— Tudo o que vocês vão ter que fazer é entregar esse pergaminho na mão de um mago que vive no meio de dragões. Nem é uma missão tão difícil assim.
— Nós aceitamos! — O ruivo baixinho disse entusiasmado, mas não se podia dizer o mesmo do garoto de óculos ao seu lado que estalou a língua em desdém.
— Por que eu tenho que ir junto? Foi ele que pegou a bebida do seu bar.
— Você estava junto. — O dono do bar disse simplesmente.
— Não estava não. — O garoto de óculos protestou.
— Estava sim. — O ruivo retrucou puxando o braço do mais alto para fora do recinto. — Nós vamos entregar o pergaminho em segurança. Obrigado pela segunda chance. — O dono do bar apenas acenou e disse boa sorte.
Quando já estavam longe o suficiente do bar, o ruivo soltou Fushimi que reclamou.
— Misaki, você sabe que essa é uma missão impossível, não é?
— Fica tranquilo, Saru, o impossível é só questão de opinião. — Yata Misaki era alguém que se envolvia em confusão apenas por respirar, o que não se podia dizer o mesmo de seu melhor amigo Fushimi Saruhiko. Ambos eram apenas aldeões de uma pequena vila. Todos na mesma vila se perguntam como eles podem ser tão unidos mesmo sendo tão diferentes. Outros dizem que o motivo da união é justamente essa: eles são diferentes, então se completam.
— E por que você disse para o Kusanagi que eu estava junto? Eu claramente cheguei depois que você já tinha pegado a bebida. — Mesmo contra vontade, Saruhiko seguiu Misaki, aparentemente, ele sabia onde o tal mago ficava.
— Porque você é o meu melhor amigo. — Ele sabia que fazendo esse drama ele conseguia o que queria com Saruhiko.
— Eu sou o seu único amigo.
— Exato! E eu sou o seu único amigo, o que significa que vamos ter que ficar juntos para sempre.
— Ou até sermos feitos de churrasco pelos dragões. — Saruhiko murmurou para si. — E você sabe como chegar até esse local dos dragões?
— Claro que eu sei, quem você acha que eu sou? Um idiota? — Fushimi queria dizer que sim, mas preferiu ficar quieto, pois ele nem sabia onde era o local. — Nem é tão longe assim. Apenas algumas horas de caminhada por uma estrada cheia de bichos que comem carne humana, algumas plantas que apenas se você esbarrar nelas você pode ser envenenado, entre outras coisas.
— Você está zoando com a minha cara, não é? — Saru perguntou nervoso. Misaki apenas virou sorrindo para o mais alto e respondeu.
— Quando foi que eu menti para você, Saru? — E com isso saiu andando na frente. Fushimi ficou parado vendo o amigo cada vez mais longe e sua primeira reação foi estalar a língua.
— Se eu morrer por causa daquele idiota, eu vou assombrá-lo pelo resto de sua vida. — Assim que arrumou a espada usada que tinha em seu cinto, ele seguiu Misaki, ele sempre seguiria Misaki.
Quando os dois rapazes já estavam longes o suficiente, Izumo começou a rir. Ele tinha observado todas as interações dos jovens, tinha certeza que Mikoto ia gostar da companhia dos garotos. Os dois amigos não sabiam que Kusanagi tinha escrito no pergaminho para seu líder cuidar dos dois novos talentos.
Yata Misaki, o guardião das ruas. Sempre cuidando de sua família e das crianças na rua. Apesar de parecer apenas mais um idiota, ele conseguia decorar todas as ruas que passava e tinha uma força quase que anormal. Já Fushimi Saruhiko era um gênio! Sempre criando coisas com lataria velha e sempre muito a frente de seu tempo. Apesar de não ter tanta força assim, ele tinha um talento enorme com espadas.
Quando deu a última tragada no cigarro, Kusanagi pensou em como esses garotos seriam de ajuda imensa para a vila em que viviam e até mesmo para o reino que serviam.
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