Destino. Existem pessoas que acreditam nele. Talvez nada aconteça por acaso. No fundo, de repente, as coisas tenham seu plano secreto, embora nós não entendamos. Essa era uma alternativa de crença. Entretanto, o destino também nos prega peças e nos tira, muitas vezes, o que tem de mais importante em nossas vidas e tentamos achar uma justificativa pra isso. A questão é: será que se está escrito nas estrelas é porque irá acontecer? Será que o que não é pra ser, simplesmente não acontece? Ou teria uma maneira de mudar o destino? Nunca se sabe... Tudo nessa vida é imprevisível, principalmente o amor.
— Autora
Damon Salvatore P.O.V.
Eu tinha medo de acordar. Eu tinha medo de acordar e perceber que não era real. Os dias ao lado de Elena em Santa Mônica estavam sendo maravilhosos e eu não poderia estar mais feliz. Ela era tudo que eu queria, tudo que eu precisava e amava. Acho que nunca senti esse amor e essa euforia antes. Nunca estive tão completo, também. Ontem à noite ainda estava em minha mente... Nossa intimidade, sua confiança em mim, seu sorriso, seus gemidos, todo o prazer que ela tinha me feito sentir, nós dois gozando juntos... Porra, eu mal podia esperar para estar dentro dela. É claro que eu estava me controlando, o máximo que eu podia, para poder respeitá-la e lhe dar o tempo que for necessário. Mas, também não sou de ferro, minha cabeça imaginava mil coisas absurdas e não conseguia parar de repassar as imagens que gravei em minha mente e fiz questão de guardar minimamente cada detalhe. Sorri, já despertado, rolando na cama para procurar pelo seu corpo, porém encontrei apenas o vazio. Logo me alertei, levantando em grande e exagerada rapidez, varrendo o quarto com meus olhos.
— Elena? — Chamei e esperei uns minutos sem resposta.
Quando eu estava prestes a sair da cama à procura dela, a mesma surgiu de dentro do banheiro, me concedendo a visão mais linda. Seus cabelos estavam presos em um coque solto, seu rosto estava natural como eu gostava, e ela vestia um macacão branco com bolsos, no qual ficava uma gracinha.
— Oi, você. — Ela cumprimentou, piscando pra mim.
— Oi. Achei que tinha me abandonado. — Sentei na cama para observá-la melhor.
— É mesmo?
— Sim. Você poderia ter simplesmente usado meu corpinho ontem e ter ido embora.
— Ah, isso não é verdade... Se eu fosse mesmo fazer isso, eu teria aproveitado mais.
Puta que pariu. Ela não devia falar uma coisa dessas à essa hora da manhã... Minha situação já não é das melhores, pensei, olhando para debaixo do lençol.
— Provocativa, hein? — Ela sorriu, se direcionando para a cozinha. Ouvi alguns barulhos de coisas caindo no chão e franzi a testa. O que ela estava aprontando? — O que está fazendo? Café da manhã?
— Sim. Por mais que eu odeie isso, infelizmente vou ter que mimar você um pouco hoje. — Ela surgiu com uma mesinha, na qual havia vários alimentos. Pães, geleias, bolachas, frios e café.
— Ah, é? Gostei da ideia. — Sorri vendo sua concentração em trazer tudo até a cama com cuidado, ela mordia o lábio inferior e tentava dar passos lentos, para se equilibrar. — Posso saber qual a ocasião especial pra isso?
— Você sabe muito bem. — Ela me olhou com deboche ao sentar na cama.
Pensei por um instante e não demorou muito para mim entender do que ela falava. É claro que ela não esqueceria. Meu aniversário. Chegou o dia.
— Sabia que não tinha nada que ter contado pra você. — Balancei a cabeça em reprovação.
— Ei, é claro que devia. — Elena tocou minha bochecha com a mão pequena e delicada, envolvendo meu rosto e o trazendo pra perto do seu. — Agora larga de ser um velho rabugento e aproveite.
Antes que eu pudesse responder com mais reclamações, seus lábios me calaram. Porra, eu adorava os beijos dela. Não eram apressados, mas habilidosos, lentos e absolutamente incríveis. Seus lábios roçam os meus, vagarosos, e como eu a conheço tão bem, poderia dizer que estava tentando me atiçar. Obviamente, funcionou. Ainda bem que a bermuda que eu usava ajudava a cobrir minha ereção, junto com o lençol. Atrevidamente, enfio minha língua em sua boca para uma inspeção fugaz e solto um gemido com a sensação. Nossos lábios se encaixavam perfeitamente, era como se tivéssemos sido feitos um para o outro. Suas mãos lentamente me empurraram para trás quando percebeu que eu estava me animando demais e respirei fundo, já com saudade do seu beijo.
— Feliz aniversário. — Ela sussurrou, olhando dentro dos meus olhos. E essa simples frase parecia tão honesta e cheia de amor. Devagar, ela distribuiu pequenos beijos ao lado de meus lábios, descendo pela minha mandíbula. O que ela tinha? Meu Deus, parecia estar insaciável.
— Disso eu realmente não posso reclamar. Devia ter falado do meu aniversário mais cedo se soubesse que iria ganhar um beijo desses. — Admiti, suspirando com suas mãos em meus cabelos.
— E tem mais de onde veio esse.
Arregalei meus olhos. Meu corpo ficou tenso e fiquei nervoso de repente ao pensar no que isso podia significar.
— Elena Sommers Gilbert, o que você está planejando? — Olhei para a diabinha da minha frente que parecia ao mesmo tempo tão inocente.
— Você só vai saber mais tarde. É surpresa. — Mordeu o lábio inferior, me olhando de forma misteriosa e maliciosa. Ai meu Deus, eu não posso com essa garota.
— Você está preparando uma surpresa pra mim e vai guardar segredo? Não tortura. — Gemi, fazendo uma careta. Não gosto de ser o último a saber das coisas.
— Pois trate de aguentar. Você não vai se arrepender. Agora prove o meu café. — Ela me ofereceu a xícara e torci meu nariz.
— Você fez? Mas é péssima na cozinha!
— Cala a boca! Não sou não! — Ela cruzou os braços, emburrada. — Não quer, então me devolve. — Disse irritada, tentando tirar de mim.
— Não, agora faço questão de experimentar. — Levei a bebida até a boca e assim que tomei o primeiro gole, Elena esperava pela minha reação. Não pude perder a oportunidade e fiz uma careta de nojo, como se fosse colocar para fora o que tinha acabado de tomar. Ela bufou, furiosa. Ri baixinho. —Estou brincando. Tá ótimo. — Apertei suas bochechas, na tentativa de tirar aquela carranca que em seu rosto havia se formado. — Obrigado, mas você não precisa fazer isso tudo por mim.
— Damon! Hoje é uma data especial.
— Claro que não. É um dia normal como qualquer outro. — Dei de ombros, mordiscando uma bolacha. — Só mais um ano mais velho, o que tem pra comemorar nisso?
— Que você está vivo mais um ano? Cara, você é a primeira pessoa que eu conheço que odeia fazer aniversário. Todo mundo gosta! — Ela parecia indignada.
— Não vejo muita graça.
— Deixa de ser chato. E quanto as pessoas ao seu lado que querem te agradar?
— Você não precisa fazer nada pra me agradar. Sabe disso.
Ter ela ali comigo já era o maior presente que eu poderia ter.
— Mas eu quero! Custa você deixar eu te bajular só um pouquinho? — Ela fez um beicinho fofo.
— Hmmm... Que tipo de bajulação é essa? — Questionei sugestivo. — Olha lá, Elena, eu sou um moço de respeito, não vem querer tirar a minha honra. — Ela revirou os olhos.
— Bobo.
— Então, é você quem manda hoje. Quais são os planos? — Eu queria tirar alguma resposta dela, estava morrendo de curiosidade.
— Bom, primeiro nós vamos almoçar fora. Depois iremos passar a tarde no mar, talvez nadar com os peixes, o que acha? — Só de ver o quanto ela estava empolgada com o que dizia, já fiquei feliz. Como eu poderia dizer não à ela? — E depois, de noite, bom... Não posso contar. — Ela apertou os lábios com um sorrisinho bobo. Ai, ai, ai.
— Cheia de mistério... Pra mim está perfeito.
[...]
Depois de mergulharmos com os peixes, resolvemos andar na beira do mar. Aquela cidade era simplesmente impecável. A água do mar era quase transparente, o vento levando os cabelos soltos e longos de Elena, o som das ondas, o sol tocando nossos rostos... Se eu pudesse viver para sempre em um momento da minha vida, eu escolheria esse. Sem dúvidas.
— Acho que estou vivendo sonho. — Elena disse, como se estivesse lendo meus pensamentos. Era bom saber que ela estava compartilhando do mesmo sentimento que eu... Que era recíproco.
— É mesmo? — Sorri e a envolvi pelos ombros, sentindo ela deitar sua cabeça em meu peito, enquanto caminhávamos e sentíamos a água em nossos pés.
— Sim. Estar aqui com você está sendo incrível. Nunca imaginei que me sentiria tão bem assim. — Ela estava de olhos fechados, quase como se estivesse suspirando de tanta felicidade. Era essa a intenção... Fazê-la feliz.
— Bom, se depender de mim, você vai sempre estar com um sorriso no rosto. — Esfreguei seus braços com as mãos, mas senti que sua postura murchou de um minuto para o outro.
— Pena que não depende só de você. — Ela falou, tristemente.
— Como assim?
— Como eu disse, isso vem sendo um sonho e infelizmente logo vou ter que acordar. A realidade me espera lá fora, Damon. — A maneira como ela dizia isso soava como uma despedida e eu não gostei nenhum um pouco desse tom. Com certo receio, mas necessitado de explicações, parei e a virei de frente para mim, mirando seus olhos.
— Elena, do que está falando? Porque soa tão triste ao dizer essas coisas? — Perguntei, enxergando tudo o que eu não gostava de ver em seus olhos. Desilusão, medo, falta de esperança... Todas coisas ruins que eu sabia que, no fundo, ela continuava carregando consigo.
— Nada. Eu só estava refletindo hoje de manhã, quando acordei e você ainda estava dormindo. — Ela tentou desconversar, para não dar mais tanta importância ao assunto.
— Sobre o quê? — Insisti, mas só ganhei o silêncio em troca. Elena parecia não querer falar sobre isso, mas agora eu não deixaria isso passar. Por que parecia que ela estava me dizendo adeus? — Fala comigo. Sabe que eu preciso e gosto de saber o que você que está pensando. — Segurei seu queixo, fazendo com que ela olhasse pra mim, profundamente.
— Estava pensando sobre a vida. Sobre como eu estou confortável com você em Phoenix, enquanto Jenna e Jessie sofrem nas mãos daquele traste. Eu não posso continuar com isso. — Ela lamentou, deixando o rosto cair em suas mãos.
— O que isso quer dizer? — Minha voz falhou. Droga, não podia ser o que eu estava pensando. Ela ainda não podia estar pensando em...
— Quero dizer que preciso fazer alguma coisa, não posso mais ficar parada. Não foi pra isso que fugi e mudei de estado. — Mesmo que tentasse compreendê-la, eu não podia acreditar no que estava ouvindo.
— Está pensando... — Engoli em seco. — E-em v-voltar?
— Sim. O que mais eu poderia fazer além disso? — Ela me olhou, com um sorriso sem humor, como se estivesse sem outra saída.
— Mas, Elena, você precisa pensar sobre isso. Não pode simplesmente decidir voltar. — Esbravejei, como se aquilo fosse evidente.
— Eu preciso, Damon. Não posso deixar elas sofrerem pra sempre nas mãos dele. Não posso ser egoísta. E eu sei que ele não vai sossegar até me encontrar. Até me surpreende ele ainda não ter vindo atrás de mim, deve ser porque de fato não sabe onde estou. — Assim que falava, percebi que não era de hoje que ela pensava sobre essas coisas... Ela já devia estar com isso na cabeça há um bom tempo. Por que não me disse?
— E por isso você pensa em voltar e morar debaixo do mesmo teto que aquele homem? — Não me segurei, acabei a acusando. Eu sabia que em partes ela tinha razão, mas isso não era o suficiente para deixá-la ir embora apenas para que voltasse a sofrer e ser abusada. Não, eu não iria deixar isso acontecer. — Essa não pode ser a única solução. A gente pode resolver isso daqui. A gente pode procurar ajuda...
— Você sabe o que eu penso sobre procurar ajuda. Logan é poderoso. Eu só arriscaria sua vida e depois seria pega, pois ele venceria e tudo seria em vão. — Ela dizia isso com medo, como se já tivesse analisado todas suas opções e descartado-as facilmente.
Então, o problema era eu? A questão era se eu ficaria bem? Porra, ela não podia se preocupar uma vez na vida consigo mesma?
— Você não sabe disso. Nem ao menos tentou.
— Damon... — Ela tentou novamente, mas a interrompi.
— Não, Elena, eu falo sério! Você não pode estar de fato considerando essa ideia! — Dei dois passos para trás, em desespero, sentindo meu sangue ferver só de pensar na possibilidade.
— Eu não tenho outra alternativa! — Ela aumentou o tom de voz, se defendendo.
— É claro que tem. Porra. Me deixa te ajudar. Me deixa tentar, pelo menos. Deve haver uma saída. — Me aproximei dela novamente, segurando sua cintura, encostando meu corpo perto do dela. — Olha pra mim. — Pedi, segurando seu rosto com delicadeza. — Eu não suportaria você perto dele de novo.
You know I want you
It's not a secret I try to hide
I know you want me
So don't keep saying our hands are tied
Você sabe que eu quero você
Não é um segredo que eu tento esconder
Eu sei que você me quer
Então não continue dizendo que nossas mãos estão atadas
— E você acha que eu suportaria? Você acha que eu quero ser espancada de novo? Você acha que eu quero que ele faça aquelas coisas nojentas comigo de novo? — Ela perguntou, com lágrimas nos olhos. Balancei a cabeça, tentando raciocinar. Eu não sabia o que fazer ou o que dizer. Como eu deveria agir? Sabia que ela estava certa, que não podia mais deixar sua família correndo este perigo, mas eu também não queria que ela se machucasse novamente. Não queria que ela me deixasse. Eu era um puta de um egoísta nesse quesito, eu sabia disso. — Você realmente acha isso? Porque eu não quero, Damon. Você não sabe como eu me sinto só de pensar nele encostando em mim novamente...
You think it's easy
You think I don't want to run to you
But there are mountains
And there are doors that we can't walk through
Você acha que é fácil
Você acha que eu não quero correr para você
Mas há montanhas
E há portas que não podemos caminhar
— E é por isso que eu insisto pra você não fazer isso. Você não pode chegar, de repente, e me dizer que vai voltar pra Portland. E quanto à nós? E quanto ao que sentimos? E quanto ao que estamos vivendo aqui e agora? — Era simplesmente inevitável não pensar que ela estava fazendo isso para me abandonar. Eu me sentia assim. Me sentia como se estivesse passando meus últimos momentos com ela. Não era pra ser assim, não agora que eu estava acreditando que sim, não havia ninguém mais no mundo pra mim... Só ela.
You claim it's not in the cards
But fate is pulling you miles away
And out of reach from me
But you're here in my heart
So who can stop me if I decide
That you're my destiny?
Você afirma que não está nas cartas
Mas o destino está a puxar-te a milhas de distância
E fora do meu alcance
Mas você está aqui no meu coração
Então, quem pode me parar se eu decidir
Que você é o meu destino?
— Eu sei disso. Dou muito valor para o que temos e eu nunca vou me esquecer de você e nem de tudo o que construímos, mas... Eu não posso fugir. — Eu não disse? Não disse que ela estava se despedindo? Meu coração se apertou com suas palavras e senti meus olhos úmidos. Sussurrei um "não" e a soltei, andando lentamente para trás, sem acreditar no que estava acontecendo. — Vem sendo ótimo com você. Você me deu toda a ajuda do mundo e eu nunca vou poder te agradecer o suficiente, mas nós dois sabíamos que iria ser assim. Uma hora ou outra.
I know you're wondering why
Because we're able to be
Just you and me
Within these walls
But when we go outside
You're going to wake up
And see that it was hopeless after all
Eu sei que você está se perguntando por que
Porque podemos ser
Apenas você e eu
Mas dentro dessas paredes
Saiba quando vamos lá
Você vai acordar
E ver que era impossível depois de tudo
— Essa era a sua surpresa? Terminar comigo? — Minha voz era dolorosa e eu já me sentia um tolo por chorar na frente dela. Aquela garota podia me fazer sentir todos os sentimentos do mundo em questão de minutos.
— Não estou terminando com você, Damon! Claro que não. Céus! — Ela exclamou, apavorada ao entender o que eu estava pensando sobre tudo isso. — Você quis saber o que se passava pela minha cabeça e eu lhe disse a verdade.
— Se não está terminando comigo, então me diz que vai continuar comigo. Me diz que não vai chegar perto dele. A gente pode ainda fazer algo a respeito, mas com você segura. Não precisa ser assim, as coisas podem ser diferentes. — Eu pedia, eu suplicava para que ela desistisse dessa ideia ridícula, mas em seu rosto eu via que sua decisão já estava tomada.
What if we rewrite the stars?
Say you were made to be mine
Nothing could keep us apart
You'd be the one I was meant to find
It's up to you, and it's up to me
No one can say what we get to be
E se reescrevemos as estrelas?
Diga que você foi feito para ser minha
Nada poderia nos separar
Você seria a única que eu deveria encontrar
Depende de você, e depende de mim
Ninguém pode dizer o que conseguimos ser
— Eu sei que é isso o que você pensa, mas tenta me entender... — Ela continuou persistindo, parecia que não estava me ouvindo.
No one can rewrite the stars
How can we say you'll be mine?
Everything keeps us apart
And I'm not the one you were meant to find
It's not up to you
It's not up to me
When everyone tells us what we can be
Ninguém pode reescrever as estrelas
Como podemos dizer que você será meu?
Tudo nos mantém separados
E eu não sou a única que você deveria encontrar
Não depende de você
Não cabe a mim
Quando todos nos dizem o que podemos ser
— Não, Elena, eu não consigo te entender, caralho! É tão difícil assim deixar de ser teimosa e pensar, um pouquinho só que seja, em você? Eu não acredito que depois de tudo você simplesmente vai embora. Não posso acreditar nisso.
— Damon... — Ela tentou mais uma vez, mas eu já não queria escutar mais nenhuma palavra. Nunca me senti tão desolado.
— Não. Eu não quero ouvir.
Com o coração quebrado, deixei ela para trás e sai em direção à algum lugar qualquer. Eu não queria deixá-la sozinha, mas precisava colocar minha cabeça em ordem e continuar ouvindo aquelas coisas, que apesar de serem realistas também eram terríveis, não iria me ajudar com isso.
Elena Gilbert P.O.V.
Voltei para o hotel, sentindo como se o chão estivesse desaparecendo sob os meus pés. Por que eu tinha que estragar tudo? Eu sabia que teria que tocar nesse assunto com ele em breve, mas precisava ser agora? Logo no meio de uma viagem tão especial que ele havia preparado para nós? No dia do seu aniversário? Parabéns, Elena.
Apesar da culpa, eu sabia que cedo ou tarde nós teríamos que falar sobre isso. Iria ser a pior escolha de toda a minha vida, deixar o garoto que eu amo para trás, sem saber se eu teria chances, da próxima vez, de voltar. Suspirei, me escorando na sacada, olhando para o horizonte. De longe, eu via o céu ficando laranja e o sol começando a ir embora, e ele ainda não tinha voltado para casa. Talvez eu devesse ir. Talvez não fizesse mais sentido continuar aqui se iríamos brigar ou continuar discutindo e batendo na mesma tecla.
Porém, felizmente, para minha felicidade, Damon retornou para o nosso quarto cerca de vinte minutos depois das minhas reflexões. Ele entrou desesperado pelos cômodos, chamando pelo meu nome.
— Elena!? ELENA!? — Ele gritava alto do banheiro, pois passou reto e não me achou.
— Aqui. — Respondi, o vendo correr pelo quarto e vir na minha direção.
— Ah, você está aí. — Ele suspirou, ofegante e aliviado. — Achei que pudesse ter ido embora. — Os olhos azuis me olharam com compaixão e arrependimento.
— Pensei em ir... — Murmurei, vendo sua expressão ficar dura e surpreendida. — Mas decidi que não, porque te devo um pedido de desculpas.
— O que? — Ele pareceu perdido.
Me aproximei dele, saindo da varanda, ficando de pé em sua frente.
— Sim. Eu não queria estragar o dia do seu aniversário e você está certo, eu deveria ter pensado em como você se sentiria... — Comecei a procurar as melhores palavras, mas ele logo me interrompeu, com a testa enrugada.
— Não, eu não estava certo. — Ele pegou minhas duas mãos entre as suas e as acariciou. Olhei para o contato e sorri levemente. Talvez ele não estivesse assim não bravo comigo. — Você não tem que pedir desculpas por nada... Eu tenho.
— Damon...
— Me deixa falar. Por favor. Eu deveria ter sido mais compreensivo. Na hora, a notícia me pegou de surpresa, era como se você estivesse me deixando. — Ele olhou para o chão e eu não aguentei vê-lo daquele jeito, tão triste. Me aproximei e toquei seu rosto, acariciando sua pele. Seus olhos novamente fixaram nos meus. — Você passou por tanta coisa... Eu não tenho o direito de dizer o que você tem que fazer ou de achar que sei melhor. Não importa o que eu sinto, não fui eu quem sofri na mão de um mostro todos esses anos. — Assenti, cabisbaixa, fungando e percebendo que lágrimas já escorriam pelo meu rosto. — Me desculpa por ser tão insensível. — Ele pegou uma de minhas mãos e beijou ternamente, me fazendo soluçar pelo carinho e pelas palavras. — Eu deveria ter te escutado. Obrigada por me contar o que realmente estava pensando. Obrigada por continuar aqui mesmo comigo sendo um idiota.
— Você não foi tão idiota assim, só pra constar. — O consolei, mesmo sabendo que ele não concordava com isso. — Estava apenas preocupado comigo e com medo. E o sentimento de medo é bem familiar para mim, sei como é. — Ele acenou, como se isso fosse de fato o que sentiu naquele momento. — Vem aqui. — Estiquei meus braços para ele e ele prontamente me abraçou, de um jeito apertado e apaixonado. Escondeu seu rosto em meu pescoço, suspirando com o toque de nossos corpos, enquanto eu acariciava sua nuca. — Me desculpa também. Eu não precisava ter tocado nesse assunto hoje.
— Precisava sim. É muito importante que você tenha me dito. — Ele me afastou devagar, apenas para secar minhas lágrimas e beijar meu rosto. — Você é tudo pra mim, Elena. Eu não quero te perder. — Assenti, tocando minhas mãos com as suas. Como eu o amava. — Se for o caso, eu vou com você pra Portland.
— O quê? Nem pensar. — Neguei, olhando para ele sem entender sua proposta.
— Desse jeito você vai ter com quem contar, em quem confiar. Eu posso te ajudar a prendê-lo. Podemos fazer isso juntos.
Ele parecia tão certo do que falava. E eu sabia que ele de fato faria isso, eu podia ver em seus olhos o quanto ele estava determinado em ficar do meu lado. Nada mudou. Foi assim desde o primeiro dia em que nos encontramos.
— Mas e a sua família?
— Eles vão ficar bem um tempinho sem mim. Stefan vai amar.
— E o trabalho?
— Trabalho eu acho em qualquer lugar... Você não. — Ele me olhou, maroto, com um sorriso lindo brincando em seus lábios.
— Você só pode ser doido. — Balancei a cabeça negativamente.
— Doido por você. — Ele beijou meu nariz, me fazendo rir. — Então, o que acha?
— Eu não sei. Não precisamos pensar nisso agora. Hoje não era pra ser assim, lembra? Se a gente continuar nesse assunto, vamos acabar brigando de novo. Eu não quero isso. — Ele me olhou com uma cara repreensiva. Eu sabia que ele não gostava de deixar coisas desse tipo para depois e que gostava de resolver os problemas o mais cedo possível, mas não eram esses meus planos para nossa última noite em Santa Mônica. Eu ainda precisava fazer algo muito importante. Nós precisávamos, na realidade. — Por favor. — Implorei, fazendo aquela cara que eu sabia que sempre funcionava.
— Tudo bem, vamos deixar pra lá, mas pense com carinho, sim? — Ele pediu e eu assenti. — Já anoiteceu. E a minha surpresa? — Ele lembrou, de repente, e como um menino sapeca prestes a ganhar um grande presente, me olhou com expectativa, com os olhos brilhando.
— Preciso cancelar ou estamos bem?
— Estamos mais do que bem. Estou ansioso pra saber o que está me esperando.
E ele de fato parecia ansioso. Desde cedo, estava esfregando as mãos umas nas outras e me questionando quando eu iria contar o que estava arquitetando em segredo.
— Logo você vai saber. — Passei meu dedo indicador pela sua boca, vendo ele fechar seus olhos em duas fendas e me encarar com uma expressão desconfiada. — Agora vou me arrumar. E você também, mocinho.
— Sim, senhora.
[...]
— Isso realmente é necessário? — Damon disse, impaciente, enquanto se segurava em mim para não tropeçar, já que estava vendado.
— É pra ficar mais emocionante. — Falei em seu ouvido, na tentativa de fazê-lo tremer. Acredito que funcionou, pois ele não disse mais nada.
Caminhamos pelo pátio do hotel, até chegarmos ao restaurante que reservei nossa janta. Como combinado, estava vazio, apenas se encontrava a recepcionista e dois garçons. Quando entramos, no ambiente à luz de velas, finalmente parei com a sua tortura.
— Chegamos. Pode olhar. — Retirei a venda de seus olhos, permanecendo atrás dele. Ele ainda não tinha me visto também, pois quis fazer outra surpresa em relação ao vestido que eu iria usar. — Então, o que acha? — Perguntei nervosa. Era a primeira vez que eu fazia algo assim para alguém e queria que ele gostasse.
— Você quem planejou isso tudo? Reservou um restaurante só pra nós? — Ele ainda observava tudo, completamente embasbacado.
— Sim.
— Que romântica, senhorita Gilbert. — Ele elogiou e eu sorri toda tímida.
— Gostou? — Perguntei, querendo ouvir as palavras saindo de sua boca.
— Se eu gostei? — Ele se virou, sorrindo largo, mas assim que me viu ficou sério.
Enquanto ele me olhava dos pés à cabeça, fiquei aterrorizada. Será que ele havia gostado? Eu tinha optado por algo mais ousado. Coloquei um vestido vermelho de alças, extremamente colado ao corpo e curto, juntamente com um salto preto. Não coloquei maquiagem, apenas um batom vermelho, brincos pequenos e um colar delicado. Deixei meus cabelos soltos, pois gostava deles assim.
— Damon, fala alguma coisa. — Eu disse, envergonhada, ajeitando meu vestido mais para baixo.
— Porra. — Ele exclamou e eu ri.
— Só isso?
— Porra. — Ele exclamou de novo, engolindo em seco. — Acabei de ficar mais caidinho por você. Sério, dá uma volta pra mim? — Ele pediu, segurando na minha mão, enquanto eu girava sobre meus calcanhares. — Você é perfeita.
— Obrigada. — Sussurrei, sentindo minhas bochechas pegarem fogo. Nem parecia que eu tinha gozado nas roupas com ele ontem à noite, pois estava envergonhada diante de seus elogios.
— Então quer dizer que era isso que você estava aprontando ontem? Quando misteriosamente saiu do quarto e disse que ia resolver "umas coisas"? — Assenti, gargalhando. — Você, hein. Eu deveria ter desconfiado. Me enganou direitinho.
— Era essa a intenção.
Sentamos na mesa, de frente um para o outro, e fiz sinal para o garçom nos servir. Ele veio até nós e encheu nossas taças com vinho. Damon me olhou sugestivo, levantando as sobrancelhas. Assim que ele saiu, em busca dos nossos pratos, Damon puxou minha cadeira mais próxima da sua, segurando minha mão sobre a mesa.
— É a primeira vez que alguém faz algo tão especial assim pra mim. — Ele me olha como se estivesse completamente admirado e agradecido.
— Talvez porque você odeia aniversários e não deixa ninguém te presentear?
— Também. — Ele disse, olhando para nossas mãos entrelaçadas. — Lily e Giuseppe, depois do acidente de Stefan, não fizeram mais festas de aniversários ou me deram presentes especiais... E, na verdade, eu fazia questão disso. Não suportava a ideia deles gastando dinheiro comigo, enquanto poderiam usar o mesmo para investir na possível recuperação do meu irmão.
É claro. Isso fazia sentido. Com essa explicação, era compreensível entender por que Damon não gostava de comemorar seu aniversário. Na verdade, ele não gosta de nada que o coloque em uma posição melhor ou acima de seu irmão, pois sabe como o mesmo se sente em relação à isso.
— Posso chutar e dizer que esse é um dos motivos que você não quer ninguém te dando atenção demais nesse dia?
— A não ser que essa pessoa seja você... — Ele disse, flertando comigo. — Estou adorando tudo isso.
— É? Então aposto que vai gostar mais ainda da segunda parte. — Olhei para ele da forma mais sensual que consegui. Eu queria criar uma clima desde cedo.
— Segunda parte? — Ele perguntou, curioso.
— Sim, mas isso é pra quando voltarmos para o hotel. — Falei, vendo os olhos azuis brilharem de desejo. — Temos que aproveitar, enquanto ainda podemos. Amanhã já vamos embora. — Lembrei, de modo infeliz.
Assim que jantamos, e aliás, a comida estava deliciosa, pois nós dois adorávamos macarrão, jogamos conversa fora, sentamos ali, olhando para o mar pela porta de vidro. Logo eu estava com frio, devido ao vestido que mostrava muito da minha pele, e Damon me ajudou com isso.
— Vem aqui. — Ele me chamou para o seu colo e sem hesitação aceitei. Ele me abraçou contra o seu corpo quente, tirando sua jaqueta e colocando em volta de mim. — Sabe de uma coisa? — Ele sussurrou em meu ouvido. — Eu vou pra sempre lembrar dessa noite. Do quanto você estava linda nesse vestido vermelho. Do quanto eu amo o seu sorriso. Do quanto eu sou sortudo por te ter.
Eu amava quando ele se declarava pra mim assim. Eu me sentia a garota mais amada do mundo. Sorri, acariciando seu cabelo com a ponta dos meus dedos, amando aquele clima de romance. De repente, uma música começou a tocar e quando olhei para a recepcionista, ela fez um sinal para mim como quem diz "vai em frente" e saiu de fininho para a cozinha.
— Acho que eles querem nos deixar mais sozinhos ainda.
— Vamos dançar. — Eu ofereci, vendo em seu semblante surpresa.
— Dançar?
— Sim. Você aceita? — Pedi sua mão e ele riu da forma mais fofa do mundo, aceitando meu pedido.
— Dançar coladinho com você? Só se for agora.
Me levantei, segurando suas mãos e o levando para mais perto do rádio que tocava a melodia bonita. Era Tenerife Sea. Eu conhecia. Deitei minha cabeça em seu ombro e me aconcheguei em seu corpo. Damon segurava minha cintura, com sua boca em meu ouvido, e cantava a música exclusivamente para mim.
— Should this be the last thing I see. I want you to know it's enough for me. 'Cause all that you are is all that I'll ever need. — A voz rouca dele arrepiava meus pelos do corpo e fechei meus olhos com a sensação de seu hálito tão perto.
— I'm so in love, so in love. So in love, love, love, love. — Ele cantava, acariciando meus cabelos. Nossos corpos estavam tão perto um do outro. Dançamos para lá e para cá, lentamente, aproveitando o calor um do outro.
Eu precisava dizer para ele como eu o amava, mas faltava coragem. Eu não queria dizer essas palavras em vão... Eu nem ao menos sabia se iríamos ficar juntos depois de hoje. Por isso, tinha que tirar proveito da nossa última noite.
— Damon... Eu... Eu...— Comecei a gaguejar, mas as palavras não saiam.
— O quê?
— Eu... — Olhei nos olhos azuis e encontrei paixão neles. Ele esperava que eu falasse as três palavrinhas mágicas. Gelei.
— Pode falar.
— E-eu quero voltar para o hotel. — Falei, numa lufada de ar. Não era isso que eu queria dizer, porém... Eu precisava de um tempo pra isso.
— Tudo bem. Vamos.
Ele sorriu pra mim e me ofereceu sua mão, a qual segurei com força.
[...]
Assim que chegávamos cada vez mais perto do quarto, meu coração começava a querer saltar para fora. Será que eu realmente teria coragem de seguir em diante com isso? Eu precisava. Eu tinha prometido para mim mesmo que faria isso. Que tomaria essa decisão por mim, por ele... Por nós dois. Minha mão estava suando e eu tinha certeza que ele tinha notado isso, já que segurava a mesma. Eu respirava fundo no caminho, tentando controlar meus batimentos cardíacos.
Quando entramos pela porta, Damon tirou suas sandálias e eu coloquei sua jaqueta sobre a mesa. Enquanto, ele largava suas coisas na mala, fiquei paralisada. Era agora ou nunca. Se eu não agisse agora, não iria conseguir mais. Determinada, em um surto de adrenalina, me virei para ele e disse:
— Pode se sentar na cama e me esperar um minutinho?
— Claro. — Ele disse, apesar de estranhar um pouco meu tom de voz. Afinal, eu estava tremendo por dentro... Quase enfartando.
Entrei no banheiro e fechei a porta, me encostando nela e respirando fundo. Fiz uma contagem de um a dez para tentar me acalmar... Não funcionou. Apoiei minhas mãos na pia e me olhei no reflexo do espelho.
— Calma, Elena. Você consegue. Não precisa ter medo. É Damon quem está ali. É ele que você ama, que te cuida, que te respeita. Você pode demonstrar o quanto ele significa pra você. — Eu falava, calmamente, com a Elena extremamente nervosa no espelho. — Você sabia que isso iria acontecer uma hora ou outra e é maravilhoso que seja com ele. Não seja covarde.
Mais uma vez chequei minhas pernas, as quais eu tinha depilado com muito cuidado na madrugada passada. Ajeitei meus cabelos, tirei meu colar, coloquei um pouco de água fria atrás do pescoço para me tranquilizar e me abaixei para retirar a minha calcinha. Depois de me olhar mais umas cinco vezes no espelho e tentar abrir a porta mais umas dez, finalmente consegui pegar na maçaneta e dizer:
— Vamos lá.
Como pedi, Damon estava de pernas cruzadas sobre a cama, esperando por mim. Assim que me viu, ele abriu um sorriso lindo. Tentei retribuir, mas acho que não deu muito certo. Devia estar escrito na minha testa quais eram as minhas intenções. Andei, lentamente até ele, com as mãos para trás, segurando minha peça íntima. Ele me olhava, todo cauteloso, e quando cheguei na sua frente, ele quebrou nosso silêncio:
— Você está bem? — Questionou e respirei fundo. É ele, Elena. Vai dar tudo certo. Não há nada o que temer. Eu repetia isso como um mantra em minha cabeça. Sorri para ele.
— Estou mais do que bem. — Respondi, sentando sobre as suas pernas. — Quero dar à você sua surpresa agora. Feche os olhos e abra uma mão. — Ordenei e mesmo confuso, ele me obedeceu de bom grado, esticando uma palma da mão no ar, enquanto permanecia sem olhar.
Assim que larguei a calcinha sobre a sua mão, esperei afoita para que ele abrisse os olhos. Quando ele viu o que tinha em sua mão, sua expressão era de puro desentendimento. Em seguida, o rapaz me olhou como se eu fosse um ET.
— Damon, não me olhe assim. Eu já estou morrendo de vergonha por isso, não me deixe mais constrangida. — Olhei para as minhas mãos. — Diga alguma coisa!
— Uma calcinha. — Ele exclamou, simplesmente, observando o tecido preto rendado em suas mãos. — O que está tentando me dizer?
Droga. Não achei que ele seria lerdo nesse momento. Eu estava torcendo para que ele entendesse de início e eu não precisasse explicar.
— Era a que eu estava usando hoje no jantar. — Expliquei, completamente encabulada. Damon arregalou os olhos como duas bolitas.
— Elena Gilbert... — Ele sussurrou meu nome com a voz aveludada. — Você está sentada sobre o meu colo... Sem calcinha? — Sorri, malandra, assentindo. Deus, nunca senti tanta vergonha na minha vida, porém nunca senti tanto desejo também... A maneira como ele me olhava agora me deixava queimando por dentro. — É isso mesmo?
— Basicamente. — Dei de ombros, escondendo meu rosto em seu pescoço ao ver ele me olhar como se não estivesse me reconhecendo.
— Você quer me matar? — Ele segurou meus quadris e me ajeitou sobre seu colo, de forma que minhas pernas envolvessem sua cintura. Mordi meus lábios, segurando fortemente seus ombros. — Ai, Elena... — Ele suspirou, quase como um gemido, quando me aproximei mais do seu colo e sentei sobre sua ereção que começava a ficar evidente sob a calça.
— Chegou a hora. Eu sinto isso, aqui dentro. — Confessei, colocando sua mão sobre o meu coração, para fazer com que ele sentisse como o mesmo batia de forma irregular. — E eu quero que seja com você. — Vi o desejo, o amor, a paixão, a preocupação, o carinho, o medo, tudo ao mesmo tempo, passar pelas suas expressões, em segundos. Ele queria tanto quanto eu. Eu sabia disso.
— Elena... — Ele disse meu nome como uma forma de relutância, mas continuei olhando pra ele, firme, sem dar para trás. — Você tem certeza? — Ele segurou meu rosto com delicadeza, observando cada sinal que eu lhe demonstrava, tentando achar alguma indecisão no meu semblante. Não acredito que tenha encontrado.
— Nada na minha vida nunca pareceu tão certo quanto isso. — O abracei pelo pescoço, o trazendo mais perto de mim. Meu corpo estava gritando pelo dele. Eu sentia, na minha virilha, uma pressão terrível, uma pulsação enlouquecedora... Só ele podia me ajudar com isso.
— Eu... Eu quero que seja bom pra você. Eu quero que você se sinta bem e segura... — Ele dizia, como se estivesse dividido, em um conflito interno.
— Eu já sinto isso com você. — Garanti.
— Eu sei. Eu só estou tão apavorado quanto você. Desculpe. Eu deveria estar confiante, mas... Nunca fiz isso com ninguém que de fato importe pra mim, como você.
— Não se sinta assim. Por favor. Não quero pensar nas minhas inseguranças. Agora mais do que nunca, estou dando o melhor de mim para mandar os fantasmas que me assombram para bem longe. Me ajude com isso. Me ame. — Eu implorei, entrelaçando minhas mãos em seus cabelos, puxando com um pouco de força. Ele gemeu, mordendo o lábio inferior, levando uma de suas mãos para apalpar minha bunda. — Nesses últimos dias, eu percebi que não era impossível. Eu percebi que, ao seu lado, posso finalmente ser uma garota normal, sem medos, sem receios. Você é meu porto seguro.
— Elena... — Ele suspirou, como se estivesse se entregando, finalmente rendido. — Promete que vai ser sincera comigo? Promete que se sentir-se mal, em qualquer momento, não vai hesitar em me pedir para parar? — Em sua voz tinha preocupação e desespero.
— Damon...
— Me prometa. De verdade. — Ele exigiu, nem deixou que eu argumentasse.
— Eu prometo. — Falei, olhando em seus olhos, beijando lentamente o canto de seus lábios. Não parecia ser o suficiente. — Olha pra mim. — Pedi e ele logo atendeu. — Confio em você. Agora, pode me beijar, por favor? — Ele sorriu ao notar minha impaciência. — Precisamos criar uma clima.
— Será um prazer. — Ele me segurou mais forte, apertando minha cintura.
— Você vai precisar me ensinar como isso funciona. — Falei, ofegante, ao sentir sua boca no meu pescoço.
— Oh, ontem eu vi que você sabe se virar. — Ele disse, me fazendo rir baixinho.
Lentamente, ele passou a língua sobre a pele do meu pescoço, chupando algumas partes sensíveis. Arqueei minha cabeça, lhe dando mais espaço para continuar. As mãos fortes e grandes de Damon passaram a subir pelas minhas costas e agarraram minha nuca, trazendo minha boca para a sua, sem muita delicadeza. Gemi, junto com ele, quando sua língua se enroscou com a minha. Eu gostava de saber como ele podia ser delicado e ao mesmo tempo duro, também no sentido literal da palavra, na cama. Eu queria tudo dele, de todos os jeitos.
— Eu quero tanto você... — Ele dizia, rouco e ofegante, enquanto tocava meu corpo em todo canto. — Desde o primeiro dia em que te vi. Tantas vezes que quis te beijar... Tirar sua roupa. — Suas mãos agora subiam por minhas coxas nuas, que já estavam descobertas pelo tamanho do vestido, o qual já tinha subido um tanto para cima.
— Faça isso. — Pedi, entregue. Peguei suas mãos e as levei até o fecho do meu traje. — Não pense demais. — Passei minha língua no canto de sua orelha, sentindo seu corpo tremer debaixo do meu, e sua respiração ficar mais acelerada. Eu gostava de saber que conseguia afetá-lo dessa forma.
— Porra, Elena. — Ele abaixou meu zíper, enquanto grunhia com meus beijos. Para ajudá-lo, desci de seu colo para retirar a peça pelas minhas pernas. Senti os olhos de Damon queimarem sobre a minha figura, enquanto eu me abaixava para tirar o vestido dos meus pés. Na mesma hora me senti exposta. Eu estava nua em sua frente, pela primeira vez. Eu já tinha retirado a calcinha anteriormente e com esse vestido não era necessário um sutiã. Continuei de pé em sua frente e abracei meu corpo assim que ele demorou demais para se pronunciar. Seus olhos me olhavam com um fogo de outro mundo.
— Fale alguma coisa, caramba. — Me pronunciei, enquanto ele ainda estava embasbacado. Ele se levantou, ficando a centímetros do meu corpo.
— Não há palavras. Você é incrível.
Sorri, olhando para o chão, ainda tapando levemente meus seios descobertos.
— Pare. — Pedi, corada, olhando para os lados.
— Não, é sério... Você é linda demais. O que eu fiz pra te merecer? — Suspirei. Ele estava lindo demais me dizendo aquelas coisas, mas eu estava em desvantagem.
— Isso não é justo. — Apontei para nós dois e ele sorriu, rapidamente tirando a camiseta. Os músculos... Porra. Que homem. Os braços fortes, a barriga definida, as pintinhas que desciam pela sua virilha. Tudo nele era perfeito.
Assim que ele fez o gesto para tirar a calça, eu o impedi, pegando suas mãos. Ele ficou sem fôlego, quando tomei as rédeas, olhando dentro de seus olhos, retirando lentamente o seu cinto. Ele me ajudou a descer suas calças, se atrapalhando um pouco com ela em seus calcanhares. Ri. Eu não era a única que estava nervosa. Quando ele ficou apenas de boxer, me puxou lentamente para perto de si. Suas mãos tremiam. Gemi baixinho sentindo meu corpo nu em contato com o seu. Sua pele estava fervendo, igualmente a minha, era como se estivéssemos com febre.
— Você está com tanto medo quanto eu? — Sussurrei e ele assentiu.
— Parece que estamos dando um passo muito importante. Isso meio que me apavora. — Toquei seu rosto, acariciando sua pele, na tentativa de tranquilizar a nós dois. — Mas também me deixa muito feliz por estarmos fazendo isso.
— Eu também.
Novamente, ele me puxou para mais perto, me fazendo sentir seu membro duro em minha coxa. Aquela sensação me fez retrair por um momento e espero que ele não tenha percebido. Senti um arrepio e não foi de prazer. Respirei fundo e foquei em olhar para ele. Isso ajudava, assim como ouvir sua voz.
Sua boca permanece presa à minha, à medida que ele me coloca de costas na cama, deitando-se de lado junto à mim. Sua mão quente envolve meu seio esquerdo e a onda de prazer me faz arquejar de alegria.
— Me avise se estiver indo rápido demais. — Ele sussurrou, descendo os lábios pela minha clavícula.
— Só não pare de falar comigo. — Pedi, enquanto ele colocava meu seio na boca, sugando de uma forma deliciosa. — Damon... — Gemi, sentindo sua mão descer pela minha barriga, acariciando meus quadris.
— Porra, você é linda demais. — Ele me elogiava, enquanto apertava meu seio e rodeava meu mamilo com a língua. — Quero te tocar... — Ele desceu a mão boba pela minha virilha e encontrou meu sexo. — Aqui. — Ofeguei, sem ar. — Posso?
Mordi os lábios e assenti desesperadamente. Ele me acariciou lentamente, mexendo seus dedos em círculos, usando a pressão exata sobre meu ponto mais sensível. Ergui minhas costas sobre o colchão, arranhando seus ombros. Achei que não poderia ficar melhor, mas então ele penetrou um dedo na minha entrada, gemendo junto comigo.
— Você está tão molhada. Quente... Ah, Elena, você me deixa louco.
De repente, com poucas palavras, minha excitação se esvaziou. Sumiu. Lembranças das vezes que ouvi aquelas mesmas palavras, só que vindo de outra pessoa, chegaram até minha mente, sem a minha permissão.
— O que foi? — Ele perguntou, percebendo minha rigidez.
— Nada. Eu só... Só pensei longe demais por um momento. — Sorri triste, tentando não apavorá-lo. Eu não queria falar sobre isso, mas acho que não existia nenhuma maneira de fazer com que eu me esqueça completamente do passado. Eu teria que aprender a lidar com isso.
Damon parou de me tocar e logo me martirizei por abrir a boca. Não deveria ter dito nada. Olhei para seu rosto, esperando por uma reação. Ele olhou para baixo, seguindo a linha do meu umbigo, encontrando uma de minhas marcas.
— Essa... Quando aconteceu? — Ele acariciou a pele branca, o corte ao lado da minha virilha.
— Damon, não sei se é uma boa ideia falar disso agora.
— Talvez possa ser. Tente. — Ele pediu, com a voz carinhosa e compreensiva. Eu admirava a paciência que ele tinha comigo. Ele estava duro feito uma pedra, mas ainda sim estava se segurando o máximo para respeitar meu tempo e minhas vontades.
— Foi no dia em que eu cheguei mais tarde da escola, porque sai com alguns amigos. Ele ficou furioso. Perdeu a cabeça. Me cortou com um canivete. — Lágrimas vieram aos meus olhos com as imagens voltando em um loop, enquanto Damon beijava carinhosamente a cicatriz.
— E essa? — Apontou para a minha coxa.
— Essa foi a primeira vez que eu disse "não" à ele.
Ele beijou essa também, me fazendo arrepiar.
— E essa? — Acariciou a lateral das minhas costas. Essa era a qual eu mais tinha vergonha. Ela era grande e feia.
— Foi quando eu tentei fugir da primeira vez e não consegui. A cintada foi tão forte que cortou. Essa foi a última até então. — Limpei minhas lágrimas, tremendo em seus braços com as memórias terríveis.
Ele acariciou minhas costas, beijando todo o caminho da minha pele desde a cintura até minhas bochechas. Beijou minhas lágrimas, acariciando meu rosto com as duas mãos.
— E vai continuar sendo. — Ele me certificou e, mesmo não sabendo se isso seria verdade, eu apenas assenti, soluçando. — Não chora, amor. Ele nunca mais vai encostar em você. Ouviu? Não vou deixar.
Suas palavras logo fizeram efeito. Meu coração esquentou. E era por essa sensação, de paz, que eu amava ele. Pelo peito cheio de conforto e pela proteção. Parecia que estávamos na mesma linha, na mesma frequência, no mesmo amor. Olhei profundamente em seus olhos, afim de enxergar sua alma tão bonita.
— Obrigada por tudo. Você é um anjo na minha vida. Me salvou de uma grande escuridão. — Declarei, abraçando seu pescoço e o trazendo para mais perto, de forma que ficássemos no mesmo limite de espaço, como se fôssemos um só corpo.
— Você fez o mesmo comigo. — Ele sorriu pra mim, trazendo novamente aquele sentimento repleto de felicidade, como se nada pudesse me derrubar, desde que estivéssemos juntos.
— Você não é nada como ele. Você é melhor. Você é o garoto idiota dos olhos azuis que me acolheu e que acreditou em mim. Que me ajudou e ainda ajuda frequentemente a enfrentar as dificuldades da vida.
— Eu te amo. — Ele disse, sem pensar, como se estivesse guardando aquelas palavras à muito tempo.
Minha respiração oscilou e eu senti como se só faltasse isso para mim conseguir superar esse medo. Ouvir ele dizer isso, com todas as letras, parecia ser um sonho, mas eu acreditava. Pior que acreditava. Por que não era só uma frase, eu podia também senti-la em seus toques e vê-la em seus olhos.
— Faz um tempo que eu queria te falar isso. Já estava trancado aqui dentro tempo demais.
— Damon...
— Não precisa dizer nada. Eu te amo e é isso que importa. Vou cuidar de você. Te amar de todos os jeitos possíveis. Você me permite? Me permite ter seu coração? — Ele entrelaçou nossas mãos e encostou nossos narizes. Sorri, sentimento meu peito se encher de tanto amor por ele. O fato dele me pedir meu coração e não meu corpo, me mostrava muita coisa.
— Ele é todo seu.
Ele me beijou, de novo, reacendendo a chama de antes. Como ele podia fazer isso? Me deixar excitada tão rapidamente? Era esse seu poder sobre mim. Enlacei minhas pernas em sua cintura, permitindo que ele lentamente esfregasse sua ereção na minha barriga. Gememos juntos. Puxei seu cabelo, ouvindo um som de aprovação ressoar pela sua garganta.
— Desculpe por estragar o clima. — Falei entre beijos, sentindo ele me acariciar novamente naquele lugar. Porra.
— Não sei pra você, gata, mas pra mim não tem nenhum clima estragado aqui. Só o meu desejo por você. — Gemi, assentindo, quando ele lambeu meu pescoço por inteiro. — Quero fazer você se sentir bem agora. O que acha disso? — Concordei, sentindo meu corpo quase entrar em combustão. Eu aceitaria qualquer coisa para acabar com essa pulsação.
Em seguida, sua respiração acelera, e me sinto ligeiramente constrangida quando seu olhar faminto se fixa no ponto entre minhas pernas. O primeiro roçar de sua língua contra minha pele é como uma corrente elétrica disparando por minha coluna. Solto um gemido tão alto que ele levanta a cabeça abruptamente, mas trato de afirmar que está tudo bem e que preciso que ele continue. Ele solta uma risada maliciosa e continua trabalhando com a sua língua, me fazendo quase subir pelas paredes. Paraíso. Eu finalmente sabia como era estar no paraíso. Seus movimentos estavam me enlouquecendo. Abri minha boca, mas por ela não saiu nenhum som.
— Está gostoso? — Ele perguntou e apenas balancei a cabeça, mordendo os lábios. Minhas pernas começavam a tremer. Rolei meus olhos quando ele tirou um dedo, apenas para substituir por dois novamente.
— Acho que estou perto. — Meu peito subia e descia e eu sentia que estava prestes a me aliviar se ele continuasse.
Damon, então, ergue a cabeça e a apoia num dos cotovelos. A cena era sexy. Ele tinha os lábios molhados e os cabelos extremamente bagunçados. Puxo-o para um beijo, não conseguindo ficar longe dos seus lábios ou do seu corpo quente por muito tempo. Suas mãos e boca estão por toda parte, e uma onda de prazer me varre para um lugar bonito onde só existimos nós dois, Damon e eu. Ele se afasta apenas para alcançar a gaveta junto da cama, e meu pulso acelera, porque sei o que está pegando e o que está prestes a acontecer. O barulho de uma embalagem se abrindo faz com que eu quase me desespere e fuja correndo dali. Quase. A nossa sorte é que eu precisava de mais... Eu precisava senti-lo por inteiro. Dentro de mim. O observo e tenho um vislumbre dele vestindo uma camisinha, mas, em vez de vir para cima de mim e assumir o controle, deita-se de costas e me passa as rédeas. O olho confusa.
— Vem aqui. — Ele chamou, me convidando para montá-lo. Fiquei ainda mais nervosa. — Confia em mim. — Ele pediu. Sua voz tinha um pouco de desespero. Ele estava muito excitado. Observei seu membro ereto, lambendo meus lábios. Ao mesmo tempo em que eu adorava a ideia de tê-lo dentro de mim, eu também não podia acreditar que aquilo tudo iria caber. — Dessa forma, você pode controlar o quanto vai receber. Não quero machucar você. — Concordei, mesmo não sabendo como agir. Eu não era experiente nisso. Parte de mim não queria decepcioná-lo, mas ele me garantiu que isso não teria como acontecer e que não era isso que importava. — Sobe em mim. — Sua voz é rouca, tremia de desejo.
Engolindo em seco, monto em seu colo, segurando suas coxas grossas. Ele me olha com fogo nos olhos, mas ao mesmo tempo com tanto carinho. Isso parece tão certo. Quando vejo o medo em seus olhos, olho pra ele com todo o desejo que sinto e apenas aceno, lhe dando o sinal para prosseguir. Lentamente, ele me segura pelos quadris e me ajuda a encaixar seu pênis em minha entrada, complemente úmida. Fecho os olhos com força, sentindo uma dor gritante, ao ser penetrada. Segurei para não soltar um grito de dor, pois sabia que iria deixá-lo aterrorizado, a ponto de não querer continuar. Olhei para Damon, vendo suas veias do pescoço saltadas, seus olhos revirados, suas costas arqueadas, enquanto ele jogava a cabeça para trás, mordendo os lábios. Porra, que visão. Olhar para ele tendo prazer me deixava com tesão. Pousei minhas mãos sobre seu peito, tentando achar um jeito de me mexer.
— Você... Ai, porra. — Gemeu. — Você está bem? Te machuquei? — Perguntou com muito esforço, pois estava sem fôlego. Apenas assenti, ainda me acostumando com a sensação. Eu estava tentando decifrar o que eu estava sentindo. Apesar do desconforto, eu também sentia prazer e pensava no quanto aquilo era importante. Eu estava me entregando de corpo e alma, dando algo precioso para uma pessoa que realmente gostava de mim. — Quer se mexer? — Era como se ele implorasse por isso internamente. Mal ele sabia que eu também queria, com todo meu ser, me entregar totalmente à ele. Assenti, sentindo suas mãos segurando meus quadris para me ajudar com o vai e vem.
Descendo centímetro por centímetro, experimento a mais deliciosa sensação de alargamento, até que ele está todo lá dentro, e, de repente, estou preenchida. Me movimento para frente e depois volto para trás e ele solta um ruído angustiado que me faz sentir calafrios gostosos descendo pela minha espinha. Meus músculos internos apertam seu pau e Damon acaricia minhas coxas, ofegando com força.
— Que delícia. — Digo, quando ele mexe os quadris para cima. Ele me olha, com um sorriso torto no rosto.
— Gostou disso? — Ele pergunta, me olhando com aquela carinha de safado.
— Você é muito gostoso. — Acaricio seu peito, abaixando minha cabeça e beijando seu abdômen. Sinto ele estremecer todo debaixo de mim.
— Ah, Elena... Ah, cacete. Você vai me matar. — Ele geme, enquanto abraça minhas costas e nos vira sobre o colchão.
Essa posição é nova e me parece ainda melhor. Ele, lentamente, sabe como fazer isso. Damon entra em mim com precisão, me tomando para si. Abraço seu quadril com as pernas, o recebendo ainda mais. Ele beija meu pescoço, com uma mão segurando minha perna direita e a outra segurando com força uma de minhas mãos. Nossa conexão era incrível. Faço meu corpo se mover junto com ele, acompanhando o ritmo de suas investidas, gemendo na medida que ele muda o ângulo da penetração e me faz delirar.
— Posso ir mais forte? — Ele pediu, respirando pesado. Parecia tenso, como se estivesse segundo sua libertação.
— Sim. — Respondi, na mesma hora, e ele gemeu, estocando mais forte, me arrancando um gemido alto. — Oh! Sim! — Gritei, arranhando suas costas, me agarrando com força à ele.
A dor já não estava mais presente. Tudo que eu sentia era o desespero pelo alívio. A vontade, o libido, o desejo... Meu corpo suado estava grudado ao seu, meus seios eram esmagados pelo seu peitoral e seus lábios invadiam a minha boca. O beijo que compartilhávamos era tão íntimo. Tão amoroso e sensual. Sinto minhas paredes se apertarem e Damon começa a repetir meu nome no meu ouvido, deixando claro como eu o fazia sentir. Sua voz estava me deixando ainda mais perto do limite. O suor da sua testa caia sobre a cama, nossas respirações estavam iguais e o clímax estava perto de chegar. Suas feições se contraem, as sobrancelhas escuras se juntam como se estivesse sentindo dor, mas sei que não está. Beijo seu pescoço, chupando a sua pele enquanto ele tem tremores embaixo de mim, me apertando tão forte que retém todo o ar dos meus pulmões.
— Damon... Ah, Damon. — Gemi seu nome, finalmente atingindo ao orgasmo. Com um som que nunca vai sair da minha cabeça, ele também me segue e chega ao limite, com a respiração entrecortada e os músculos tensos.
Continuamos abraçados, acalmando nossos corações. Levei meus dedos até seus cabelos e ali fiz carinho. Senti ele suspirar, deitando a cabeça sobre o meu peito.
— Eu te amo. Pra toda vida. — Damon declarou, com a voz embolada, nos cobrindo com o lençol.
Essa foi a última coisa que ele disse antes de adormecer. Sorri boba, ao perceber que ele estava exausto. É claro, nossas últimas duas noites haviam sido agitadas e agora eu o tinha vencido no cansaço. Livre dos problemas, por enquanto, me acomodei em seu corpo e adormeci, me sentindo a garota mais feliz e realizada do mundo. Era a noite mais especial da minha vida e nada podia atrapalhar isso. Pelo menos, naquele momento. Eu apenas gostaria que isso durasse. Pra toda vida, como ele tinha dito.
You know I want you
It's not a secret I try to hide
But I can't have you
We're bound to break and
My hands are tied
Você sabe que eu quero você
Não é um segredo que eu tento esconder
Mas eu não posso ter você
Estamos obrigados a quebrar e
Minhas mãos estão atadas
[...]
Enquanto isso em Phoenix...
— Calma, Miranda, aposto que os dois estão bem. Eles voltam amanhã. E vão estar são e salvos. Você vai ver. Precisa relaxar. — Dizia Giuseppe para uma mãe extremamente preocupada e aflita, que há três noites não dormia.
— Eu espero. Não aguento mais não ter notícias. Esse menino um dia vai me matar do coração. — Ela lavava a louça, tentando esquecer do seu filho longe, que poderia estar doente, em perigo, perdido e outras milhões de possibilidades que já haviam passado pela sua cabeça. Mãe é mãe.
E falando em mãe... De repente, a campainha toca e Lily se assusta com o horário. Quem poderia ser à essa hora da noite? Com o pano no ombro, ela se dirige até a porta para atender. Ao abrir, ela se depara com uma mulher, ruiva, que parecia um pouco assustada, com apenas uma mochila nas costas. Ao seu lado, segurando sua mão, havia um menininha, que esfregava os olhinhos de tanto sono e segurava seu ursinho de pelúcia.
— Olá. — A mulher disse, olhando para todos os lados, apavorada, como se estivesse esperando o trem. — Você deve ser Lily. Eu sou Jenna, mãe de Elena. Sabe me dizer onde posso encontrá-la?
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