Kenma Arashi
Capítulo 16 – Ligações
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Narrador POV’s on
O despertador de Kenma soou e ele acordou rápido, esticando o braço e desligando antes que Kuroo acordasse, havia colocado um despertador quinze minutos mais cedo para levantar e preparar o café da manhã. Saiu da cama sorrateiramente, deixando o quarto e seguindo para a cozinha.
Pegou os ingredientes e começou a fazer as panquecas, não demorou muito nisso, passou mais tempo procurando a calda de chocolate dentro da geladeira cheia, levou para a mesa e começou a fazer o café, colocou a mesa e estava quase tudo pronto.
Não demorou muito para sentir o cheiro do alfa próximo de si, arrepiou-se ao ser abraçado por trás, sentindo a respiração de Kuroo em seu pescoço.
— Bom dia, gatinho. – Kuroo disse com a voz rouca de sono.
— B-bom dia, Kuro. – Corou com um beijo no pescoço.
— Está acordando mais cedo só para fazer o café da manhã? – Perguntou e Kenma se virou no abraço.
— Sim, por quê? – O ômega perguntou.
— Não está fazendo isso por obrigação, né? A casa é sua também, você não é mais uma visita, não precisa fazer nada para me compensar ou algo do tipo. – Disse, sério.
— Eu sei... Eu gosto de fazer isso por você. – Corou desviando o olhar.
Era muito para o seu coração ouvir que o apartamento também era seu, era como uma comprovação de que o que tinham era real.
— Então nesse caso, obrigado. – Sorriu o dando um selinho.
— De nada. – Sorriu.
— Vamos comer, esse cheiro me deu fome. – Kuroo disse indo se sentar.
— Certo. – Disse indo se sentar também.
Se serviram e começaram a comer.
— Isso está incrível. – Kuroo disse de boca cheia.
— É só panqueca. – Kenma riu.
— Não, é a sua panqueca. – Sorriu.
— Idiota. – Desviou o olhar, sem graça.
Kuroo riu e continuou comendo. Terminaram de comer e Kenma recolheu a louça e foi lavar antes que Kuroo o fizesse.
— Vai indo se arrumar. – Kenma disse.
— Certo, certo. – Suspirou obedecendo e indo para o seu banheiro.
Escovou seus dentes e enquanto tirava suas roupas para entrar no box o ômega entrou no banheiro para escovar os dentes também.
— Não quer tomar banho comigo? – Kuroo propôs.
— N-não, você vai se atrasar. – Corou.
— Que pervertido! Eu só queria tomar banho. – Kuroo sorriu.
— Cala a boca, mentiroso. – Murmurou sem graça.
Escovou seus dentes o observando entrar no box, levemente arrependido por não ter aceitado o convite. Terminou e sentou-se na bancada da pia, o observando pelo vidro embaçado.
— Ei, acha que você namorar comigo não vai te atrapalhar a ser promovido a CEO? – Kenma perguntou pensativo.
— Não, acho que isso vai acontecer depois que nós casarmos, é a única condição para assumir a empresa, não existe nenhuma regra dizendo com quem eu devo casar. – Kuroo disse sério.
— V-você pensar em casar comigo? – Kenma corou, o olhando surpreso.
— Claro que sim, um dia. – Sorriu.
Kenma sorriu aliviado por estar nos planos futuros de Kuroo. O alfa terminou o banho e saiu, enxugando-se e indo para o quarto seguido do ômega, que sentou-se na cama, lhe observando enquanto se vestia para o trabalho.
— Quer tentar? – Kuroo perguntou segurando uma gravata vinho.
— Dessa vez eu vou conseguir. – Levantou, pegou a gravata e parou na frente dele.
Passou a gravata pelo colarinho começando o nó cuidadosamente, depois de alguns segundos de dúvida sobre o passo seguinte terminou, não ficando exatamente perfeito, mas era um bom nó de gravata.
— Você está melhorando! – Kuroo disse surpreso.
— Do que está falando? Eu sempre fiz isso direito. – Disse superior fazendo Kuroo rir.
— Sim, claro, tem razão. – Sorriu o puxando para um beijo.
Não demorou para que invadisse a boca do ômega, explorando cada canto e sendo correspondido por ele no mesmo ritmo. Partiram o beijo quando o ar fez falta e o alfa contemplou o rosto corado a sua frente antes de roubar-lhe um selinho.
Pegou a sua pasta separada com seu tablet e alguns documentos, guardou seu celular no bolso e seguiu para a porta ao lado do streamer, calçou seus pés e parou com a mão na maçaneta, dando meia volta e o beijando de novo, dessa vez lentamente, carinhosamente, afastando-se e abrindo a porta.
— Estou indo. – Disse o alfa.
— Até mais tarde. – Kenma acenou o vendo ir embora.
Suspirou tocando seu peito, sentindo seu coração disparado. Era melhor dormir mais um pouco, ainda era cedo, deixaria para se preocupar com o almoço quando acordasse.
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Kuroo havia acabado de voltar da sua pausa para o almoço quando seu telefone começa a tocar. Sentou-se em sua cadeira e atendeu.
— Kuroo-san, é a Ayumi-san, vou transferir a ligação. – Yachi avisou.
— Certo. – Disse e esperou.
— Kuroo-san, é a Hirano Ayumi, boa tarde. – A voz feminina falou.
— Boa tarde, aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado.
— Na verdade sim... Eu estava indo para a empresa quando me envolvi em um acidente de carro. Eu estou bem, não se preocupe! Mas alguns ferimentos são no meu rosto... Acho que não vou poder fazer o ensaio da Daiso mais tarde. Me desculpa! – Ela disse ansiosa.
— Não se preocupe com isso, fico feliz que você esteja bem. Volte para casa e descanse, eu resolvo as coisas com a Daiso. Caso eu não consiga adiar o ensaio acharei um substituto, e não se preocupe, você terá trabalhos quando puder voltar. – Kuroo disse calmamente.
— Desculpa e... Obrigada, Kuroo-san. Vou desligar.
— Fique bem. – disse e a ligação se encerrou.
Suspirou procurando o contato da empresa de maquiagens, depois de uma ligação de quase dez minutos não conseguiu adiar e ficou de mandar por email opções de ômegas para substituir a garota.
Enviou o portfólio das duas outras ômegas da empresa e de Hinata também, era só uma tentativa, achou justo incluí-lo já que a marca não disse nada sobre o gênero do modelo.
Esperou por meia hora até ter uma resposta em seu email, para a sua surpresa haviam escolhido Hinata para o trabalho. A porta foi aberta e Bokuto entrou por ela.
— Oi! – cumprimentou.
— Ao menos bata na porta. – Kuroo disse.
— Desculpa. – Riu.
— O que veio fazer aqui? – Perguntou o moreno ao outro alfa.
— Rude! Eu vim matar o tempo até meu próximo trabalho. – Disse sentando-se.
— Já que não está fazendo nada, avise ao Hinata que ele vai fazer o ensaio da Daiso hoje, diga que o Kageyama vai com ele. – Kuroo disse.
— Mas não era a Hirano que ia fazer esse trabalho? – Bokuto perguntou, confuso.
— Sim, mas ela sofreu um acidente de carro hoje e disse que feriu o rosto então não dá para fazer esse trabalho. – Kuroo disse.
— E ela ta bem? – Perguntou alarmado.
— Ela disse que está bem, dei folga a ela. Diga que o trabalho começa às três. – Kuroo disse.
— Menos mal então. Beleza, vou lá avisar! – Levantou-se e saiu da sala.
Atravessou o prédio, indo até o elevador e apertando no andar dos estúdios, saindo e seguindo para os camarins, olhando todos até encontrar o ruivo em um deles, conversando com Akaashi, que por sua vez era maquiado.
— Olá! Desculpem interromper, mas tenho uma mensagem do chefe! – Bokuto disse.
— Tetsurou ainda não é “o” chefe. – Akaashi sorriu.
— Para mim é. Então, tangerina... Você vai substituir uma modelo em um trabalho hoje! – Apontou para Hinata.
— Eu?! – Ele olhou-o em choque.
— Sim. A Hirano-chan sofreu um acidente e feriu o rosto, não dá para fazer um ensaio de uma marca de maquiagens desse jeito então o Kuroo negociou e você vai no lugar dela para a Daiso com o Kageyama hoje, às três. – Avisou.
— Ela sofreu um acidente? – Ele perguntou preocupado.
— Ela ta bem, não se preocupe. – Bokuto disse o vendo assentir.
— Tá bom então... Ah, droga, já estou ficando nervoso. – Hinata disse ansioso.
— Você ainda está aqui? Pensei que já tinha ido para casa. – Kageyama entrou com sua câmera no pescoço.
— Mudança de planos, ele vai substituir a Hirano no trabalho hoje e você vai fotografar. – Bokuto avisou acenando para Akaashi e saindo do camarim.
— Eu nunca fiz um ensaio desse tipo... Na verdade... Eu não tenho experiência com praticamente nada! E se eu fizer merda?! – Hinata começou a andar de um lado a outro.
— Não precisa ser um gênio, é só deixar te maquiarem e deixar ele tirar as fotos, pronto, simples assim. – Akaashi disse.
— Ele tem razão, qualquer idiota consegue, é só usar esse rosto bonito e acabou. – Kageyama disse.
O ômega corou o encarando surpreso, mas Kageyama o encarava sem entender o que havia dito de errado.
— Acha meu rosto bonito? – Hinata perguntou e Akaashi segurou o riso.
— Você é modelo... Não estaria aqui se fosse feio. – Tobio disse, ainda sem entender o drama.
— Ah, c-claro... Por que eu sou modelo... Tem razão. – Disse decepcionado.
Pensou que finalmente havia conseguido um elogio pessoal do Rei arrogante.
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Eram quase quatro da tarde quando Kenma saiu do banho, enxugou-se e vestiu uma box seguida de um short de moletom. Encarou a camisa que vestiria hesitante, saiu do banheiro indo para o guarda roupas do alfa, abriu sentindo o cheiro dele concentrado nas roupas e inspirou profundamente a manga de uma jaqueta.
Procurou um pouco e achou um moletom vermelho, o vestiu cheirando as mangas longas demais para si e corando quando a ficha caiu e percebeu ter se tornado esse tipo de ômega carente. Fechou o guarda roupas como se nada tivesse acontecido e foi até o outro quarto.
Já havia preparado tudo para começar uma live, pegou seu celular confirmando que todos exceto Kai poderiam jogar hoje. Sentou-se na cadeira, colocou seu headset e abriu o discord os vendo online e iniciando uma call.
— Boa tarde! – Lev disse.
— Olá! Sentiram saudades? – Tora perguntou.
— Não. Olá ~ – Yaku disse.
— Oi. Vou iniciar a live agora, entrem no jogo logo, ok? – Disse o ômega.
Colocou o celular na mesa ao lado do teclado para o caso de Kuroo mandar mensagem e iniciou a live, já abrindo o jogo, deixando na tela do menu. Verificou sua facecam e se estava gravando a tela e o áudio corretamente.
— Oi, estamos em live. – Kenma constatou olhando o chat.
— Olá! – Tora disse.
— Oi gente! – Lev disse animado.
— Oi. – Yaku disse.
— O Nekoma está quase todo reunido hoje para jogarmos 3shot de novo, já que vocês amam nos ver surrando inimigos. – Kenma disse.
Tora e Lev riram em concordância.
— “Russo, proteja o Yamori” Ele até tenta. – Kenma leu.
— Ei! Eu consigo sim, ok? – Lev protestou.
O celular de Kenma começou a tocar, os olhos dourados fitaram o aparelho e sentiu um arrepio desagradável ao ver o nome “Daishou” escrito ali. Tirou o som trêmulo, voltando a encarar a tela do notebook tentando respirar normalmente.
— Vamos jogar logo. – Disse interrompendo uma discussão entre Lev e Yaku.
— Certo~ –Tora disse.
Entraram no jogo, iniciando uma partida. Kenma estava procurando os inimigos quando seu celular começou a tocar novamente e desviou o olhar.
— Pode atender, a gente dá cobertura. – Tora disse.
— Eu não vou atender. – Disse tirando o som do aparelho.
Engoliu em seco tentando voltar a se concentrar no jogo.
— “Alina01” Obrigada pelo donate. – Disse escondendo-se.
Saiu brevemente de trás da pilastra para atirar, acertando um headshot. Seu celular começou a vibrar e junto com ele seu corpo também tremeu, o ar parecia difícil de respirar assim que confirmou que Daishou ainda estava ligando.
Não podia ter uma crise de ansiedade em live. Levou um tiro e se escondeu, tentando se concentrar no jogo enquanto seu celular continuava vibrando insistentemente.
— “Wolfboy” e “Shinny” obrigado por seguir. – Disse trêmulo, amaldiçoando-se pela sua voz transparecer seu medo.
— Ken, você está bem? – Yaku perguntou.
— E-eu... Sim, estou bem. – Hesitou.
O celular voltou a vibrar, desviou o olhar da tela por um segundo confirmando que ainda era Daishou, seus olhos arderam, sentiu como se fosse chorar e voltou a encarar a tela, respirando pesado.
Nem se moveu quando lhe acharam em seu esconderijo e atiraram até a sua morte, continuava tentando manter a calma e falhando miseravelmente.
— Ken, você não ta bem! Estou vendo sua live. Ei, o que foi? – Tora perguntou.
— N-não foi nada... – murmurou trêmulo.
A cada vibração do aparelho sentia sem corpo tremer com a lembrança das mãos de Daishou em seu corpo naquela maldita noite, quase ouvia a voz dele em seu ouvido, era desesperador.
— Ken? Você não ta legal, precisa respirar. – Yaku disse.
— O que ta acontecendo? – Lev perguntou confuso.
— Eu também não entendi, o Ken deve estar tendo uma crise de ansiedade, no mínimo. – Yaku disse.
— Mas o que aconteceu? – Lev perguntou preocupado.
— Não faço nem ideia. – Tora disse.
Nesse ponto, Kenma mal estava os ouvindo, toda a sua atenção estava no aparelho que tocava incessantemente. Todos já haviam morrido e perdido a partida para dar atenção ao Kozume, mas ninguém entendia de fato o que havia acontecido.
— Eu vou encerrar a live. – Kenma disse tentando pensar em uma saída.
— Tudo bem.
— Se acalma, não precisa continuar a live hoje.
— Fique bem.
Sem responder nada, encerrou a live e fechou o site de streaming junto aos programas de gravação. Encolheu-se na cadeira encarando o celular que voltou a tocar.
Ele não ia parar até que atendesse. Não queria atender, mas não via outra alternativa, Daishou não descansaria até conseguir o que queria, disso tinha certeza. Pegou o aparelho nas mãos trêmulas e atendeu, colocando no ouvido.
— P-para de me ligar! – Tentou soar firme.
— Kenma! É tão bom ouvir a sua voz!
— O que... O-o que você quer?
— Você. Não é óbvio? Pare com essa brincadeira, o Kuroo não vai te amar como eu amo, sabe bem disso. Ele tem tudo, por que iria querer algo com você? Mas eu sou diferente... Eu te amo de verdade... Você precisa voltar para casa, para cá.
— C-cala a boca, eu não vou voltar, – Disse começando a chorar.
Não queria admitir, mas concordava com a maior parte das coisas que ele disse.
— E vai fazer o que? Quer ficar aí com ele? O que pretende fazer quando ele quiser ter filhos? Você é defeituoso, não pode dar isso a ele. E o que vai fazer se ele te assumir? Você vai destruir a carreira dele, vai manchar a reputação dele, vai afundá-lo até deixá-lo no seu nível, ele vai te odiar por isso. Mas comigo você pode ser feliz, eu não espero nada de você.
— Cala a boca. – Soluçou.
Por que doía tanto ouvir isso? Acreditava nele? Adoraria dizer que não, mas já havia pensado em tudo isso e não conseguia se ver no mesmo nível que Kuroo, era como se estivesse sempre o puxando para baixo. Não era bom o suficiente para ficar com ele para sempre, eventualmente Kuroo poderia querer filhos e isso estava além do seu alcance, ele acharia um ômega que pudesse lhe dar isso e seria deixado de lado.
— Você vai entender um dia, nós dois somos perfeitos um para o outro, você vai ver isso um dia e vai voltar para mim, eu sei que vai. Por enquanto você está aí brincando de casinha com o Kuroo, mas vai ver que ele não te quer, sei que vai. – disse desligando.
Kenma largou o celular na mesa, chorando audivelmente, abraçando o próprio corpo trêmulo em busca de algum conforto, mas as palavras cruéis de Daishou lhe tiraram qualquer possibilidade de se acalmar.
Apertou seu braço segurando-se para não ir até a cozinha e achar uma faca afiada, não podia fazer isso, não queria que Kuroo lhe achasse louco, não queria dar outro motivo para ser abandonado.
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Kuroo saiu do carro o trancando e caminhando até o elevador, apertou o botão do seu andar e subiu sozinho, saindo e indo até sua porta, a destrancou estranhando o apartamento muito silencioso e escuro, deixou seus sapatos na porta. Acendeu a luz da sala e entrou, deixando a sacola com o jantar na bancada da cozinha.
— Kenma, eu trouxe o jantar. – Avisou, sem resposta.
Foi até o próprio quarto, mas o ômega não estava lá. Tirou o blazer, jogando na cama e folgando a gravata enquanto ia até o outro quarto. Abriu a porta avistando o loiro encolhido na cama no escuro, acendeu a luz notando o olhar cansado dele e vermelho, as bolsas dos olhos estavam inchados, como se tivesse chorado muito. Rapidamente agachou-se em frente a cama, deslizando os dedos pelos fios duas cores.
— O que aconteceu? – Perguntou preocupado.
Kenma não respondeu, apontou para a mesa de cabeceira. Kuroo olhou vendo o celular dele ali, desbloqueado. Pegou o aparelho notando a quantidade de ligações perdidas, todas de Daishou.
— Você atendeu, não foi? – Perguntou acariciando o rosto macio.
O loiro assentiu em silêncio.
— O que ele te disse? Sabe que ele fala besteiras para tentar te ter de volta, não pode acreditar nele. – Disse aproximando seus rostos.
Selou seus lábios brevemente o vendo voltar a chorar.
— Mas e se ele tiver razão? E se o nosso namoro te prejudicar no trabalho? Eu sou um homem ômega, você não precisava me escolher. – Disse choroso.
— Isso nunca vai afetar o meu trabalho, eu jamais deixaria opiniões estúpidas impactarem no meu trabalho e muito menos deixaria alguém falar mal de você. – Kuroo disse sério.
— M-mas... Eu sou defeituoso, o que eu faço quando você quiser filhos? – Desviou o olhar, envergonhado.
O alfa sentou-se na beira da cama.
— Quem disse que filhos precisam ser biológicos? E também... Eu não penso em ter filhos. – Kuroo disse calmamente, deslizando os dedos pelo rosto macio, ganhando a atenção dos olhos dourados.
— Sério? – Kenma murmurou.
— Sim, sério. – Sorriu.
Kenma se sentou na cama, o abraçando, sendo correspondido na mesma hora. Depois de um longo tempo se abraçando, afastaram-se e Kuroo aproximou seus rostos, juntando suas bocas em um beijo calmo transbordando amor, para não deixar nenhuma dúvida no ar.
Partem o beijo respirando ofegantes com olhos brilhantes, encarando-se profundamente, Kenma sentia seu coração aquecido, naquele momento não tinha nenhuma dúvida quanto ao namoro, Kuroo lhe amava, estava tudo bem.
— Ei, eu não quero esconder o nosso namoro, podemos tornar público? – Kuroo perguntou levando uma mecha do cabelo do ômega para trás de sua orelha.
— C-como assim? – Corou.
— Paramos de esconder dos seus fãs e no meu trabalho, se perguntarem nós assumimos que sim, estamos namorando. Tudo bem? – Kuroo o olhou ansioso.
— S-sim, tudo bem por mim. – Kenma disse nervoso.
Kuroo sorriu aliviado, o roubou um selinho.
— Vamos jantar, estou com fome. – Levantou.
— Tá. – O loiro levantou, indo atrás dele.
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