Ponto de vista Arthur Kirkland
-Eu não tenho certeza se isto é a melhor ideia Francis...- digo incerto. - E se esperarmos mais um pouco?
-Honhon, não há nada que esperar, mon amour.- ri e dá um beijo na minha testa, o que me acalma sempre. - Temos de os preparar para o maravilhoso mundo. Não deve haver problemas nesta altura...
-Mas e se... - tento dizer.
-Já falamos sobre isto, é o melhor à fazer e quanto mais cedo melhor. - diz com um sorriso. - Meninos, venham cá!
-Já tamo a ir! - diz Alfred a descer as escadas com os seus pezinhos pequeninos.
- Oui papa !- ri Mathew vindo atrás do irmão. Eu já o tentei ensinar a falar inglês, mas ele aprendeu primeiro francês (porque teve mais facilidade) e não consegue largar a língua.
Nós íamos levar os dois simplesmente ao parque. Mas "simplesmente" não existe no vocabulário de um homosexual. A nossa escolha de ter filhos não tinha nada a ver com ninguém, mas eles serem aceites na comunidade também era um problema. Eu sempre digo que, eles nunca vão ter uma infância fácil, mas o Francis discorda comigo e diz que com muito amor e carinho, tudo se consegue. Mas o problema é que eu também cozinho com muito amor e carinho e aquilo acaba em fogo.
Eles estavam já preparados, ensinei-lhes o que eles têm de fazer e dizer, mas o Francis prefere que eles sigam os seus instintos. Mas os instintos do Alfred são correr atrás de um esquilo quando ele aparece no quintal. Eles tinham simplesmente dois anos, mas já falavam, andavam e tinham pensamentos próprios. Estavam quase a fazer três e o problema é que se esperassemos que eles chegassem aos três, eles iam logo para a pré-escola (já que na França é assim que as coisas funcionam). É isso seria mau, porque eles nunca tiveram contacto com outras crianças, não que eles não quisessem, mas sim pelo meu medo de que algo lhes aconteça.
-Prontinhos. - diz Francis fazendo coceguinhas nos dois pequeninos, o que me tira dos meus desvanieos.
-Bem, Alfred, o que não se deve fazer? - pergunto.
-Morder, correr atrás das outras crianças, agir como um cão,...-diz contando pelos dedinhos.
-E tu Mathew, o que não deves fazer? - pergunta Francis com um sorriso.
-Não deixar o Alfwed fugir. - diz com um sotaque carregado de Francês, mas não faz mal.
-Muito bem... - suspiro. - Acho que estão prontos...
-Yay! - exclamaram as duas crianças em uníssono.
O parque nem era muito longe, mas como era o único daquela região, tinha muitas crianças. O que me fascinava naquele país, é que, pelo menos aqui, crianças de todas as etnias misturavam-se é eram felizes juntas.
Enquanto Alfred corria e Mathew corria atrás dele, eu e Francis íamos no nosso passo. O parque não era longe, era simplesmente a alguns metros, por isso dava para ir a pé.
Quando chegamos ao parque, ele estava cheio de crianças de todas as idades (é claro que as mais velhas estavam sentadas nos bancos ao telemóvel).
-Ah... Não sei Francis... Acho que devíamos voltar atrás. - digo com insegurança.
-Não sejas assim, eles vão dar-se bem, tenho certeza...-ele faz uma pausa e olha para a frente. - E também, acho que não vais ter muita sorte, eles já foram.
-O quê ?! - Alfred é Mathew já se misturaram pelo parque e eu já não os conseguia ver. - ALFRED! O que eu falei de não fugir?!
-Honhonhon...
-Não te rias! - digo dando-lhe um cachaço - Eles podem se ter perdido, ajudar-me a procurar-los!
-Tem calma, mon amour~~eles est am ali mesmo.
-Eu não os consigo ver! - digo, já que Francis era mais alto.
-Olha, já fizeram um amigo! Estão a conversar...
-Como?! - digo já a stressar.
-Estão a fazer gestos com as mãozinhas... Oh que querido, foram para o baloiço...Uhm? - ele faz uma cara de quem não está a perceber.
-O-oque está a acontecer?
-Oh não, tinhas razão, vem! - diz indo direto para o meio da multidão.
-Tinha razão?! Como assim tinha razão? Espera! - digo é tento seguir-lo
Só vejo que o Alfred dá um murro numa criança maior, mas mesmo assim não perde a gravidade.
-Alfred! - grito e pego no pequeno. - O que é que eu te falei.
-Larga-me!- grita e tenta voltar para a criança que estava a tentar conter o choro.
-Alfred F. Jones tu não me falas nesse tom de voz, entendido? - digo autoritário, mas pela primeira vez ele não me estava a obedecer.
-Larga-me !-diz mais alto, tentando sair dos meus braços. - Ele aleijou o Mat!
-Uhm? - agora que vejo, o Mathew estava a chorar nos braços de Francis.
-Tu tens dois pais! Não podes ter dois pais! A minha mãe diz que isso não é normal! - grita a criança para nós e eu fico sem palavras.
-O que está a acontecer para aqui?! - pergunta uma senhora parecida com a criança que bateu em Mathew. - Oh já estou a perceber o que se passou aqui, vocês acham que têm direito de bater no meu filho só por serem gays?
-Como?! - pergunto. - O seu filho bateu no meu, também, percebo que--tento dizer mas ela interrompe rudemente.
-E fez muito bem! - diz a senhora. O filho que presumi ser dela escondeu-se por trás da saia dela.
-Desculpe?! - digo.
-Vocês gays vão morrer no inferno!
-Papa... Ce que elle dis est vrai ? (o que ela disse é verdade?) - pergunta Mathew preocupado.
-Oh, non, mon pétit... (Oh, não, meu pequeno) - diz Francis tentando acalmar o pequeno.
-Vocês não vão morrer no inferno, pois não, dad? (pai) - pergunta Alfred com uma expressão de terror.
-E-eu... Não filho, é claro que não...-digo com dificuldade. Era horrível ver o Alfred tão triste.
___Alguns minutos antes___
Ponto de vista Alfred F. Jones
-Hey ! - digo para o primeiro miúdo que vejo à frente.
-Oi. - diz o miúdo com um sorriso. Parece ser um bom tipo.
-Queres brincar connosco? - pergunto é Mathew sorri.
-Pode ser. - diz é aponta para os baloiços que estavam vazios. - Vamos para o baloiço então, que eles estão vazios.
-'Bora! - digo é arrasto Mathew comigo.
-Nunca vos vi... São novos? E onde estão os vossos pais? - pergunta.
-Ia, nós somos novos aqui, os nossos pais estavam com medo. - digo é aponto para os meus pais. - São aqueles dois.
-Oh... A tua mãe tem barba? - pergunta é aponta para o nosso papá.
-Não é mama, é papa. - diz Alfred com um sotaque francês, mas em inglês.
-Uhm? Não percebi.
-Ele disse que aquele não é a nossa mãe, é o nosso pai. - digo com um sorriso orgulhoso. O nosso pai disse que nós éramos um caso especial, porque, nós não tínhamos só um pai para brincar, tínhamos dois!
-O quê?! - ele diz assustado e sai do baloiço de repente. - Os vossos pais são gays?!
-Homosexuais sim. - digo inocente.
-Isso não é normal! - diz é dá um murro tão forte no Mathew que ele cai do baloiço.
-Ei! Para que é que foi isso?! - pergunto zangado é saio do baloiço para o enfrentar e proteger o Mathew.
- A minha mãe disse que temos de bater em vocês! - disse e eu fico zangado. Fico tão zangado que lhe dou um murro. O nosso pai, o Francis tinha chegado e veio ajudar o Mathew.
-ALFRED! - ouvi o meu pai gritar. Então ele me pega ao colo e tento sair.
Era tão parvo! Porque é que ele tinha de bater no Mathew!? Porque é que a mãe lhe ensinou isso?! O meu pai sempre me ensinou que nunca se deve bater em ninguém! Ele diz que quando alguém vier é nós insultar, nós devemos responder à altura, e nunca bater, senão perdemos a razão. Mas aquele miúdo foi muito mal educado!
___Agora____
Ponto de vista Arthur Kirkland
-O que é que se passa? Estão com algum problema, meus senhores? - pergunta um homem com um rabo de cavalo e olhos verdes, seguidos por uma criança de pele escura e um homem com o cabelo espetado.
-Oh, estou a perceber... Agora também se querem virar contra mim, seus gays de piiii !- grita a senhora.
-Minha senhora, estão crianças aqui... - manifesta-se uma senhora em voz baixa, que tinha o cabelo curto e meio ruivo, seguida por outra mulher maior e de cabelos longo lisos esbranquiçado e uma criança pequena feliz a brincar na areia.
-Isto é um ultraje! Este país vai-se desmoronar com tantas pessoas como vocês! - diz a senhora escandalizada.
-Minha senhora, sugiro que deixe estes senhores em paz... - diz o homem de cabelo espetado com uma neutralidade assustadora.
-Vocês vão todos para o...-diz mas é interrompida.
-Não se atreva a terminar a frase! - diz assustadoramente a mulher de cabelos longos. O que assusta a mulher e ela vai se embora.
-Ei... Porque está a chorar? - pergunta o homem de rabo de cabelo.
A verdade é que eu estava a chorar não sei de gratidão pelo que eles fizeram por nós, ou pelo fato de que tenho vergonha. Não sei bem do que tenho vergonha, mas tenho. E esse sentimento trespassa o meu coração.
-N-não é por nada... - digo com um soluço. - Muito obrigada...
-Oh não foi nada, isto acontece... - diz para me tentar acalmar.
-Acontece a todos nós uma vez por outra mas nada que não consigamos aguentar... - diz a rapariga ruiva meiga.
-O importante é saber se proteger e proteger as crianças. - diz a mulher de cabelos longos. - Nunca vos vi por aqui. São novos por aqui, ou algo do género?
-Oh, bem, digamos que estávamos com medo de que coisas como estas acontecessem e nunca saímos de casa com os pequeninos, mas já estamos aqui há 4 anos. Eu sou o Francis. - Diz Francis com o Mathew ao colo e aperta a mão de todos (já que não podia dar os dois beijos custumeiros daquo6por ter o pequeno ao colo).
-E eu sou o Arthur. - digo acenando para todos. - Eu sou o bibliotecário daqui e também trabalho em traduções. O Francis é confeteiro.
-Oh! Já sei quem são! - diz o de rabo de cavalo com um sorriso. - Bem, eu sou o João, este enorme aqui é o Abel - deu uma cotovelada ao de cabelos esbranquiçado que grunhiu - e o nosso pequeno é o Luciano. - diz apontando para um pequenino que estava às rodas à volta de mim a estudar-me.
-Lu, já te falei que não se fica a encarar as pessoas. - diz o Abel e pega no pequeno. - Eu sou o dono da loja de artefactos e o meu marido trabalha comigo.
-Eu sou a Lily, muito prazer! - diz e acena. - a minha esposa é a Arlovskaya. - a mulher de cabelos longos acena. - e a pequenina é a Svetlana.
-Nós somos polícias. - diz Arlovskaya séria e direta.
-Muito obrigado... - digo.
-Não há nada que agradecer, amigo! Temos de nos ajudar uns aos outros nestas situações.
-Eu gosto deles... - sussurra Alfred ao meu ouvido e eu rio.
-Querem vir jantar a nossa casa um dia destes? - perguntou Abel direto.
-Adoravamos....-digo.
-Me solta pai, eu quero brincar com os meninos! - manifesta-se Luciano e impressionantemente sai do colo do pai.
-Ei, eu também quero! - diz Alfred e escapa pelos meus braços também.
- Je peux venir aussi ? (posso ir também) - pergunta Mathew que tinha parado de chorar.
-Oui.~- Diz Francis é deixa o pequeno ir brincar com Svetlana para a areia. - Correu melhor do que esperávamos. - sussurrou Francis ao meu ouvido e entrelaçou as nossas mãos o que me faz corar à frente de todos.
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