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História Jogos Sanguíneos - Jikook (em revisão) - De volta ao Distrito 12 - História escrita por Nickendipity - Spirit Fanfics e Histórias
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História Jogos Sanguíneos - Jikook (em revisão) - De volta ao Distrito 12


Escrita por: Nickendipity

Notas do Autor


CHEGAY ATRASADA MAS É A VIDA

FOQUEM AQUI: É UM CAPÍTULO DE LIGAÇÃO, OU SEJA, O MELHOR ESTAR POR VIR.

#CapítuloTodoDia13

Boa leitura <3

Capítulo 21 - De volta ao Distrito 12


Sinto minhas pernas tremerem quando piso na terra do Distrito 12, acho que no fim, estava desacreditado que voltaria para cá. Minha família me esperava na minha antiga casa, e enquanto Yoongi, e JungKook vão para a minha nova, eu corro o mais rápido que posso para o meu antigo e pacato lar.

Abro a porta e vejo Jinah, minha mãe, e Taehyung me encarando, os três abriram largos sorrisos e minha irmã correu e pulou em mim, a peguei no colo.

-Eu senti tanto sua falta, pequena! –Eu disse a segurando muito forte, estar finalmente ali com a minha irmã nos braços parecia mais uma de minhas alucinações, só de ter a chance de ser verdade essa vez eu sentia vontade de chorar, podia chorar ali mesmo, sem me preocupar com as câmeras que me seguiam.

-Eu sabia que você voltaria, Jiminie. –Seus olhinhos estavam marejados, eu me perguntava quantas noites ela tinha acordado chorando por causa de mim. Mas no fim, ela continuava a mesma coisinha. Quase da minha altura, cabelos brilhantes presos em uma fita, e os olhos quase sumindo enquanto sorria emocionada.

-Eu jurei de dedinho, não jurei? –Brinquei, bagunçando seus cabelos.

Logo minha mãe veio, e como sempre, ela não falou muita coisa, só me abraçou por alguns minutos, estava emocionada, mas ela era forte com essas coisas, talvez tenha sido uma das únicas coisas que puxei dela.

Então quando soltei minha mãe, olhei para o magrelo do Taehyung, sorrindo largamente e quadrado. Eu sempre achei aquele sorriso lindo.

Pulei em seus braços, fazendo ele quase me pegar no colo, e ele me segurou forte.

-Você foi incrível, Jiminie. Eu estou orgulhoso de você. –Ele disse na minha orelha, e eu me perguntava se aquilo era verdade.

-Não minta. –Apertei os lábios. –Sei que não está.

Ele se afastou um pouco, segurando meu rosto com as duas mãos.

-Você venceu. Você está aqui, vivo. Isso que importa. –Eu sentia sinceridade em suas palavras firmes, então só o puxei para perto novamente abraçando seu peito, e sentindo seu cheiro amadeirado. Ele cheirava a floresta que caçávamos, e eu não via a hora para voltar para lá.

Eu nunca fui tão carinhoso, mas nesse momento eu sentia necessidade de ficar um pouco abraçado com meu melhor amigo.

-Jimin... –Minha irmã perguntou depois de uns segundos, e eu finalmente o soltei. –Onde está JungKook? Eu quero conhece-lo.

Taehyung fez uma careta, e isso me esmagou por dentro, sabia que teria que conversar com ele sobre isso, mas aquela não era a hora nem o momento.

-Ele está na minha nova casa, vai ficar no Distrito 12 por duas semanas. –Contei.

-Como é sua nova casa? –Os olhinhos dela brilharam.

-Eu não sei. –Ri. –Não tive tempo de vê-la. Quer ir conhece-la comigo? Pretendo levar vocês três para a nova casa ainda hoje.

-Vocês três? –Tae indagou.

-Sim, você vai morar comigo. –Murmurei como se fosse óbvio.

-Não. Não posso aceitar, é inapropriado. –Revirei os olhos. –Mas depois falamos disso.

Com Jinah abraçada a mim, minha mãe e Taehyung atrás, fomos caminhando até a vila dos vitoriosos, onde tinha agora duas casas, a de Yoongi, e ao lado, a minha.

Dava para ver pela fachada como a casa era luxuosa.

Abri a porta -estava destrancada-, passei pelo corredor de entrada e me choquei.

-Uau! É grande. –Comentei quando chegamos na imensa sala, com lareira e tudo. Nunca pensei em ter um luxo assim.

A casa estava inteira mobilhada já, todos os móveis eram feitos da madeira mais fina, e só meu sofá já custava mais caro que minha antiga moradia inteira.

Yoongi e JungKook estavam sentados no sofá, aparentemente conversando antes de chegarmos, os dois pareciam bem mais próximos do que eu esperava.

Mas a minha maior surpresa foi ver Jinah correr até JungKook e o abraçar, como fez comigo minutos atrás. Ela não tinha nenhum receio, nenhum medo por ele ser vampiro, ou um desconhecido. Ela o abraçou, e JungKook parecia tão surpreso quanto eu, porém pousou as mãos nas costas de minha irmã, a abraçando também.

Andei até os dois.

-Jinah, não seja estranha! –A repreendi. –Não pode abraçar as pessoas assim.

-Deixe ela, Jimin. –JungKook disse com um sorriso divertido, ainda a abraçando. –Eu estava ansioso para conhece-la, sabia? Jimin falou muito de você. –Disse para ela.

-Eu sei. –Ela fungou, já estava emocionada de novo. –Obrigada, JungKook. Obrigada por salvar meu irmão.

Meus órgãos estavam dançando por essa cena, Jinah conseguiu me deixar ainda mais culpado.

-Ei. –Ele a soltou do abraço para finalmente olhar para ela direito. –Por que está chorando?

-É de felicidade. –Jinah pegou minha mão e a colocou em cima da de JungKook. Estremeci. –Eu sempre soube que meu irmão iria voltar, mas eu senti medo também... se não fosse por você, não sei se ele estaria vivo. –Ela hesitou, mordendo o lábio. -E o que me faz mais feliz, é que ele encontrou alguém, eu nunca achei que Jimin ia se apaixonar, você não sabe como isso é especial, JungKook. –Ela dizia aquilo com a maior naturalidade do mundo, como se tivesse 20 anos, e não 11.

Minhas bochechas estavam coradas, e JungKook parecia desconcentrado também. Como eu iria dizer para ela que no final eu nem sabia se estava apaixonado? Que praticamente tudo fora fingimento? Eu só continuei com a mão em cima da de JungKook e a apertei forte.

-Não me agradeça. Jimin também me salvou de diversas formas diferentes, e eu não estava falando da minha vida, entende? –Ele não citou um “a” sobre eu estar apaixonado ou não. –Você é muito bonita, muito mais do que eu pensava. Você se parece muito com Jimin. Os olhinhos...

Aquilo era em partes verdade, Jinah era linda, mas exatamente por isso ela não tinha nada a ver comigo.

-Obrigada, oppa! Você também é muito bonito, eu nunca achei que meu irmão conseguiria alguém tão lindo!

-Ei! Por que não achou? –Perguntei, fingindo-me de ofendido.

-Você é bonito, oppa. Mas espanta garotos bonitos. –Explicou.

-Ela tem razão. –Yoongi comentou e riu.

Depois disso, Jinah cumprimentou Yoongi também e o agradeceu.

Apresentei Taehyung e minha mãe para JungKook e Yoongi, mas a partir do momento que Taehyung ergueu a mão pra JungKook, tudo ficou muito estranho.

JungKook apertou a mão de meu amigo, e as expressões dos dois não eram nada boas. Um clima de tensão -que acho que até Jinah percebeu- pairou ali, os dois praticamente lutavam pelo olhar. Lutavam por mim, e eu achava isso completamente idiota.

Estava pronto para dar um fim naquilo, quando Yoongi o fez por mim.

-JungKook, mais um pouco e você atrofia a mão do garoto. –Repreendeu e JungKook soltou a mão do meu amigo, que estava com uma cor que fica entre o vermelho intenso e o roxo.

Bufei.

-Jinah, vamos conhecer nossos quartos? –Perguntei tentando sair o mais rápido possível de perto dos dois.

Eu já pressentia uma rivalidade, e isso me dava vontade de se distanciar em vez de escolher um.

Subi as escadas e vi que a casa tinha 5 quartos, o maior de todos -que deveria ser meu- era tão grande que eu sabia que me sentiria sozinho nas noites que passaria naquele recinto.

-Jiminie... –Minha irmã me chamou quando finalmente escolheu um quarto para ela. –Vai ser a primeira vez que vamos ter um quarto para dormirmos sozinhos.

-Sim. –Sorri. –Mas sempre que quiser dormir comigo, é só ir.

-Por que TaeTae oppa não gosta de JungKook? –Ela perguntou. –Ele gosta de você, não é? E você gosta de JungKook.

-É complicado. –Suspirei. – Você guarda um segredo? –Ela assentiu. –Tae me beijou no dia que eu fui para capital, eu fiquei pensando muito nisso, mas lá apareceu JungKook, e eu também gostei muito dele, mas não o suficiente para saber de quem eu gosto, entende?

-Mas na arena... –Interrompi.

-Na arena as coisas são diferentes, Nah. E você não fica decepcionada? De eu gostar de um vampiro? E ser um garoto também...?

-Não ligo por você gostar de garotos. E sobre ele ser um vampiro... eu fiquei surpresa. Você os odiava, dizia que eram cruéis, e responsáveis por tudo que passamos...

-Eu sei... e eles são! Mas... eu conheci alguns vampiros diferentes nessa viagem. –Pensei em Jin, Jisoo e JungKook.

-É. JungKook é diferente, ele é um vampiro bonzinho. –Sorriu.

-Você é tão mais mente aberta do que eu... –Sorri de volta, a abraçando.

...

O clima entre eu e JungKook era o mais tenso possível, já se passaram dois dias. Pelo menos dentro de minha própria casa eu não tinha câmeras, então não precisávamos fingir; minha mãe não falava nada sobre a gente andar afastado, e Jinah gostava de conversar com JungKook, junto com Yoongi que adorava vir visita-lo em minha casa. No fim, eu me sentia um pouco solitário ali, mas JungKook estava triste o suficiente comigo para deixar eu me aproximar.

Eu estava saindo para caçar pela primeira vez com Taehyung, sei que nossa privacidade não era a mesma, mas iríamos tentar conversar longe dos ouvidos vampirescos de Jeon.

-Senti falta daqui, falta dessa floresta. –Comentei, tocando nos troncos de árvores.

-Eu senti falta de você. Essa floresta não tem graça sem sua companhia, os pássaros tinham até parado de cantar, mas posso ver que eles já notaram sua presença. –O jeitinho de Kim era adorável.

-Não minta. –Ri.

-Não estou mentindo. –Chegou mais perto, acariciando meus cabelos, e pigarreou. –E JungKook?

Imaginei por um instante ele no meu lugar, se ele tivesse sido escolhido, me deixasse aqui no Distrito 12; tivesse que fingir que amava uma garota, e mesmo depois do fim dos jogos, tendo que fingir para todos que estavam juntos. Eu me sentiria péssimo. Taehyung era meu, e eu era dele, foi sempre assim, e eu entendo não querer me dividir com ninguém. Acho que ele nunca faria isso. Eu fui sujo, mas não estava surpreso, alguém que vencia um jogo como aqueles estava longe de recuperar sua pureza de volta.

-Você sabe, não é? Sabe a verdade. Diferente de todos os outros, você sabe.

Eu sabia que ele era o único que me conhecia o suficiente para saber que muita coisa na arena não era eu e nunca seria.

-É, eu sei. E não vou mentir, não gostei nada daquilo. –Tae sempre fora tão dócil, que ver a raiva em sua voz grossa me fez estremecer. Suspirou. –Mas eu entendo, você está vivo agora por causa dele. Eu não estava lá, hyung.

-E eu fico feliz por não estar lá. –Por mais que eu desejasse várias vezes ter a companhia dele comigo naquela arena, nunca iria querer que ele corresse risco, e passasse pelas mesmas coisas que passei. As mortes de perto são ainda mais assustadoras. -Por que fez aquilo? Antes de eu ir embora? –Finalmente perguntei, me referindo ao beijo.

-Porque se algo acontecesse, eu teria feito aquilo pelo menos uma vez. – Tocou meus lábios e eu fechei os olhos por instinto.

-Taehyung... –Abri os olhos, vendo-o se curvar sobre meu rosto. –JungKook. Eu fiz aquilo para sobreviver, você entende, não é?

-Você gosta dele? –Não respondi. –Eu nunca quis ser um maldito vampiro, como quis ser ele em tantos momentos.

Nossos narizes já roçavam.

-Me beija. –Pedi.

-Você não deveria... –Ele riu, tão próximo do meu rosto que fez cócegas.

-Eu preciso saber... como é beijar você de verdade. –É, era ali que eu queria entender meus sentimentos por JungKook e Taehyung. Quem sabe meu coração não se acelerasse mais com o beijo de um, e me dissesse o que fazer.

Qualquer outra pessoa acharia isso idiota, se sentiria iludido, um plano B, eu sei. Mas Tae era meu melhor amigo, e com um sorriso nos lábios, ele encostou os nossos.

Era diferente. Nossas bocas tinham a mesma temperatura, não havia o mesmo choque com que eu estava acostumado, as nossas bocas se mexiam lentamente, a língua do mais novo era quente. Nada daquilo chegava a ser ruim, só talvez JungKook soubesse um pouco mais o que estava fazendo, mas no fim, eu não ligava.

Eram duas sensações diferentes: JungKook me fazia querer continuar com aquilo como se o mundo fosse acabar; meu corpo se arrepiava, eu sentia medo, envergonhado, e tão... quente. Taehyung era como se eu não ligasse em parar e pensasse “eu posso fazer depois”, eu me sentia protegido, como debaixo de meu cobertor em um dia de inverno.

-Eu preciso pensar. –Foi o que eu disse por fim, me afastando. –Não espere de muito de mim. Eu não sei o que é tudo isso que eu estou sentindo, eu nunca pedi um relacionamento ou coisa do tipo, eu só não quero ser injusto com você.

Não quero escolher JungKook sem saber o que eu sinto por você. –Pensei.

-Tudo bem. Eu te conheço, sei que talvez eu tenha que esperar mais 17 anos... mas não tem problema. –Riu nasalado. -Posso fazer uma última pergunta sobre o vampiro?

-Diga.  –Fiz sinal para que ele prosseguisse.

-Você realmente transou com ele? –Pergunta em baixo tom.

-Claro que não! –Exclamei e lhe dei um tapa no braço. –Você sabe que eu nunca faria isso.

-É... mas nunca achei que iria se quer beijar um sanguessuga, deixar que ele te mordesse... –Bufou. –Justo você, Jimin? Naquele dia que você teve alucinações, as cenas foram bem cortadas, alguns dizem que ele se aproveitou.

-Não foi o que aconteceu. E ele é diferente. –Tae continuou a bufar. –Só tem 15 anos, não tem amor de ninguém, a mãe morreu e o pai é um babaca sem coração. Ele é bom, é diferente, não é como os vampiros que conhecemos e odiamos.

-Você não percebe, não é? –Seu olhar era triste.

-O que? –Franzi a testa.

-Nada. –Fechou os olhos com força. –Precisamos resolver tudo aqui no Distrito, Jimin. Você tem voz no país inteiro agora, todos te amam, você já pensou em...

-Uma rebelião? –Completei entendendo seus planos. –Acabar com aquelas mortes nos jogos, e com a fome e tortura que vemos por aí é tudo que eu quero, Taehyung.

-Temos que agir com cuidado.

...

-Onde estava? –Interroga Yoongi quando chego em minha casa.

-Desde quando devo satisfações à você na minha própria casa, hyung? –Rebati, deixando meu arco no canto da sala.

-Estava caçando com aquele garoto, não adianta negar. –Dei de ombros. –Você tem que se afastar dele logo.

-Ele é meu melhor amigo! –Exclamei revirando os olhos.

-Mas ele quer ser algo a mais, e você está dando falsas esperanças à ele, porque tem esperanças que ele faça você esquecer, JungKook. –Bufou. –Pare de mentir para si mesmo, é claro que você preferiria gostar do cara que você mais confia no mundo, que já conhece há uma década, e que principalmente não é um vampiro. Mas o principal motivo de cismar agora que quer ter algo com o tal Kim, é porque tem medo das coisas que JungKook faz você sentir, você tem medo do sentimento. E o nome dele é paixão; amor dentro de você!

-Pare! Isso não é verdade! –Eu estava incerto, mas ultimamente estava incerto sobre tudo. –Eu acabei de beijá-lo, e foi bom! –Contei.

-Tão bom quanto era com JungKook?

-Foi... diferente. –Admiti.

-Eu sei que está só se enganando, mas é melhor parar logo, afinal, você não vai conseguir ficar com outra pessoa que não seja JungKook o resto da vida.

Não tive tempo de debater, nem de entender a frase, apenas vi JungKook nos espiando no andar de cima. Ele tinha escutado tudo.

Subi as escadas atrás dele, afim de conversar, mas ele já correu para outro lado, e entrou no quarto ao lado do meu, que eu havia cedido para ele durante o tempo que ficaria aqui.

-JungKook, abre a porta? –Pedi mas não ouve resposta, apenas um barulho de coisas batendo. –Está destrancada? Eu vou abrir...

Abri a porta e vi um JungKook tropeçando na ponta da cama, colocando vários comprimidos de uma cor avermelhada em sua mão.

-Está tudo bem? –Perguntei incerto. –Você está muito pálido, JungKook. Para que são esses remédios?

Ele andava estranho.

-E-Eu... –Parecia faltar ar em seus pulmões.

Me aproximei, o ajudando sentar na cama e segurando suas mãos trêmulas.

-Eu sei que está com raiva de mim, mas... eu fui sincero quando disse que queria sua amizade. Não fique me ignorando, é horrível para mim. –Falei, mas ele só fechou os olhos com força, como se tivesse sentindo uma enorme dor. –Você está bem? Por favor, me responda.

Eu já estava entrando em desespero, quando ele ergueu seu corpo, ficando de pé, e me girando, me jogando na cama.

-O que você está fazendo? –Perguntei, mas não dava mais para contestar ou sair dali, ele já tinha largado os comprimidos no chão e já estava fincando os dentes em meu pescoço.

Gritei pela dor, aquilo doeu bem mais do que na arena, talvez porque eu não estava esperando ou por JungKook não estar tão carinhoso como naquela vez.

Já não doía tanto quando ele sugava o sangue de mim, comecei a fazer carinho em seus cabelos, e tentar conversar com ele, para que ele saísse daquele transe.

-Ei, JungKook. Está tudo bem, mas não tente tirar muito sangue como da última vez, ok? Por favor... Pare, olhe para mim. –Eu não estava me sentindo fraco ou coisa do tipo, apenas sentia o local da mordida queimar.

Ele se afastou, olhando meu rosto, e pude ver seus olhos ficando marejados de lágrimas.

Então ele se afastou, sentando no cantinho do chão, no outro lado do quarto, enquanto chorava baixinho.

Fui até ele, ignorando umas gotas de sangue manchando minha camisa.

-JungKook, por que está chorando? Por que me mordeu? –Abaixei até ele tentando consolar.

-Eu não preciso de você. Não. Eu não posso precisar de você. –Foi o que ele respondeu balançando a cabeça de um lado para o outro.

-JungKook. –Sorri tentando ser o mais simpático que conseguia. –Você não me machucou dessa vez, você parou quando tinha que parar.

-Vai embora, por favor. –Pediu como se minha presença fosse dolorosa para ele.

Eu me senti a pior pessoa do mundo por não saber o que fazer ali, eu só saí do quarto, falei para Yoongi ir atrás dele, e fiquei o resto da noite no meu quarto, encarando a mordida do mais novo em meu corpo. Por que eu me sentia tão... melhor com ela ali? Mas ainda assim, eu não estava bem.

Naquela noite não pensei em Taehyung vs JungKook; pensei somente no quão sujo fui nos jogos, fiquei com o coração apertado, não sabia porque JungKook chorava, mas sabia porque não queria me ver. No final, eu que era a criança aqui, que não sabe lidar nem com que eu sente, e acaba machucando todos à sua volta.

Quando adormeci, tive pesadelos, como todos os dias andava tendo desde o fim dos jogos, passei a noite em claro, encarando o teto, e esperando a próxima morte.

...

Desci na manhã seguinte, e –nada surpreso- vi Yoongi já na mesa do café –que pela primeira vez na minha vida, era farta-.

-Bom dia. –Falei com a voz de sono.

-Bom dia. –Todos responderam em uníssono, inclusive JungKook, que estava sentado um pouco alegre, bem diferente de ontem.

-Jinah, estou pensando em ir no mercado. Quer algo? –Perguntei, passando uma geleia em um pãozinho diferente, que não conhecia.

-Quero coisas para fazer receitas novas! Você gostou da minha geleia de amoras? –Perguntou sorridente, e eu ri junto.

Ela tinha esse dom, me fazer sorrir, mesmo eu não estando nada afim disso.

-Eu adorei. Posso trazer algumas coisas. Algum pedido especial?

-JungKook que me ajudou a fazer a geleia, ele que fez o pão, disse que é uma receita que eles costumam comer na capital, gostoso, não é? –Ela e ele estavam bem próximos ultimamente.

-Bastante. –Concordei com a cabeça, e olhei para JungKook que tinha um sorrisinho no canto dos lábios, tão diferente, mas tão aliviador também. –Não sabia que cozinhava.

Eu não queria falar nada, mas JungKook tinha tanto dinheiro, que provavelmente tem 500 cozinheiras à seu dispor.

-Eu gosto, é um dos meus hobbies favoritos, depois de pintar, é claro. –Respondeu, e o senti um pouco envergonhado.

-Isso é... bem legal. –Sorri. –Se quiser, sei um lugar que vende telas, podemos ir lá e comprar algumas para se distrair enquanto fica aqui. –Ofereci.

-Oh. Eu não sei...

-Vá com ele no mercado, JungKook! –Incentivou Jinah. –Lá tem várias bancas que você pode achar algo, e também pode escolher coisas para cozinharmos. Jimin tem que cozinhar com a gente qualquer dia desses, não acha?

-Acho. Acho sim. –Ele sorriu. –Você vai agora, Jimin?

-Terminando o café. –Respondi.

Tomamos o café quase em silêncio, Yoongi tinha uma cara demoníaca e satisfeita, isso me assustava.

-Vocês dois, venham até mim. –Disse Min, quando eu já colocava meu casaco para sair. –Vou fazer dois pedidos.

-Qual bebida você vai querer? –Brinquei.

-Duas garrafas de aguardente. –Revirei os olhos. –E o segundo pedido é... bem, daqui uma semana e alguns dias, vocês irão sair em uma turnê que vai durar a vida toda de vocês, e vocês estão... frios, entende? Não enganam ninguém assim.

-O que quer que façamos? –Indaguei.

-Esquentem-se. Passeiem, conversem, se beijem, sei lá, mas não deixe que os amantes desafortunados morram.

JungKook e eu nos olhamos e assentimos.

Saímos para fora, e o clima estava gélido, eu me encolhia cada vez mais no meu casaco quente.

-Eu sou imprestável. –Ele comentou, chutando uma pedrinha no chão enquanto andávamos.

-Não diga isso...

-Não posso nem te abraçar para tentar te esquentar, afinal eu sou frio e isso pioraria as coisas. –Comentou, e me fez lembrar de meu JungKook da arena.

-Eu estou bem. –Ri, mas ainda estava um clima tenso entre nós.

-Eu quero te pedir desculpas. Pelo modo que me comportei no trem, na sua casa... do jeito que eu me comportei ontem... Eu senti ciúmes do tal de Taehyung desde o primeiro momento em que me falou dele. Seu coração bateu com força, eu deveria ter desconfiado de “sentimentos a mais”. E eu fui injusto... não é justo prender você por qualquer coisa que tenha acontecido nos jogos. –Ele sussurra para mim, certificando-se que ninguém escutava.

O pedido de desculpas me deixou surpreso, afinal, eu sabia que eu que tinha feito burrada, não que sua atitude não fosse injusta, foi injusto sim, ele tinha que entender meu lado, mas sua maturidade de pedir desculpas -mesmo que eu veja em seus olhos que ainda está magoado- me encantou.

-Eu que peço desculpas. No final tudo seria mais fácil se eu morresse de uma vez. –Resmunguei aquela última parte, para que ele não escutasse, mas ele era um vampiro, claro que escutou.

-Nunca diga isso. Eu não suportaria. –Por que meu coração enchia toda vez que ele falava daquela forma?

Era claro que ele ainda estava completamente apaixonado por mim, e isso não mudaria com dias, nem semanas, mas e eu?

-Eu não quero que fiquemos ignorando um ao outro, e que você deixe de conversar com sua irmã ou com Yoongi porque estão me dando atenção. –Continuou. –Não quero fingir e no final, você virar a cara para mim e ir embora, eu não queria, Jimin, mas eu preciso de você de muitas maneiras, principalmente estando por perto. Então pensei que se eu parasse de agir como se estivesse magoado, poderíamos ser amigos.

Sua atitude me deixou mais feliz e aliviado. Me senti menos enganador. Ser amigo de JungKook era realmente algo que eu queria.

-Certo. Eu gostei da ideia. –Comentei, tentando sorrir.

-Jimin. –O encarei. –Que tal nos conhecermos? Tipo, de verdade sabe? Sabemos que daríamos a vida um pelo outro, mas não sabemos coisas comuns sobre nós.

Estávamos saindo da vila dos vitoriosos, e caminhando até o mercado. Pessoas já nos cercavam e encaravam.

-O que quer saber? –Perguntei sem saber como fazer com que alguém conhecesse mais de mim, afinal, normalmente eu não tinha que lidar com isso, eu só era eu mesmo com Jinah, minha mãe e Taehyung, e eles me conhecem desde sempre.

-Que tal algo simples, tipo sua cor favorita? –Ele era uma criança adorável. Aish. Ri.

-É... azul! Azul escuro. –Respondi lembrando de uma cor que me agradava e me acalmava, não me lembrava as chamas, não me lembrava o sangue, não me lembrava os jogos. –E a sua?

-Amarelo. Bem gema de ovo mesmo. –Riu.

-Você é faminto, JungKook! –Brinquei.

-Por você. –Escutei ele falar baixo, mas fingi que não ouvi, embora o rubor em minhas bochechas me entregasse. -Sua irmã é adorável.

-Sim, ela é. Ela gostou muito de você, de verdade.

-Eu também gosto dela, me lembra você, só que sem a casca grossa. –Provocou. –Ela me contou coisas sobre você.

-Ah não. –Escondi meu rosto com as mãos. –Isso pode ter sido péssimo.

-Ela disse que você canta muito bem, que herdou a voz de seu pai, e que todo dia cantava para ela dormir. –Ele chegou com seus dedos frios perto dos meus que também estava. –Posso andar de mãos dadas com você? –Hesitei, mas deixei, afinal era isso que o pessoal do Distrito esperava que fizéssemos, porque para eles, a gente namorava. –Um dia, vai cantar para mim?

-Talvez. –Mordi o lábio. –O que vai me dar em troca?

-Como assim? –Ele pareceu confuso.

-Vai ser vergonhoso, vai ter que me mostrar algo que sabe fazer também. –Já entrávamos dentro do mercado, com várias bancas.

-Vou pintar para você. Combinado? –Assenti.

Era muito diferente andar com os dedos entrelaçados nos de alguém, me deixava envergonhado todos aqueles olhares de expectativa em nós dois. Alguns sorriam animados, outros nos olhavam estranhos, porque diferente de lá na capital, por aqui, dois garotos em uma relação amorosa não eram bem vistos.

Compramos as bebidas de Yoongi, e embora eu fosse menor de idade, ninguém sequer falou algo, eu tinha prestigio ali o suficiente para comprar a adega inteira se quisesse.

-Jimin, o que quer que cozinhemos juntos? –Perguntou enquanto escolhia alguns temperos, eram bem caros, o tipo de coisa que quase ninguém no Distrito inteiro compraria.

-Não sei. Algum doce. Eu gosto de doce, Jinah também. –Comentei e ele assentiu, escolhendo mais alguns –muitos- ingredientes.

JungKook comprou duas telas de tamanho médio, com várias tintas também, segurava-as em uma mão, e eu em outra, me abraçando.

Enquanto passávamos pela praça, percebemos um rebuliço de pessoas e eu franzi a testa, com vontade de sair o mais rápido possível de lá.

-Oh, não, Jimin! –JungKook exclamou, pareceu nervoso por um instante, talvez ouvisse algo que eu não escutei.

-O que foi?

-Corre. –Me chamou, abrindo espaço até a multidão para que pudéssemos passar.

Lá eu pude ver: dois pacificadores segurando Taehyung, enquanto o chefe deles o chicoteava.

Merda. Eu tinha certeza que era por minha culpa.


Notas Finais


Por que estão chicoteando o Tae? JungKook voltar a falar com Jimin foi estranho? Por que Yoongi tinha expressões de quem aprontaria ou sabia de algo? Jimin está quase decidindo-se?

COMENTEEEEEEEEEEM <3


Beijãaaaaaaaaaao <3

AMO VCS

Leiam minha oneshot: https://www.spiritfanfiction.com/historia/regras-laboratoriais--jikook-11464588


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