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História Iron Blood - Quarenta e nove - História escrita por maryTvirgin - Spirit Fanfics e Histórias
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História Iron Blood - Quarenta e nove


Escrita por: maryTvirgin

Capítulo 56 - Quarenta e nove


 

Cinco anos depois…

Dedos calejados tocam as teclas com delicadeza e precisão únicas. 

Os sons das notas musicais soam por toda a sala aconchegante, a luz da lareira iluminando o ambiente e por consequência o corpo sentado sobre o banquinho de frente para o instrumento de cor negra. 

Se perguntassem a Angelina quando e como ela decidiu aprender a tocar o instrumento, a resposta seria até óbvia demais: foi há quatro anos atrás porque ela não tinha nada mais para fazer. 

Não haviam mais super-vilões querendo destruir o mundo – já que ele já havia sido destruído –, não haviam mais missões que exigissem o tempo dela, não havia mais o namorado ou os amigos exóticos dele, não haviam mais motivos para passar horas e mais horas criando e projetando armaduras, armas ou qualquer coisa do tipo. Na realidade não haviam mais muitas coisas a serem feitas além, é claro, de existir e sobreviver. 

Após o fracasso já premeditado da última missão dos Vingadores – ou o que restou deles – a família Stark não ficou muito mais tempo na base da antiga equipe. Na realidade, no mesmo dia em que eles retornaram e anunciaram a morte de Thanos pelas mãos de Thor, a pequena família de três membros chegou à conclusão de que eles deveriam partir. Tony não se sentia bem lá. Ele ainda não havia voltado a falar com os amigos, e infelizmente continua assim mesmo cinco anos depois. Pepper nunca lidou bem com a tristeza e apenas queria ver sua filha e noivo se recuperando de tudo pelo que passaram. E Angelina, mesmo se sentindo triste por se separar deles naquele momento tão difícil, não hesitou em sair. Ficar lá fazia com que ela se sentisse morta, e exatamente por ás vezes desejar estar morta, ela teve que correr. 

Todos estavam tristes demais, silenciosos demais, afundados em auto-piedade e culpa. Então, não. Já bastava o transtorno de estresse pós-traumático dela. Talvez antigamente Angelina tentaria ficar apenas um pouquinho mais, mas os tempos eram outros, incluindo as pessoas e ela mesma. 

Tudo era diferente, e naquela ocasião diferente significou horrível.

A despedida foi difícil mesmo que não fosse permanente já que os encontros mensais ou quinzenais ocorriam religiosamente, desde que eles não fossem na base. O lugar é habitado por fantasmas demais para ela lidar. Os quartos dos antigos membros continuam por lá, da mesma maneira que foram deixados anos antes; intocados. Ninguém se atrevia a ao menos parar de frente as portas fechadas.

Após o retorno da equipe alguns membros seguiram em direções opostas. Rocket e a mulher azul, que se chama Nebulosa, partiram para o espaço em busca de algo que nem eles mesmos sabem o que é. Carol fez o mesmo, mas o intuito dela era proteger aqueles que não podem fazer isso. Rhodes foi para a própria casa, mas ainda sim continua a trabalhar para o que restou do governo ocasionalmente. Thor sumiu junto dos asgardianos que restaram do massacre que Thanos executou na nave deles, ele nem ao menos se despediu antes de desaparecer. Natasha e Steve continuaram na base cuidando das coisas da melhor maneira que podiam, monitorando o restante do universo com os outros e a Terra com a ajuda de Okoye – que atualmente é a rainha de Wakanda graças a ausência de todos os membros da família real. E Clint, após perder toda a família, desapareceu mundo afora e os únicos rastros que deixou foram os corpos dos criminosos que vez ou outra têm o azar de entrar para a lista dele.

Tempos sombrios alcançaram violentamente Angelina após o inevitável. Os primeiros meses foram terríveis. Pesadelos, crises de pânico, ansiedade, uma insônia ainda maior do que a costumeira. Tudo era um inferno. Ela passou por muito disso em silêncio, fingindo que tudo estava bem. Aos olhos da mulher, os pais dela não precisavam de mais coisas para se preocupar. Ela sabia que Tony carregava uma bagagem pesada e que Pepper já estava fazendo tudo o que podia por eles. Mas Angelina também não tem dúvidas de que eles sabiam exatamente o que ela estava fazendo, afinal todos eles estavam tentando o mesmo plano. 

E foi durante a época mais difícil do transtorno de estresse pós-traumático da Stark que um raio de luz surgiu em meio a toda escuridão. 

Uma vez Angelina leu sobre os bebês arco-íris – bebês que são gerados após um aborto. Para Angelina, Morgan H. Virginia Stark, a irmã mais jovem dela, é o bebê arco-íris da família Stark. Uma criança que não veio após um aborto, mas que veio após uma tempestade que devastou a vida deles.

Seja lá quem tenha decidido os abençoar, acertou o momento; ela estava a milímetros do ponto de ruptura que a levaria à desistência de tudo, incluindo a desistência da própria vida.

Se fechar os olhos, Angelina consegue se lembrar perfeitamente da primeira vez que viu Morgan, ou seja, no momento em que ela nasceu. 

Aproximadamente dois meses após o “fim do mundo”, Pepper deu a notícia, no meio do café da manhã, de que ela estava grávida. Tony quase teve mais uma crise existencial nos quarenta e oito anos de vida dele e Angelina se engasgou acabando por expelir o suco que bebia pelo nariz. Aquela reação foi a primeira ação extravagante que ela teve em meses – algo diferente de apenas existir – e o sorriso gigantesco que ela deu também foi o primeiro de muito tempo. As lágrimas que seguiram a revelação foram as primeiras de anos que não eram causadas por sentimentos ruins, mas sim de alegria. 

Pepper experimentou o processo de gestação pela primeira vez e ela encarou tudo com tranquilidade invejável – alguém ali tinha que ser o responsável já que os outros dois não conseguiam. Tony seria pai pela segunda vez, mas isso não tirou a magia de assistir a barriga crescer ou de presenciar o parto – que foi feito em casa por uma equipe especial –, e desde o primeiro momento tirou de letra toda a situação. Angelina teve de se adaptar ao fato que que ela se tornou para alguém um exemplo a ser seguido. Porque agora ela tinha um pequeno ser humano que tentaria imitar suas atitudes, por menores que elas fossem, e que se apoiaria em si para lidar com coisas que a fazia medo; tipo chuvas fortes demais ou o medo de dormir no escuro. Além de, é claro, ter que dividir o título de Princesa Stark.

Do nascimento de Morgan em diante o mundo ganhou novas cores, assim como a vida deles novos objetivos.

Além de tudo isso, Angelina descobriu que ter uma irmã mais nova não só significava amor eterno e imensurável como também significava ter alguém com quem contar quando ela mesma tinha medo. Ela descobriu isso em uma das crises de pânico que teve no meio da madrugada após um sonho ruim. A tempestade tropical que assolava a região onde morava não ajudou muito. Angelina não se lembra de muito além de ter acordado ofegante, com a garganta comprimida por uma força invisível, lágrimas escorrendo dos olhos em meio ao choro compulsivo. Ela sequer se lembra de como alcançou o banheiro do quarto e de como conseguiu vomitar dentro do vaso sanitário ao invés de fazê-lo no chão. Mas ela tem certeza de que nunca se esquecerá do momento em que a criança de dois anos de idade a encontrou enrolada no chão frio e passou a noite ali, deitada sobre ela como se quisesse a proteger dos raios e trovões – mesmo que Angelina só precisasse ser protegida de si mesma – que também a assustavam. Foi Pepper quem as encontrou na manhã seguinte, enroladas uma na outra sob o calor da coberta azul com estampa de gatinhos da criança. Dessa noite em diante nada mais as separava.

Sons de passos corridos fizeram Angelina virar o rosto para o lado. O pequeno corpo de Morgan corria até ela com um sorriso fofo nos lábios, os pequenos olhos castanhos brilhando de alegria e o cabelo marrom apontando em todas as direções. Em uma das mãos pequenas ela carrega a Pantera Cor de Rosa que Angelina ganhou do pai quando tinha a mesma idade e na outra um capacete azul.

– Lina! – A caçula Stark chamou com a voz aguda e infantil. – Vamos brincar lá fora?

– Vam… Maguna, porque você está com o capacete da armadura que o papai fez para a mamãe? 

– Eu encontrei no laboratório…

– Encontrou? Tem certeza? – Angelina arqueou a sobrancelha esquerda com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

– Sim, ué. – Os pequenos ombros foram balançados para cima e para baixo. 

Sorrindo abertamente para a fofura da irmã mais nova, Angelina estendeu os braços e a pegou no colo começando a caminhar para fora da casa. A casinha feita por ambas na tarde anterior ainda estava lá pronta para mais uma tarde de brincadeiras. Durante algum tempo as duas ficaram por ali brincando e conversando distraidamente – precisamente Morgan falando pelos cotovelos assim como Angelina fazia na mesma idade e a mais velha assentindo e às vezes adicionando algo assim como o pai dela fazia anos antes. A menina mais jovem realmente herdou o genes dos Stark’s, apesar de também ter muitas das características de Pepper. 

De dentro da casinha de pano, Angelina escutou passos calmos antes de uma voz familiar cortar a brincadeira das duas.

– Angelina Maria Stark e Morgan H. Virginia Stark, vocês querem almoçar? – Angelina sorriu ao ver a mais nova enfiar o capacete na cabeça.

–  Defina almoçar ou será desintegrado! – O pequeno braço foi erguido em direção ao rosto do pai como se ela estivesse prestes a disparar o propulsor da armadura.

– Okay. Você não deveria estar usando isso. É parte do presente de aniversário da mamãe. – Angelina engatinhou para fora da barraca e sorriu para o pai que a olhou com os olhos semicerrados em acusação. – Querida, porque ela está usando a armadura?

– Ela pegou sozinha!

– É mentira, papai! Lina que me falou para pegar! – Angelina encarou a irmã mais nova com choque em toda a expressão dela antes de olhar de novo para o pai.

– Morgan! Eu não... É ela quem está mentindo, pai! – O dedo indicador da mulher de vinte e três anos de idade foi erguido e apontado para a irmã mais nova.

– Morgan…

– 'Tá bom. Eu peguei sozinha. – Murmurou em derrota com um biquinho nos lábios.

– Não acredito que você tentou me incriminar. – Angelina resmungou inconformada.

Com um sorriso amoroso desenhado nos lábios Tony removeu o capacete da cabeça pequena da filha caçula e ajeitou os fios de cabelos castanhos – idênticos aos dele e de Angelina – com suavidade. Um beijo foi deixado sobre a bochecha macia dela antes que ele erguesse o corpo pequeno junto ao dele. Tony sorriu para a filha mais velha que possui a mesma altura que ele – o Stark quase nem acredita que a criança de anos atrás é a mulher alta e forte de frente a ele – e depositou um beijo sobre a testa dela.

– Que tal almoçar? Comer algumas batatinhas? É isso que vocês querem? 

– É o que eu quero, mas não posso dizer o mesmo sobre essa ladra traidora de irmãs mais velha. 

– E vem cá, como você achou isso? – Tony sacudiu o capacete.

– Na garagem.

– Você estava procurando por ele ou só estava andando por lá?

– Hmmm…

– Você gosta de ficar na garagem? – Tony perguntou dando um breve olhar para a filha mais velha que havia acabado de se apoiar contra o ombro dele.

– Gosto. – Morgan respondeu timidamente arrancando um resmungo da irmã mais velha a respeito de como ela é fofa.

– Assim como o papai e a irmã. – Tony sorriu convencido sabendo que tinha mais uma coisa para implicar com Pepper a respeito de como a filha deles se parece mais com ele do que com ela.

– E isso é terrível. – Angelina afirmou acabando com o sorriso do pai dela. 

É, Tony olhou entre as duas filhas se lembrando de como na idade de sete anos, Angelina já tinha problemas com insônia e hiperatividade, é um pouco terrível toda essa semelhança.

Os três começaram a ir para dentro da casa de madeira quando o ronco suave de um motor de carro os fez olhar para o lado. Steve desceu do Audi parecendo incerto sobre estar ali, do outro lado do carro Natasha cruzou os braços sob os seios e deu um pequeno sorriso. Um rosto que Angelina só viu uma vez há sete anos atrás no aeroporto da Alemanha estava junto a eles. Scott Lang, ela se lembrou do nome do homem. 

Tony se virou de costas e começou a caminhar para dentro da casa com a filha mais nova nos braços, um olhar sobre os ombros dele deixou claro para Angelina que ele voltaria em breve. Com um suspiro suave e um sorriso aberto, Angelina abraçou Steve de maneira apertada e em seguida fez o mesmo com Natasha – que nos últimos cinco anos se tornou muito mais amiga dela do que em todos os outros que conviveram juntas. Ambas lutaram para manter o que restou da família juntos, ou ao menos o mais próximo que era possível. Um sorriso foi direcionado a Scott antes que ela os chamasse para a varanda para conversarem.

– Nós sabemos o que isso parece… – Scott afirmou após toda a explicação a respeito do plano deles de viajar no tempo.

– Tony, depois de tudo o que você viu é importante…

– Variação quântica mexe com a Escala de Planck, o que leva a Teoria de Deustch. Concordamos nisso? – Tony questionou cortando a fala de Steve. Angelina respirou fundo olhando para o progenitor. 

Ela conhece aquele tom de voz.

– Resumindo, é uma viagem sem volta. – Angelina concluiu assistindo o pai entregar um copo de suco ao Capitão.

– Eu voltei.

– Não. Você sobreviveu acidentalmente. – Tony negou olhando para Scott. – Um caso cósmico em um milhão. E agora você quer fazer um… Como você chama? 

– Salto no tempo? – Scott respondeu após hesitar alguns segundos.

– Salto no tempo. É claro. Porque não pensamos nisso antes? – Tony ironizou olhando para Lang. – Por que é uma piada? Ou por que não funciona?

– Nós temos que concordar, pessoal, que isso é algo tão improvável que parece loucura. – Angelina explicou os próprios pensamentos olhando para os rostos familiares ali.

– As Jóias estão no passado. Podemos voltar e pegá-las. 

– Podemos estalar os dedos e trazer todos de volta.

Trazer todos de volta. Essa frase começou a ecoar continuamente na cabeça de Angelina.

– Ou piorar o que ele fez, certo? – Tony cortou as falas positivas com uma racional.

– Acredito que isso não seja possível. – Steve negou prontamente.

– Tenho que discordar, Steve. Nada é tão ruim que não possa piorar ainda mais. – Angelina balançou a cabeça. 

– Preciso dizer que, às vezes, sinto falta desse otimismo. Embora manter essa esperança não vá ajudar se não houver uma forma tangível de executar o dito “salto no tempo”. 

– E o resultado mais provável seria a nossa morte coletiva. – Apesar de realmente considerar a ideia dos outros três, Angelina sabe que ela e o pai possuem muitas coisas a perder caso algo dê errado. E tudo ali coopera para um fim não favorável a eles. 

– Não se seguirmos as regras da viagem no tempo. – Scott negou se sentando de frente para os dois Stark’s. – Não interagir com as nossas versões do passado. Sem apostar em jogos…

– Deixe-me te interromper aí, Scott. É sério que seu plano para salvar o Universo é baseado em “De volta para o futuro”? – Tony questionou o outro homem parecendo prestes a ter um surto com tamanha insensatez daquele plano. – É?

– Conheci alguém que amaria colaborar com cultura pop americana para a sua máquina do tempo. – Angelina comentou abrindo um pequeno sorriso para a lembrança de um Peter agitado questionando todas as ideias daquele mesmo filme. 

Ao invés de se sentir triste com a memória que veio à tona, Angelina sorriu carinhosamente para o nada apenas sentindo saudade de tudo o que Peter foi e fez. Ainda dói, provavelmente sempre fará. Mas Peter merece mais do que ser associado a apenas coisas ruins. Apenas a existência dele foi um motivo de felicidade para ela. Angelina sempre se lembrará de Peter como o primeiro amor dela, o primeiro melhor amigo. Ele sempre será alguém que ela ama e aprecia, talvez não do mesmo jeito que fez aos dezessete anos, afinal ela não pode amar alguém que está morto. Steve é a prova viva de que isso nunca acaba bem. Ela teve tempo mais do que suficiente para aceitar tudo o que aconteceu e entender que às vezes algumas coisas apenas acontecem e chegam ao ponto final. Então se ela não pode amar a pessoa, ela amará as lembranças que tem dele.

Angelina sorriu ainda mais com o peito cheio de carinho.

– Não.

– Bom. Fiquei preocupado. Seria bobagem. – Tony murmurou olhando dentro dos olhos de Scott. – Física quântica não funciona assim.

– Tony… Nós temos que reagir. – Natasha murmurou com a voz quebrada. Completamente vulnerável.

– Nós reagimos e cá estamos.

– Sei que tem muito a perder, uma esposa, duas filhas… Mas eu perdi uma pessoa muito importante para mim. Muitas pessoas perderam. E agora nós temos a oportunidade de trazê-los de volta e vocês estão me dizendo que não vão tentar!

– Isso mesmo, eu não vou.  – Tony negou. – Eu tenho duas filhas, uma que nasceu nos últimos cinco anos e outra que já se machucou muito por esse Universo. Esquece. 

Antes que Tony pudesse continuar Morgan abriu a porta e correu para os braços do pai. Os pequenos olhos castanhos se encontraram com os da irmã mais velha e um doce sorriso cresceu no rosto infantil.

– Mamãe me mandou para salvar vocês. – Morgan esclareceu a aparição repentina. Angelina riu pela falta de descrição da criança.

Morgan definitivamente não controla a própria sinceridade, assim como Angelina e Tony.

– Mandou bem. – Tony abraçou ela cuidadosamente.

– Estamos salvos. – Angelina piscou um olho para a criança.

– Gostaria que tivessem vindo para falar de outra coisa. Qualquer coisa. – Tony, agora mais calmo, afirmou olhando para os antigos companheiros de equipe. – Fico feliz em vê-los, é ótimo. Nós temos mesa para seis se quiserem ficar... – O Stark se ergueu começando a caminhar com a filha caçula no colo e com a mais velha logo atrás dele. 

– Tony, eu entendo. E eu estou feliz por você. – Steve parou os devaneios do homem e o olhou nos olhos com sinceridade. – Mas isso é uma segunda chance…

– Eu estou vivendo a minha segunda chance, Cap – Tony olhou para as duas filhas e depois ao redor delas. – Eu não posso arriscar isso. – Eles ficaram em silêncio por alguns segundos. – Se não forem falar de trabalho podem ficar para o almoço. 

Os quatro assistiram o Stark entrar na casa. Angelina respirou fundo por alguns segundos antes de olhar para a outra parte da família.

– Pensei que você concordaria. – Natasha murmurou olhando para a mulher mais jovem.

– Se o plano fosse um pouquinho mais estável, talvez eu concordasse, mas… – Angelina sorriu pequeno olhando para eles. – Morgan foi a única coisa boa que aconteceu em muito tempo, sabe? Não consigo lidar com a ideia de que um pequeno erro poderá apagar a existência dela e… Olha, aqueles que morreram por causa de Thanos já estão mortos… Mas e todos aqueles que nasceram nos últimos cinco anos? – Angelina olhou entre os três tentando deixar claro o que ela queria dizer. – Só porque algumas pessoas, pessoas como nós, não conseguem aceitar a derrota e a perda que tudo aquilo trouxe não significa que outras pessoas não o fizeram. Alguns seguiram em frente, se apaixonaram de novo e formaram famílias, alguns estão felizes mesmo em meio a toda a dor e perda porque eles superaram o que aconteceu... Tentar consertar algo que não tem conserto do vai piorar tudo. Não consigo lidar com o fracasso mais uma vez e não posso perder mais ninguém.

– Mas as pessoas que morreram…

Já estão mortas. Elas não morrerão uma segunda vez. – Angelina negou olhando brevemente para Steve mesmo que quisesse ficar longe o olhar incompreensível. – Nat, já se passaram cinco anos. Não cinco horas, cinco semanas ou cinco meses. São mil oitocentos e vinte e cinco dias! – Angelina a olhou nos olhos vendo as lágrimas que ela tentava segurar. Os olhos castanhos da Stark também ficaram úmidos. – Eu também sinto falta daqueles que se foram e eu realmente iria até o inferno e voltaria se isso os trouxesse de volta. Eu morreria para isso acontecer. Mas a minha condição para ajudar é ter certeza, certeza absoluta, de que nada acontecerá com o que veio após 2018. – Angelina respirou fundo desviando o foco dos três. – Eu já perdi muito. Tenho perdido pessoas desde o dia em que nasci. Sou uma perdedora. Todos nós somos. Todos perdemos a todo o momento, desde pessoas a coisas. Mas eu não posso perder isso aqui… – Angelina apontou o dedo para as coisas ao redor deles. – Porque isso é tudo o que me resta. Vocês são tudo o que me resta…

…e eu não sei se perdê-los compensa a tentativa de salvar a todos os outros

 


Notas Finais


Gente, nem te conto. Escrevi o último capítulo de Ib hoje. Vocês acreditam nisso? To em choque. Chorei que nem uma vagabunda, não me recuperei ainda. A reta final da fic começa aqui!

Dor, essa fic só me trás dor. É isso. Sei nem o que dizer.

Real mesmo to pensando em fazer um vídeo para vocês, algo como uma despedida. Tenho muita história para contar a respeito de todos os finais que essa fic já teve, e foram descartados ao longo desses três anos. Não sei ainda, até pq só da para postar vídeo aqui se ele for do youtube, ou seja, tenho que postar lá tbm. Isso me desanima para um caralho. Aí já sabe, sem promessas.

Eu andei pensando em escrever um spin off dessa fic, algo com uns 10 ou menos capítulos para dar um fechamento para a Angelina e seus problemas. Mas sla, a faculdade nem sempre me dá dias inteiros livres (sim, um capítulo demora um dia para ser feito) ou inspiração para isso. Tipo, essa semana agora vou estudar para as minhas provas, aí já sabe.

Então, sem promessas disso realmente acontecer, mesmo que eu já tenha a ideia e o rascunho geral pronto.

Espero que tenham curtido as duas Stark's juntas, e sinto muito por não ter muita coisa delas. É a reta final da fic, e eu sinto que se eu acrescentar demais não vai ficar bom. Tá na hora de ib ser encerrada já. Afinal, to tentando fazer isso há dois anos já, desde 2019 pós Ultimato.

Daqui para frente, preparem os olhos. Vai ter um pouco da visão do Tony como pai e herói (algo que nunca foi colocado aqui antes, terceira pessoa é maravilhoso de escrever, real) e uma versão da Angelina que é um pouco pessimista, como vocês viam aqui. E triste, é claro, pq ela não consegue ter um minuto de paz nessa merda kkakaka porra

Até a próxima.

Talvez eu faça uma att dupla, não sei.

Tenho que escrever esse epílogo ainda hoje pq se não lá vai outro mês para encerrar isso daqui.

Bjão seu lindos!

<3


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