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História Inverso - SuperCorp - Universo ABO - HIATUS - Capítulo 12- Aquele do Lupitzer - História escrita por Aybars - Spirit Fanfics e Histórias
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História Inverso - SuperCorp - Universo ABO - HIATUS - Capítulo 12- Aquele do Lupitzer


Escrita por: Aybars

Capítulo 12 - Capítulo 12- Aquele do Lupitzer


Passou-se uma semana desde que Kara e Lena estiveram juntas e naqueles dias elas pouco se viram, trocando apenas olhares discretos quando a engenharia aparecia no canteiro de obras do prédio vizinho. 

Não houve muito contato por telefone e mensagens trocadas também. Lena estava muito ocupada, porque a obra atrasou e a inauguração aconteceria no próximo fim de semana, então todos os envolvidos precisavam correr contra o tempo para garantir a entrega no prazo. 

Por mais que sentisse falta da ômega, Kara entendia a ausência dela e aguardava ansiosamente pelo dia que elas poderiam se encontrar de novo. 

— Parabéns, alphinha, seu artigo foi selecionado para o prêmio Lupitzer* — Mxy se encostou na mesa da amiga, mostrando para ela a tela do tablet aberta.

Ainda meio distraída, Kara desviou o olhar do próprio computador para o tablet, que Mxy ainda segurava, e leu o título de uma matéria publicada em um portal de notícias: 

“Os indicados ao prêmio Lupitzer deste ano, dividem-se entre ganhadores de edições passadas, como William Dey, e nomes promissores do jornalismo, como Kara Zor-El.”

A alpha levantou da cadeira de repente, pegando o tablet com as mãos trêmulas para ler o resto da publicação. 

— O que está acontecendo? — Sam entrou na sala e, percebendo o jeito nervoso da loira, foi logo perguntando. 

— Nossa alphinha foi indicada para o Lupitzer — Mxy respondeu depressa. 

— Sério?! —  Sam exclamou alto, abrindo bem os olhos —  Aquele prêmio do jornalismo que paga um dinheirão ao vencedor?

— Esse mesmo! — o ômega disse igualmente animado.

— Isso não é um tipo de brincadeira de mau gosto de vocês dois, é? — Kara encarou os amigos, com a expressão dividida entre a emoção e a incredulidade.

— Claro que não, Zor-El! — o ômega retrucou com indignação, pegando o tablet da mão dela — Tudo que está escrito aqui — fez um gesto de deslizar com o dedo pela tela —, é verdade. Então pare de ser insegura e aceite logo que você é talentosa, alphinha.

— Oh, meu bebê, estou tão feliz por você! — Sam se aproximou com os braços abertos e puxou Kara para um abraço apertado. 

— Estamos! — Mxy emendou se juntando a elas, enquanto Kara permitia que as primeiras lágrimas de felicidade caíssem. 

— Está rolando um abraço coletivo e ninguém se importou em me chamar? — Nia voltou do almoço e se deparou com a cena inusitada no escritório. 

Mxy logo explicou o que se passava e a outra ômega se apressou em se juntar aos três amigos, agora formando um abraço a quatro. 

— A gente precisa celebrar a conquista da nossa alpha com uma grande comemoração — Nia sugeriu, empolgada. 

— Gente, eu fui apenas indicada, isso não quer dizer que vou ganhar — Kara lembrou, sem falsa modéstia — Vocês já viram quem são meus concorrentes? William Dey, Mercy Graves, James Ol…

— E daí? — Sam interrompeu a fala da amiga apoiando as mãos nos quadris — Você é tão ou mais capaz que esses jornalistas, Kara! Seus artigos costumam abalar as estruturas da nossa sociedade — a ômega continuou, argumentando de forma mais exagerada — Inclusive, é por causa do seu trabalho que a AlphaVerse está ganhando cada vez mais credibilidade no meio midiático.

— Não precisa exagerar, Sam! —  Kara sentou-se novamente, mexendo no mouse para acordar a tela do computador de mesa. 

— Kara, apesar dos exageros da nossa amiga, Sam tem certa razão — Nia se meteu na conversa, recebendo da outra ômega um olhar um tanto enviesado — Outro dia, quando estava vindo para cá de metrô, presenciei dois caras falando sobre um dos seus artigos, e eles estavam concordando com você, fazendo altas reflexões sobre o que você abordava no texto. De alguma maneira, você está ajudando as pessoas a se tornarem críticas sobre os papéis limitantes, impostos aos alphas e aos ômegas desde sempre. 

— Que emoção, nossa alphinha está se tornando uma intelectual famosa! — Mxy aplaudiu e juntou as mãos na frente da boca, dando pulinhos de euforia no mesmo lugar. 

Kara e Nia reviraram os olhos para a cena. 

— Enfim, o que estou tentando argumentar é que seu trabalho está se destacando, Kara. Então pode deixar a modéstia de lado e começar a pensar na possibilidade de ser a feliz contemplada com o prêmio Lupitzer — Nia sorriu animadamente. 

— Isso mesmo, a futura chef do restaurante “Palácio da Nia”, está coberta de razão — Mxy afirmou, colocando as mãos nos ombros da amiga e recebendo um sorriso caloroso dela. — Precisamos começar a nos acostumar com a ideia de, em breve, termos uma amiga mil dólares mais rica e premiada com o Lupitzer. 

— Vocês não existem! —  Kara sacudiu a cabeça, mas permitiu se contagiar com o otimismo e o bom humor dos melhores amigos, sorrindo alegremente também.

Enquanto os outros três seguiram falando e planejando a festa de comemoração pela indicação de Kara ao prêmio, Snapper Carr apareceu na sala na companhia de outros funcionários, já trazendo uma garrafa de champanhe e parabenizou a jornalista mais jovem (e única) da AlphaVerse a receber uma indicação ao prêmio Lupitzer. 

O beta estava empolgado, tagarelando algo sobre sempre ter acreditado no potencial de Kara e ela preservava um sorriso tímido nos lábios, ao mesmo tempo que recebia apertos de mãos e tapinhas nas costas, enquanto sua mente divagava para o prédio vizinho. 

Naquela hora, ela imaginava onde Lena estaria, sentindo uma imensa vontade de dividir a felicidade de sua indicação com ela também. 

 Ω

Ainda no mesmo dia, mas já de noite, Kara destrancou a porta do seu kitnet, e entrou no espaço pequeno, deixando a bolsa na mesinha encostada perto da porta. 

Missy, a gatinha preta que a alpha resgatou da rua ainda filhote, logo veio rodeá-la, ronronando e, eventualmente, miando atrás de comida. 

A alpha sorriu e foi providenciar o jantar da gatinha, enquanto pensava que precisava de um bom banho refrescante. Estava fazendo um calor incomum para aquela época do ano na cidade. 

Depois do banho, a alpha voltou para o espaço que dividia a sala e a cozinha, enxugando os cabelos molhados com uma toalha. 

Já de barriga cheia, Missy dormia toda enrolada na caminha embaixo da janela. Como sempre, Kara ficou enternecida com a cena, enquanto pegava um regador para molhar as plantas no peitoril da janela. 

Pensando nas opções que tinha na geladeira para comer, a alpha ouviu batidas na porta e logo franziu o cenho. Ela não costumava receber visitas naquela hora. Exceto quando um dos amigos decidia visitá-la de surpresa e tentava convencê-la a sair para um bar ou festa qualquer. 

“Será que eles decidiram antecipar a comemoração para hoje e quiseram me fazer uma surpresa?”, Kara considerou. 

Quando estava saindo da revista no fim do expediente, ficou certo que eles se encontrariam no bar preferido da loira para comemorar a indicação ao prêmio, mas isso aconteceria apenas na noite de sábado, que seria dali a dois dias, porque segundo Mxy e Sam aquele era o dia mais perfeito para beber até cair, sem se preocupar com trabalho na manhã seguinte.

— Um momento! — a alpha falou, alcançando a calça de moletom deixada no sofá cama. Ela tinha saído do banheiro e vestido apenas uma cueca e um top branco. Gostava de ficar mais à vontade em casa, principalmente quando o clima estava tão sufocante e quente. 

Abriu a porta e se surpreendeu ao se deparar com uma pessoa conhecida, embora não fosse nenhum dos três amigos dela. 

— Soube que você foi indicada ao prêmio Lupitzer, Srta. Zor-El — aquela voz sensual e única preencheu os ouvidos de Kara como uma canção envolvente — Então quis vir pessoalmente parabenizá-la! —  o sorriso nos lábios carnudos cresceu.

Kara continuava atônita com a surpresa.

— Lena, mas como…

— Eu sei seu endereço? — a ômega ergueu uma sobrancelha perfeitamente esculpida — Você mesma o informou, quando assinou o termo de confidencialidade que firmou comigo — explicou num tom divertido. 

Kara teve vontade de bater no próprio rosto com a mão, por causa de sua distraída babaquice. Certamente, Lena deveria considerá-la uma grande idiota. 

— Vai me convidar para entrar? — a ômega perguntou insinuante, ainda mantendo o sorriso brincalhão nos lábios e depois de ter lançado um olhar apreciativo e demorado para o corpo de Kara. 

“Ela fica tão gostosa usando esse top!”, a ômega pensou, mordendo o lábio levemente e excitada com os braços definidos da alpha. 

— Claro, por favor entre! —  Kara conseguiu não gaguejar. 

Como sempre, Lena estava linda e o perfume dela deixou um feitiço no ar. Kara respirou fundo, enchendo os pulmões com aquele requintado cheiro. 

— Você não está cheirando igual a uma alpha! — Zor-El comentou sem pensar, arrependendo-se em seguida, sabendo que aquele tópico poderia ser sensível para a ômega.

Lena lançou uma rápida espiada no kitnet, achando o espaço compacto, mas muito adorável. A personalidade única e encantadora de Kara podia ser vista em cada detalhe da decoração. Depois, ela se virou para encarar a outra mulher. 

— Não? —  questionou com uma ruga de preocupação surgindo na testa — Estranho, porque estou usando o mesmo perfume que imita o cheiro de alphas que sempre usei. 

Kara ficou mais nervosa e esfregou as mãos suadas na calça de moletom.

— Eh… Talvez esse perfume não tenha mais efeito sobre mim, porque sei que você é… bem, uma falsa alpha — argumentou de maneira gaguejante. 

A expressão de Lena mudou e ela se aproximou mais da alpha, fechando a porta que Kara esquecera aberta. 

— Pode ser! — a ômega sussurrou quase tocando os lábios nos da outra — Senti sua falta, alpha — pontuou num tom mais rouco, mudando o olhar dos olhos para a boca de Kara. — E como disse antes, vim aqui para parabenizá-la. Me deixe te dar o melhor presente de todos.

O coração de Kara disparou e ela sentiu que ia desfalecer, mal se sustentando nos joelhos fracos, no instante em que Lena pronunciou essas palavras e pegou-a em seguida pela nuca, puxando-a para um beijo molhado e profundo. 


Notas Finais


*Lupitzer é um trocadilho com o prêmio (real) Pulitzer. Usei o "tzer" do nome original com "Lupi" de Lupino (lobo).

Demorei a atualizar essa história, porque estava sem inspiração para escrevê-la, mas me esforcei um pouco e saiu esse capítulo. Espero que tenham gostado e aproveitem o feriado.


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