História Invictus (ABO) (JIKOOK) (TAEGI) - Invictus -12-

INVICTUS

Capítulo 12

Jimin estava em desespero, pegara a primeira moto que viu na garagem e foi em direção da casa de Jungkook, de seu alfa.

O loiro sequer sabia o que iria falar, apenas sabia que precisava vê-lo tinha a necessidade de dizer que estava tudo bem, e mesmo que o alfa ainda estivesse chateado com ele, faria de tudo ou diria tudo para poder reverter aquela situação.

Céus, o loiro havia dito que não sentia nada pelo alfa, que ele não representava nada para si e dias depois os pais dele foram assassinados, era demais para qualquer pessoa.

Jugkook era alguém muito doce e especial para passar por aquilo.

Ninguém merecia passar por aquilo.

Quando chegou em frente a mansão Jeon, viu que ela estava completamente fechada, mas não se intimidou, sabia que o alfa estava lá.

Bateu na porta umas cinco vezes e nada.

- Jungkook abre a porta, eu sei que você está aí! – o loiro já havia falado aquela frase umas três vezes e a resposta era a mesma.

Nada.

Mas Jimin não desistiu, foi até a lateral da casa e escalou por algumas plantas grossas até a varanda da casa e entrou por ali mesmo.

Bateu a poeira de sua roupa e começou a procurar por Jungkook.

Olhou nos quartos, na sala, na cozinha e nada do alfa.

Sentiu um aperto no coração quando ouviu um choro baixinho vindo de um cômodo que ele ainda não havia entrado.

Quando adentrou no lugar, viu que era uma grande biblioteca, haviam várias prateleiras altas e recheadas de livros e o loiro arregalou os olhos ao ver o alfa acastanhado sentado no chão e encostado em uma coluna grande que havia no centro o cômodo.

 O loiro se aproximou e se sentou de costas para ele.

- Por que você não me atendeu? – murmurou o loiro.

- Se você está aqui para saber se eu vou cancelar nosso noivado, saiba que eu não vou cancelá-lo, eu prometi á minha mãe que me casaria com você, então já pode ir embora, já que alguém egoísta como você tem coisas mais importantes á fazer do que ouvir os lamentos de um órfão. – respondeu o alfa sério.

- Sabe, quando eu soube que seus pais haviam morrido, a primeira coisa que eu pensei foi ‘’ eu preciso falar com o Kookie’’ mas não para saber do casamento, foda-se ele, mas sim para pedir desculpas. – suspirou o loiro. – Eu fui uma pessoa terrível com você e você está certo em me chamar de egoísta, por que eu só pensei em como EU ficaria se machucasse você, eu só pensei em como seria desesperador para MIM não ver mais o seu sorriso.

- É, mas você acabou me machucando mesmo assim. E não me venha com sua pena, eu não preciso dela, eu não acredito que alguém como você possa ter sentimentos bons, se era só isso, você já pode ir embora. – disse Jungkook fitando os dedos de sua mão.

- O nome dele era Taemin. – Começo o loiro.

- Quem? – indagou o alfa confuso.

- O primeiro garoto por quem eu me apaixonei. – sorriu o ômega. – Ele foi meu primeiro amor, eu devia ter uns doze anos quando o conheci, mas só me declarei para ele com quinze.

- Por que está me contando isso?

- Sabe, eu não sabia se seria ômega, Beta ou Alfa na época e nem havia revelado meus poderes. Aconteceu quando eu estava na escola e algumas garotas estavam me perturbando, eu fiquei com muita raiva e fiz ela se entregar para a diretora e dizer todas as maldades que ela havia feito na escola. – sorriu o ômega. – De primeira eu pensei que meus poderes eram incríveis e que eu poderia acabar com a injustiça na escola, eu era tão patético.

‘’ até que quando eu falei com meu tio Chanyeol sobre aquilo, ele me disse para ter muito cuidado, pois meus poderes eram instáveis e eu poderia machucar alguém, mas eu estava muito feliz por ter finalmente ter descoberto minhas habilidades especiais, aquilo era ‘pra ser um momento mágico, sabe? – os olhos do loiro já começavam á arder. – Quando eu fui contar á Taemin, ele também ficou muito feliz, tão feliz que até me beijou. Aquele fora meu primeiro beijo e eu não poderia estar mais radiante, eu tinha poderes legais e o cara por quem eu estava apaixonado havia me beijado, era Incrível, e foi aí que aconteceu. Você sabe por que nossas famílias resolveram nos unir? – perguntou Jimin.

- Pelo que minha mãe havia dito, foi porque nós tínhamos poderes parecidos, mas por que isso agora? – o alfa estava confuso, tudo aquilo que o loiro estava contando-o era muito feliz e romântico para ter alguém como Jimin no meio.

- Isso mesmo, eles resolveram nos juntar pois nós temos poderes parecidos. – debochou o loiro. – então eu vou te dizer algo Jungkook, eles podem até ser parecidos, mas eu nunca vou ser igual á você. Você consegue parar o tempo e isso é sensacional, mas eu... Eu sou a droga de uma aberração!

- Por que diz isso? – indagou o acastanhado.

- A única coisa semelhante entre nós é que ambos manipulamos o tempo, você consegue Pará-lo e tirar proveito disso, Já eu... e manipulo o tempo na sua mente, eu faço as pessoas verem e reverem os piores e mais desesperadores momentos da vida dela, e quando ela não têm, adivinha? Eu coloco na cabeça delas, eu faço elas pensarem que seus entes queridos estão morrendo em sua frente, faço-as sentirem a sensação de morrer e quando elas estão se acostumando, eu torno pior. – Os olhos do loiro estavam violeta novamente.

O que ele sentia era uma mistura de sentimentos fortes.

Tristeza, mágoa, raiva de si mesmo.

- Tudo isso se elas olharem nos meus olhos. – Jimin esfregava as mãos uma nas outras. – Meus olhos mudam de cor quando eu tenho sentimentos fortes, resumindo eu não posso ficar feliz, triste, com raiva ou magoado sem matar pelo menos uma pessoa. Por isso eu te disse aquelas coisas lá na escola, por que você estava me fazendo sentir sensações que eu nunca senti, era desejo, e desejo é um sentimento forte.

- Então esse tempo todo você me maltratava e era ignorante comigo era para me proteger? – Jungkook ainda estava em choque com tudo aquilo e ao escutar ao escutar os soluços baixinhos vindo de trás de si, sentiu-se tão estúpido por não perceber nada.

O alfa olhou de relance e começou a se aproximar do loiro.

- Por favor, por favor f-fique longe, eu não vou aguentar isso de novo, p-por favor n-não. – o loiro soluçava alto e o alfa não soube o que fazer.

Aquele não era Park Jimin, a pessoas mais egoísta e mesquinha que ele já conhecera.

Mas sim, um Park Jimin quebrado e indefeso, implorando por amor e atenção sem poder ter. Aquele loirinho era escravo de si mesmo.

O alfa não o escutou, apenas se arrastou de onde estava e abraçou forte aquele ômega.

- Não me peça para ficar longe, por que eu não vou ficar. – sussurrou o alfa.

Jimin apenas correspondeu aquele ato com força como se Jungkook pudesse ser tirado de si a qualquer momento.

- E-eu não quero machucar você Kookie, eu gosto de você. – o loirinho fungava tentando se acalmar para seus olhos voltarem ao normal, mas nada adiantava.

O alfa quebrou aquele contato com dificuldade por que Jimin parecia não queres soltá-lo.

- Olhe para mim, Jiminie. – pediu o acastanhado não fazendo noção do que pedia. – Eu quero ver seus olhos.

- Não posso. – negava o loiro balançando a cabeça com os olhos fechados.

- Vamos, confie em mim. Você não vai me machucar, eu quero que você perca esse medo, eu quero que olhe para mim. – o alfa insistia.

- E se eu machucar você.

- Não vai, você vai abrir seus olhos e eu vou ficar são e salvo. – incentivou Jungkook.

E Jimin acreditou em suas palavras.

Lentamente, os olhos do ômega foram se abrindo.

Jungkook ficou paralisado quando os viu.

Os olhos de Jimin pareciam brilhar, era uma mistura de roxo com róseo e eles parecia pulsar.

- Eles são... lindos, Jiminie. Assim como você. – disse o alfa e o loiro o abraçou novamente.

- Obrigado Kookie, obrigado por existir. – o ômega sentiu a queimação de seus orbes cessarem abraçou seu alfa mais forte ainda.

***

Após uma sessão de choro e abraços, Jimin  estava deitado com Jungkook.

O loiro não descolava do alfa e Jungkook gostou de conhecer o outro lado de Jimin, um lado fofo e carinhoso que ele nunca pensou que veria.

- Sabe Kookie, eu gosto de escrever músicas. – disse o loiro aleatoriamente.

- sério? Que dizer que você também compõe? – alfa estava surpreso com aquela ‘’revelação’’

- Sim. – Jimin sorriu tímido. – Eu fiz uma musica á um ano atrás e disse que só cantaria ela para alguém que eu realmente gostasse, e eu acho que esse momento chegou.

Jungkook parecia que explodiria de tanta emoção, além de tudo aquilo, Jimin ainda cantaria pra ele?

O loirinho tossiu um pouco e começou a cantar a música de forma suave e lenta.

Eu não sou a prova de balas quando se trata de você

Não sei o que dizer quando você me fez o inimigo

Após a guerra está ganha

Há sempre o próximo

Eu não sou a prova de balas quando se trata de você

Talvez eu vou bater em você

Talvez a gente iria abrir essas feridas

 Só Estamos vivos , se nos machucarmos

Então eu abandonei esta armadura

Eu vou me render esta noite

Antes de tanto perder essa luta

Pegue minhas defesas

Todas as minhas defesas

Eu abandono essa armadura

Eu abandono essa armadura

Eu faço o que for preciso para fazer isso direito

Mas nós temos que parar antes do arrependimento

Após a guerra está ganha

Há sempre o próximo

Eu vou fazer o que é preciso para fazer isso direito

Talvez eu vou bater em você

Talvez a gente iria abrir essas feridas

Estamos só está vivo, se machucar

Então abandonei esta armadura

Eu vou me render esta noite

Antes de tanto perder essa luta

Pegue minhas defesas

Todas as minhas defesas

Eu abandono essa armadura

Eu abandono essa armadura

Eu abandono essa armadura por você

Eu vou ser você

Eu serei o seu lugar seguro

Eu serei seu abrigo

Seu aconchego yeah

Eu vou ser sua fuga

Eu serei o seu lugar seguro

Eu serei seu abrigo

Seu aconchego yeah

Pegue minhas defesas

Todas as minhas defesas

Eu abandono essa armadura

Eu abandono essa armaduraCorrigir

Eu abandono essa armadura por você

Eu abandono essa armadura por você

Jungkook ainda estava em choque quando Jimin finalizou a música.

- O que eu disse nessa música, meus sentimentos, tudo é verdadeiro. E eu vou te apoiar em tudo o que você precisar. – disse o loiro sem medo de olhá-lo nos olhos.

Jungkook sorriu.

- Eu também gosto muito de Você Jimin, você é a primeira pessoa por quem eu tenho tanto afeto sem ser da minha família, você é especial para mim. – disse o alfa. – Você poderia me ajudar a organizar o funeral dos meus pais?

- Com certeza, foi como eu disse anteriormente, eu vou ser o que você precisar e sempre que precisar, você pode contar comigo.

***

- Então quer dizer que tem um bebezinho aí dentro? – perguntou Taehyung e Seokjin riu internamente.

Aquele ômega ruivo parecia uma criança em corpo de adulto.

- Para que tanta surpresa, Tae Tae? Já não é tão raro assim haver gravidez masculina. – disse Baekhyun arrancando risos do ômega moreno.

- Ah, me deixe Hyung. Eu ainda acho incrível. – disse o ruivo. – O pai do seu bebê não veio com você?

- Não. – murmurou o moreno. – O pai sequer sabe que esse bebê existe.

- Por que? – indagou o ruivo.

- Taehyung, isso é assunto dele, deixe-o em paz. – reclamou Baekhyun. – Não precisa contar se não quiser.

- Tudo bem, vai ser bom desabafar com vocês. – sorriu Seokjin. – O pai do filho que eu estou esperando, o Namjoon, é meu amigo de infância, minha família e a dele sempre foram muito amigas e eu e ele meio que éramos amigos coloridos, eu passava meu cio com ele e ele passava o cio dele comigo, nós dois estávamos no cio quando eu engravidei, mas quando eu descobri e fui contar á ele, eu descobri que ele estava noivo de uma ômega de uma família rica da nossa cidade, ela também está grávida.

- Nossa, que situação.  – foi tudo o que o ruivo pôde dizer.

- Por isso eu escondi e vou continuar escondendo esse filho dele, não quero ser um possível ‘’amante’’. – suspirou o moreno.

- Dada as circunstancias, você tomou a decisão certa, não seria difícil apenas para você, mas como também para o garoto ou garotinha que está dentro de você.  – falou Baekhyun.

- Eu nem sei o que faria numa situação dessas, Deus me livre! Com todo respeito, Hyung.

- Tudo bem Tae, não se sinta mal por isso. – tranquilizou-o o ômega moreno.

- Eu realmente queria ficar mais tempo, mas eu tenho que ir para casa, minha tia deve estar preocupada. – disse Taehyung, queria saber mais sobre como é ter uma criança dentro dele, mas se não chegasse em casa a tempo, ele sequer saberia com seria tentar fazer uma criança.

***

Quando o ruivo chegou em casa, passou direto pela sala e não viu ninguém.

Estranhou, sua tia sempre estava sentada no sofá da sala o esperando chegar para começar a lhe dar sermões sobre como ser um bom ômega.

Foi até a cozinha e ela também não estava lá, só havia um bilhete pregado na geladeira.

O ruivo o pegou e leu rapidamente.

‘’Querido Sobrinho, precisei viajar para Seul para resolver alguns assuntos pendentes. Espero que você se lembre que daqui a cinco dias seu prazo para conseguir um marido sozinho acabar, e se você conseguir um em menos de uma semana – o que eu acho muito difícil – Você poderá se ver sem mim para sempre.’’

O ruivo engoliu o seco, havia esquecido completamente daquele probleminha.