Kenma Arashi
Capítulo 4 – Abrindo o coração e autocontrole
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Narrador POV’s on
Kenma acordou mais cedo naquela manhã, Kuroo havia comentado que só iria para a empresa depois do almoço, então acordaria mais tarde. Achou que podia fazer o café da manhã, não gostava da ideia de estar ali sem fazer nada. Não era como se cozinhasse muito bem, mas era ele quem fazia as refeições quando vivia com Daishou, sabia o básico.
O café estava pronto quando abriu a geladeira para procurar o que usaria de recheio no omelete, achou sobras de queijo e presunto e deixou na bancada ao lado do fogão enquanto untava a frigideira com margarina, logo quebrando os ovos, misturando a um pouco de sal, o moldando na frigideira.
Virou para o outro lado fritar, orgulhoso por não ter quebrado no processo, jogou o recheio e fechou virando-o algumas vezes até estar no ponto que queria, desligou o fogo e colocou no prato, repetindo o processo para fazer o seu.
— Que cheiro bom. – Ouviu a voz sonolenta se aproximando logo que estava colocando o recheio.
Não se virou para não deixar queimar, continuando o que fazia.
— E a cara também está incrível. – Corou ouvindo a voz em sua orelha, ele estava atrás de si.
— Espero que esteja bom também. – Por sorte, não gaguejou.
— Deve estar, o cheiro diz tudo. – Kuroo riu o fazendo arrepiar.
Terminou o seu, desligando o fogão e passando para o outro prato. Foram para a mesa já feita com seus pratos, o loiro pegou a jarra de café e sentou ao lado dele, o encarando cortar o primeiro pedaço e levar a boca.
— Está incrível! – Kuroo o olhou incrédulo.
— Ainda bem. – Suspirou aliviado.
Ao menos agora sentia que não era uma visita tão incômoda.
— Você cozinha bem. – Kuroo disse.
— Eu acabei aprendendo quando morava com ele. – Disse pensativo tomando um gole.
— Vocês namoraram há muito tempo? – Kuroo perguntou hesitante.
— Sim, cinco anos... Quando nos conhecemos eu estava no último ano do ensino médio, até o meio do ano eu já estava na casa dele. – Kenma disse comendo.
— Desculpa perguntar, mas... Não é meio cedo para sair da casa dos seus pais? – Tomou um gole nervoso, começando a se arrepender da pergunta pelo semblante dele.
— A minha mãe morreu muito cedo, meu pai me criou, ele me odiava por ter nascido Ômega e fazia questão de me informar isso, ele nunca tentou me tratar bem, nem mesmo quando diagnosticaram a minha depressão ele me deixou em paz, na verdade... Acho que ele ficou com mais raiva. – Kenma disse.
Kuroo não o interrompeu, vendo que ele parecia criar coragem para falar.
— Ele fez o favor de pisar na minha saúde mental a vida toda, no terceiro ano eu decidi começar a streamar, mas ele me atrapalhava de propósito, não queria que eu “fizesse isso com a minha vida”, eu estava de saco cheio, daí eu o conheci... – Respirou fundo.
Uma parte sua queria calar a boca, mas a outra queria falar.
— Eu já sabia que ele era membro de gangue, mas naquele ponto eu não ligava mais para nada e nem para mim, ele gostava de mim e eu dei uma chance, acabei gostando dele, nós começados a namorar e eu aproveitei o fato dele ser um Alfa e líder de gangue para fazer meu pai me deixar ir morar com ele, era para ser a fuga perfeita.
Foda-se, agora não dava para se calar.
— Mas as coisas com ele sempre pioravam e no fim... Ele fez pior que o meu pai, eu demorei para entender que não precisava tentar fazer da certo, para perceber que ele só me fazia surtar mais e me manipulava para eu continuar com ele, precisei que a situação ficasse insustentável para fugir dele. – Disse sentindo os olhos arderem.
— Parece que você acabou com as pessoas erradas, só isso, não conseguiria adivinhar. – Kuroo disse.
— Ah... Por que eu contei isso? – Murmurou suspirando.
— Então eu vou te contar algo pessoal também. – Kuroo sorriu.
O loiro o encarou curioso.
— A verdade é que minha família vive de aparências, por causa do dinheiro e da reputação, eles nunca foram carinhosos como a maioria dos pais, não eram ruins como o seu, eles simplesmente não se importavam comigo até eu dar algum motivo para eles se vangloriarem de mim. As notas altas, como eu era bom nos esporte, prêmios acadêmicos, qualquer coisa. Ainda é assim. – Comentou.
Percebeu que Kenma realmente estava prestando atenção, então continuou. Agora já havia prometido, teria que falar.
— A nossa empresa começou com meus avós e eles eram mais tradicionais e inventaram uma regra, para assumir a liderança da empresa precisava se casar. Meus pais querem se associar aos Haiba e para o acordo ser concluído, decidiram que eu ia noivar com Alisa, a filha mais velha deles, como ela é Ômega, tem uns babacas que dizem que precisam casar jovens, ela tem 27 e para eles isso é o limite. – Kuroo disse.
Kenma sentiu-se estranhamente inquieto com essa informação, queria colocar a culpa no instinto Ômega de querer disputar um Alfa, mas sabia que não era por algo tão primitivo.
— Como eu não amava ninguém e já havia tido minha longa fase de noitadas, eu quero a empresa então aceitei esse acordo há três meses e ficamos noivos, mas sinto que cometi um erro muito grande. Eu mal a conheço, não gosto muito dela nesse sentido, ela parece estar forçando a barra para se aproximar de mim, me sinto mal quando a rejeito, mas também não quero deixá-la pensar que podemos ter algo de verdade.
— Eu já deixei claro para ela que isso não vai acontecer e que eu já me arrependi, ela disse que eu não precisava levar esse noivado a sério por enquanto, ela decidiu que vai me fazer gostar dela e noivar de verdade. O problema é que as nossas famílias estão muito animadas com isso. – Kuroo acrescentou, parte sua não queria que Kenma pensasse que não tinha a menor chance.
“Como se ele se importasse com isso.” – Kuroo pensou.
— Parece uma situação delicada, mas se tem uma coisa que eu sei é que ficar preso em um relacionamento com alguém que não ama é a pior coisa que você pode fazer consigo mesmo... Eu não entendo bem dessas alianças comerciais ou de famílias com status, mas eu entendo de relações fadadas ao fracasso. Se você acha uma má ideia agora, muito dificilmente vá mudar de ideia depois, eu também tive um pressentimento quando comecei a namorar o Daishou, mas eu ignorei e quis acreditar que ia ficar tudo bem, mas não ficou. – Kenma disse hesitante.
Falou sinceramente, não por uma parte sua estar atraída por ele, e sim por sentir que ele estava prestes a cometer o mesmo erro que o seu, como se assinasse a sua sentença de infelicidade eterna. A marca era eterna, em algum momento da relação ela seria marcada e os dois não poderiam mais se separar, agora era mais fácil de sair dessa caso ele quisesse.
— Sim, acho que tem razão... Eu realmente devia ter valorizado mais a minha liberdade de escolha, o problema é que é um acordo com muita gente, e muitos deles querem que aconteça. – Kuroo suspirou.
— Talvez você precise convencê-los de que não é a única opção. – Kenma disse hesitante.
O moreno sorriu.
— Obrigado.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Kenma saiu do banho, enxugou-se vestindo shorts pretos e um moletom com estampa de galáxia, secou o cabelo, prendendo a caminho do quarto, passando pelo apartamento escuro. Abriu o guarda roupas pegando uma gargantilha preta cobrindo boa parte das marcas de dedos ainda visíveis, calçou meias pretas por conta do chão frio e pegou seu celular, digitando uma mensagem no grupo de colegas:
Nekoma team
Você: Vocês vêm mesmo? – 19:41
Você: Vou começar daqui a pouco – 19:41
Yamori: Tô entrando aqui – 19:43
Tora: Eu também to indo – 19:44
Russo: Para mim não dá hoje – 19:44
Kaisen: Eu também não posso – 19:46
Você: Ok, estou esperando – 19:46
Kenma respirou fundo, nervoso. A sua última live foi há um mês, era possível que a live flopasse completamente, mas estava ansioso para voltar, enfim conseguiu um pouco de sanidade de volta, era a hora de retomar a sua vida, precisava de dinheiro para se mudar.
Sentou-se na cadeira confortável de escritório, era melhor do que a que usava antes, precisava de uma cadeira gamer logo, por hora estava bom assim. Ligou o computador e o notebook, abriu todos os programas de gravação de tela e áudio, abrindo o discord esperando os colegas streamers entrarem, colocou seu headset, abriu a twitch e finalmente eles chegaram.
— Cheguei! – Tora disse animado.
— Que bom que voltou para nós! – Yamori disse.
— Oi, voltei. – Sorriu.
Terminou todos os ajustes técnicos pegando seu celular enquanto abria o jogo FPS, começando a live deixando sua webcam em tela inteira enquanto as pessoas entravam
— Falem algo para eu saber se o áudio ta bom. – Kenma pediu.
— Sim senhor, capitão, senhor! – Tora brincou.
Yamori riu e com isso o loiro confirmou que estava tudo ok, pegou o celular anunciando a live com o link em todas as redes sociais. Algumas pessoas já entravam e o chat já começava a ter vida.
— “Você tava sumido” Sim, aconteceram umas coisas, mas voltei. – Kenma disse respondendo a pergunta.
— Comecei a live aqui também. – Yamori disse.
— Yamori, já leu seu chat? – Tora ria.
— “Cadê o seu crush, o Russo?” Ah, vão se foder! – Yamori irritou-se, fazendo os dois rirem.
— O Yaku-san vai se sentir tão sozinho~ – Kenma provocou.
— Estou é feliz. Aquele idiota é tão ruim, só falta acertar um tiro na própria cabeça! – Yaku disse.
— Se duvidar ele até consegue. – Kenma riu.
— Tadinho, ele só não está acostumado com FPS, ele é dos jogos de luta. – Tora tentou defender.
— Verdade. “Jelly2” Obrigado pelo donate e “Akkai” Obrigado pela inscrição. – Kenma disse.
— Só em live jogamos umas cinco vezes com ele! Já era para ter acostumado. – Yaku argumentou.
Enquanto discutiam, Kenma olhava o chat, corando com a quantidade de elogios, só queria uma pergunta real.
“Tão lindo”
“Ômegas nunca são feios, né? Muito bizarro”
“Ele voltou!”
“Kodzuken pise em mim, por favor!”
“Gostoso! Não precisa nem jogar, só fica aí parado por meia hora”
“Tão fofo, que inveja do namorado dele”
“Ele namora?”
“Acho que sim, sla”
— “Ele namora?” Não namoro mais. – Respondeu.
Ignorou os comentários que perguntavam o motivo.
— “Se mudou?” Sim, é temporário. – Kenma respondeu.
Uma parte sua queria que fosse definitiva, mas a lembrança de Kuroo falando da noiva lhe veio a mente e apagou esse desejo.
— “Themoon” Bem vinde. – Sorriu vendo o alerta de novo seguidor.
Começou a live bem.
— Vamos jogar então? – Kenma perguntou.
— Vamo!
— “Hi_karin” e “CleanJin” Obrigado pelos donates. – Kenma disse com os alertas.
— Tô entrando já.
Entraram no jogo formando um time, entrando nas partidas 3 x 3. Kenma ficou como líder como sempre, já tentando lembrar todos os mapas do jogo para pensar no que fazer enquanto o jogo não começava.
Kenma usou esse tempo para ler o chat, vendo que os haters continuavam pontuais.
“Um Ômega jogando FPS? Que piada”
“Vai jogar dating Simulator, não precisa de habilidade”
“Eu comia lol”
“Outra gameplay vergonha alheia!”
“Mais um Ômega fazendo gameplay? Virou bagunça agora”
“Vai jogar ou vai fazer um desfile de moda?”
“Ta passando vergonha”
“Gostoso, tinha que ta gravando outro tipo de coisa lol”
“Esse Ômega acha que é pro-gamer?”
“Lixo demais, não sei para que grava”
“Ia ganhar mais no Xvideos”
“Que desperdício de tempo”
“Aposto que nem sabe jogar”
— “Aposto que nem sabe jogar” Então, “Gunner22” Se eu vencer todas as partidas de hoje você faz um donate de 1.500 yen? – Sorriu.
Observou o chat, vendo a resposta chegar em meio a outros comentários.
— “Se vencer, sim, boa sorte com isso”. Certo, obrigado pela donate. – Sorriu superior.
— Esse cara se fodeu, o Ken ficou puto agora! – Tora riu.
O jogo iniciou.
— Yamori os atraia para a nossa bandeira, vou pegar um rifle e ir para o telhado, Tora, se esconda bem e atire neles por trás quando entrarem na nossa rua. – Kenma disse olhando rapidamente a localização de todos.
— Pode deixar. – Yaku disse.
— Beleza!
— “Linalee” e “RinaKO” Obrigado pelos donates. – Kenma disse.
Estava ganhando seguidores e donates sem parar, quase não conseguia acompanhar, nesse ritmo acabaria a live duas vezes mais famoso e rico.
— Vish, só to vendo dois aqui. – Yamori comentou.
Correu para o lugar onde sempre droppava um rifle de longo alcance, achando um de médio, foi para um prédio mais próximo por causa disso. Arrumou uma boa posição e esperou.
— “Usa-san” e “Mog1” Obrigado por seguirem, bem vindos~– Kenma sorriu voltando a se concentrar no jogo.
— Estou correndo para aí, eles estão tentando atirar em mim, mas só vieram dois! – Yamori disse.
— Tudo bem, pegamos o último depois. – Kenma disse os vendo se aproximar.
Mirou em um acertando um headshot, Tora acertou dois tiros pelas costas do outro, saiu da pose de sniper, se juntando aos outros.
— Isso aí! – Tora comemorou.
— “Rain41” Obrigado pelo donate. – Kenma disse ao ouvir o alerta.
Conferiu o mapa, constatando que o inimigo estava camuflado por não aparecer. Yaku jogava agradecendo os próprios inscritos e donates tentando não perder o foco.
— Se ele ainda está camuflado ele ta usando extra, deve tentar pegar a bandeira quando formos procurar. – Kenma disse.
— Ken, estão perguntando aqui “Porque não vão pegar a bandeira deles agora?”. – Yaku leu.
— Porque é mais legal matar todo mundo. – Kenma sorriu os fazendo rir, nada surpresos.
— Às vezes você me assusta. – Tora disse.
— É isso que dá, poder demais corrompe as pessoas! – Yaku riu.
— Mas é sério! Qual a graça das pessoas verem a live se terminarmos em dois minutos de partida? – Kenma argumentou.
— Ele tem um ponto. – Yaku disse.
— Verdade, e nós estamos sem o nosso alívio cômico hoje. – Tora riu os fazendo rir alto.
— Fiquem na bandeira que eu vou achar o desgraçado. – Kenma disse.
— Ele vai assistir a live, vai deixar ele magoado. – Yaku disse.
— Ai, que bonitinho, ta preocupado com o crush! – Tora provocou e Kenma riu.
— Pelo contrário! Eu quero é que fale mesmo! – Yaku defendeu-se.
— Achei~ – Kenma cantarolou baixinho com um sorriso vitorioso jogando uma granada pela janela do prédio.
No instante seguinte, viram a tela de “vitória”.
— “Mayumin01” e “Ayatto” Obrigado pelos donates. – Kenma sorriu.
— Que partida épica, fiquei arrepiado! – Tora disse.
— Sério? Achei chata para caralho, não levei um dano nessa merda. – Kenma reclamou.
— Mas a humilhação foi linda. – Yaku disse.
— Eu acho que só tem graça se for difícil, a humilhação tem um gosto melhor. – Kenma riu.
Notou que estava ganhando seguidores e mais Donates. Depois de quase três minutos agradecendo um por um, voltou a ler os comentários, Yaku fazia a mesma coisa na live dele.
— “Vocês vão participar do campeonato?” Sim, fomos classificados da última vez que jogamos todo mundo, ganhamos na classificatória. – Kenma disse.
— Mas ainda vai demorar para o campeonato começar, então temos que manter o ranking, é o que estamos fazendo hoje. – Tora disse.
— Exatamente! “Lea_05” Obrigado pela inscrição. – Kenma disse.
— Bora mais uma? – Yaku perguntou.
— Vamos. “Ren-san” Obrigado pela donate. – Kenma disse.
— Pera, vou beber água! Já volto! – Tora.
Kenma pegou seu celular, olhando o grupo deles, rindo com as mensagens de Lev.
— Yamori, o Russo está dizendo que você é cruel, mas ele ainda te ama. – Kenma riu.
Pela demora da resposta, Yaku devia estar corado, depois teria que ver a live dele só para ver essa expressão.
— M-manda ele procurar o que fazer! – Resmungou envergonhado.
Os dois se conheciam fora da internet e por causa de algumas interações, todos do grupo teorizavam o nível daquele relacionamento, os provocando em todas as deixas.
— Eu não, fala você. – Kenma riu.
— Voltei! – Tora disse.
— Certo, vamos. Tentem me deixar orgulhoso. – Kenma disse sorrindo de canto.
— Como esperado do nosso líder, colocando pressão psicológica antes da partida começar, que exemplo! – Tora brincou.
— É assim que vemos a real personalidade de alguém, colocando em uma posição de poder. – Yaku provocou.
— Só que ninguém me colocou na liderança, eu conquistei sozinho, destruindo todos vocês para provar, ou já esqueceu? – Kenma sorriu.
— Eita porra! Eu não deixava! – Tora riu animado.
— Que filho da puta. – Yaku riu incrédulo.
É, Kenma voltou ao normal.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
O moreno estacionou, saindo do carro e o trancando, andou em direção ao elevador, ansioso para vê-lo de novo, nesse ponto havia parado de tentar negar isso. Havia visto poucos minutos da live quando deu uma pausa no trabalho, constatando que ele era realmente bom e que queria muito quebrar a cara dos haters malditos.
Saiu no seu andar, abrindo a porta com sua senha, deixou os sapatos na entrada, notando tudo apagado, passou acendendo a luz da sala e folgando a gravata a caminho do quarto. Tirou a gravata e o terno, enquanto tirava o cinto ouviu passos e parou na porta o vendo sair do quarto.
— Bom vindo de volta. – Kenma disse.
— Oi, voltei. – Sorriu contemplando a fofura a sua frente.
Era inevitável olhá-lo, tentava controlar, mas algo nele chamava a sua atenção de uma forma surreal, como se estivesse constantemente sendo atraído por ele de uma forma que não sabia como controlar, nunca se sentiu assim antes.
Sentimentos eram confusos.
O loiro desviou o olhar sentindo seu coração disparar com aquele maldito sorriso perfeito, estava sendo mais difícil que o esperado fingir que aquela atração não existia. Tentou colocar a culpa na biologia, por serem compatíveis naturalmente, mas não era só isso.
Não podia ter nada com ele, sabia disso perfeitamente, não fazia sentido arriscar tanta coisa por um simples desejo que era – provavelmente – passageiro. Tinha que dar um jeito de não demonstrar isso, seria estranho explicar para ele seu interesse quando mal se conheciam.
Tudo bem que havia acontecido muita coisa nos últimos dias, mas continuavam quase desconhecidos julgando pelo tempo, sequer devia ter cogitado fazer as coisas que andava pensando em fazer, desde deslizar os dedos pelos cabelos rebeldes à descobrir o gosto da boca dele, descobrir como ele beijava, como era ter as mãos dele pelo seu corpo e... Parou os pensamentos por aí sentindo seu rosto ferver.
— Vou tomar banho e aí a gente pede o jantar, pode ser? – Kuroo sugeriu tirando os olhos da boca dele.
Autocontrole, onde está?
— C-certo. – Murmurou indo para o quarto.
Kuroo suspirou pegando algumas roupas e entrando no banheiro, tirou as que usava, seguindo para o box, ligou o chuveiro, tentando fazer seus pensamentos nada inocentes serem levados pela água e falhando miseravelmente.
Se pegou pensando em apertar as coxas expostas e enchê-lo de marcas, fazendo questão de serem visíveis a qualquer um em um raio de 50 metros. Respirou fundo xingando-se.
— O que eu faço? – Murmurou frustrado.
Essa era uma pergunta recíproca. Os dois estavam completamente e absurdamente perdidos.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.