handporn.net
História Jogos Sanguíneos - Jikook (em revisão) - Descobertas - História escrita por Nickendipity - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Jogos Sanguíneos - Jikook (em revisão) >
  3. Descobertas

História Jogos Sanguíneos - Jikook (em revisão) - Descobertas


Escrita por: Nickendipity

Notas do Autor


Chegay 3 minutos atrasada
Está bem complicado lidar com o natal e com o especial, mas tamo aqui
#CapítuloTodoDia9

Boa leitura <3

Capítulo 20 - Descobertas


Eu quero chegar perto de JungKook o mais rápido possível, o abraçar, o agradecer... eu sentia necessidade disso, mas o caminho até ele parecia longo.

Flashes em minha direção, o hino de Panem tocava, Bang PD –o apresentador das edições- nos saudava. Todos pareciam contentes. Jisoo só faltava dar pulinhos de alegria.

JungKook me olhava com um sorriso ladino, sua roupa combinava com a minha, a diferença é que suas calças e sapatos eram pretos, e seu modelo de blusa –embora a cor fosse a mesma-, diferente de mim -que estava parecendo uma criança ingênua-, o deixava adulto e sexy. Quem era o mais novo aqui, no final?

Consegui chegar até o Jeon mais novo, sem se abalar com o fato do mais velho estar perto. Dei uns 5 passos longos e praticamente me joguei em seus braços, ele me segurou firme, e céus, era isso que eu precisava agora.

-Você está bem? –Perguntou ainda abraçado comigo.

-Estou. Você está, ok? –Devolvo a pergunta e ele me solta, me olhando do jeito que só ele conseguia fazer.

-Eu senti tanto a sua falta. –Ele me beijou, seus lábios me traziam uma intensidade, quase tão suficiente para eu tentar fingir que uma pequena plateia, e mais centenas de câmeras nos observava.

Enquanto ele me beijava eu só conseguia pensar: “Você sabe? Você sabe o perigo que estamos correndo? Sabe que temos que continuar isso até o fim?”. Sabendo ou não, JungKook desempenhava seu papel com muito talento.

Nos separamos e ele voltava a abraçar meu corpo, logo dando-me selinhos e beijinhos na bochecha, repetimos tanto esse mesmo roteiro nos últimos minutos, que parecia que realmente o moreno não queria me largar.

Bang PD chegou até a gente, após uns 10 minutos, dando tapinhas em nossas costas para que ele pudesse continuar com o roteiro da apresentação, mas JungKook o ignora, apenas me puxando mais para ele, e parece que todos que nos assistia enlouqueceram de amor por aquela cena. Eu só tentava me esconder sobre ele, minhas bochechas já estavam púrpuras e eu sabia disso.

Queria falar tanta coisa, perguntar tanta coisa, mas a única coisa que restava era beijá-lo.

Yoongi veio em nossa direção, nos empurrando levemente para onde deveríamos nos sentar, e entendemos bem o recado.

Normalmente existe a cadeira do vitorioso, onde ele senta e assiste um resumo dos jogos, mas dessa vez, tinha uma namoradeira, um sofá tão pequeno que duvidava que coubesse eu e JungKook lá, mas essa era a intenção, que eu me agarrasse a ele e não soltasse mais.

Nos sentamos próximos demais, e eu –seguindo com meu teatro-, entrelacei minhas mãos na suas, e deitei minha cabeça em seu ombro.

Então chega a hora do show, normalmente isso acontecia todos os anos após os jogos, durava umas 3 horas, e Panem inteira era obrigada a assistir.

Eu não queria ter que assistir as 23 mortes dos outros tributos. Colegas, amigos, Sook, Yun, e mais 21 crianças que são obrigadas passarem por isso, eu não queria ver. Já vi mortes demais ao vivo.

Quando aquilo começa, eu penso como os outros vitoriosos aguentavam isso sozinhos, porque tudo que me mantem aqui inteiro ainda é JungKook. Suas mãos fazendo um carinho leve nos meus ombros, enquanto a outra segurava a minha, e eu a apertava com força.

Contar uma história de semanas em 3 horas era impressionante, afinal, contando o número de câmeras que devem ter usado, o editor teve um grande trabalho. E dessa vez não pareciam estar contando a história dos jogos, e assim uma história de amor. Tentavam esconder toda crueldade com aquele casal loucamente apaixonados, no fundo, não achava tão ruim, era um bom pretexto para perdoarem tudo de sujo, um casal apaixonado, com medo da morte, eles não pensariam muito, certo?

Na primeira meia-hora, eles contam tudo que antecede os jogos, a colheita, os treinamentos, imagens minhas e de JungKook que nunca achávamos que teria sido gravada, eu brigando com seu pai, a entrevista... estava tudo lá, menos nossa visita no telhado, e eu estava aliviado, foi um dos pequenos momentos nossos que eu queria guardar só para mim.

Começa os jogos, e eles intercalavam cada morte com uma cena de nós dois, mostraram JungKook se agonizando antes de me achar, me mostraram com Yun... Ah, Yun.

Mostraram a morte dela desde o começo e detalhadamente, parecia uma tortura para mim, sinto meus olhos se encherem de lágrimas, mas não deixo nenhuma cair, graças ao moreno que me lembrava que estava comigo, no final, focam no pedido da pequena menininha, de que JungKook me protegeria, e eu me pergunto se cada beijo, cada fingimento, cada sacrifício por mim, foi ele tentando cumprir a promessa. No fim, ele conseguiu, já fez demais por mim.

Logo mostrou uma cena que preocupou. Quando eu fui picado pela cobra e estava tendo alucinações, pude me ver arrancar a roupa do mais novo, e me esfregar nele embaixo do cobertor, enquanto sons de satisfação saíam pela minha boca, era vergonhoso, mas embora eu soubesse que era só isso, aquilo podia ser mais, aquilo parecia ter sido muito mais.

Beijos e mais beijos apareciam ali, eu ficava tímido, em alguns mais do que outros, eu olhava JungKook do meu lado e ele sorria levemente quando via aquilo. Como ele conseguia?

No fim eram sacrifícios atrás de sacrifícios, quase todos vindos de JungKook, a cena final era nós dois abraçados no chão, até que eu apagasse em seus braços. Não. Tinha mais uma cena, JungKook gritando por mim dentro do aerodeslizador.

E então recebemos a visita de alguém. Alguém que devia sentir tanta raiva de nós, não sei por nós sermos meninos, mas talvez por JK ser um vampiro, e eu um humano, e com certeza por ele ter me ajudado em um jogo desses, talvez burlando as regras. Mas o motivo principal do seu ódio é por termos “pecado” em frente das câmeras... ah, esse homem tinha tanto para me odiar, e eu mais ainda para odiá-lo, ele era o responsável pela matança nos jogos e na vida, o responsável por todo sofrimento dos distritos. É, ele era o presidente de Panem. Presidente Joonyoung.

Depois do presidente me parabenizar desgostosamente, fomos levados para um banquete, para comermos com ele, e diferente do banquete pré-jogos, esse eu ia aproveitar.

Era impossível conversar com JungKook do jeito que eu queria com tantos vampiros –que tinham ouvidos aguçados -naquele mesmo lugar, mas algo eu podia perguntar, não podia?

-Como seu pai está me aceitando aqui? –Perguntei pouco antes dele cismar em me dar comida na boca.

-Ele não tem escolha. –Riu. –Não pode mais nos separar quando o país está no nosso favor.

O que ele queria dizer provavelmente era: “Ele não tem escolha, ou ele aceita, ou morre junto com a gente”.

-Eu achei que ele ia surtar. –Comentei baixo, mesmo sabia que meu suposto “sogrinho”, podia estar escutando.

-Ele surtou. –Riu de novo. –Não ligo. Quer que eu chame ele para abençoar nossa união.

Eu ri junto com ele nessa. A ideia de provocar o Sr. Jeon era interessante e perigosa, então eu só neguei.

-Deixa isso para um casamento. –Brinquei, mas depois engoli seco.

Eu podia sentir que a punição de JungKook seria maior do que me namorar. Será que um dia isso vai acabar ou eu teria que prendê-lo para sempre à mim? Eu não queria castiga-lo de tal forma.

Nós necessitávamos de um momento a sós.

-Jimin. –Chamou-me e quando eu virei o rosto para ele, o mesmo me beijou rápido nos lábios, provavelmente ninguém viu, ele logo voltou a sua comida.

-Você é estranho. –Comentei.

-É que eu sou maluco por você. –Respondeu de uma maneira casual, sorrindo.

-JungKookie...

-Pode repetir? Meu nome fica muito fofo quando você chama assim. –Disse acariciando os fios do meu cabelo.

-JungKookie? –Ri tímido.

-Sua voz é fofa. Quando não é marrento, você é muito fofo. –Embora parecesse um elogio carinhoso, o tom de voz que ele usava era meio... sei lá, sedutor.

-Você é fofo, JungKook-ah. Quando não está falando desse jeito. –Ri nervoso.

-Desse jeito como? –Ele continuava usar aquele tom de voz, e se aproximando ainda mais de mim.

-Como se tivesse 2 anos a mais do que eu, não a menos.

Ele riu e voltou a comer, era estranho estarmos longe dos jogos, da caverna, de árvores... e sim em uma mesa normal, cheia de gente.

Logo que comemos, voltamos a nosso antigo assento, onde iriam me entrevistar.

-Só falta essa entrevista e vamos para sua casa. –JungKook disse perto da minha orelha.

-Você vai junto? –Ele assentiu. –Isso é ótimo! Por que Yoongi não me contou? Tudo que ele fez foi me manter longe de você. –Ri. Mas eu sabia que não era culpa dele.

Eu sabia porque JungKook iria. Eu passaria duas semanas em casa com as pessoas que amo para me recuperar, então eu irei em cada um dos Distritos restantes para prestar homenagens, ele iria comigo, e então por último, minha parada era na capital, sua casa, e eu me perguntava onde iria morar, estava tudo bem se eu morasse longe do meu suposto namorado, não é?

Ele tocou minha cintura.

-Quando chegarmos lá, não terá nem Yoongi, ou ninguém para nos vigiar. Finalmente. –Um arrepio nada inocente se espalhou no meu corpo e eu nem conseguia entender porquê.

Sentamos e então PD nos sentou na poltrona em nossa frente.

-Não fiquem acanhados, podem se aninhar. Fica bonitinho. –Disse o apresentador e JungKook me levou para perto do seu peito, onde eu descansei a cabeça e fiquei encolhido lá.

No começo Bang fazia perguntas sobre os jogos ou sobre Yun e Sook, não era tão difícil de responder e JungKook me ajudava, porém ele logo jogou a conversa para o lado complicado. Nosso romance.

-Bem, Jimin, você disse para mim antes dos jogos que se via apaixonado por Jeon JungKook, mas JungKook, em qual momento você passou a retribuir isso?

Olhei curioso para saber a história que ele ia inventar.

-De uma certa forma, eu sempre retribuí, só que era muito difícil admitir para eu mesmo, afinal, embora eu quisesse ficar próximo dele, seu sangue era muito tentador para mim, eu tinha muito medo. Quando vi que Kwan iria mata-lo eu não consegui permitir, ali que eu me dei conta que estava perdidamente caído por ele, pois afinal não tinha medo de perder só seu sangue, entende? Eu o queria para mim, e não permitiria que ninguém o machucasse. E ali... tudo mudou.

-Por que? –O entrevistador indagou.

-Porque ali teria uma chance de ter ele para perto de mim, e a cada vez que Jimin abria a boca, ou sorria, ou dormia feito um anjinho, eu me apaixonava cada vez mais, até que chegou um ponto, de que agora eu não sei mais viver sem ele.

-Não vai precisar viver sem mim. –Sussurrei e ele me beijou suavemente, sorrindo entre o beijo.

A sala era repleta de suspiros emocionados, PD já limpava suas lágrimas com um lencinho.

-JungKook mora na Capital, Jimin no Distrito 12, como vocês irão fazer? Não pretendem ficar separados, não é? –Perguntou quando já tinha se recuperado da emoção.

-Não... –Respondi arrastado, olhando para JungKook. –Não sabemos o que iremos fazer, mas...

-Por enquanto, não vamos pensar muito nisso. Eu vou para o Tour pelos Distritos com ele, e quando voltarmos para capital... quando voltamos eu tenho ideias para nós. –JungKook disse e eu franzi a testa.

-É o que eu estou pensando? –O apresentador só faltou pular da cadeira.

-Não tenho como ler seus pensamentos, PD. –Brincou o mais novo.

-Mas eu posso ler os seus. –Ele nos lançou um olhar estranho, porém engraçado.

Eu não estava entendendo nadinha.

-Do que vocês estão falando? –Decidi perguntar rindo com os dois.

-Ele não vai entender, é meio lerdinho, mas isso é bom, não estraga a surpresa. – JungKook explicou para o outro e eu fingi estar bravo.

-Vai esconder algo de mim? –Fiz bico.

-Esconder o que, Jimin? –Os dois riram.

Fizeram mais e mais perguntas, e de certo modo ficou mais fácil.

-Por fim, Jimin, o que te deu forças para vencer para matar Namkyu? Podemos ver que estava hesitando para fazer, mas que sua atitude mudou completamente ao ver que JungKook estava perdendo.

-Sim! Eu não podia deixar que ele morresse. Foi o medo de perde-lo que me deu forças para aquilo, eu já estava zonzo na hora, mas não importava, não mesmo. –Sorri pequeno.

-Digo o mesmo, eu lutaria e morreria por ele quantas vezes fosse necessário. Por que ele me faz forte.

...

Me devolveram o broche de tordo que eu usei durante os jogos, então fui para o trem, junto com JungKook, que andava de mãos entrelaçadas comigo.

Eu só pensava em chegar em casa, em abraçar minha irmã, e acariciar os seus suaves cabelos, ela provavelmente me encheria de perguntas sobre JungKook, eu tinha certeza que ela deveria ser a pessoa que mais gostaria dele, já o resto... Suspirei.

Eu queria tentar animar minha mãe, ela não tinha perdido o filho, e talvez assim ela não parasse de sofrer tanto pela morte do marido.

E eu queria tanto fazer tudo com Taehyung... Eu queria lhe contar sobre tudo –principalmente a comida – que vi na capital, queria sair para caçar com ele, queria abraça-lo, queria entender o que sentia por ele e o que ele sentia por mim.

Sim, eu queria parar e pensar em tudo. O que Taehyung sentia por mim? Será que fui lerdo todos esses anos e o mesmo era apaixonado por minha pessoa? O que JungKook sentia por mim? Será que lá no fundo tudo aquilo era real? Ou será que no máximo ele pode estar criando um pequeno interesse por mim? Ou ele podia realmente querer ser meu amigo, é... Mas o que eu sentia pelos dois?

Essa coisa de apaixonado era algo que eu nunca tinha experimentado antes, e não me arrependo, isso era muito difícil.

Chegamos ao fundo do trem, onde estávamos sozinhos e sem câmeras, finalmente, e mesmo assim, JungKook não largou minha mão.

-Eu... eu queria te falar tanta coisa, perguntar tanta coisa. –Soltei e ele riu.

-Você pode dizer o que quiser. Por que está tão nervoso? Seu coração está rápido. –Ele me abraçou e eu só permiti.

-JungKook! Eu não queria te prender a mim! Me desculpe. Me desculpe.

-Como assim, anjo? –Ele ergueu meu rosto para que eu o olhasse.

-Vão obrigar a gente ficar juntos para sempre, vamos ter que continuar com isso.

-O que quer dizer com isso? –Ele soltou minha mão, segurando meus ombros para que eu ainda o olhasse.

-Apelamos muito na arena, nos tocamos demais, fizemos coisas erradas...

-Eu sei disso. Mas está tudo bem, o povo gosta do nosso amor.

-Eu sei, era disso que eu falava. Temos que continuar com isso, continuar agindo da forma apropriada, Yoongi me recomendou isso.

-Espera, Jimin. –Ele parecia tonto, dando um passo para trás. –O que é a maneira apropriada?

Talvez ele não soubesse. Talvez para ele não fosse fingimento.

-Você gosta de mim... –Eu não pude conter meu tom de surpresa. –JungKook, você está apaixonado por mim!

Eu queria chorar, mas não era o único.

-Céus, Jimin! Qual seu problema?! Você só percebeu agora? –Ele já estava entendendo melhor o que acontecia.

-Desculpe, eu achei que você estava fingindo, para me proteger, porque quis me ajudar.

-Porque você estava. Você estava fingindo. – Aquilo saiu em um sussurro, pude ver a dor no seu rosto. -Tudo... Tudo o que tivemos dentro da arena foi pensado? Tudo um fingimento, Jimin? Tudo o que passamos ou sentimos foi impulsionado pelo seu maldito teatro?! Céus, eu sou um idiota. –Passou as mãos pelo cabelo e achei que ele iria arrancar todos os fios.

-Não, JungKook! Calme. Me escute.-Eu tentava me aproximar mas ele se esquivava.

-Não! E-eu... você sabe o quão sujo foi? –Ele queria chorar, eu sabia disso.

-Nem tudo o que eu fiz foi atuação! Nem tudo, ok?! Eu estou confuso! –Admiti.

-Eu não consigo mais acreditar... você me usou!

-Eu achei que você realmente só queria me proteger, eu não sabia, JungKook!

-E eu achei que você realmente me amava! –Rebateu.

-Eu nunca disse isso! –E uma lágrima caiu dos seus olhos escuros.- Espera, JungKook. Eu gosto de você, eu gosto mais do que queria, eu só nunca tinha sentido tudo aquilo antes e eu não sei... –Ele se esquivava de mim ainda mais pelo corredor. –Teve muita verdade ali.

-Não minta para mim. Você nos odeia. –Seu peito tinha uma respiração retardada, ele iria chorar. –Como eu pude pensar, que você se apaixonaria por um monstro?

E então com aquela rapidez que tinha, ele já tinha sumido da minha frente, me deixado sozinho, e eu me senti horrível.

Ele era só uma criança, e eu feri seus sentimentos por ser um lerdo.

Eu queria ir bater em sua cabine, e dizer que aquilo era muito injusto! Que nós mal nos conheciam. Que ele era tudo que eu não esperava para mim. Que fiz tudo isso para sobreviver, e também para ajuda-lo. E que não importa o que eu sinta por ele, eu vou ser só um humano fraco que não sabe lidar com o amor.

Me deixei chorar um pouquinho, mas não vi que Yoongi estava ali.

-Vocês descobriram, não é? –Ele disse chegando perto de mim e me abraçando.

-Se você sabia que ele gostava de mim porque não me disse? Talvez eu pudesse contar de uma melhor forma. –Resmunguei e abracei Min mais forte do que quando o reencontrei depois dos jogos.

-Não tem uma maneira melhor. Ele vai te perdoar, vai ficar tudo bem.

-Não. Não vai. –Retruquei.

-Você também gosta dele, eu não sou idiota, Jimin. –Eu nem respondi, talvez ele me entendesse melhor do que eu. –Mas eu entendo que precisa de tempo. Você é gay. Você gosta de um vampiro. E acho que você não sabe nada sobre o que sente.

-Eu não sei se gosto dele, mas se eu não gosto dele, talvez eu goste de outra pessoa, e talvez eu seja gay.

-Diz para mim que não sou eu. –Ele brincou.

Soquei o peito dele.

-Claro que não, idiota. –Ri em meio a tristeza.

...

Min Yoongi POV

JungKook não aparecera no resto do trem o dia todo, e nem na manhã seguinte. Jimin estava de um jeito que eu nunca vira, abatido, fungando para todos os cantos, parecia muito mais triste do que quando estava indo para os jogos.

Jisoo me olhava questionadores que eu preferia evitar, e sei que Park queria que Seokjin estivesse aqui para lhe aconselhar e lhe mimar, mas era eu o que ele tinha no momento, e sabia disso.

Peguei toda minha boa vontade, que deixei bem guardada nos últimos anos, coloquei um café caprichado na bandeja, um copo de sangue, e levei para o dramático Jeon JungKook.

Bati na porta, e nada de ele abrir, como eu esperava. Eu podia falar que era eu, e não o Jimin, mas ele sentia meu cheiro, sabia que sim.

Eu sem paciência abri a porta, ele só bufou, estava jogado na cama, olhando para o teto. Pose favorita de adolescentes dramáticos.

Deixei a bandeira no pé da cama.

-Não precisa deixar de comer porque está chateado. –Disse. –Jimin vai ser o próximo se você ficar sem falar com ele.

Ele bufou.

-Qual é? Ele não se importa. Você sabe disso porque é o responsável. –Ele estava com raiva de mim também. Claro que estava.

-Ele é burro, mas você é duas vezes pior. –Me sentei na ponta da cama, e ele se sentou também.

-Já sei que sou burro, já sei que devia ter percebido. Eu já sei de tudo isso. –Suspirou.

-Não. Não estava falando disso. –Ele franziu a testa. –Você não se deu conta de que Jimin gostava de você bem antes dos jogos começarem. Eu percebi antes dos dois. Porque te salvar daquelas torturas não estava no enredo, porque algo puxava ele para você, porque você o surpreendeu, e ele já se importava.

-Não! Mesmo depois disso ou de tudo que passamos nos jogos ele não se apaixonou! Eu teria morrido por ele! E eu quase fiz isso! Quase morri achando que ele me amava! –Gritou e aquela voz vampiresca quase me fez perder a audição por um segundo.

-Já pensou que eu também me apaixonei nos jogos? –Respirei fundo. –Mas nem eu nem sua mãe nos apaixonamos tão rápido quanto você. Foi exatamente como o Jimin.

-Você também a enganou? Fez como ele fez comigo? –Neguei. –Pode me contar? A história de vocês?

Eu não gostava de falar muito disso. Não gostava de falar dela. E aqui eu estava um garoto que era uma parte dela, tão parecido, tão bom, tão puro. Mas também era um fruto que ela tinha tido com outro homem, a prova viva de que ele a tomara, a forçara, várias e várias vezes, e sempre que ela fugia para mim, completamente machucada, eu sabia o que tinha acontecido. É, JungKook não foi concebido da forma mais carinhosa, mas ela o amou mesmo assim, tanto quando amei ela, e então acho justo que o menino saiba.

-Tudo bem. –Sorri pequeno, me lembrando da história. –Logo nos primeiros dias de treinamento, percebi que eu era o amante de sangue dela, ela no entanto, após ter quase me atacado uma vez ela veio me pedir desculpas, mas admito, eu não gostava muito de vampiros.

-O que você fez?

-Fui um babaca. Mas pense bem, eu era muito novo... –Suspirei. –Eu meio que disse o quanto ela era cruel, uma sanguessuga, e que se me mataria na arena, por que estava me pedindo desculpas agora? É, e ela começou a chorar, bastante, dizendo que não queria ser assim, e que não queria matar ninguém naquela arena. E ao vê-la chorar meu coração se partiu em pedaços, ali eu já estava apaixonado, eu só não tinha me dado conta. Eu a consolei, pedi desculpas, mas o que me diferenciava dos outros jogadores, não era a força, mas sim minha inteligência.

“Cheguei nela e disse ‘Que tal eu te doar um pouco do meu sangue para você diariamente, e você me proteger dos outros tributos?’, ela falou com seu avó, e ele achou uma ótima ideia, então ela fez, e a intenção era só ajudar um ao outro. Ela não queria matar, e eu não queria morrer. Não tinha romance ali.”

-No fim seria mais fácil se Jimin tivesse sido sincero assim. –Ele resmungou com um suspiro pesado.

-Não era para ter romance. Mas entre uma ferida e outra, entre uma mordida e outra, entre um cuidado e outro... apareceu algo ali. Nos beijamos desajeitadamente algumas vezes, e nos sentíamos confusos, afinal, nos conhecíamos a tão pouco tempo, mas estar perto do seu amado de sangue deixa todas as vontades mais intensas, e eu sentia vontade de ficar com ela para sempre.

-E por que não ficaram?

-Seu pai se apaixonou por ela na TV, ele era –como ainda é- perigoso, e a única escolha que sua mãe teve, foi se casar com ele para que eu ou seu avô não morressem. Mas ela o odiava, e depois dos jogos já tínhamos começado um romance meio proibido, tivemos certeza do que sentíamos pouco tempo antes de ela ter sido tirada de mim.

-Você já dormiu com a minha mãe? –O garoto me cortou.

-Não acho legal você saber sobre isso... –Resmunguei.

-Eu só quero saber... –Ele parecia realmente curioso.

-Você já teve um irmão, sabia? –Contei e ri sem humor. –Pode ter sido uma irmã.

-Como...?

-Você sabe como. –Ele revirou os olhos. –Foi semanas antes de ela se casar com seu pai, ela não queria que ele fosse o primeiro a tocá-la, mas engravidou. E quando descobriu podia até dizer que era dele, mas os exames deixavam claro que era um híbrido, e não um vampiro sangue puro.

-Então ele o matou? –JungKook já estava sensível. –Ele matou meu irmão?

-É. –Foi a única coisa que consegui dizer. –Eu me encontrei com sua mãe algumas vezes, mesmo ela casada e até com você na barriga... mas não foi o suficiente para mantê-la viva.

Por sorte o garoto não percebeu o que eu tinha dito.

-Eu sinto nojo. Nojo de ser filho dele. –Eu não sabia o que dizer para o garoto. –Ele a estuprava? Machucava ela como faz com as mulheres que leva para dentro de casa? Até que algumas morram? Ele fazia isso, não fazia? –Eu estava em choque. –Me diga, Yoongi!

-É, ele fazia. –Disse por fim, e senti o garoto me abraçando, e eu não recusei o abraço. Acho que ando meio caridoso ultimamente.

-Você vai perdoar, Jimin? –Perguntei tentando fugir desse assunto.

-Ainda dói.

-Eu sei, mas entende que ele está confuso? Ele precisa de tempo.

-Ele gosta daquele tal de Taehyung. –Soltou o abraço.

-Não. Ele acha que pode gostar do melhor amigo, mas pode apostar que essa ideia apareceu depois da possibilidade de gostar de você. Vai desistir assim, ou vai lutar para que no fim Jimin escolha você? Você tem metade da luta ganha, sabe disso, não? –Fui sincero.

-É que eu achei que eu já tinha vencido. –Riu sem humor. –Não sei o que vou fazer pelos meus sentimentos por Jimin, mas sei que eles não vão sumir de uma hora para a outra, principalmente tendo que fingir que temos algo. Eu queria saber o que ele pensava em cada segundinho. Sentia nojo em me beijar? Algo ali foi real? O que?

-Ele realmente foi sincero em alguns momentos. Ele se preocupa com você, e também gosta quando o toca. Ou você acha que o Jimin, o cara mais vergonhoso da terra, ia te deixar tocá-lo, fazer uma coisa que não poderia fazer parte do fingimento, por que? Ele estava gostando, JungKook. Lá no lago-

-Espera! Deu para ver o que a gente fazia debaixo da água?

-Não! Ah, não! Ainda bem! Eu não quero saber o que fizeram também. –Ele riu. –É que as expressões que Jimin fazia, deixava meio óbvio o que estava acontecendo.

-Não. Não foi nada demais o que fizemos. Quer dizer, para mim foi, não tinha tocado ninguém assim antes, mas... eu queria mais, e mesmo se a garota não aparecesse, eu teria parado, mas não era minha vontade, eu queria muito tran-

-Tá, eu já entendi. –O cortei fazendo uma careta. –Tome seu café, vai esfriar.

Ele pegou a bandeja, e quando eu estava quase levantando na sua cama, ele me chama.

-Yoongi. Como é transar com seu amante de sangue? Dizem que é a melhor sensação que um vampiro pode ter, e eu sei que você não é um vampiro, mas...-

-É muito bom, garoto. –Digo por fim e bagunço seu cabelo. –Só não fique pensando em sexo e Jimin ao mesmo tempo, vai assustá-lo mais.

Ri e levantei indo para a porta.

-Tente ser gentil com ele, ok? –Pedi e saí satisfeito.

...

Park Jimin POV

Eu só vejo JungKook quando estamos chegando no Distrito 12, ele estava com uma aparência estranha, parecia doente, pior do que quando estava na arena, mas no fim só sorriu de leve para mim, e acenou com a cabeça.

Ele vê que o público nos espera para ver nos ver pela janela, então ele chega perto de mim e me estende a mão.

-Uma última vez? Pelo público? –Me pergunta e eu sinto meu coração se despedaçar. Ele sabia que não seria a última.

Entrelacei nossas mãos, segurando com firmeza, e me preparando para as câmeras. Então abomino a hora em que terei que soltá-la.


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAA Eae? Acham que o JK vai perdoar?

Perguntinhas: Por que o JK tá com cara de doente? Sobre a história da mãe do JK e do Yoongi, o que acham?

Esse é meu Yoongi preferido de todas minhas fics <3

COMENTEEEEEEEEEEM

AMO VCS,
BEIJÃAAAAAAAAO <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...