Acho que para minha vida ficar completa, de ter passado por tudo antes de morrer, só falta pular de paraquedas e viajar pra América do Sul (falar português talvez, hãm?), porque de resto, não falta mais nada.
Eu levei um tiro cara, EU FUI BALEADO! Nunca vi tanto sangue na minha vida, e o pior é que foi o meu mesmo. Preciso rápido aprender a rir dessa situação antes que eu pegue essa perna que ainda dói e saia correndo gritando.
Acordei nas primeiras horas do dia desse sábado. O clima daquele quarto tedioso não deixava que eu descobrisse se fazia sol ou fazia chuva lá fora. Porém, durante a noite, uma cena me fez ficar maravilhado com o poder de que tudo que aconteceu teve. No canto do quarto, na parede da porta, tinha um sofá nem tão grande e nem tão pequeno, em que Brian e Rings pela noite toda ficaram discutindo em como raios iam fazer para dormir ali. Um queria que o outro fosse para o chão, e nem imaginavam que eu estava acordado já que eu mantinha meus olhos fechados. Em um dado momento, quando a única luz dali era baixa e iluminava apenas aquele canto específico, abri meus olhos e presenciei a seguinte cena: Brian cochilou sentado e tombou para Ringo que quase dormia. Assim que sua cabeça encostou no ombro de Ringo, esse pequeno desconfiado deu um pulo de susto, acertando uma cotovelada no nariz de Brian sem intenção alguma.
Brian despertou com o golpe, já levando a mão até o nariz. Ringo, assistindo a cara de horror de Epstein começou a rir de uma forma tão gostosa que me fez mover mundos e fundos para esconder minha risada também.
Epstein certamente xingou até a terceira geração de Ringo, mas caiu na risada logo em seguida. Sussurraram uns “Cale-se, vai acordar George!” e voltaram a tentar cochilar sentados. Brian tombou para sua direita quando Ringo finalmente adormeceu e caiu escorado em Eppy. Ele não revidou a cotovelada, apenas fez uma expressão de impaciência e depois segurou uma risada, então graciosamente colocou um travesseiro entre ele e Ringo, evitando o máximo de contato possível, até ele também adormecer.
Depois de assistir esse filme de comédia ao vivo, acabei adormecendo também.
**
O médico nos liberou quando ainda eram 05:50 da manhã. Ele disse que como estávamos bem, poderíamos sair mais cedo do hospital para não sermos notados.
Eu tive que ser guiado para fora em uma cadeira de rodas que me levou até o carro, já que a dor na perna era latejante. Até que eu providenciasse algumas muletas, um pensamento provocante tomou conta de mim: Como eu faria para entrar no avião?
Fiquei feliz em ver Paul bem. Lennon estava com uma expressão carregada, e segundo o que Rings me disse pela noite, ele estava assim desde que se viram no hospital.
No carro, o assunto foi o básico. Paul estava preocupado com o álbum que não estava pronto, e perguntava por quanto tempo a gente ainda podia adiar, dizendo que não dava para que eu me esforçasse tanto, ele não queria me ver mal. Ao ver a expressão de John eu disse que tudo estava bem, afinal eu toco com as mãos – se eu fosse o baterista, adeus álbum em 1966 – e Brian tentava ao máximo manter a calma de todo mundo em relação a isso. “George Martin não tem escolhas, ele tem que aceitar o que nós decidirmos. Vocês são as estrelas, não ele.” Foi o máximo que ele conseguiu falar de Martin durante toda a viagem.
Chegando no aeroporto, aconteceu o que já era de se esperar: não tinha cadeira de rodas, rampas de acessos, muletas ou nada que facilitasse minha vida naquele momento. Fico imaginando como essas pessoas acham que portadores de necessidades especiais devem se virar. Dei-me conta do pior: eu não conseguia de forma alguma firmar minha perna no chão, a dor era aguda em toda a região da coxa, então por toda a extensão que ligava o carro ao avião, Rings e Brian me apoiaram, ajudando minha caminhada.
Paul vinha atrás preocupado comigo, porém sendo segurado por John que parece achar que Macca é de vidro.
E o meu pior pesadelo chegou: a escada do avião.
Muito estreita para ser apoiado, lados muito baixos para que eu me apoiasse. Meu desânimo fez com que eu jogasse um peso morto sobre Eppy e Rings, o que os fez reclamar.
- Espera, pra tudo se dá um jeito! – Brian disse esperançoso tentando fazer com que eu me animasse. – Tente se apoiar nos corrimãos.
- Não tem corrimãos, Bry. – Ringo respondeu. – E esses lados são tão baixos que acho que nem eu conseguiria me apoiar.
- E lá vamos nós. – Disse John bufando.
- Espere, eu posso tentar. Não vai doer em nada isso. – Eu disse e eles me encaminharam com pesar até a escada. Subi o primeiro degrau com certa dificuldade, mas no segundo a perna ferida se apoiou, o que me fez sentir aquela dor maldita. Rings e Brian me puxaram, tirando-me de lá. – É, eu estava meio errado.
- Eu sei o que vai fazer com que ele suba mais rápido e seguro. – McCartney se manifestou tentando livrar-se de Lennon que tinha passado um braço dele por seu ombro, como se o apoiasse. A expectativa no olhar de todos fez Paul continuar. – Alguém pode carregá-lo até lá dentro.
- Eu não conseguiria... Acho. – Brian disse me avaliando de cima à baixo. – Sério, não sei, tenho medo de machucá-lo mais.
- Sobre mim... – Rings me olhou demonstrando o óbvio. Tive certeza que em sua cabeça passou-se algo como “eu que sou carregado por ele, oras!”, o que me fez rir. Paul manifestou-se novamente.
- Eu levo, então. – Ele finalmente soltou-se de Lennon em um movimento tão rápido levantando-se e abaixando que ficou zonzo e teve de se apoiar.
- Não Paul, muito obrigado, mas melhor não. – Respondi o olhando de lado, já que estava de costas para ele.
Um silêncio tomou conta do lugar enquanto fumaças pareciam sair da cabeça de cada um pelos pensamentos complexos e sem solução. Paul se recompôs e ficou de pé sozinho, entrando em contato com nosso momento.
John só observava, agora com as mãos nos bolsos. Um tempo depois coçou a cabeça, bufou e veio em direção à mim.
- Tenho que resolver tudo nessa banda também!
Ele me pegou no colo com cuidado para não apertar a perna machucada e me levou escada acima. Chegando próximo da porta, ele virou-se de lado para que eu não batesse a cabeça e me colocou em uma poltrona logo à frente.
- Obrigado, Lennon.
- Não tive escolhas. – Ele sorriu e foi até sua poltrona também, do outro lado do corredor.
O restante entrou e começou-se a viagem. Brian toda hora surgia perto de mim e de Paul para saber se precisávamos de algo e depois sentava-se e voltava para sua leitura.
Greg coincidentemente ou não, não se encontrava no avião.
**
Londres, seu clima gelado e um ar da casa da minha mãe – embora ela ainda morasse escondida em Liverpool. Não dá pra negar que nossa casa é a melhor do mundo.
Lennon fez o maravilhoso favor de me carregar até chão firme de novo, e para nos receber veio um George Martin com um sorriso torto e um par de muletas nas mãos.
- Oi, gente! – Ele começou, meio desconcertado. – George, eu consegui essas para você, usei como base meu tamanho, já que somos quase da mesma altura.
- O problema vai ser só acostumar com isso... Obrigado, Martin. – Peguei-as já as posicionando debaixo do braço enquanto reparava Brian encarando meus movimentos. Martin recomeçou:
- Então, como vão para casa?
- Ainda não sabe...
- Eu vou levá-los. – Eppy interrompeu Ringo – Meu carro está ali ao lado. Já consegue se apoiar, Harrison?
- Acho que sim. De qualquer forma, Ringo está do meu lado, ele me ajuda.
- Ótimo. Vamos. – Brian disse e saiu sem nem ter trocado um olhar que seja com Martin. Esse, por sua vez, ficou encarando o chão com um sorriso de total incredulidade pendendo em seus lábios.
Fomos primeiro para a casa de Paul, onde John logicamente desceu junto para acompanhá-lo. Certifiquei-me de agradecer novamente pelo que ele tinha feito no avião, e seu ar estava um pouco mais “normal” – creio que Paul teve uma conversinha com ele durante a viagem ou no quarto ontem. Antes de partirmos em direção à nossa casa, Brian disse à Paul e John que encontrasse todo mundo para uma reunião no Abbey Road ao anoitecer.
Então fomos em direção à casa de Starkey em um silêncio absoluto.
Chegando lá, Eppy ainda queria me ajudar a sair do carro. Seu carinho paternal me deixava maravilhado e a Ringo enciumado, pelo que parece.
- Bom, vou deixá-los descansando enquanto não dá a hora de ir para o estúdio. – Disse, certificando-se que eu estava perfeitamente bem no sofá.
- “Vossa senhoria” não vai à lugar nenhum. – Rings continuou, fechando a porta – Vai é sentar-se ai e conversar direito.
Epstein obedeceu engolindo seco, assustado.
- O que eu fiz de... Errado?
- Nada, oras! – Respondi. – Só queremos saber como foi com Greg. Algum avanço?
- Ah! – Ele pareceu estar aliviado – Combinamos de nos encontrar para conversar. Ele vem para cá amanhã, está cuidando da papelada de relatórios hoje.
- E como você e Martin estão agora?
Brian fez uma pausa ao ouvir minha pergunta. Tentou sem sucesso não desviar os olhos dos meus, mas falhou por um momento, retornando logo em seguida.
- Ele é do tipo que faz promessas e não cumpre. Meninos... Ele... – Hesitou e parou, respirando devagar tentando retomar o fôlego.
- Obrigado, Brian. – Ringo disse em um tom doce. – Estamos te enchendo de perguntas e esquecemos do mais importante: agradecer pela confiança.
Brian levou vagarosamente o olhar até Rings, que já tinha um sorrisinho pronto para receber aquilo. Antes que ele pudesse responder, Starr retomou a palavra.
- Além disso, espere um segundo. – Ele foi até sua inseparável sacola e tirou a camisa social ensanguentada de lá, e de dentro dela, um papel. Voltou até nós e o estendeu em direção a Brian, que o pegou mesmo que duvidoso. – Isso você compartilhou conosco, mas me senti na obrigação de devolver. Você sabe o que deve fazer com esse papel.
Brian o abriu e comprovou: era o bilhete que tinha escrito para nós. De repente o fato de Ringo não desgrudar da sacola fez total sentido. Reparei que os olhos de Eppy marejaram, e ele sem vergonha alguma dessa vez voltou a olhar para nós, com um sorriso.
- Vocês... – Ele pausou, tomou fôlego e prosseguiu. – Respondendo a pergunta. Martin tinha prometido parar de beber. Resolvemos naqueles shows dos EUA passarmos uma semana juntos em minha casa, ele sem bebida, eu também. Ia ser uma tentativa, mas só como amigos. Estávamos indo bem demais, até ele tomar um treco estranho que eu tinha na geladeira e nem lembrava. Enfim, virou aquele maluco de novo.
- Ele te violentou dessa vez, Bry?
- Não, Ringo. Eu me proibi disso também. – ele riu – Enfim, ele quebrou uma promessa. Preciso de tempo pra engolir uma raiva que estou sentindo, mas isso passa.
- E sobre sua decisão?
- Ainda nenhuma... Vou ver o que acontece com Greg amanhã.
- Olhe... Só faça o que você quer, ta bom? Tente, arrisque. Se você só ficar imaginando o que poderia acontecer “caso o outro desse abertura”, nada vai de fato ser concretizado. Experiência própria. – Falei, lembrando de quando Rings e eu nos entendemos pela primeira vez.
- O que quer dizer? – Brian me olhou desconfiado.
- Se você pensar que pode mudar Martin, quer que ele mude, tente. Se você quer ficar com Greg porque acha que ele vai ser o único que te entenderá, tente. Por um momento esqueça as leis, esqueça o mundo... Pense em você e no amanhã. “Quero acordar com Martin ou com Greg?”.
Brian abriu um sorriso garantindo que entendeu o que eu quis dizer, porém pude notar que ainda tinham dúvidas em seus olhos, mesmo não sendo sobre Martin e Greg.
- Obrigado, meninos. É bom conversar com quem não nos trata como uma aberração da natureza.
- Uma aberração?
- É Ringo. Minha “diferença”. Minha... Opção.
Ringo fez menção de falar algo, tomou um fôlego absurdo, mas se controlou. Eu entendi o que ele queria dizer, eu queria dizer o mesmo, e não sabia se me arrependeria de fazê-lo ou de não fazê-lo.
- Enfim. – Brian retomou levantando-se e ajeitando o paletó. – Obrigado de novo por serem pacientes e compreensivos, e por confiarem tanto em mim... Quero dizer... Me contando tudo que podem e que acham. – Ele sorriu e seus olhos brilharam. – Não sei se já disse isso abertamente, enfim, e não me entendam mal, mas eu amo vocês.
Eu senti uma culpa em mim se instalando. Doendo mais que minha perna, doendo mais que qualquer dor física, e acho que Ringo também sentiu o mesmo, por ter na expressão algo de indescritível tristeza.
Cada passo que Brian dava até a porta era como uma faca perfurando meu pulmão. A mão de Ringo pousou sobre meu braço e levei o olhar até o dele.
Apenas meu movimento positivo com a cabeça o fez levantar.
- Brian! Não contamos tudo. Há uma coisa que você precisa saber.
Os passos dele pararam. Ele virou-se no seu próprio eixo com os olhos ainda brilhando, mas o pânico no rosto de Ringo e no meu o fez ficar automaticamente preocupado.
- Há alguma coisa errada, garotos?
- Sente-se.
- Eu preciso ir até o estúdio, Ringo, e...
- Pelo amor de Krishna, Brian. Sente-se. – Minha voz saiu falhada. Parecia que eu estava na frente de um juiz prestes a assinar uma folha que me acusava de ter cometido uma chacina. Brian se movimentou lentamente e seguiu até a poltrona que anteriormente estava, bem de frente para nós.
- Por favor... Digam que não contaram para ninguém...
- Não tem nada a ver com você e Martin. – Ringo disse baixo. Ele tremia loucamente e sua respiração estava acelerada.
- Então com quem entrou na casa! Só poderia ser, vocês sabem quem foi, me digam!
Olhei para Brian, hesitei, engasguei com minha própria saliva, enrubesci. Puxei a mão de Ringo para que ele sentasse e parasse de me deixar mais nervoso ainda. O pânico finalmente se instalou no rosto de Brian, que agora não conseguia dizer mais nada.
- É entre Ringo e eu, Brian.
Epstein engoliu seco e travou as mãos nos próprios joelhos.
Meu coração estava a mil por hora.
- Ringo e eu... Nós temos um caso.
Meu coração simplesmente parou.
A mão de Ringo apertava tanto a minha que eu pude sentir suas unhas nem tão grandes procurando espaço entre a carne viva.
Brian estava pálido, sua respiração oscilava. Eu tinha medo que nós três caíssemos desmaiados ao mesmo tempo.
- Espera. Um caso? Como assim um caso? Vocês compartilham as mesmas mulheres? Ou simplesmente...
- Estamos namorando, Brian. Não há como ser mais específico que isso. – Ringo finalizou. Os olhos de Brian marejaram. De repente, ele e Ringo começaram um jogo de perguntas/respostas incessante:
- Mais alguém sabe disso?
- Você é o primeiro a saber.
- Tem muito tempo que estão juntos?
- Desde aquela briga em que Paul levou um soco.
- Então as férias juntos era pra ensaiar merda nenhuma?
- Não leve por esse lado, Brian, é que...
- Então vocês estão escondendo isso justo de mim?
- Mas ninguém sabe ainda e...
- Todos aqueles malditos olhares, eram por isso?
- Brian, acalme-se...
- Seus filhos de uma puta! – Epstein disse caindo ajoelhado diante de nós. As lágrimas não tinham mais controle dentro de si. Pensei em explicar, sei lá, tentar me matar antes que ele levantasse a cabeça apoiada na mesinha de centro, que ecoava entre soluços de um choro torrencial, porém Brian levantou sua mão como que pedindo para que esperássemos. – Vocês são uns filhos da puta, porque simplesmente me fazem passar por tudo isso sem falar UMA MERDA SEQUER!
- Espera, não nos culpe por você passar tudo aquilo com Martin!
- Não estou falando disso, George, seu... Puto!
- Mas ué, de quê então, criatura?
Brian endireitou o corpo ainda ajoelhado e pudemos ver que ele chorava e tinha um sorriso gigante ao mesmo tempo.
- Desde que eu vi Ringo entrando na EMI, pra gravar pela primeira vez com a banda, eu fico imaginando vocês tendo um caso. E sofrendo que nem um rato em uma ratoeira quando os vejo afastados de certa forma. Caralho, seus merdas! Me avisassem: OLHA TA TUDO CERTO, ESTAMOS JUNTOS...
Eu não raciocinava mais. Se eu não estava ficando louco... Brian estava chorando de... Felicidade.
- Eu não quero saber de mais nada nessa vida! Rá! – Ele dizia com um tom radiante que nunca ouvimos antes. – Meu Deus, COMO EU AMO VOCÊS!
- Isso tudo é felicidade por saber que estamos juntos?
- E porque eu não estaria feliz, Ringo? Olha isso! Vocês são incrivelmente lindos! Eu... Eu preciso de um abraço, é sério, venham aqui.
Brian abraçou Ringo que fez uma careta desumanamente engraçada, que me fez cair na gargalhada.
Krishna, porquê não me avisou que Brian ficaria tão feliz?
- George, venha aqui, George! - Ele veio em minha direção e me abraçou fortemente.
- Ai espera, eu ainda fui baleado Brian!
- Ai, desculpe. – Ele colocou-se de pé novamente e tentou se recompor. – Sério. Foi a melhor notícia que já ouvi na vida.
- Não quer saber mais nada?
- Não... – Sua expressão dizia outra coisa.
- Brian...
- Eu disse que não, Starkey!
Ringo o olhou meio de lado e disse, como que se rendendo:
- Sim Brian estamos dormindo juntos. Mais alguma pergunta?
- Não, agora sim tudo está respondido. – Ele riu. – Bom, então segredo nosso, hã? Não se preocupem, eu vou ficar normal de novo. Foi só o baque da notícia, é o mesmo que ganhar um presente que estava querendo há muito tempo. Sério, eu queria ficar, mas tenho que resolver uma coisa e... Meu Deus como são lindos!
- Está dando pinta, Brian.
Epstein como que por “milagre” recompôs-se imediatamente. O medo dele de “ser descoberto” era tanto que só ouvir a frase que Ringo disse já o fazia mudar as atitudes da água para o vinho. Secou as lágrimas com um lenço que sempre pendia do bolso de seu paletó e recomeçou:
- Agora sim, perdoem. Nos vemos no estúdio às sete, correto?
- Sim senhor! – Ringo respondeu de novo. De repente os sorrisos de todos os presentes tinha voltado de forma espontânea e verdadeira.
Brian acenou com a cabeça e foi até a porta abrindo-a. Antes mesmo de cruzá-la, Ringo o chamou com um “hey!”. Ele virou em nossa direção.
- Amamos você. – Ringo e eu dissemos em um uníssono. Brian respondeu com um sorriso e uma piscadela, e foi embora.
- Eu por um momento imaginei que ele fosse pedir para darmos um beijo na frente dele. – Ringo disse alguns segundos depois.
- Ele ia se você não o interrompesse falando que ele estava “dando pinta”.
- Eu não ia me opor.
Olhei para ele assustado, Rings começou a rir.
- Estou brincando, seu besta. Vou fazer o almoço mais cedo.
De repente me encontrei sozinho na sala, com apenas uma coisa repetindo em um loop incessante na minha cabeça:
Com essa perna desse jeito, como eu ia poder desfrutar da minha “nova vida de comprometido?”
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