INVICTUS
Capítulo 11
Em um bairro rico de Busan, um ômega com seus dezenove anos corria, corria como se sua vida dependesse daquilo.
O jovem de cabelos negros estava cansado, mas não podia parar.
A sede e a fome estavam se fazendo presente e o ômega não temia apenas por ele.
Quando não aguentou mais correr, andou lentamente para recuperar o fôlego, não podia fazer muito esforço e tinha consciência daquilo, mas a situação pedia anteriormente.
Quando percebeu que estava longe o bastante de sua antiga cidade, respirou aliviado.
Sequer sabia onde estava, só soube ser a cidade de Busan quando leu em uma placa que estava visível em um dos bairros, por mais que fosse noite, o ômega conseguia ver tudo com clareza.
Sabia quem estava procurando, portanto não sabia onde ele morava, mas estava tão cansado que bateu na primeira porta que encontrou.
Sua visão ficou turva, e a única coisa que viu antes de desmaiar foi um homem ruivo e alto.
1h antes
Jimin estava cansado, resolvera treinar com Baekhyun até tarde naquele dia.
Por mais que Jimin fosse habilidoso quando se tratava de combates corpo a corpo, Baekhyun acabava com ele facilmente, o loiro admirava aquele ômega. Por mais que o ômega rosado tivesse suas limitações, ninguém podia dizer que ele era dependente e que precisava de alguém para protegê-lo, e Jimin achava aquilo incrível.
Ficou em sua banheira por um bom tempo, pensando em suas atitudes.
Iria fazer uns três dias desde que vira Jungkook.
Era certo que o alfa estava muito chateado com ele, mas quem não ficaria?
Queria tanto poder dizer o que realmente sentia, o porquê dele dizer e fazer todas aquelas coisas.
Mas tinha medo, medo de parecer covarde para o alfa.
Por mais que quisesse negar, se importava sim com o que Jungkook pensava dele e aquilo estava o destruindo aos poucos.
Os únicos momentos que via Jungkook era na escola improvisada e mesmo assim ele apenas lhe lançava olhares de desprezo, e por mais que o loiro já tivesse recebido aqueles tipos de olhares milhões de vezes, com aquele alfa era diferente.
Ele não queria ser uma decepção para mais ninguém, como se não bastasse o que acontecera com Taemin.
Não!
Espantou aqueles pensamentos fracos.
Seria capaz de aguentar todos os olhares de nojo e de desprezo se aquilo fizesse com que Jungkook ficasse seguro.
Seguro e bem longe dele.
Saiu do banheiro e vestiu uma roupa confortável.
Desceu logo em seguida.
Estava morrendo de fome.
Quando chegou á cozinha, viu que Baekhyun ainda estava lá, e ainda por cima tirando algo do forno.
- O que está fazendo aqui? – perguntou o loiro.
- Ah, eu resolvi fazer um bolo. Estava com vontade e pensei que você e o Chaneyeol poderiam gostar. – respondeu o ômega mais velho sorrindo.
- Baek, eu já disse que você não precisa fazer essas coisas. Você devia estar em casa, descansando. - disse Jimin ajudando o rosado á colocar o bolo em uma bandeja.
- Mas eu não estou cansado, Jimin. Do contrário, eu estou muito enérgico hoje. – Baekhyun continha um sorriso no rosto e Jimin não pôde reclamar daquilo.
- Tudo bem, mas assim que você se cansar, avisa que o tio te leva ‘pra casa, certo?
Baekhyun assentiu com a cabeça, Jimin passava de malvado e mau humorado para fofo e preocupado em um minuto, ele tinha uma personalidade exótica e o rosado já havia conseguido descobrir o porquê de toda aquela armadura contra sentimentos que o ômega loiro insistia em vestir, mas deixava que aos poucos Jimin fosse confiando nele para poder aconselhá-lo á fazer o certo, já havia passado por aquilo e não queria que Jimin sofresse por conta de algo tão simples.
Despertou de seus pensamentos quando ouviu a campainha tocar.
- TIO! ATENDE ESSA MERDA! – gritou o loiro e Baekhyun abafou um riso com as mãos. – As vezes eu esqueço que Chaneyol despediu aquela velha mau amada que eu chamava de empregada, então quem vai ficar atendendo as portas e recebendo as visitas é meu tio. – explicou o loiro.
- Oh, e o que houve com ela? – indagou o rosado curioso.
- Sei lá, ele demitiu ela assim que você chegou. – respondeu Jimin pegando uma faca.
A boca do loiro já estava salivando para devorar aquele bolo, e quando ia partir um pedaço, ouviu seu tio berrar.
-JIMIN! BAEK! ME AJUDEM AQUIII!
O loiro e o rosado foram até o alfa ruivo e viram que havia um garoto desmaiado nos braços do ruivo.
- Quem é ele? – perguntou Jimin.
- Eu não sei, ele só tocou a campainha e quando eu abri ele simplesmente desmaiou nos meus braços. – respondeu Chaneyeol ainda nervoso por ter um ômega desmaiado em seus braços.
- Coloque ele no sofá, por favor. – pediu Baekhyun e o ruivo o fez. – Jimin, me leve até onde o garoto está, por favor.
O loiro guiou o rosado até onde seu tio deitara aquele garoto e deixou que o ômega mais velho o tocasse.
Baekhyun dedilhou o rosto e os braços do garoto, analisando para tentar descobrir o que acontecera com ele.
Jimin e Chaneyeol estavam nervosos, será que o garoto estava morto?
- Não se preocupem. – disse o rosado fazendo os dois Park’s suspirarem aliviados. – Ele só desmaiou de exaustão, vocês o conhecem?
- Não, nunca o vi na minha vida. – disse Jimin.
- Eu também não, mas ele tem traços familiares. – respondeu Chaneyeol.
- Você acha que ele pode ser parente de algum conhecido seu? – perguntou o loiro.
- Não sei, deve ser. Pelas roupas dele, dá pra perceber que ele não é um qualquer. – disse o ruivo.
- Eu aconselho vocês á deixarem ele aqui, pelo menos por essa noite. – falou o rosado. – o corpo dele está muito cansado e nas condições que ele está, o melhor é que ele descanse.
- E o que ele tem? – indagou Jimin.
- Eu não tenho certeza, só vamos saber quando ele acordar.
- Tudo bem, o que acha de ficar aqui essa noite Baek? – sugeriu o loiro.
- O que? - o rosado estava surpreso.
- Eu também acho uma boa idéia. – interveio Chaneyeol. – Assim você pode ficar atento se ele acordar, afinal você parece ter mais experiência nessas coisas do que nós, e qualquer coisa você grita que a gente aparece.
- M-mas, vocês realmente confiam em mim para isso? – perguntou o rosado de cabeça baixa.
- É claro que confiamos, Baek. Você tem sido um amigo e funcionário maravilhoso, além de que é mil vezes mais inteligente que nós, então a menos que você não queira, nós confiamos em você para isso. – disse o loiro.
- Obrigado, eu fico com ele sim. – respondeu Baekhyun sorrindo abertamente.
- Eu vou providenciar alguns lençóis e travesseiros para ele. – falou Chaneyeol.
- E eu vou prepara o quarto de hóspedes para você. – disse Jimin.
Baekhyun estava feliz da vida.
Pela primeira vez havia encontrado pessoas que confiavam nele independente de sua deficiência, era algo magnífico para ele.
Poder ajudar alguém sem receber pré-julgamentos contra sua capacidade.
***
Fazia dois dias que aquele ômega moreno dormia e Jimin estava ficando preocupado, mesmo Baekhyun dizendo que era normal aquele garoto dormir tanto assim.
Também iria fazer dois dias que Jungkook não aparecia na escola, aquilo era estranho.
Estava voltando para casa com Taehyung, quando contou ao ruivo que um ômega havia desmaiado na porta de sua casa ele ficara muito curioso e não deixou Jimin em paz enquanto não o levasse para ver esse tal garoto misterioso.
Quando adentraram em casa, jimin teve uma surpresa.
O ômega de cabelos negros estava sentado em seu sofá ainda meio zonzo, Baekhyun não havia chegado ainda.
Mandou Chamar seu tio para buscar o ômega rosado, pois Jimin não sabia o que fazer.
Uns dez minutos depois, Baekhyun apareceu com os cabelos um pouco bagunçados, mas foi em direção á onde o ômega desconhecido estava o mais rápido possível.
Ele já havia decorado o caminho então sabia exatamente onde pisar.
- Olá, meu nome é Baekhyun. – Começou o ômega rosado. – Você sabe qual é o seu?
- S-sim, meu nome é Kim Seokjin. – respondeu o moreno. – Onde eu estou?
- Você está na residência Park, em Busan. – disse Jimin se aproximando.
- Oh, era exatamente aqui onde eu queria estar. – disse Seokjin. – Você pode me dizer se Jeon Jungkook e Min yoongi também vivem nessa cidade?
- Sim, por quê? – Jimin estava confuso, como aquele ômega os conhecia?
- Oh, eu sou de Gwacheon e soube da explosão da escola daqui. Eu vim com o intuito de investigar, mas acabei sendo perseguido no meio do caminho e tive que correr um bom tempo.
- Quem estava perseguindo você? –indagou Taehyung confuso.
- Bruxos puros. – suspirou Seokjin. – Eles estavam atacando as bibliotecas municipais da minha cidade e quando eu soube da explosão daqui, eu soube que eram eles.
- Eles também atacaram aqui. – murmurou taehyung. – Você sabe o que eles queriam?
- Eles querem os grimórios dos antigos bruxos, os que deram origem á maldição.
- E para que eles querem esses livros? –perguntou Chaneyeol.
- Eles querem ressuscitar os antigos bruxos, querem que a maldição seja desfeita e que a ‘’praga’’ ABO seja extinta. – respondeu o moreno fazendo todos arregalarem os olhos. – E eles prejudicam, roubam e matam qualquer um que cruzar o caminho deles.
Todos ficaram em silencio diante daquela revelação, era muita informação para digerir.
O celular de Taehyung tocou e ele atendeu se afastando um pouco de todos, quando o ruivo atendeu e escutou as palavras que lhe disseram do outro lado da linha, ele deixou o celular cair no chão, aquilo já era demais.
- Tae Tae, o que foi? –indagou Jimin ao ver seu amigo paralisado.
- O-ouve um ataque á mansão Jeon essa manhã. – o ruivo respirou fundo. – Os pais do Jungkook foram assassinados.
***
Do outro lado da sala, Baekhyun e Seokjin estavam sentados no sofá.
O moreno estava nervoso, estava com medo de ter acontecido algo, e se ele tivesse morrido por sua culpa nunca se perdoaria.
- Não se preocupe, Seokjin. – Confortou Baekhyun. – Você não perdeu o seu bebê, ele está vivo, mas você tem que ser mais cuidadoso, deve descansar e se alimentar bem. O ser que cresce dentro de você vai te dar a força necessária para enfrentar o que tiver de acontecer.
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