seria legal se ele perdesse o controle e deixasse seu corpo agir da forma que realmente queria; jogando-se sobre Yoongi e atacando seus lábios enquanto suas mãos curiosas exploravam seu corpo.

Embora fosse exatamente isso que quisesse.

— Yoongi… — Hoseok chamou de forma manhosa, implorando mentalmente para que o mais velho simplesmente se afastasse e o deixasse levantar. — Vamos tomar café, huh?

— Não quero, obrigado — ele respondeu e Hoseok fora capaz de sentir seus lábios se movimentarem novamente, mas não somente pela frase dita; o desgraçado estava sorrindo só por vê-lo tão vulnerável daquele jeito, em plena manhã. Estava adorando vê-lo se arrepiar mais a cada segundo e, deliciando-se ainda mais com iso, decidira provocar mais um bocado. Devagar, fora arrastando os lábios por todo o pescoço do mais novo, fazendo-o fechar os olhos e soltar um suspiro, rendendo-se de uma vez por todas. Naquele momento ficara claro que quanto mais fingisse resistir e tentasse se afastar, Yoongi daria um jeito de fazê-lo desistir daquela ideia.

Os lábios de Yoongi passearem pelo pescoço, queixo,  rosto e orelha de Hoseok, sempre indo e voltando devagar, arrepiando-o completamente. Quando suas bocas se aproximaram o suficiente para um beijo, Yoongi soltou o corpo do mais novo e se sentou na cama, jogando os braços para o alto.

— Onde fica o banheiro, Seokie?

 

***

 

Namjoon coçou a nuca pela milésima vez, enquanto continuava parado em frente à casa de Hoseok. Ele poderia simplesmente tocar a campainha e dizer que queria ver o amigo, caso o senhor ou a senhora Jung abrisse a porta, mas ficaria claro que seria uma grande mentira. Grande mesmo. Ele não estava sabendo disfarçar mais o interesse em Jieun, sua noona, a irmã de seu amigo. Era um tanto quanto estranho porque normalmente os irmãos não apoiavam aquele tipo de relacionamento, mesmo que fossem mais novos. Mas ali estava Hoseok surpreendendo-o de novo e apoiando aquele… Romance, o que o deixava completamente feliz porque era daquilo que ele precisava para ter coragem o suficiente para dizer à ela o que estava sentindo. Não que fosse algo grandioso demais, talvez fosse somente um encanto, uma paixonite adolescente, mas mesmo assim não estava tendo a coragem que precisava para dizer aquilo. Até porque sabia que a garota ia embora naquela noite.

Naquela maldita noite.

Por isso estava ali, às nove da manhã de um sábado, em frente a casa de sua noona. Só queria vê-la, aproveitá-la por algumas horas antes que ela fosse embora de vez. Hoseok dizia que ela voltaria ou que talvez sequer partiria e daria um jeito de se transferir para a Coréia, mas a própria já cansara de deixar óbvio de que iria voltar e fazer pelo menos mais um semestre no exterior.

Após soltar um suspiro, tocou a campainha de uma vez por todas. Antes que pudesse apertar uma segunda vez para que pelo menos Hoseok acordasse de uma vez e pudesse se desculpar, a porta se abriu revelando uma Jieun de cabelos soltos, um tanto desgrenhados, e rosto corado como se tivesse corrido para chegar até ali. Ela tinha um sorriso leve nos lábios, como se já soubesse quem encontraria do lado de fora; afinal, quem mais iria até sua casa àquela hora sem medo de incomodar?

Sim, somente Kim Namjoon.

— Bom dia — ela murmurou abrindo mais o sorriso e dando um espaço para que ele adentrasse a casa já tão conhecida.

— Bom dia — respondeu um tanto sem jeito. — Te acordei?

— Não — Jieun fechou a porta e virou-se para o mais novo, aproximando-se em seguida. — Estava preparando o café e quando você tocou a campainha, eu estava com as mãos ocupadas e um tanto sujas, então tive que…

A frase de Jieun  fora cortada pelos lábios de Namjoon grudando-se aos seus. Ela tinha a mesma mania do irmão: falar sem parar em determinados momentos, principalmente quando estava ansiosa ou nervosa ou tudo ao mesmo tempo. Simplesmente começava e não parava mais. Namjoon não queria saber o que ela estava fazendo, mas ficava feliz em reparar no estado da mais velha quando estava por perto. Ela poderia negar o quanto fosse, mas era óbvio que estava nervosa por causa de sua presença.

— Meu pai está em casa! — a garota exclamou empurrando o mais novo pelos ombros. — Não faça isso.

Namjoon riu e puxou-a pela cintura mais uma vez, selando seus lábios inúmeras vezes.

— Não sinto medo do seu pai — ele sussurrou contra a boca dela, fazendo-a rir e empurrá-lo mais força.

— Vem, vamos tomar café — puxou-o pela mão até a cozinha da casa.

Estava claro que tomar café seria a última coisa que fariam. Jieun era mais velha e mais esperta: queria mesmo era sair da sala porque sabia que ali seria o primeiro lugar para que seu pai e sua avó iriam. Na cozinha, mesmo que tivesse uma certa visão para a sala, seria mais fácil de esconder o que faziam e ouviriam os passos se aproximando.

— Você vai com a gente até o aeroporto? — Jieun perguntou, enquanto envolvia o pescoço do mais alto com os braços, ao mesmo tempo que era forçada contra a pia. — Eu gostaria, de verdade, que você fosse se despedir de mim por mais que eu odeie toda essa coisa.

— Se você quer que eu vá, eu vou — Namjoon sorriu. — Mas tenho uns planos para agora, seria legal se fôssemos andar por aí. Você também não conhece a cidade e como não me custa nada mostrar…

Jieu abriu um sorriso tão grande quanto o de Hoseok, fazendo com que seus olhinhos sumissem e a deixasse ainda mais encantadora.

Namjoon nunca esqueceria daquele sorriso, mesmo que ficasse sem vê-la por anos.

— E por onde vamos começar? — perguntou, animada. — Vamos chamar o Seokie?

— Não sei, podemos ir a qualquer lugar — Namjoon apertou-a mais pela cintura, enquanto deixava seus lábios selarem o pescoço de Jieun devagar. — Você realmente quer que seu irmão vá com a gente?

— Para falar a verdade, não… — Jieun respondeu com um sorriso sapeca nos lábios e deixou que Namjoon a pegasse no colo e a colocasse sentada na beirada da pia, dando-lhe um beijo afoito em seguida.

Alguém poderia surgir a qualquer momento, mas talvez aquilo fosse o maior estímulo para os dois; era bom fazer aquele tipo de coisa “proibida” correndo tantos riscos assim, era excitante. Gostavam daquela adrenalina, fazia com que os corações acelerassem mais que o normal e com que eles agissem de forma mais rápida, com beijos intensos e mãos bobas explorando o máximo que pudessem um do outro.

Com certeza teriam ficado ali por muito mais tempo, se um barulho de algo caindo não ecoasse pelo local. Afastaram-se um tanto assustados e ofegantes, procurando pelo causador — ou causadora — do barulho e encontraram apenas um baixinho incrivelmente branco e  de olhinhos arregalados.

— Eu… Desculpa… Eu só… O Hoseok… — ele tentou murmurar, fazendo com que Jieun descesse da pia, rapidamente, com uma expressão confusa.

— Yoongi? — Namjoon murmurou, tão confuso quanto sua noona. — Mas o que você está fazendo aqui?

Logo um Hoseok sorridente apareceu atrás de Yoongi, sem saber o que estava acontecendo, falando alto como de normal:

— Vejo que pelo menos a cozinha conseguiu encontrar sozinho, hyung — ele riu e preparou-se para continuar fazendo suas costumeiras piadas, mas seu olhar caiu sobre sua irmã e Namjoon com os rostos corados e ainda assustados, o que o fizera parar de falar. — Gente? Uau, Namjoon já está por aqui. Bom dia.

Yoongi pigarreou e coçou a nuca, um tanto sem jeito. Se soubesse que seria tão constrangedor encontrar a cozinha da casa, teria esperado Hoseok acabar de arrumar sua cama para que pudessem ir juntos. Pelo menos a vergonha seria menor.

— Yoongi, huh? — Jieun disse alto, tentando mudar o rumo que aquilo poderia tomar se Hoseok ao menos desconfiasse do que o garoto tinha acabado de ver. — Nossa! Finalmente estou vendo o famoso Yoongi. Olá, sou Jieun. A irmã desse idiota aí — a garota sorriu e se curvou rapidamente, implorando com o olhar para que o baixinho continuasse em silêncio. Aquilo apenas o fizera rir, por saber por que ela queria tanto esconder do irmão o que estava acontecendo; Hoseok não pararia de fazer piadas sobre aquilo tão cedo.

— Olá, Jieun — respondeu educadamente, se curvando também. — É um prazer conhecê-la.

— Quando você me conheceu não foi tão educado assim — Hoseok praticamente sussurrou e empurrou seu hyung pelo ombro, passando por ele e sentando-se à mesa. — Noona, estou com fome. E o que você já está fazendo aqui, Namjoon? O basquete hoje não era somente às onze?

Namjoon revirou os olhos e sentou-se ao lado do amigo, estava mais do que claro que estava ali por causa de Jieun e não por um jogo ridículo que eles jogavam todos os malditos sábados.

O café fora extremamente agradável, aos olhos de Yoongi. A família de Hoseok era tão acolhedora quanto ele, fora fácil notar o porquê do garoto ser daquele jeitinho engraçado e cuidadoso. Seu pai fazia piadas o tempo inteiro e sua avó perguntava de minuto em minuto  se tudo estava bem ou se queriam mais um pedaço de bolo ou outra torrada. Ninguém pareceu se importar com o fato de Hoseok ter levado alguém para dormir ali sem avisar, pelo contrário, até acharam bom o mais novo ter  um amigo  além de Namjoon.

Alguns — longos —  minutos depois, estavam entrando na quadra de sempre, onde os mais novos — Jimin e Taehyung — já estavam se divertindo com alguns outros colegas. Apresentaram Jieun para todos e logo começaram uma nova partida, com direito à garota no mesmo time que Namjoon. Ela até que jogava bem para uma garota que parecia ser sensível demais, tinha até mesmo passes melhores que os de Hoseok! Claro que isso arrancara inúmeras risadas e piadas em cima do garoto, mas o fato mais engraçado daquilo fora Yoongi defendendo-o a cada uma dessas brincadeiras; difarçadamente, mas defendera. Após um tempo apenas correndo e suando desnecessariamente — de acordo com Namjoon, que pretendia levar Jieun para sair sem que precisassem ir até suas casas —, decidiram descansar um bocado.

— Então a noona é a namorada do Namjoon hyung? — Taehyung perguntou assim que se jogou no chão, em frente ao casal. A garota riu e sentiu o rosto corar. Aquela criança…

— Taehyung, por que não vai perturbar o Hoseok? — Namjoon perguntou, dando um tapa na cabeça do mais novo que apenas riu infantilmente.

— Porque ele agora só quer saber do Yoongi hyung! — respondeu, fazendo uma falsa carinha triste. — E de qualquer forma é mais engraçado fazer você ficar envergonhado. Jieun noona, você não se acha muito bonita para se relacionar com o Namjoonie?

Antes de receber uma resposta da garota — que nada mais seria que uma gargalhada alta —, Taehyung saiu correndo ao mesmo tempo em que Namjoon apenas ameaçou a levantar para dar-lhe alguns cascudos.

— Me desculpe por isso — Namjoon murmurou e a garota riu novamente.

— Não precisa se desculpar, não me importo com essas brincadeiras — ela se aproximou do garoto para selar seus lábios, mostrando que realmente não ligava para as pessoas em volta. — Taehyung é adorável, e você mais ainda por cair nas brincadeiras dele!

— Adorável é aquele casal ali — Namjoon a puxou pela cintura e apontou para onde Hoseok e Yoongi estavam, trocando sussurros. — Pelo jeito se resolveram e muito bem, olha só o tamanho do sorriso na cara do seu irmão.

— Eu fico feliz por eles, é bom saber que quando eu for embora vai ter alguém além de você pra cuidar do coraçãozinho ingênuo do Hoseok — Jieun murmurou enquanto se sentava no colo do mais novo. — Mas não estamos aqui, no meu último dia em Seul, para falar sobre aqueles dois, certo?

Namjoon sorriu e concordou balançando a cabeça positivamente, não demorando muito para juntar seus lábios ao de sua noona mais uma vez.

 

***

 

Hoseok estava encostado no portão de entrada da quadra enquanto Yoongi estava ao seu lado, tagarelando como ele nunca vira. Era tão, tão bom vê-lo feliz daquele jeito. Na verdade, era bom ver tudo em seu devido lugar; mesmo que estivesse indo embora, sua irmã tinha um sorriso tão quilométrico quanto o seu e estava ali agarradinha com Namjoon; Taehyung e Jimin pareciam ainda mais felizes ao sentirem todo aquele clima animado que todos estavam exalando; e ele estava ali com Yoongi, tendo-o para si em todos os sentidos possíveis, vendo-o sorrir e falar como nunca. Estava, definitivamente, tudo alegre e em seu lugar, como ele sempre desejou.

— Quer ir almoçar lá em casa? — a voz de Yoongi fez com que Hoseok saísse de seus devaneios e o encarasse um tanto desconfiado.

— Não seria estranho ou sei lá? Você sempre reclama dos seus tios… — Hoseok fitou o chão, um tanto sem jeito.

Yoongi riu baixinho e se aproximou do mais novo, grudando os lábios em sua orelha para sussurrar:

— Eu aposto que eles não estão em casa — deixou um beijo discreto e rápido no rosto de Hoseok, voltando à sua orelha em seguida: — E eu cozinho muito bem, é uma proposta quase irrecusável, Seokie.

Àquela altura Hoseok sequer se lembrava o próprio nome, como pensaria em recusar aquele pedido tão bem feito? Não se importava mais se os tios de Yoongi estariam em casa ou se ele deveria voltar ao apartamento de Hyosang para pegar suas coisas que largara por lá. Nada mais importava ou fazia sentido; Yoongi era um filho da puta provocador e persuasivo, sempre dava um jeito de fazer com que o mais novo perdesse o foco do quer que estivesse fazendo, mesmo que ele só estivesse olhando o chão por algum motivo ridículo.

Menos de cinco minutos depois, ambos saíam da quadra com sorrisos animados e de certa forma tímidos nos rostos. Caminharam conversando sobre o que poderiam almoçar e Yoongi contava sobre seus dotes culinários, que aprendera tudo com sua mãe e que adorava passar os domingos inteiros na cozinha com ela aprendendo coisas novas. Era engraçado como ele realmente virava um falante nato ao lado de Hoseok, porque, depois que seus pais morreram, odiava pessoas que falavam ou gritavam ou riam muito. E lá estava ele, cedendo a mais um capricho do mais novo, se transformando ou simplesmente voltando a ser uma pessoa feliz. Era um sentimento tão bom e que ele se lembrava tão pouco.

Após terminar mais uma de suas narrações, Yoongi deixou um sorriso nos lábios e olhou Hoseok por alguns segundos, que também sorria feito um idiota. Céus, ele só queria ao menos tentar explicar o que sentia quando via aquele sorrisinho animado no rosto do mais novo, queria saber se expressar a ponto de dizer o que estava sentindo ali. Cada mínima coisa em Hoseok o encantava, o deixava fora de si e ansioso para que ficassem sozinhos de uma vez por todas; queria beijá-lo até se cansar, queria fazê-lo sorrir como nunca, queria agradecê-lo por tê-lo feito tão bem. Queria que Hoseok pudesse dizer que o motivo de sua felicidade era ele:  aquele Yoongi sorridente e animado, mesmo que tímido no início. Porque aquele era seu verdadeiro eu, um garoto gentil que só precisava de atenção e um bom ombro amigo para se apoiar, alguém para amar de verdade e ser retribuído.

Ao chegarem à casa de Yoongi, Hoseok ficara um tanto sem jeito ao adentrar. Talvez por medo dos tios do garoto, que sempre o tratava tão mal. Sabe-se lá a forma que agiriam ao encontrá-lo ali.

— Fique à vontade — Yoongi murmurou. — Eles devem estar andando por aí, não devem voltar agora. Costumam demorar bastante aos sábados. Vem — puxou a mão de Hoseok, para que ele ficasse mais aliviado. —Vou te mostrar minha cozinha.

E Hoseok o seguiu, ignorando qualquer medo que tivesse. A cozinha era bem espaçosa, o que fez com que parasse para pensar se Yoongi não se perdia por ali na hora de cozinhar. Sentou-se em uma das cadeiras e manteve-se quietinho, apenas observando seu hyung separar as panelas necessárias e lavar as mãos em seguida, para começar seu trabalho. Não prestara muito atenção na hora que Yoongi falara, mas sabia que ele cozinharia algum tipo de massa. Uma lasanha com um tempero diferente, talvez? Macarronada? Ah, não se lembrava. Estava perdido demais encarando o rostinho alegre dele para prestar atenção no que comeria.

Hoseok piscou os olhos com rapidez ao sentir o líquido gelado tocar seu rosto, fazendo-o sobressaltar na cadeira. Demorara cerca de quinze segundos para processar o fato de que Yoongi lhe jogara um bocado de água no rosto, talvez para que parasse de se distrair a toa e saísse de vez de seus devaneios.

— Acorde, Hoseok — o mais velho murmurou, enquanto o puxava pela nuca juntando seus lábios num selar rápido. — Você está me deixando falar sozinho, isso não é legal.

— Seu filho… — Antes que o mais novo pudesse terminar o palavrão, que raramente falava, sentiu seus lábios serem pressionados pelos de Yoongi novamente.

Não querendo ceder tão rápido dessa vez, Hoseok empurrou-o para trás, fazendo-o gargalhar e voltar a atenção para as panelas que já estavam fervendo alguma coisa no fogão. Sem se importar se começaria uma bagunça ou não, caminhou até a pia e encheu um copo d’água e fitou Yoongi de forma desafiadora.

— Hoseok-ah, não faça isso — Yoongi pediu, tentando segurar uma risada e se aproximando do mais novo. — Eu prometo não jogar mais nada em vo…

Mas já era tarde, o copo de água gelada já havia sido despejado todo em sua cabeça enquanto Hoseok gargalhava de sua feição desacreditada. Parecendo um cachorrinho irritado, Yoongi balançou a cabeça fazendo com que algumas gotículas de água voassem no rosto do mais novo.

— Ugh, você me paga, Jung! — exclamou, se aproximando ainda mais do outro para que pudesse esfregar-se contra ele e molhá-lo um bocado mais.

E então uma chuva de gargalhadas e brincadeiras explodiu naquela cozinha, inciando uma bagunça que há tempos Yoongi não era capaz de fazer — nem mesmo com Jin quando decidiam cozinhar juntos. Tudo estava sendo melhor que imaginaram; estava tudo tão calmo, tão espontâneo, tão alegre. Há quanto tempo Yoongi não sentia aquilo? Há quanto tempo não se divertia daquela forma? Há quanto tempo não ficava despreocupado daquela forma? Há quanto tempo não demonstrava sentimentos como aqueles para alguém? Céus, Hoseok o deixava tão fora de si e lhe trazia tantas coisas boas que ele não sabia como explicar, como expressar.

— Vai terminar nosso almoço, hyung — Hoseok murmurou, empurrando-o em direção ao fogão. — Estou com fome.

— Blá blá blá — Yoongi debochou, revirando os olhos. — Tudo bem, tudo  bem. Só que vai demorar um pouco. Quer tomar um banho?

— Seria bom, né… — Hoseok respondeu um tanto sem jeito e Yoongi riu, puxando-o pela mão novamente. Subiram as escadas e Yoongi levou-o até seu quarto, dizendo que poderia ficar à vontade e pegar qualquer coisa que quisesse vestir.

Após deixá-lo sozinho, voltou para a cozinha. O almoço demorara mais que o necessário para sair, já que após Hoseok acabar o banho, também fora. Quando tudo já estava pronto, levaram para o quarto para que pudessem almoçar em paz caso alguém chegasse.

Yoongi ligou a televisão num canal de música qualquer e sentou-se no chão, de frente para Hoseok que ao menos o esperara e já atacava a comida.

— Você é tão esfomeado — Yoongi murmurou, estalando a língua. Hoseok deu de ombros e o ignorou completamente. — Coma devagar, animal.

— Animal é você, seu nanico de merda — o mais novo  respondeu, sem se importar com os bons modos. — Agora cale a boca e coma, porque isso está realmente bom.

O mais velho riu e balançou a cabeça negativamente, mas agradeceu baixinho pelo elogio. E então simplesmente voltaram a comer, num silêncio estranho porém agradável. Era bom estar assim, um pertinho do outro, apenas aproveitando a companhia e um bom almoço que teria frutas como sobremesa.

Yoongi era mais adorável e cuidadoso que Hoseok pensara. Para falar a verdade, essas coisas nunca sequer passaram por sua cabeça. Quem pensaria, afinal, que Min Yoongi seria um ser gentil com toda aquela aura que ele possuía? Era um idiota orgulhoso na maioria das vezes e fazia questão de mostrar isso para as pessoas, sem se importar se seria algo bom ou não. Até porque quase sempre não era. Hoseok, por sua vez, decidira dar uma chance e naquele momento não estava nem um pouco arrependido quanto pensara que estaria. Era óbvio que estava apaixonado, mas ainda tinha um pé atrás, ainda sentia medo de que o mais velho o largasse por qualquer motivo. Ainda tinha medo de que ele pudesse se afundar em depressão. Ainda sentia medo de não conseguir salvá-lo por completo. Mas todos esses medos estavam sumindo aos poucos, devagar.

Da mesma forma que Yoongi mostrava seu verdeiro jeito de ser. Aos pouquinhos ele ia deixando claro que era gentil, educado e extremamente amoroso e carente; gostava de ficar tocando Hoseok o tempo inteiro, gostava de beijá-lo de repente, gostava de dar e receber carinho. Parecia um filhotinho de cachorro recém adotado, o que era incrivelmente adorável.

Yoongi pegou uma maçã que estava em dos pratos e uma faca, cortando-a em alguns pequenos pedaços, colocando um ou outro na boca. Hoseok havia deixado o prato de lado e fitava o mais velho, que conseguia ficar bonitinho até comendo uma fruta inocentemente.

— Quer? — Yoongi perguntou e Hoseok apenas abriu a boca, esperando ser alimentado.

O mais velho riu, mas não hesitou em cortar um pedaço da fruta e levar, lentamente e criando um contato visual, até à boca do outro.  Era uma cena linda, vista de fora. Para eles estava sendo quase como uma provocação sem a menor intenção de provocar diretamente.

A forma como Hoseok sustentara o olhar de Yoongi fora… Intensa demais. Aquilo fora o suficiente para que a faca fosse parar no chão, assim como praticamente metade da maçã. Não que realmente tivesse caído, talvez Yoongi apenas jogara tudo para o chão de forma disfarçada. Estava cansado só de olhar para Hoseok em silêncio, cansado de não poder tocá-lo como queria e deveria. Não que fosse carente demais, só que… Parecia que tudo o que faziam era para provocar um ao outro, durante todos aqueles minutos de almoço não fora diferente; a troca de olhares era sempre carregada demais, forte demais. Era como se estivessem sendo atraídos um para o outro, como dois ímãs. Era ridiculamente clichê pensar dessa forma, mas era o que realmente estava acontecendo ali. Eles necessitavam um do outro, de seus toques, beijos, carícias, sorrisos tímidos e abafados pelas bocas grudadas.

Necessitavam estar juntos. Aquela tensão precisava sumir de uma vez por todas, e aquele ato que incialmente era para ser carinhoso e inocente se transformara em algo desejoso, necessitado, beirando ao erótico — na visão de Yoongi, pelo menos.

Quase instantaneamente jogaram-se um contra o outro, juntando seus lábios com pressa. Era como se fossem capazes de ler os pensamentos alheios. Não precisou apenas um iniciar aquele contato, os dois estavam pensando a mesma coisa, no mesmo momento; era como uma conexão.

O beijo intensificava a cada segundo que passava, fazendo com que precisassem desgrudar suas bocas e explorarem outros lugares. Como já era esperado, Yoongi atacara o pescoço de Hoseok, enquanto forçava-se sobre o corpo do mais novo. Hoseok não se importava mais, apenas jogava a cabeça para trás em puro deleite, deixando que seu hyung o beijasse, lambesse e mordesse, deixando-lhe marcas que ficariam enormes no dia seguinte. Aquilo era tão bom; sentir o corpo sobre o seu, as mãos agarrando sua cintura com possessividade, as pernas se cruzando cada vez que se inclinavam em direção ao chão.

Um suspiro escapara de Yoongi ao sentir as mãos um tanto geladas de Hoseok escorregarem para debaixo de sua camisa, arrepiando-o por completo. Céus, como aquilo era insano; seu coração batia de forma acelerada, sua garganta estava seca e tudo o que ele queria era mais. Mais de Hoseok. Mais de suas mãos. Mais de seu corpo. Mais de seu gosto.

Mais, mais, mais, mais. Ele queria mais. Ele queria poder possuir o mais novo da mesma forma que possuía em seus sonhos, em sua imaginação. Queria tocá-lo de forma íntima, queria arrancar suas roupas, queria chupá-lo.

Yoongi segurou a barra da camisa de Hoseok e puxou-a para cima, tirando aquele maldito tecido que tanto o atrapalhava, jogando o mais longe que pôde. Não demorou muito para que ele fizesse o mesmo consigo, deixando-os empatados.

— Eu… — Hoseok tentou sussurrar, mas não conseguia terminar a frase. Yoongi não deixava; selava seus lábios o tempo inteiro, o apertava, o puxava, o arranhava. — Yoongi… Eu… Eu amo você.

Aquilo fora o suficiente para que o mais velho perdesse a cabeça completamente. Aquela voz sussurrada, dizendo seu nome e aquelas malditas três palavras que o deixava enjoado fora demais. Seu coração estava desenfreado, seu estômago parecia estar diminuindo ou simplesmente rodando dentro de si; Hoseok o enlouquecera de vez ao sussurrar aquilo tão… Eroticamente doce.

Não foi necessário uma resposta; fosse um “eu também” ou qualquer coisa do tipo, apenas juntaram seus lábios num beijo ainda mais afoito e repleto de carinho. Eram simplesmente dois adolescentes apaixonados e com os hormônios à flor da pele, aquilo apenas servira para que eles se entregassem ao momento com mais intensidade.

O quarto parecia estar tão quente naquele momento, mas pouco se importavam, apenas roçavam ainda mais seus corpos, seus lábios, suas mãos. E era tão excitante, tão incrível.

Suspiros, olhos fechados, apertões, mordidas, lambidas, gemidos, corações acelerados.

Era o que resumia aquele momento. Se pudessem ficariam ali para sempre, apenas se acariciando, dando prazer um ao outro mesmo que não soubessem bem como fazê-lo; estavam deixando que os instintos os guiassem. Não se importavam se não seria uma “primeira vez” perfeita, só queriam que fosse importante; especial. Mas não pelo ato em si, mas pelas sensações. Queriam apenas sentir um ao outro, queriam demonstrar o quanto se gostavam, queriam selar aquele… Amor. Ah, o tal do amor…

Que as pessoas não aceitassem ou entendessem, mas amor mais puro que aquele que sentiam não existia. Não havia mais como ou por que negar; se amavam tanto que seus corações doíam. E o momento que tinham pra demonstrar, de uma forma nova e prazerosa, era aquele.

— Eu amo você, cada droga de mínima coisa em você — Yoongi sussurrou contra o pescoço de Hoseok, enquanto alternava entre selares e mordidas fracas, fazendo com que o mais novo sorrisse e arqueasse o corpo em um completo deleite.

O que aconteceu em seguida não fora surpresa; sentiam como se fossem explodir a qualquer momento, e dividir uma coisa tão intensa e especial fora incrível; havia sido a primeira vez dos sonhos do Jung. Não premeditada, mas confortável e cheio de cuidados da parte de Yoongi, mesmo que tivessem perdido o controle algumas vezes; havia sido bom, incrível.

Ambos tinham o corpo trêmulo, respirações descompassadas e corações acelerados. Estavam desfrutando de uma experiência maravilhosa, não só pelo sexo, mas também pelo sentimento que estava exalando por ali: o amor. Por mais clichê que fosse, sexo com amor era muito, muito melhor e mais prazeroso.

Os corações pareciam bater com mais vontade; os corpos colados e as respirações desreguladas, ao mesmo tempo em que sorrisos brotavam em seus lábios, o suor e cheiros de suas peles misturados, o beijo calmo após o ato; era tudo mais intenso, tudo mais gostoso. Tudo exatamente do jeito que eles queriam; exalando amor, companheirismo e carinho.

Estavam prontos para caírem no sono abraçados e aproveitarem aquela sensação gostosa, mas a porta do quarto se abrira em supetão, assustando-os. Yoongi fora o primeiro a sentar-se na cama, para tomar conta de qualquer que fosse aquela situação. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, um grito irritado ecoou pelo quarto:

— O que está acontecendo aqui, Yoongi?!


Notas Finais


BOM DIA! Aguentaram o forninho até o final do capítulo? Eu espero que sim, porque a Carol deixou uns trinta caírem enquanto lia os spoilers que eu mandava pra ela! Senhorita Wilyanne também, né... Ai, essas mocinhas fracas... u_u UHHUEUHEUHEHUEHUE ok ok, brincadeiras à parte. Me perdoem por não postar ontem, passei o dia e a noite escrevendo isso, porque toda hora eu travava e ficava sem saber o que fazer, achando que uma cena não ligava à outra. Mas deixei de noia e fui firme, acabei essa porrinha aqui lá pelas três da manhã, caindo de sono, sofrendo e tendo feels sozinha. Eu acho que esse foi um dos melhores, senão o melhor, lemon que eu já escrevi (não que eu tenha escrito tantos assim, mas acho que nunca vou conseguir escrever outro tão fofinho e bonitinho e amoroso quanto esse). Eu espero de verdade que eu tenha conseguido passar pra vocês os sentimentos deles dois, porque a intenção era essa, mostrar o amor deles surgindo com mais intensidade, a vontade de um ter o outro, a descoberta e curiosidade, etc.. Então eu espero ter passado isso pra vocês e não ter decepcionado ninguém. Enfim, enfim, acho que é isso. Não tenho muito o que falar. Sobrevivam para o próximo, sim? Hahahaha
Obrigada por todos os comentários e favoritos, vocês são uns amorecos! <3
Beijinhos, até o próximo. Qualquer errinho que eu tenha deixado passar, me avisem!
P.S.: Finalmente a noona ganhou um nome hahahahahaha obrigada, Carol <3
P.S.: Postei mais duas OS esses dias, caso se interessem vão olhar <3 Uma é TaeJin (Da Tempestade à Calmaria) e a outra é hétero com o Namjoon <3 putaria <3 LOL (O Vizinho).


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...