Sergio respirou fundo, sorrindo ao estar em casa novamente. A casa onde anteriormente morava com Pilar foi moldada ao gosto do casal, então adorava o imóvel porque tinha muita coisa do seu agrado.
— Sério que você vai ficar bem aqui? – escutou a voz da ex mulher no meio da sala.
— Como?
— Resolvi me mudar porque tudo me lembra você, você não sente nada aqui? – perguntou, se aproximando.
— Pilar, que história é essa? Eu não entendo essas suas atitudes, achei que estivesse tudo bem – Sergio se sentou no sofá, esperando uma resposta que acabaria com suas dúvidas.
— Sinto falta… – se sentou ao lado, colocando uma mão sobre a coxa do zagueiro.
— Pilar…
— Não estou dizendo para voltarmos, obviamente, só para… relembrar algumas coisas – insinuou, inclinando o corpo.
— Acho melhor não. Pelo menos não hoje, tenho algumas coisas a fazer – disse, desviando o rosto.
— Isso nunca atrapalhou nada. É por causa daquela garota? – perguntou, e logo Sergio se levantou.
— Não acho que você queira falar ou saber sobre isso.
— Essa sua reação já te entregou. Abre seu olho com essa menina, Sergio.
Ramos respirou fundo e abaixou a cabeça, não queria ser grosseiro com Pilar.
De repente todos queriam cuidar da sua vida.
— Se cuida, Pilar – deixou um beijo na testa da mulher, virando para subir as escadas.
Queria trocar de roupa para descer até a academia. Estar naquele ambiente fazia esquecer de qualquer coisa.
Ainda se sentia atraído por Pilar, ela continuava uma mulher linda e se conheciam bem. Mas a cabeça estava em Marina. Aquela garota dominava seus pensamentos. E não achava nem um pouco justo transar com a ex mulher enquanto Marina rondava sua cabeça.
Assim, arrancou a camisa e pegou um dos halteres, respirando fundo para se concentrar.
[...]
— Vamos no jogo comigo? – Asensio perguntou.
Ainda estava em recuperação pela grave lesão. Já estava treinando com bola, mas ainda não treinava com o grupo.
— Faz tempo que a "suposta ficante de Marco Asensio" não dá as caras – comentou risonho, fazendo a mulher gargalhar.
Eram várias as matérias falando sobre os dois, sempre insinuando um relacionamento amoroso. Mesmo após Marina desmentir o caso para um repórter de programa de fofoca pelo Instagram, ainda especulavam.
Marina acabou aceitando, estando pronta no horário marcado, mais tarde. O estádio como sempre estava lotado de madridistas.
— Por que não falou que era contra o Atlético? Mario me convidou para vir – ela comentou, se sentando ao lado do jogador.
— E você recusou o convite?
— Sim.
— Quem sabe um dia ele tenha a moral que eu tenho – Marco jogou os ombros, convencido — Mas ele vai entender.
— Vai sim.
O jogo foi bastante disputado como é de se esperar um clássico, mas o placar final foi de 1x0, com um gol de Benzema.
— Vamos lá – Marco segurou a mão de Marina, puxando-a.
— É melhor não, eu espero lá fora – disse.
Sim, era por ele.
— Você vai fugir? – Marco cruzou os braços, incrédulo — Qual foi, em mundo nenhum você se privaria dessa forma.
— Se você soubesse o tanto que eu odeio quando você se aproveita do fato de me conhecer muito bem para fazer alguma coisa… – a mulher murmurava enquanto se levantava.
Asensio apenas riu alto da amiga, enlaçando seu braço ao dela para caminharem juntos.
No corredor já estava um falatório só, e Marina entendeu que os jogadores já estavam para sair.
— Você deu sorte, hein? – Carvajal segurou sua cintura, beijando sua bochecha no abraço.
— Sabe que nunca vim numa derrota? Sempre que venho vocês ganham – Marina se gabou, mas era um fato curioso.
— Então você vai vir em todos os jogos até o final da liga – Sergio se aproximou, caminhando com aquela pose de macho alfa — Não está aberto a discussões.
— Posso pensar no caso de vocês – ela sorriu um pouco nervosa quando Sergio a abraçou.
Os braços do zagueiro ao redor de sua cintura com firmeza e o nariz dele em seu pescoço, juntamente com a barba que arrepiava dos pés a cabeça. Havia acabado de sair do banho, então o cheiro do desodorante dele invadiu suas narinas.
— Fico feliz em te ver – ele sussurrou perto demais, para logo se afastar.
Marina sorriu para ele, que se virou ficando ao seu lado e comentando sobre o jogo com os companheiros.
— Marina! – escutou seu nome atrás de si e se virou, vendo Mario Hermoso.
— Licença, meninos – pediu.
Sergio acompanhou com os olhos todo o trajeto de Marina. Hermoso segurou a cintura dela e aproximou o rosto do pescoço dela. Marina mordeu o lábio e sorriu com alguma coisa que o zagueiro disse. Sergio torceu o nariz e suspirou, extremamente incomodado com a cena que via.
Sentiu um cutucão na costela e viu Marcelo pedindo silenciosamente para que ele não desse tanto na cara. O capitão revirou os olhos e cruzou os braços, virando o corpo para não ter que ver novamente aquela cena.
— Eu não valho nada pra você, não é? – Hermoso cruzou os braços, fingindo estar chateado — Eu te convidei, poxa.
— Estava com preguiça naquele dia, Marco me chamou ontem – deu de ombros, sorrindo.
— Desculpa péssima – ele disse, puxando a mulher de volta para perto — Mas, eu te desculpo.
— Nossa, desculpa? – ela debochou, fazendo o homem sorrir — Eu vou voltar, essas pessoas estão se aproximando.
— Agora sou uma dessas pessoas.
— É, mas quando te conheci você estava no Espanyol – retrucou — Agora vou mesmo.
— Ok. Mais tarde eu vou lá no bar pra te pegar – sussurrou e Marina sorriu maliciosa, assentindo.
Segurou o rosto depositando um beijo no canto da boca do jogador, que ficou sorrindo vendo ela se distanciar.
Ela se aproximou dos jogadores de volta, apoiando a cabeça no braço de Marco. Percebeu o olhar de Ramos sobre si, ele estava sério e com os braços cruzados de um jeito bem sexy.
[...]
— Que merda, Marcelo, estou com ciúmes dela! – Ramos exclamou para o brasileiro.
— Normal, né? Você é todo possessivo – o lateral deu de ombros.
Sergio não tinha como negar.
— Mas você vai ficar doido. Ela é jovem, solteira e com certeza você vai ver ela beijar muito por aí.
— Ah, Marcelo, vai se foder – Sergio resmungou, fazendo o outro gargalhar.
Os jogadores tiveram a ideia de comemorar a vitória no clássico, no bar. A parte do estabelecimento que os jogadores estavam definitivamente era a mais animada.
— Fica um pouco aqui – Asensio pediu, e ele revirou os olhos quando viu Carvajal apontar a cadeira ao lado dele animado.
— Daqui a pouco eu vou precisar sair, então nem adianta muito – ela riu.
— Não é aquele colchonero, né? – Marcelo perguntou, fingindo estar bravo. Além de achar oportuno a brincadeira, gostava também de analisar as expressões de Sergio.
— Marcelo… – ela repreendeu, sorrindo.
Automaticamente seu olhar caiu em Sergio, que passava a mão pela barba enquanto olhava sério a mulher. Céus, como ele era sexy e absurdamente atraente.
— Licença, meninos, fiquem a vontade – ela disse, logo se retirando.
Andou até o escritório para pegar sua bolsa. Abriu a porta e caminhou até a mesa para organizar o que levaria na pequena bolsa.
Quando, de repente, sentiu um tranco firme atrás de si. Num primeiro momento quis virar uma cotovelada, mas conhecia aquele cheiro. Conhecia aquela pegada.
Os braços tatuados passaram na lateral de seu corpo e se apoiou na mesa, fazendo-a ficar encurralada entre o móvel e o corpo forte.
Como aquele homem era quente. Já sentia o corpo reagir.
— O cômodo não é tão apertado assim, Sergio.
— Acho que não faz de propósito, mas me sinto provocado – sussurrou ele.
— Não faço mesmo, conheço o Hermoso muito antes e sempre sai com ele. Não seja tão egocêntrico, capitan – mesmo que ele não pudesse ver, sorriu. Sorriu e balançou o quadril – Agora estou provocando.
Sergio desgrudou o peito das costas dela apenas para apreciar melhor a bunda rebolando rapidamente contra seu quadril.
Ficou um pouco frustrado quando ela se virou para ele.
— O que quer? – Marina perguntou, baixinho.
— Eu… – Sergio subiu a mão por todo o braço de Marina até chegar a nuca, olhando em seus olhos — Senti ciúmes de você.
Marina riu fraco, desviando o olhar sentindo o corpo estremecer. Sergio era intenso, e falando aquilo lhe deixou extremamente sem ação, como nunca antes ficou.
— Te deixei sem palavras, hum? – ele riu, achando graça.
Marina recuperou a postura e encarou Sergio, sentindo uma vontade absurda de beijá-lo.
— Não tem porque sentir. Você sabe que o que tivemos sempre foi casual, né? E que, agora, não temos nada.
Infelizmente, pensou. Sergio balançou a cabeça, subindo as mãos e tocando seu rosto.
— Mas eu gostava.
— Eu também, até que…
— Me desculpa mais uma vez – ele disse rapidamente, interrompendo-a.
— Relaxa – Marina sorriu, passando tranquilidade.
— Você gostava mesmo? – Sergio perguntou tentando, inutilmente, reprimir um sorriso, Marina afirmou com um gesto — Então vamos sair daqui.
— Você sabe que vou sair, Sergio – Marina disse, fazendo o homem revirar os olhos.
— Diz que está com dor de cabeça, sei lá.
— Ele me conhece, não vai acreditar nisso.
— Tá.
Nem deu tempo de Marina entender, apenas sentiu seus lábios serem mordidos por Ramos. Suspirou colocando os braços no pescoço dele, entregue.
Sergio finalmente lhe beijou. A mão dele em seu pescoço e seu corpo sendo prensado por ele era delicioso. Gemeu involuntariamente quando o zagueiro desceu os beijos para o pescoço.
Quando ele deu um último chupão em seus lábios e se afastou um pouco, seu corpo protestou. E ficou desesperada quando ele fez menção de dar as costas.
— Onde você vai? – segurou o punho dele.
— Embora, oras. Você não vai sair? – Sergio a olhou de baixo, com ela ainda lhe segurando.
Marina mordeu o lábio, claramente nervosa e confusa. Como nunca antes. Sergio a deixava de um jeito que nem mesmo se entendia.
— Decida, Marina. Eu vou voltar pra mesa.
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