Notas do Autor
Espero que gostem do capítulo, boa leitura e até o próximo ;3
Capítulo 35 - Correria e Sendo pega de surpresa.- Parte II
POV Milla
Peguei o vestido e voltei para meu quarto correndo, entrei no banheiro e me despi rapidamente. Tomei o banho mais rápido da minha vida, não podia enrolar, o caminho até a casa de praia da minha mãe é longo.
Ao sair do banho passei um creme no corpo, e coloquei o vestido com certa dificuldade. Meu vestido é simples nada muito extravagante(1), porém muito bonito para um casamento na praia. Deixe meu cabelo solto, hoje ele está com ondas lindas, passei uma make bem bonita(2) coloquei uma rasteirinha e desci pra sala correndo. Olhei pro relógio de parede, são 17:32PM. Não dá tempo de esperar um táxi, então vou até o chaveiro da porta e pego as chaves do meu jipe commander preto, sai do meu apartamento, aperto o botão dos elevadores freneticamente.
-Abre logo elevadorzinho!- choramingo.- Graças a Deus!- ele se abre e eu entro apertando o botão do térreo. Pego meu celular e disco o número de Verônica.
Tuuh Tuuh Tuuh...
"O número que você ligou esta fora de área ou desligado. Por favor tente mais tarde!"
-Merda!- a porta se abre e eu começo a procurar meu carro pelo estacionamento.- Cade você amor da mamãe?- sussurro, aciono o alarme finalmente ó encontrando, corro até ele enquanto tento ligar pra David, também está desligado, que ódio!
Abro a porta e entro rapidamente, coloco a chave na ignição, minha mão está tremula. É a primeira vez que vou dirigir desde o acidente, não posso ser covarde, não agora.
-Calma Mia, você consegue, não desiste agora.- sussurro.
Respiro fundo algumas vezes. Giro a chave, dou a partida no carro e saio do estacionamento devagar. Pego meu celular e mais uma vez tento ligar pra Vê, nem chama, o sinal deve ser péssimo lá. Acelero o carro e meu coração bate descompassadamente. Desvio de um carro e passo outro que está devagar, estou vendo que vou ganhar várias multas. Tento ligar mais algumas vezes pra ela, na primeira nada, na segunda, na terceira e na quarta, nada!
-Última tentativa, melhor dar certo celular idiota!- falo entre dentes. Dessa vez o celular chama, na terceira vez Verônica atende.
~~Ligação On~~
Eu:Até que enfim!- suspiro aliviada.- Vê preciso de um favor!
Vê: Oque? Aconteceu alguma coisa?- pergunta preocupada.
Eu: Não, quer dizer, sim!- paro no sinaleiro.- Por favor não me diga que o casamento começou.
Vê: Não começou.- o sinal fica verde e eu acelero.- Porque? Você nã...- solto um grito, meu carro quase colide com outro.- Mia? Oque aconteceu?
Eu: Quase sofri outro acidente de carro.- ela arfa.- Mas isso não é oque interessa, eu preciso que você segure minha mãe aí, não deixa ela se casar até eu chegar.- buzino ao atravessar um cruzamento.
Vê: Não vou deixar você atrapalhar a felicidade dela Milla!- me repreende.
Eu: Cala a boca retardada!- respiro fundo.- só preciso de dez minutos, por favor.
Vê: Pra que?- seu tom sai alto.
Eu: Quero conversar com ela. Por favor Verônica, deixa de ser ridícula!
Vê: Tá bom!- bufa.- Mas se você fazer alguma coisa eu te prendo no porta mala.
Eu: Oque você quiser!- sorrio.
Vê: Só posso segurar ela oito minutos, sinto muito!- acelero mais ainda!
Eu: isso não é problema.- desligo o celular.
~~Ligação Off~~
Corto os carros a minha frente e dirijo em alta velocidade, confesso que estou com medo, mas minha mãe é mais importante.
****
Estaciono meu carro um pouco distante da casa da minha mãe, a rua está cheia de carros e foi quase impossível achar vaga. Saio batendo a porta, pego a barra do meu vestido e começo a correr em direção a casa. Minha mãe vai casar na praia, a casa fica bem na frente de onde vai acontecer a cerimônia, e pelo que eu fiquei sabendo a festa vai ser entre a casa e a praia.
Estou correndo tão rápido que minha respiração está falha, paro na entrada pra ganhar fôlego, olho pros lados e não á ninguém, apenas eu e dois seguranças.
-Oi.- digo ofegante.- Preciso entrar.- Ia passar mas um deles me segura.- Oque?- pergunto irritada.
-Precisamos do seu convite.- diz o moreno.
-Oh armário! Quer dizer moço,- falo irônica.- eu sou filha da mulher que vai se casar me deixa entrar.
-Precisamos do convite!- repete impaciente.
-Caralho.- sussurro.- Eu esqueci em casa.- os dois se olham e o careca se pronúncia.
-Você não é a aquela modelo?- arqueia as sobrancelhas.- Ela namora o melhor zagueiro do mundo cara.- olha pro outro.
-Tudo bem, pode entrar.- olho feio pra ele.
-Obrigada!- digo seca. Entro na casa, subo os degraus aos tropeços, ao chegar a porta do quarto de minha mãe, coloco a mão na maçaneta.
-Coragem Milla, coragem!- respiro fundo. Abro uma fresta da porta, vejo Verônica tentando ganhar tempo da minha mãe, rio da cena dela fingindo um tombo e uma dor falsa na perna.
-Com licença.- digo entrando no quarto e elas me olham.
-Nossa que demora!- Vê para de fingir dor e se levanta sorrindo.- Tchau!- ela sai e minha mãe tenta segurar o riso.
-Eu sei, ela é bem maluquinha!- mordo o lábio nervosamente. Ficamos nos encarando durante algum tempo, ela me olha com cautela.- Mãe, eu quero...- minha voz sai embargada.- quero te pedir desculpas por esses dias de gelo, fui uma filha má, preocupei só comigo mesma, fui egoísta.- olho pro chão.- Fui uma pessoa sem escrúpulos, agi da pior forma com a pessoa que eu mais amo.- uma lágrima escapa e eu a deixo cair livre.- Mãe eu não consigo ficar sem você!- choramingo e ela corre até mim, me puxa pra um abraço e eu choro copiosamente.
-Tá tudo bem querida.- sua voz está abalada pelo choro.- Eu também te peço desculpas pelo meu egoísmo, eu fiqu...
-Não mamãe!- á interrompo.- Você não foi egoísta, eu que fui, eu sei que você não se esqueceu do meu pai, eu fui tola em ter brigado com você daquela forma, eu não devia ter sido tão rude.- aperto ela forte.
-Shiil.- acaricia meus cabelos.- Olha pra mim querida, por favor.- me afasto para olha-lá.- Senta aqui.- se senta na cama e eu sento na sua frente.- Querida, o Humberto nunca vai tomar o lugar do seu pai ou o seu no meu coração, eu amo ele, mas nunca amei alguém como amei seu pai.
-Eu sei mãe, eu só fiquei com medo de te perder, de você querer outra família.- seco minhas lágrimas.
-Você sempre será minha família, sempre.- sorrimos juntas.- Eu te amo meu amor!- me abraça forte e eu retribuo na mesma intensidade.
-Eu também te amo mamãe, muito!- choramos juntas, mas dessa vez de felicidade.
-Maninha você está atrasada.- escuto a voz do meu tio Léo, olho pra porta e ele arregala os olhos.- Aaaai que tuudo! A sobrinha mais linda do mundo!- sim ele é gay.
-Oi tio!- abraço ele.- que saudades de você.- ele ri da minha animação.
-Não é querendo atrapalhar o momento mãe e filha, mas seu futuro marido está quase tendo um treco!- olha pra minha mãe.
-Então vamos logo!- ela pega o buquê.
-Nem pensar que eu vou deixar vocês saírem daqui desse jeito.- ele faz uma careta.- A maquiagem de vocês está pior que a dor coringa.- pega nos duas pela mão.- Vou arrumar isso.
*****
Minha mãe está linda, ela não quis casar de vestido longo e nem branco. Seu vestido é verde água, não altura do joelho e com um decote comportado no busto.
Estamos descendo a escada do jardim da casa que dá direto pra praia. A decoração do altar está linda, com flores azuis e o tapete da mesma cor.
~~Coloquem a música " somewhere over the rainbow- israel kamakawiwo"~~
Todos os convidados estão sentados nos seus respectivos lugares, os olhares se voltam pra min e para mamãe, sim eu estou levando ela pro seu futuro marido, estamos de mãos dadas.
-Estou nervosa.- ela diz sorrindo.- estou bonita mesmo?- sorri pros convidados.
-Perfeita.- pisco pra ela.
Passo meus olhos pelo local, encontro o olhar de David sorrimos um para o outro, ao seu lado está Thiago, Belle, Oscar e Ludy, elas estão visivelmente emocionadas, aperto a mão da minha mãe e rimos nervosas. Olho pra frente e Humberto nos encara sorrindo, do lado esquerdo estão seus padrinhos. Do lado direito estão os padrinhos da noiva, Verônica é parceira do meu tio Léo (ela é mais macho que ele haha), Tia Valquiria e tio Rodrigo. O pastor é um senhor de idade e de aparência simpática, assim como todos a nossa volta ele também está emocionado com a nossa entrada diferente. Chegamos perto de Humberto e ele me abraça sincero.
-Que bom que você está aqui!- nos afastamos.- Fico feliz, de verdade.
-Cuida bem dela, se não você vai se ver comigo.- brinco com ele e todos riem.
-Pode deixar!- aperta minha mão, dou um beijo na testa dela, ela me entrega o buquê e eu fico ao lado dos padrinhos. O pastor começa a cerimônia, fala sobre como eles se conheceram, como se apaixonaram e como é o relacionamento dos dois.
Olho pra David e ele está me encarando com aquele olhar penetrante, e aquele sorriso sexy, sorrio abertamente.
Por um breve momento imaginei, eu no altar vestida de noiva e ele vestido de noivo, eu sei que é besteira da minha parte, afinal, ele não deve nem pensar em se casar! Melhor parar de pensar essas besteiras Milla.
-Eu vós declaro marido e mulher.- me desperto de meus pensamentos.- Pode beijar a noiva!- minha mãe e Humberto se beijam e todos se levantam aplaudindo.
Notas Finais