Jeongguk tinha acordado inspirado naquela manhã, observou Taehyung, que dormia serenamente ao seu lado, usando apenas a calça do pijama, pegou seu celular e mandou mensagem no grupo de amigos, os convidando para almoçarem em sua casa, sabendo que Namjoon não iria, por estar em sua lua de mel.
Se levantou e vestiu uma roupa confortável, checou se a caixa de areia de Wolgwan estava limpa, trocou a água dele e colocou mais ração. Colocou os fones de ouvido e pegou a chave de seu carro, saindo de casa, queria ir ao mercado.
Passeava entre os corredores cantarolando a música que ouvia, colocando o que lhe interessava no carrinho, além das coisas que precisaria que estava na lista em seu celular. Estava de olho também, caso Taehyung lhe mandasse mensagem, apesar de saber que o felino gostava de acordar tarde.
Pegou um quilo e meio de caranguejos de flores limpo, anchovas, rabanete, abobrinha, cebola, dois tipos de pimenta, alho, pasta de soja, pasta de pimenta, flocos de pimenta e manjericão. Pegou também soju, e um vinho que achou que seria bom, já que Taehyung gostava, um Sauternes 2001, francês.
Pegou uma caixa de leite de banana e alguns chocolates, e duas caixas de mochi congelado, uma de vanilla e outra de pistache. Estava olhando uma torta de Oreo congelada, pensando em pegá-la, quando um estrangeiro o abordou, ele era careca e possuía olhos azuis.
— Perrdão, sabe que horras são? — perguntou com sotaque forte, lembrava o sotaque que Taehyung tinha, mas muito mais forte, já que o do híbrido só era perceptível quando se prestava atenção..
— Dez e quarenta e cinco — falou ao olhar no celular.
— Belo hibrrido — ele falou com um sorriso estranho, olhando a foto de Taehyung, que usava como plano de fundo.
Jeongguk apenas sorriu, desconfortável, curvou a cabeça respeitosamente e continuou andando, decidindo ir direto para o caixa, decidindo ir para casa. Ficou olhando os números passando no visor a cada produto que era passado, começando a batucar a própria coxa ao ver o homem ir atrás de si no caixa, apenas com uma cesta, apesar do caixa rápido estar sem fila.
Ajudou o funcionário a colocar as sacolas no carrinho e pagou usando a aproximação do cartão para pagar, se apressando para ir até o seu carro. Abriu o porta-malas e colocou as compras com pressa, cuidando apenas quando pegou as sacolas com garrafas.
Deixou o carrinho do lado do automóvel, ao invés de levar de volta até o estabelecimento, como sempre fazia, entrando no banco do motorista, trancando o carro em seguida. Suspirou, aliviado, encostando a cabeça no banco, se permitindo fechar os olhos por alguns segundos. Olhou ao redor, usando os retrovisores, procurando pelo homem de olhos azuis, o localizando encostado em um pilar, fumando, enquanto observava o seu carro.
Se assustou quando sentiu seu celular vibrar em seu bolso, o pegando rapidamente, vendo o nome de Taehyung no visor. Atendeu e levou o celular até a orelha, ouvir a voz do híbrido talvez o acalmasse.
— Onde você está? — a voz rouca e sonolenta arrancou um sorriso pequeno do veterinário.
— Vim ao mercado, já estou voltando — respondeu, ligando o carro — chamei os meninos para almoçarem aí — contou, conectando o celular ao carro, passando a ligação para o vivo a voz, começando a sair do estacionamento.
— Hm — Taehyung murmurou e pode ouvi-lo bocejar — tomou seus remédios?
— Não, preciso comer antes, e eu queria voltar antes de você acordar — suspirou, parando no sinal vermelho — inclusive, acordou cedo.
— Você não tava na cama, seu cheiro estava fraco — o tigre respondeu, nitidamente emburrado — vou fazer o café da manhã, tá chegando? — perguntou.
— Sim, 10 minutos, no máximo — sorriu sozinho.
— Tudo bem — Taehyung murmurou e desligou a ligação.
Jeongguk olhou pelo retrovisor, procurando algum carro o seguindo, não encontrou nada, então apenas dirigiu para o prédio em que morava. Estacionou o carro e tirou todas as sacolas com calma, as colocando no elevador, e o adentrou apenas quando colocou todas. Digitou a senha e esperou que o elevador chegasse em seu andar, tirando todas as sacolas.
— Bom dia — falou, sorrindo pequeno, vendo o híbrido andar até si, selando seus lábios.
— Me avise que vai sair da próxima vez — pediu, ajudando a pegar as sacolas.
— Eu não queria te acordar — murmurou, começando a guardar as compras.
— Vem comer — Taehyung chamou, circulando a cintura do menor, o puxando para junto de si — não acredito que saiu sem comer e sem tomar seus remédios — reclamou.
Jeongguk suspirou, andando até a bancada, onde Taehyung colocou um prato para si, uma caixinha de leite de banana e os seus três comprimidos do lado. Começou a comer em silêncio, assistindo Taehyung terminar de guardar as coisas, admirou as costas nuas do híbrido, a cauda listrada, a bunda grande e empinada.
— O que vai cozinhar? — se assustou com a voz grave, Taehyung tinha se virado e estava o encarando, tinha o flagrado.
— Kkotgetang — respondeu de cabeça baixa, as bochechas coradas.
— Kkotge… — bufou — Kkotgetang — conseguiu falar — o que é?
— Caranguejo — sorriu — comprei um vinho pra você — murmurou, terminando de comer, bebendo seu leite de banana com os remédios.
— Qual? — perguntou, andando até o menor, ficando entre as pernas dele.
— Sauternes 2001 — contou, tendo seu rosto segurado e os lábios de Taehyung pressionados contra os seus.
Jeongguk suspirou, segurou um dos pulsos do híbrido e abraçou o quadril deste com as pernas, Taehyung adentrou a língua na boca alheia, tirou uma das mãos das bochechas fofas e levou até a cintura fina, o puxando mais para perto. O veterinário abraçou o pescoço do outro, levou as mãos até as coxas grossas e o segurou, o colocando sentado na bancada.
Jeongguk teve que se esforçar para afastar o maior quanto ele interrompeu o ósculo para distribuir beijos por seu pescoço, não poderiam transar, tinham um compromisso e as palavras de Joonyoung ainda rondando sua cabeça.
— Eu tenho que cozinhar — murmurou, empurrando o híbrido levemente, que parou para o olhar.
— Tudo bem — suspirou, tirando o menor da bancada e o colocando no chão — quer ajuda?
— Coloca as anchovas naquela peneira de chá — instruiu, pegando uma das panelas nos armário e a colocando sob o fogão de indução, colocando a água necessária, junto do rabanete, da pasta de soja e da pasta de pimenta — agora coloca aqui — apontou para a panela — alexa, timer para 20 minutos — pediu para a inteligência virtual.
— Certo, timer para 20 minutos, gostaria de ouvir música enquanto espera? — ela respondeu.
— Não — Jeongguk falou, correndo para pegar o celular — vou colocar uma playlist minha — explicou para o híbrido.
— E nesses vinte minutos, a gente faz o que? — perguntou, se aproximando do menor, com o objetivo de o abraçar, mas ele voltou para cozinha após a música começar a tocar na caixa de som.
— A gente precisa cortar a cebola, a abobrinha, a cebolinha, o alho, a pimenta verde — falou, não percebendo que o maior queria contato físico, pegando a tábua de cortar e uma faca afiada.
Taehyung suspirou, revirando os olhos, queria Jeongguk, queria ficar abraçado, queria beijá-lo, queria transar com ele de novo, queria ficar deitado com ele apenas vendo um filme bobo, estava se sentindo carente. Olhou para Wolgwan, que estava sentado no sofá, observando atentamente toda a cena.
— Je sais que tu ris, sac à puces — (eu sei que está rindo, pulguento) resmungou para o gato, andando até Jeongguk para ajudá-lo — que horas eles vem?
— Marquei para meio dia — murmurou, olhando o relógio da cozinha, tinham quarenta minutos, considerando dez minutos de atraso por parte dos amigos.
— Vou tomar um banho, dá conta sozinho? — perguntou, vendo o Jeon assentir sem nem o olhar, se segurou para não bufar, segurou o queixo do menor com certa força, o obrigando a olhar para si — eu te amo, tá? — pôde ver o exato momento em que o veterinário derreteu em suas mãos.
— Me desculpa — Jeongguk murmurou, olhando diretamente para os olhos felinos — eu sei que foi besteira o que ele me disse, mas isso volta em minha mente toda vez que estamos nos beijando — foi sincero.
— Quando vai vai voltar para a terapia? — perguntou sério, afrouxando o aperto, passando a fazer carinho na bochecha branquinha.
— Depois de amanhã — suspirou.
— Me contento com selinhos até lá — sorriu triste, deixando um rápido selar nos lábios rosados, se afastando em seguida.
Jeongguk assistiu o tigre se afastar, andando para o corredor onde ficavam os quartos, indo para o próprio. Se lembrava do tom de voz áspero de Joonyoung, dos olhos fixos em si, do sorriso maldoso, “Deixa eu ver se eu entendi” se lembrava dele se aproximando de si, de uma maneira tão vívida que era como se ele estivesse em sua frente “você resgatou um híbrido, e, daquele porte, devia ser usado nos cios, abusado, violado, estuprado” o sorriso dele aumentava, se divertindo com o quão afetado ficou com aquelas palavras “mas aí, um veterinário bonzinho resgata ele, o dá um lar, comida, roupas, celulares e computadores, e então, em uma viagem milionária, você transa com ele” os olhos escuros fixos em seus, tão próximo que quase conseguia sentir a respiração dele batendo contra o seu rosto “ acha que ele iria negar? Você não o salvou, apenas mudou o dono”
De repente, a voz de Taehyung veio em sua mente “Eu fui abusado também”, ele o contou quando assistiam Game of thrones pela primeira vez, com a cabeça deitada em suas pernas, enquanto recebia um cafuné do veterinário “na França, eles induziam os meus cios e aumentavam o tempo de duração, eles cobravam e muitas mulheres iam lá, nos meus momentos de lucidez sentia vontade de morrer”
E então voltou para a imagem de seu ex “por isso eu te amava, Ggukie, quer dizer, você foi um monstro quando roubou toda a herança do seu pai, tirou as coisas que eram da mãe dele das mãos dele, mas fetiche em híbridos é coisa nova” a risada maldosa no fundo, se tornando cada vez mais alta.
Seu pai apareceu, sentado no sofá da casa em que moravam, o rosto todo vermelho e as veias da testa saltadas, irritado “ela não pode ter feito isso!” ele gritava “esse garoto nem deve ser meu de verdade, essa vadia deve ter dado para algum viadinho” ele falou para o advogado, apontando para a própria esposa, que chorava baixinho “vamos fazer um teste de DNA!” ele falou, socando a mesinha de centro, trincando o vidro “senhor, independente do resultado, a senhora sua mãe deixou a herança para Jeongguk, nada vai mudar isso, ela deixou bem claro no testamento” se lembrava da voz calma do advogado antes de seu pai avançar contra si. O som do copo se partindo após jogá-lo no navio, espantando Joonyoung e seu pai em sua mente se misturou com o alarme na vida real, anunciando que tinha se passado os vinte minutos.
— Merda — murmurou — alexa, desligar — pediu, tirou as anchovas da panela e foi cortando o que precisava de forma rápida, jogando tudo na panela, junto do caranguejo, agora só tinha que esperar mais quinze minutos.
Pediu novamente para a inteligência artificial, e colocou o arroz japonês para fazer na panela destinada para o preparo deste, andou até o sofá, se jogando ali, fazendo carinho em Wolgwan, que o observava de forma curiosa, como se tentasse entender o que se passava na mente de seu tutor. Precisava se distrair, seus amigos logo chegariam e ele não queria estar deprimido, pegou seu celular e começou a ver vídeos de gatinhos.
— Devo ver isso como traição? — se assustou com a voz do namorado, o vendo vestido e com o cabelo levemente úmido.
— Então admite que você é apenas um gatinho que cresceu demais? — Jeongguk perguntou, sorrindo.
— Nunca — Taehyung respondeu, emburrado, pulando o sofá para se sentar ao lado do humano, assustando Wolgwan.
— Então não, não é traição — riu, aceitando o rápido selar que o maior deixou em seus lábios.
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