- Alô. Ah oi, amor. – Jade me olha assustada, mas se recompõe. “Amor” soou tão errado, pareceu... forçado?
Jade
Eu ia responder a To... a Vega, meu telefone toca e sem olhar para ele, atendo.
- Alô – Digo mal-humorada, não sei porque, mas fiquei bem decepcionada com o telefone tocando agora
- Oi, amor – Ouço a voz de Beck, travo
- Ah oi, amor - meu reflexo foi olhar para Tori, minha vontade era desligar e me justificar para ela, mas eu não deveria, nem podia fazer isso. Percebo que estou travada olhando para Vega, desvio o olhar e me recomponho.
- Tudo bem? Está brava comigo?
- Não. Por que eu estaria? – Falo meio fria, não conseguia ser tão gentil com ele, olho disfarçando para Tori e ela sorri um pouco, mas parece... triste.
- Err... não sei..., você é meio... estressada
- Você me ligou para falar isso? – Pergunto já me irritando
- Não, liguei para perguntar onde você está – Ele fala parecendo calmo, mas ouço irritação em sua voz – Liguei para sua casa e sua mãe falou que você não estava e provavelmente não voltaria hoje.
- Estou na casa da T... – Iria chama-la de Tori – Trina e da Vega.
- Por que? – ele pergunta desconfiado
- Porque eu quero – Falo grossa
- Você nem gosta dela... você realmente está na casa dela?
- Para de ser idiota, eu não minto e não gosto que me pressionem.
- Mente sim.
- Quando eu menti? – Pergunto brava e Tori se mexe na cadeira, provavelmente incomodada com a situação.
- Quando falou que não gosta da Tori – Travo assim que ele fala isso, me recomponho e me defendo...
- O que?
- Ué, não estaria na casa dela se não gostasse dela, admite, a Tori é sua amiga – Ele fala se divertindo e eu suspiro aliviada.... amiga... ele estava falando de amizade, mas por que eu pensei em outra coisa? Droga! Isso já está me dando dor de cabeça
- Não vou admitir nada – Falo teimosa e ele ri
- Ok, ok. Manda um abraço para ela, se diverte aí. Beijo. Te amo
- Beijo – Desligo, só falei “te amo” uma vez para o Beck e foi meio forçado, ele sempre me fala, mas não respondo, ele está acostumado, a única coisa que falo é “amor” e mesmo assim não gosto, faço mais por ele.
- Er... daqui a pouco a sopa está pronta.... – Aviso
- Ah, que bom, vamos ver um filme e quando acabar comemos. Que tal?
- Ótima ideia. – Digo já indo para sala
Colocamos uma comédia romântica. No meio do filme, olho para Tori e ela está quase dormindo sentada toda torta, sem pensar a puxo para perto de mim e a faço deitar com a cabeça em minha perna, ela fica surpresa, mas não reclama, se aconchega em minhas pernas e fecha seus olhos, ela é linda... Sorrio e volto a prestar atenção no filme.
Quando o filme acaba eu chamo a Vega com delicadeza, colocando mechas de cabelo atrás de sua orelha;
- Ei... Vega... Victoria – Falo e ela começa a mover seus olhos e logo os abre e me encara, com um olhar de sono – Vamos comer, depois você dorme – Ela concorda e se levanta, se espreguiçando.
Vamos até a cozinha
- Senta, eu faço seu prato. – Ela concorda e se joga na mesa, sorrio de leve com seu ato. Faço seu prato e lhe entrego, junto entrego um pacote de queijo ralado e ela sorri abertamente – Nunca vi alguém ficar tão feliz por queijo – Falo sorrindo torto e ela ri, que risada gostosa de ouvir...
- Duas piadas da West em um dia, nunca pensei fosse acontecer – Ela sorri – Eu gosto muito de queijo na sopa, minha mãe sempre me fala que eu gosto disso desde pequena, ela brinca que sou uma pessoa estranha.
- Claro que não! Sopa sem queijo não é sopa! Todos gostam! Mas meu irmão também me zoava por isso. – Solto e rapidamente fico triste, mas escondo com um sorriso forçado, ela parece perceber, mas não fala nada, agradeço internamente por isso.
Quando acabamos eu pego seu prato de sua mão e ela começa a reclamar
- Eu posso lavar os pratos!
- Eu imaginei que você tivesse ao menos essa capacidade – Falo sorrindo e ela revira os olhos – Vai apagando as luzes e verificando se tudo está trancado
- Controladora – Ela diz baixinho, mas ouço com perfeição.
- O que disse? – Falo fingindo uma cara de brava ela sorri de leve
- Nada – Ela diz saindo rápido da cozinha, reviro os olhos e sorrio de leve. Quando acabo subo para verificar como Tori está.
- Posso entrar? – Digo empurrando de leve a porta do quarto
- Pode, claro – Ela diz com uma voz de sono, ela já estava quase dormindo. Entro no quarto, sento na beirada da cama ao lado dela e coloco a mão em seu pescoço e em sua testa
- Está um pouco melhor, mas não 100%.
- Obrigada – Ela diz olhando no fundo de meus olhos, eu travo, sem consegui desviar o olhar.
- Er... Sem problemas, só estou falando...
- Não só por isso... por tudo... de verdade
- Não precisa agradecer... agora vai dormir, Vega – Digo levantando
- Jade... – Ela fala meio receosa
- Fala
- Posso te pedir outro favor? – Olho para ela desconfiada – O último do dia, juro
- Fala logo – Digo segurando meu sorriso
- Você... Você pode dormir comigo?
- Vega... – Tento falar que não era uma boa ideia
- Por favor – Ela diz levemente e eu não consigo pensar em um único motivo para eu não ir lá, então faço uma cara de rendição e ela sorri – Obrigada – Ela diz me dando espaço para deitar, vou até ela e me deito. Assim que eu deito ela se vira e me abraça receosa, não sei explicar o motivo, mas não a afasto, ela relaxa e apoia sua cabeça em mim, eu suspiro baixo, torço para ela não ter percebido, mas acho que percebeu, pois após ele, ela me apertou mais forte.
Tori
O resto da noite foi maravilhosa. A sopa estava muito boa... tirando a parte que ela falou de seu irmão, que eu não sabia que ele existia, foi um ótimo jantar. Ela fez algumas piadinhas discretas e soltava alguns sorrisos lindos involuntários e eu só conseguia sorrir feito uma idiota. Acho que foi a febre que me deu coragem para poder pedir para ela dormir comigo, fiquei muito surpresa e feliz quando ela aceitou e deixou que eu a abraçasse. Se não fosse pelo meu cansaço, eu não conseguiria dormir de tão animada que eu estou, isso é possível? Depois de 3 minutos, não consigo aguentar o peso de meus olhos e durmo.
Acordo com o sol forte iluminando meu quarto. Abro os olhos e percebo que Jade está me abraçando, cobrindo o rosto na curva de meu pescoço, sorrio com a situação, ela odeia sol. Olho para o relógio, está marcando 12:00! Perdemos a aula! Levanto devagar para não acordar ela, vou ao banheiro e ao voltar ela está dormindo com sua cabeça coberta por travesseiros. Desço, faço um café, omelete e um suco e vou chama-la no quarto.
- Jade... – Falo delicadamente e começo a mexer em seu cabelo, ele é muito macio, escuro, lindo... normalmente ela não deixa ninguém mexer em seu cabelo... ela deve deixar o Beck... Afasto o pensamento e volto a chama-la – Jade...
Ela abre seus olhos que sempre me prendem
- Vamos, fiz um café para você... para mim também, para nós... ah e bom dia – Falo corada por não ter falado “bom dia” e tagarelar, desvio o olhar e levanto.
- Bom dia... – Ela fala com uma voz rouca de sono e eu arrepio, a olho surpresa e ela está sorrindo de leve, não sei se é pela minha surpresa por ela ter falado “bom dia”, se era por eu estar corada, por eu ter me arrepiado ou por apenas ter acordado de bom humor, o que eu duvido muito... Fico mais vermelha por estar a encarando, desvio o olhar e saio do quarto.
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