Assim que o bule apitou Park Eunjo estava finalizando o laço de seu hobby. Ela calçou as pantufas amarelinhas de pintinho – par esse que seu filho tinha um idêntico em seu quarto – e desceu as escadas, parando no meio dos degraus para admirar o sorriso banguela de seu filhote bebê na moldura de madeira na parede.
Chegou a sala, sentindo seu corpo aquecido com a luz do Sol que entrava pela janela desprovida de cortinas. Suas órbitas castanhas pararam na caixa do correio, esta que estava com a bandeirinha vermelha levantada para cima indicando uma nova correspondência. Eunjo correu para a porta e se perdeu no meio de tantas chaves que estavam no potinho específico em cima da sapateira, ela nem ao menos trocou suas fofas pantufas por um par de sapatos específicos para a grama e correu pelo jardim em direção a caixa.
Eufórica, Eunjo abaixou a bandeirinha e abriu a caixinha, sem tirar o sorriso gigantesco do rosto. Seus dedos longos e delicados pegaram as cartas e levou-as até frente aos olhos. A primeira não lhe trazia interesse, era apenas a propaganda para assinar uma revista, a segunda carta muito menos. Porém, a terceira correspondência era sua mais esperada. Correu para dentro, desviando dos olhares curiosos das vizinhas fofoqueiras.
O bule não parava de apitar, a água secava cada vez mais na demora da ômega. Enfim, a Park jogou as cartas desinteressantes na mesa de centro do sofá e foi para a cozinha apertando fortemente a carta de seu filhote, desligou o fogo e jogou o líquido quente na xícara, dando um banho no sachê de chá de maçã.
A Park pegou uma tesoura da gaveta e abriu a correspondência com todo o cuidado, quase inexistente em seu ser naquele momento. Segurou o papel e com a outra mão trouxe a xícara mais para perto, levando-a para os lábios em seguida. A grafia linda de seu filhote encheu sua visão.
“Querida mamãe,
Essa é a minha última carta, pois na segunda-feira da próxima semana eu estou de volta, para cuidar de você mamãe. A propósito, sobre o serviço militar, me sinto muito bem aqui, faço parte da equipe de administração (tinha a opção de ajudar na enfermaria, mas eu desmaiaria só de ver uma agulha), e também descobri que sou muito organizado.
Espero que você esteja se cuidando enquanto eu estou fora, lembre-se de tomar suas vitaminas e os remédios que o doutor Yang recomenda. Te quero saudável, dona Park Eunjo. Pois, quando eu chegar quero rever coradinha de saúde.
Consegui fazer um amigo, entre tantos colegas de quartel, ele é um alfa lúpus, bem alto e bondoso, ele se chama Kwon Wonho e é cirurgião geral em Seul. O Wonho-hyung me protege de alguns alfas abusados, gosto dele é um bom amigo e sempre está aí meu lado.
Por último, quero que saiba que estou muito bem de saúde, ganhei um pouquinho de músculos e meu cabelo ainda está curtindo como da última vez. Como eu já havia dito, volto na próxima semana, e não precisa ir me buscar, apenas peça para que o Taehyung me busque às 13:00 horas no aeroporto de Incheon.
Se cuide, logo estarei aí.
Atenciosamente do seu filho favorito,
Park Jimin.”
Os lumes de Eunjo se embasaram, lágrimas começaram a descer pelas bochechas rosadas da mulher. Park Jimin, seu pequeno ômega e único filhote, que cuidou sozinha, estaria de volta para a casa. A mulher suspirou e limpou o rosto vermelhinho, pegou a xícara e bebeu todo o conteúdo sem tirar o sorrisinho de alívio dos lábios. Eunjo, por um momento enquanto levava a xícara na pia, lembrou de tomar seus remédios e vitaminas. Pois sabia que se faltasse um único dia de toma-las Jimin ficaria falando e falando horas a fio o quão importante era se manter saudável.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.