So I'll take a stand
Então eu tomo uma posição
Even though it's complicated
Mesmo sendo complicado
O celular de Lydia tocou pela terceira vez, às 3h da madrugada. Ela resmungou um palavrão e tateou a cômoda, em busca do aparelho.
- Alô? - ela atendeu, a voz embargada pelo sono e irritada, por ser tirada dele.
- Lydia? - a voz de Stiles estava trêmula. Mesmo assim, era inconfundível.
- Stiles? Por que você me ligou às 3 da manhã? - ela perguntou, bufando.
- L-Lydia - ele chamou novamente, engasgando. Oh, isso era sério. - Lydia...
- Stiles, o que houve?
- Lydia... - ele engasgou-se mais uma vez e um soluço escapou de sua garganta. Mais lágrimas brotaram em seus olhos, mesmo depois de derramar muitas, muitas delas. - Ah, Lydia...
- O que foi, Stiles? - insistiu ela, passando a mão na testa. - O que aconteceu?
- É a Malia.
Lydia franziu as sobrancelhas.
- A Malia? O que tem a Malia?
Lydia ouviu um chiado. Stiles já chorava, mais e mais.
- A Malia...
Ele respirou fundo. Buscou ar, uniu forças.
- A Malia... Ela... Ela morreu. - Ele sussurrou, inaudível. Talvez porque ele não tinha sequer forças para dizer isso... Ou talvez porque, se ele não dissesse em voz alta, não pareceria tão real.
- A Malia o quê?
- Ela morreu, Lydia. A Malia morreu! - dessa vez, Stiles gritou a plenos pulmões. Sua garganta doía, seus olhos ardiam. Mas nada estava mais danificado que o buraco no seu peito, onde costumava ficar seu coração.
A ruiva perdeu o fôlego por quase um minuto. Seus lábios tremeram, assim como suas mãos. Seu coração ficou mais acelerado pelo medo.
- A Malia... morreu?
Stiles não respondeu.
Lydia balançou a cabeça, não acreditando. Balançou a cabeça várias vezes e começou a chorar. Desabou em lágrimas. Ela encarou a tela do celular e cerrou os dentes, então jogou o aparelho longe, no chão.
Seus lábios ainda tremiam. Sem pensar, ela gritou. Um grito muito mais do que forte. As janelas, os espelhos, todos os vidros do quarto quebraram. As lâmpadas estouraram. Ela provavelmente acordou a rua inteira. E teria acordado sua mãe, se ela estivesse em casa.
A garota gritou até suas cordas vocais parecerem virar pó. E depois voltou a chorar. Chorar, chorar e chorar, até não ter mais lágrimas para fazê-lo.
Sua garganta, seus olhos, seu coração, suas costas, tudo doía. E, não aguentando mais, ela caiu no sono, mesmo que toda dolorida. E os vidros ficaram espalhados pelo quarto, como uma lembrança dolorosa do quão perigosa a dor podia lhe tonar.
If I can
Se eu puder
I wanna change the way I've made it
Quero mudar o jeito que fiz isso
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