Téo também foi colocar sua sunga. Nada comentou quando Luna deixou o banheiro, atravessou o quarto e saiu. E agora ela estava lá fora, na piscina pequena e redonda, que, pelo jeito fora designada para os prazeres do sexo, nadando tão rápido e em voltas circulares que o deixavam zonzo.
Pegou o balde de gelo, uma garrafa de champanhe e duas taças da suíte. Embora conhecesse Luna havia tantos anos, não tinha uma pista sequer do que se passava em sua cabeça. Mas tinha toda a intenção de descobrir.
Empurrou a porta com o ombro, e em seguida saiu para o pátio, escuro exceto pela luz do luar. Luna parara de dar voltas, e agora flutuava de costas.
Colocou o balde com o champanhe e as taças na borda da piscina e escorregou para dentro da água.
— Vá embora — Luna ordenou, sem abrir os olhos.
— Precisamos conversar.
— Agora, não.
— Você é quem sabe... Posso ficar sentado aqui a noite inteira, se preciso for.
Ela pensava que era a única envolvida ali? Pelo que entendia, ele era a outra metade da equação.
Téo abriu garrafa e encheu as duas taças com o líquido borbulhante.
— Nunca vi ninguém tão teimoso quanto você.
— Pode ser. Mas agora há um delicioso champanhe esperando por você ao alcance de sua mão, para quando decidir que está pronta.
Luna atravessou a piscina e, lançando-lhe um olhar aborrecido, aceitou a taça que lhe era oferecida.
— Fale.
— Por que está zangada comigo, Lu?
— Não estou zangada.
— Então, por que gritou comigo?
— Você também gritou. — Ela tomou um gole.
— Essa conversa não nos levará a nada.
— Estou muito frustrada, Téo.
— Frustrada? Mas eu pensei... Você pareceu ter gostado.
— Esse é o problema. Gostei muito.
— Ah, sei...
Então ela estava brava por ter apreciado fazer sexo com ele. De fato foi bom. Não apenas bom, mas incrível. Estupendo. Téo ficava excitado só de se lembrar daqueles momentos de puro êxtase com ela.
Luna levantou a taça em sua direção, para que ele tornasse a enchê-la. Encostou a cabeça na beirada da piscina e olhou com ar sonhador para a meia-lua no céu.
— Teria sido constrangedor para nós dois se tivesse sido sem graça, mas em compensação poderíamos dizer que a química não funcionou, e ponto final. — Ela fez uma pausa apenas suficiente para tomar champanhe. — Mas não. Foi espetacular. O melhor sexo que já experimentei desde que perdi a virgindade, e tinha de ser justo com você.
— Queria que tivesse sido ruim? E agora se sente frustrada porque foi bom?
A mente de uma mulher era complicada, e de algum modo misteriosa, o que tornava ainda mais interessante ter uma melhor amiga. Só que, parte do tempo, Luna raciocinava feito um homem. Pelo menos era o que Téo achava. Mas os homens jamais esperavam fazer sexo ruim, embora algumas vezes acontecesse. Apesar disso, ele tentava com todo o empenho compreender seu ponto de vista.
— A idéia era dormirmos juntos para acabarmos com essa loucura. Mas a coisa piorou. Como poderei ficar perto de você, pensando no quanto foi bom? Não em um futuro previsível, posso garantir. —Luna deu-lhe as costas, apoiando os braços cruzados e o queixo na borda.
— Entendo aonde você quer chegar.
Ela o olhou por sobre o ombro.
— Entende mesmo?
Seu aroma, seu sabor, a sensação fantástica de tê-la abraçando-o enquanto se enterrava bem fundo dentro dela... Fazer amor com Luna abria seu apetite.
— Eu também não conseguirei esquecer tão já o quanto foi delicioso estar dentro de você.
Luna desviou o olhar, um novo plano se formando em sua mente, nascido do desespero: sexo selvagem à luz do luar e duas, talvez três, taças de champanhe para entorpecer os sentidos.
— Aposto que, se repetirmos, não tornará a ser tão bom — disse, e não precisou virar-se para saber que Téo estava bem atrás dela. Sentiu sua proximidade, seu calor.
— Não acho muito provável.
O coração de Luna batia disparado, quando deu voz àquele absurdo:
— Se tivéssemos coragem para tentar de novo, na certa seria terrível, um verdadeiro desastre.
Téo aproximou-se devagar e abraçou-a por trás.
— Estou disposto a tentar mais uma vez, se você quiser...
Luna reconheceu a excitação que tomava conta dele, assim como dela mesma. Era como se seu corpo tivesse despertado depois de uma longa hibernação. Ficou surpresa.
No instante seguinte, Téo começou a beijar seu ombro. Virando seu rosto para o lado, colou os lábios nos seus, de maneira que ela não tivesse tempo, nem chance, de dizer qualquer coisa. Luna retribuiu sem pensar, cedendo à insistência dele.
Era como se estivesse em transe. Téo continuou beijando e acariciando cada parte dela.
— Quer que eu a toque? Diga, Luna, eu quero ouvir...
Aquela rouquidão a fez delirar. Luna sentiu de encontro aos quadris a investida poderosa de Téo. Moveu-se, por instinto, para mais perto.
— Sim, quero...
Téo ergueu a mão e escorregou-a para dentro do top de seu biquíni. Luna agarrou seus antebraços, incentivando-o a ir em frente. Ryan segurou seus seios com as mãos em concha, incendiando-a.
Ela, enfim, libertou o ardor que estivera reprimindo até então. Gemeu baixinho, contorceu-se, deleitada, quando as carícias se tornaram mais íntimas e ousadas. Era tudo tão excitante... Muito melhor do que já imaginara e sentira. A sensação da água gelada e do frio noturno contrastando com o fogo que Téo atiçava dentro dela era a coisa mais sensacional da face da terra.
— Vai ser bom outra vez, não vai? — A antecipação e o temor aumentavam sua fome insaciável.
— Está parecendo que sim, gostosa.
O coração de Téo batia forte contra as costas dela, a respiração era quente contra sua nuca.
Luna já estava pronta para ele, e prestes a se desintegrar. Sussurrou por sobre o ombro:
— Agora, Téo. Eu te quero agora!
No mesmo momento, Luna arrancou a parte de cima do biquíni, e em seguida foi a vez da calcinha. Atirou-as longe, para fora d’água.
Téo gemeu quando ela se inclinou, oferecendo-se para ele. O luar iluminava seu rosto, o desejo transtornando-o. Devorava-a com os olhos, enquanto tirava a sunga.
Ansiando para que ele a penetrasse, Luna virou-se de costas e, abrindo as pernas, agarrou-se na beirada da piscina.
Téo segurou-a pela cintura, faminto. Sem demora, posicionou-se entre as coxas perfeitas e a penetrou. Luna arqueou as costas, tentando diminuir ainda mais a distância entre eles.
Na água, era como fazer amor em câmera lenta. Ela estremecia, gloriosamente ligada em cada nuance, o peso das tranças no pescoço. As mãos de Téo prendendo-a pelos quadris, a compacta extensão dele toda dentro dela, a sólida parede de suas coxas aprisionando-a por trás, enquanto sussurrava as frases de um amante em seu ouvido. Luna lhe respondia, sussurrava, frases entrecortadas flutuando no ar.
Ligeiros tremores irradiavam-se de sua coluna, crescendo em intensidade a cada investida. Justo como antes, não houve contenção. Um turbilhão de emoções cresceu dentro dela, junto com as sensações devastadoras.
Acompanhou os movimentos de Téo com ardor, querendo que aquele momento jamais terminasse e, pouco a pouco, seguindo rápido em direção ao êxtase.
Um grito escapou de sua garganta no instante em que Téo estremecia, ao se fundirem e se tornarem um só.
Quando a explosão chegou, tomou conta de ambos, sem deixar lugar para nada além da mais pura paixão.
Téo puxou-a com ele para a parte mais rasa e deixou-se cair sentado, com Luna no colo, os braços em torno dela.
Exausta e quase incoerente, Luna ali se deixou ficar, o rosto encontrando conforto nos sólidos planos do tórax largo.
Ficaram abraçados pelo que podiam ser horas, minutos, segundos, uma vida inteira. A água fria os acalmou até que suas respirações e as pulsações normalizassem.
Luna sentiu gosto de água salgada, e percebeu que era das suas próprias lágrimas escorrendo-lhe pelas faces. Tentou contê-las, desesperada.
Téo a abraçou-a mais forte.
— Lu, meu bem, por que está chorando? — A mão forte em suas costas se moveu em pequenos círculos. — Não chore, por favor... Ficará tudo bem.
Ela não podia falar, a garganta fechada pela emoção.
— Ficará tudo bem...
A luz deixava dourados os cabelos dele, queimados pelo sol, e seu rosto refletia uma ternura imensa. Deus, Téo lhe era tão querido! Era uma parte importante demais de sua existência.
Um grande pânico a assaltou. E se ela tivesse destruído isso?
— Mas e se não ficar, T? E se nada entre nós voltar a ser o mesmo?
A boca de Téo encontrou a dela. Seus lábios ofereciam conforto e reafirmação. Ela aceitou sem resistir o que ele oferecia, seu beijo acalmando-lhe o pavor. Mesmo após ter feito menção de se afastar, os lábios dele se demoraram alguns segundos a mais nos dela.
Luna afastou-se um pouco, apoiando as costas em seu braço.
— Em uma escala de um a dez, que nota você daria para aquela nossa primeira vez?
— Não me peça tal coisa, querida. Não gosto de ficar dando notas, sobretudo em se tratando de você. — Distraído, brincava com uma de suas trancinhas, enrolando-a entre os dedos.
— Nesse caso, finja que não sou eu. Digo, não o “eu” com quem você fez amor, nem o “eu” sua amiga. Finja que sou uma estranha que você pegou na praia para fazer sexo.
— Isso seria fácil se não estivesse sentada em meu colo, e estando ambos sem roupas. Se continuar aqui, enquanto falamos sobre sexo... — Ele se moveu contra seu quadril.
“Oh, meu Deus...”
— Duas vezes numa noite? Você não pode... — Luna pulou do colo de ele.
— Nossa, Lu! Quem a ouvisse falando pensaria que sou uma aberração. Se me sinto excitado logo após ter feito amor, a culpada é você.
Sem saber se ficava satisfeita ou morrendo de vergonha, Luna moveu-se para o mais longe possível dele.
— Está bem... Encontrei esta estranha na praia e com ela tive um dos melhores momentos de sexo de minha vida — disse ele.
“Só um dos melhores?!” Luna se conteve para não brigar.
— Costuma fazer isso com outros homens? Dá nota para o desempenho de cada um? Porque, se for, preciso lhe dizer que não é boa idéia. — Téo fez uma pausa. — Mas se insiste, eu direi. Em uma escala de um a dez, naquela primeira vez eu daria nota doze.
— Claro que não faço isso com outros namorados. No entanto, quem está aqui comigo é você. Doze? Está bem. Também daria nota doze. Que tal sobre alguns minutos atrás?
— Não gostará de ouvir.
— É provável que não. Mas prossiga, por favor.
Ryan respirou fundo.
— O melhor sexo de minha vida. Pelo menos treze e meio.
— Mas que droga! Não deveria ter sido!
— Sei disso. E quanto a você? Que nota daria?
— Um sólido... catorze.
Luna apoiou a cabeça na beirada da piscina, olhando para o céu estrelado à procura de inspiração, determinada a não entrar em pânico. A idéia de estar arriscando o mais importante relacionamento que já teve a aterrorizava.
— Precisamos de uma outra estratégia. Os planos A e B foram um desastre. Alguma idéia?
A noite estava silenciosa, exceto pelo rugido das ondas do mar batendo contra os rochedos. E, embora o firmamento estivesse lindo, repleto de estrelas, a noite não lhe oferecia nenhuma solução. Nem Téo, que parecia ter adormecido.
— Téo?
Ele não estava dormindo. Luna percebeu que, ao erguer o corpo, deixara os seios para fora da água, os mamilos mal escondidos. A amante ardorosa dentro dela desejou levantar-se por inteiro e permitir que Téo apreciasse suas curvas. A amiga quis afundar-se na piscina. Sentou-se, quieta, incapaz de optar por nenhum dos dois.
— Téo... — Luna pigarreou. — Eu disse que precisamos de um plano.
— Outro? Que tal deixarmos o barco correr e ver o que acontece?
— Não posso. Você sabe que não.
— Bem, então planejar ficará, como sempre, por sua conta.
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