“Eu te beijaria logo pela manhã
Sem esquecer do café da manhã
Eu seguraria sua mão debaixo do sol
E ainda não acabou, no meio de uma bela noite
Te confessaria, com a lua como a nossa luz”
Já tinha passado as duas semanas desde que o trabalho fosse pedido, e era o dia de Jimin entregar o trabalho dele - que convenhamos, estava muito bom graças a minha ajuda. Eu e o Suga deveríamos entregar nossos relatórios ao professor e depois estávamos dispensados, já que já tínhamos fechado todo o semestre.
— Muito obrigado mesmo por me ajudar. – disse Jimin enquanto me acompanhava pelos corredores. As aulas já tinham acabado, e eu precisava encontrar com Suga na sala que ele estava terminado sua ultima prova, já que tinha ficado de exame em uma matéria.
— Não tem de que. Afinal, era o meu trabalho. – eu disse rindo e ajeitando os livros no meu braço.
— Você... Vai fazer alguma coisa hoje? – perguntou-me Jimin colocando suas mãos no bolso. – Eu queria te agradecer de alguma forma.
— Não precisa se preocupar com isso. – eu disse sorrindo e bati de leve na cabeça dele. – Apenas vá descansar, você tem trabalhado duro esses dias. – Comecei a subir as escadas que dariam para a sala do Yoongi.
— Mika! – ele chamou me fazendo virar e ele subiu rapidamente até mim. – Eu... Você... Digo... – ele colocou a mão no pescoço e sorriu, depois voltou a olhar pra mim. Aquele jeito tímido dele sempre me encantara, agora não seria diferente. – Quer sair comigo? – eu sorri, queria muito ouvir essas palavras de novo, mas eu não podia aceitar, então meu sorriso desapareceu.
— Me desculpa, eu não posso... – eu disse voltando a subir.
— Por que não? – ele continuava parado apenas me observando subir.
— Só não posso. – eu não percebi quando pisei em falso.
— Mika! – gritou Jimin mas eu já estava caindo, senti um impacto sobre meu corpo e quando vi era Jimin me segurando
Tudo era como um borrão. Nós dois rolávamos pela escada e só paramos quando chegamos ao final. O corredor estava vazio, pois já tinha dado a hora de todos irem embora. Olhei para o lado e vi que Jimin estava desacordado.
— Não! Não! Jimin, me responde. – tentei apoiar nos meus braços para acorda-lo, mas uma dor horrível tomou conta de mim. Olhei para meu pulso direito e constatei que ele provavelmente estava quebrado devido à dor que sentia.
Suga estava descendo a escada calmamente quando nós viu caídos no chão, então ele pulou alguns degraus até nos encontrar.
— Micaela, você esta bem? – eu estava chorando, de dor e também por ter machucado o Jimin, sempre estou o machucando, isso me desola.
— Suga, a ambulância, chama ela, o Jimin ta inconsciente! – não sei como conseguia dizer isso, ou melhor, não sei como ele conseguia entender o que eu falava. Yoongi estava tão desesperado quanto eu, mas mesmo assim conseguiu ligar pra ambulância e assim que eles chegaram pra nos ajudar, a dor tomou conta de mim, e acabei desmaiando.
Não demorei muito para ser liberada, e como imaginei, tinha quebrado o pulso. Jimin estava tendo que ficar de observação, já que baterá forte a cabeça, causando até um corte, e o fazendo levar alguns pontos. Abri a porta calmamente e vi Jimin dormindo tranquilamente.
Fui até seu lado na cama com algumas lágrimas embaçando minha visão, mexi em seu cabelo, revelando o pequeno corte em sua testa.
— Estou sempre te machucando né? Você vai querer me matar quando descobrir que seu rosto perfeito tem uma cicatriz enorme... – suspirei, mesmo que só tivesse levado três pontos, sei o escândalo que Jimin faria, dizendo ser um corte enorme, e que a beleza dele nunca mais seria a mesma.
Me sentei ao lado da cama em uma cadeira que se encontrava ali perto e segurei sua mão, com a minha mão boa.
— Me desculpa Jimin-ah, eu sou mesmo uma idiota. Disse que iria ir embora e não voltar nunca mais e não mantive minha promessa, e agora eu te machuquei de novo... – algumas lágrimas caíram dos meus olhos marcando o lençol branco. – Eu queria muito poder ficar com você, por que eu ainda te amo, mas eu não posso mais, porque eu vou embora de novo, e te ver magoado iria me matar... Seria pior do que da ultima vez.
— Você é mesmo uma idiota. – ele disse me fazendo levantar a cabeça e vê-lo sorrir. – Como você está?
— Eu estou bem... Só torci o pulso. – disse deixando uma lágrima escorrer.
— Mika, eu te amo, volta pra mim. – ele disse apertando mais forte a minha mão.
— Eu não posso Jimin... – eu voltei a chorar e abaixei a cabeça.
— Eu não sou mais um menino, Mika, eu já tenho independência para ir pra onde quiser, e no momento, eu vou para onde você for. Mika, volta pra mim. – ele disse e tentou se levantar, mas não conseguiu, pois sua cabeça doía.
— Eu não quero te machucar de novo.
— Acha que não esta me machucando quando diz que me quer, mas não pode ficar comigo? Ou quando afasta o meu beijo de mim. Me machuca te ver assim tão perto e não poder te ter. Muito mais do que você imagina. – ele disse com a voz pesada.
— Eu tentei te afastar, mas você é muito teimoso. – eu disse chorando.
— Teimoso por te amar mesmo depois de muito tempo? – ele perguntou me puxando para que eu ficasse mais perto dele.
— Teimoso por não me deixar te esquecer. – eu disse abaixando a cabeça e então Jimin me deu um beijo carinhoso e cheio de saudade.
— Você não pode me esquecer, pois sou inesquecível. Agora para de teimosia e volta pra mim, Mika bobona. – eu sorri e acenei. – Você não sabe o quanto eu esperei por isso. – e se ajeitando naquela maca de hospital desajeitada, me puxou para que eu pudesse me sentar ao seu lado e tomou meus lábios em um beijo, que pode ser misturado as lágrimas que insistiam em cair de meus olhos. – Mika, sua bobona, já pode parar de chorar.
— Eu não consigo. – eu disse rindo, ele me abraçou forte, quase nem mesmo me deixando respirar.
— Você vai ter que me pagar uma plástica por estragar o meu rosto perfeito.
— Cala a boca, você ainda está perfeito. – eu disse sorrindo e ele me afastou com um sorriso maior ainda.
— Pelo menos fiz você admitir. Não existe outra perfeição se não eu. Agora eu quero sair daqui. – ele me empurrou colocando os pés para fora da maca e logo em seguida o médico entrou, já dizendo que estávamos liberados.
Jimin andava do meu lado calmamente, não sei se pelo fato de estar tonto ainda, ou por não querer ter pressa. No meio do caminho ele deu a volta em mim, ficando do meu lado esquerdo.
— Não gosto de te deixar andando do lado da rua, mas daquele lado eu não posso segurar sua mão. – ele disse, pegando em minha mão que não estava engessada e suas bochechas ficaram vermelhas.
— Micaela, como você está? – disse Suga correndo até nós. – E você Jimin? Foram liberados tão rápido.
— Estamos bem, Suga. – eu disse e ele me puxou para mais perto, me abraçando, e logo me senti sendo puxada por Jimin. – O que esta fazendo?
— Eu... Eu não sei. – ele disse colocando as mãos no bolso. – Digo, você é minha agora. Não vai ficar abraçando ele.
— Jimin, por favor, não começa. Você o conhece desde sempre... – eu disse bufando e ele levantou os olhos.
— Eu sei, mas ele pode te ter durante todo o tempo que ficamos afastados, então agora é minha vez de ter um pouco de atenção.
— Ah, vocês voltaram? – perguntou Suga retoricamente e eu acenei envergonhada. – Tudo bem, mas não começa a fazer que nem a Hana, se não eu vou ter que te bater.
— Não sou que nem ela... Só quero que ela divida a atenção comigo agora. – ele disse fazendo um biquinho e quem acabou apertando as bochechas de Jimin foi Suga.
— Você ainda continua muito fofo! Tudo bem, já que você esta bem acompanhada eu irei embora por aquele caminho.
— Esta indo pra casa da Hana? – perguntei enquanto ele se afastava.
— Estou, depois a gente conversa. – ele saiu quase correndo, tomando cuidado para não escorregar nos resquícios de gelo que ainda tinham pela rua.
— Ei, Mika. – chamou ele quando o taxi nos deixou na frente do meu apartamento e nós entramos. – Acho que vou ter que ficar por aqui, já que você não esta podendo usar a mão. – ele sorria pervertidamente.
— Você pode ir pra casa, Jimin, eu não vou morrer.
— Mas eu vou. – ele disse me abraçando. - Não quero ficar mais um segundo longe de você. Nunca, nunca, nunca!
— Você é muito dramático. – finalmente aquela atenção que era só minha, toda minha. – Eu te amo, Jimin. – disse passando a mão pelo seu pescoço e ele sorriu, apertando ainda mais minha cintura.
— Eu te amo mais. – ele me beijou novamente. Só mais um, de muitos.
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