Kenma Arashi
Capítulo 32 – Caótico
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Narrador POV’s on
Era cedo quando o alarme de Kuroo começou a tocar, o fazendo acordar, abrindo os olhos lentamente, notou que estava abraçando Kenma, viu seu celular e decidiu desligar antes que o ômega acordasse, tirou o braço da cintura dele e esticou, alcançando o celular e desligando o alarme, mas era tarde demais, o loiro se remexeu na cama.
Kenma pegou o braço de Kuroo e o segurou contra sua cintura, mantendo o abraço, fazendo o alfa sorrir e se aconchegar novamente contra as costas do loiro, apoiando a cabeça acima da cabeça dele.
— Só mais cinco minutos. – Kuroo disse.
— Tá. – Kenma murmurou.
Kuroo voltou a fechar os olhos, sentindo o cheiro do cabelo do loiro, era reconfortante, quase pegou no sono novamente, mas conseguiu se manter acordado, apenas descansando os olhos.
Se pudesse, ficaria o dia inteiro abraçando o ômega, mas apesar de ter nascido em berço de ouro, gostava do seu trabalho e não era irresponsável o suficiente para jogar tudo para o alto para suprir sua carência.
Cerca de oito minutos se passaram e então o moreno abriu os olhos, relutando em soltar o loiro, mas o fazendo. Logo que seus braços deixaram o corpo esguio, o Kozume abriu os olhos, lhe encarando. Kuroo fingiu não ver a expressão de “não vá” no rosto dele e se levantou da cama com o coração apertado.
— Vou fazer o café da manhã, o que você vai querer? – Kuroo perguntou.
— Qualquer coisa serve. – O loiro respondeu se encolhendo na cama, observando o noivo.
— Certo, pode voltar a dormir, eu te chamo daqui a pouco quando estiver pronto. – Kuroo disse se inclinando e beijando a testa dele.
— Tá. – Kenma murmurou o vendo sair do quarto.
Pegou o travesseiro do alfa, o abraçando, inspirando o cheiro dele e voltando a fechar os olhos. Kuroo chegou na cozinha já andando até a geladeira. Pegou quatro ovos e logo depois margarina, indo até o fogão, pegou uma frigideira e a colocou no fogão, deixando os ingredientes na bancada ao lado, voltando na geladeira.
Procurou pelo que queria e pegou um pimentão e a cebola, os levando para a bancada e cortando-os finos, separando em uma vasilha e devolvendo o resto à geladeira. Colocou a margarina na frigideira e ligou o fogo, esperando derreter antes de quebrar os ovos ali, começando a mexê-los e quando começaram a tomar forma jogou o pimentão e a cebola, mexendo mais um pouco até estar pronto.
Serviu em dois pratos e os levou para a bancada atrás de si, logo levando também as canecas e se lembrando que não havia feito o café e indo fazer. Quando Terminou levou para a bancada também, pegando os talheres em seguida, colocou o leite na bancada e voltou ao quarto, sorrindo ao ver o noivo dormindo abraçado no seu travesseiro.
Teve pena de acordá-lo e ficou o encarando por uns dois minutos, mas o medo de se atrasar lhe fez se aproximar da cama, deslizando a mão pelo braço dele, observando os olhos dourados se abrirem novamente. Ele lhe encarou e bocejou, espreguiçando-se.
— O café está pronto.
— Certo. – Disse entre um bocejo.
Sentou-se na cama criando coragem para levantar, se forçando a fazer isso, logo seguindo o alfa até a cozinha, já sentindo o cheiro bom da comida. Se sentou já se servindo do café e logo pegando seus remédio, os tomando com o café quente sendo encarado por um Kuroo fazendo uma careta para o estranho costume do namorado.
— A geladeira fica tão perto, eu podia pegar água para você. – Kuroo suspirou.
— Para quê? – Kenma murmurou se boca cheia, comendo.
— Esquece. – Tetsurou riu, também começando a se servir.
— O que tem para fazer hoje no trabalho? – Kenma perguntou.
— Bastante papelada, alguns emails para responder, a parte chata. – Kuroo deu de ombros.
— Então acho que vai acabar assistindo a live mais tarde. – Kenma comentou.
— Vai fazer live? – Kuroo sorriu.
— Sim, o campeonato de 3shot está perto, ainda temos que treinar o Lev. – Kenma disse.
— Pode ter certeza que eu vou assistir, mesmo que seja só uma parte. – Kuroo disse.
Terminaram de comer e Kenma levou a louça para a pia enquanto Kuroo seguia para sua suíte. O loiro o seguiu, parando na porta ao vê-lo se despir e entrar no box, ligando o chuveiro. Mordeu o lábio inferior nervosamente o encarando tomar banho, mesmo noivo dele, continuava hesitante em invadir o box, mas ainda assim tirou a camisa e a box que usava, abrindo a porta de vidro e entrando.
Kuroo se virou ao notar a aproximação dele, sorriu de canto quando o loiro se aproximou até seus corpos quase se encostarem. Kenma pegou a mão do noivo, a guiando até sua bunda, ganhando um sorriso de canto do alfa. Com isso, não era preciso dizer mais nada, Kuroo o beijou e o loiro correspondeu de imediato. Longos minutos mais tarde, partiam o beijo ofegantes e corados.
— Acho que precisamos de um banho de verdade agora. – Kuroo murmurou.
— É. – Kenma assentiu.
Dessa vez ambos tomaram banho, saindo do box rapidamente, se enxugando com a mesma toalha antes de irem juntos para o quarto, Kuroo abriu o guarda roupa e pegou suas roupas sociais, as vestindo enquanto encarava o loiro vestindo uma box preta e um moletom seu da mesma cor.
— Você vai se atrasar. – Kenma o encarou.
— Nem tanto, não se preocupe. – Kuroo sorriu deslizando os dedos pelo rosto macio.
Pegou sua pasta e seu celular, o guardando no bolso a caminho da porta, sendo seguido pelo Kozume. Virou-se de frente para ele e se inclinou, juntando seus lábios em um beijo lento que foi imediatamente correspondido, afastaram-se para recuperar o ar perdido e seus olhares se fixaram um no outro, ambos sorriram.
— Até mais tarde. – Kuroo disse beijando o canto da boca do ômega.
— Até. – Kenma disse o vendo se aproximar da porta.
Kuroo pegou as chaves do carro e saiu do apartamento com um sorriso difícil de esconder, deixando o loiro para trás, tocando os lábios e suspirando com o coração acelerado.
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Kenma se afastou um pouco do espelho, observando seu reflexo, atento a cada detalhe da sua maquiagem básica, feliz com o resultado. Soltou o cabelo, colocando as mechas do lado esquerdo atrás da orelha a caminho do quarto, abriu sua gaveta, pegando um short preto de lá, vestindo e seguindo para o outro quarto.
Ligou o computador e logo fez todos os preparativos para começar a live, pegou seu celular, abrindo no grupo nekoma, lembrando de avisar aos amigos que começaria em breve.
Nekoma
Você: Vou começar a live daqui a pouco – 15:04
Você: Todos estão prontos? – 15:05
Yamori: Sim, também vou começar a minha live – 15:06
Tora: Vamos jogar, matar uns otários! – 15:06
Russo: Pronto! – 15:06
Kaisen: Pode começar quando quiser, já entrei na call – 15:07
Você: Então vou começar – 15:07
O loiro se ajeitou na cadeira e colocou seu headset, iniciando a live e esperando em silêncio as pessoas começarem a entrar, lia o chat, vendo as pessoas ansiosas pela live e alguns haters como era de se esperar, seus maiores fãs, nunca perdiam nada que fazia.
— Certo, acho que agora podemos começar. – Kenma disse entrando no jogo.
— Isso aí! To animado. – Lev disse.
— Que bom, por que hoje o time todo vai cair nas suas costas. – Tora riu.
— Eu amo a crueldade do Ken nesses treinamentos, mas quando lembro quando foi comigo fico nervoso. – Kai disse rindo baixo.
— Acho que todos passamos pelos testes sádicos do Kenma. – Yaku disse.
— É, e sobrevivemos, que orgulho de vocês! – Tora disse.
Desviou o olhar para o chat por alguns segundos, lendo alguns comentários.
— Obrigado “Jiyoon” pelo donate e obrigado “Leo02” pelo follow. – Kenma disse.
“Tá sozinho hoje?”
“Cadê o Kuroo-san?”
“Vai começar a palhaçada”
“Ken, eu te amo!”
“Quero só ver”
“Cadê o Kuro?”
“Terminou o namoro? lol”
— “Terminou o namoro? lol” Não, na verdade ficamos noivos. – Kenma sorriu de canto mostrando o anel de noivado.
— Ah eu vi nos status do instagram. – Yaku disse.
— Parabéns! – Kai disse.
— Que demais! – Lev disse.
— “Cadê o Kuro?” Ele, diferente de mim, trabalha fora, então ele está lá assinando papéis e sofrendo por culpa do capitalismo. – Kenma brincou.
— Nem fale de trabalho que eu fico deprimido. – Kai suspirou.
— Vamos jogar logo, vou iniciar a partida. – Kenma disse.
— Certo! – Lev disse ansioso.
Todos entraram no jogo e a partida de iniciou. Kenma já correu até um dos prédios, achando uma arma melhor e trocando a sua, escondendo-se ali a espera de um inimigo por perto.
— Hoje vai ser um pouquinho diferente. – Kenma começou.
— Diferente como? – Yaku perguntou.
— Hoje nós quatro tentaremos matar todos os inimigos sem deixar o Russo matar ninguém e o trabalho do Russo hoje é conseguir matar pelo menos dois mesmo com a nossa interferência. – Kenma sorriu sádico.
— Eita porra! – Tora disse em choque.
— Nossa, Russo, você se fodeu bonito agora. – Yaku riu.
— “Glitchboy” e “Aimee” Obrigado pelos donates. – Kenma disse.
Olhava atentamente pela janela, achando um inimigo.
— Já estou vendo um babaca. – Kenma disse mirando pela janela.
Atirou, conseguindo acertar a cabeça e o matando com um único tiro.
— Vish, first kill do Ken! Meus pêsames Russo. – Kai disse.
— Ah, mano, eu tava tão ansioso para jogar e vocês querem me foder. – Lev choramingou.
— Se eu fosse você, começava a atirar logo, por que eu já estou vendo outro. – Kenma riu.
— Ai, o sadismo! – Yaku riu.
— Não mata ele não! Espera! – Lev gritou nervoso.
Kenma correu atrás dele e trocou tiros com o inimigo, o matando em poucos segundos.
— Ah, qual é! – Lev choramingou.
— Boa sorte, a gente só vai acabar a live quando você conseguir matar dois em duas partidas diferentes. – Kenma sorriu.
— Vish, vamos ficar aqui até amanhã.
A live continuou até, como prometido, quando Lev matou quatro jogadores, e então Kenma encerrou a live e desligou o computador, pegando seu celular e deitando na cama, notando enfim uma mensagem de Kuroo que não havia visto.
“Daqui a pouco eu chego em casa” – 17:45
Kenma leu e logo olhou as horas, eram 18:27, já era para Kuroo ter chegado em casa, estranhando a demora, ligou para ele, mas depois de algumas chamadas, a ligação caia na caixa. Sentiu um estranho mau pressentimento, principalmente ao começar a sentir um desespero e raiva que não eram seus e tentou ficar calmo, estava tudo bem, ele logo chegaria, podia ter tido algum problema com o carro, certo? Não. Ele ligaria para avisar que atrasaria, mas não havia nenhuma ligação perdida em seu celular... Esses sentimentos não eram seus... Eram de Kuroo. O que diabos havia acontecido?
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Era 17:58 quando terminou tudo, pegou suas coisas e saiu do escritório.
— Até amanhã, Yachi-chan. – Acenou.
— Tchau. – Ela acenou de volta.
— Vá para casa logo. – Kuroo a encarou por uns segundos.
— Estou quase terminando aqui, daqui a pouco eu vou. – Ela disse.
— Certo, não exagere. – Kuroo acenou novamente e seguiu para o elevador.
Quando as portas se abriram viu Bokuto ali.
— Oi bro, indo embora também? – Bokuto perguntou.
— Sim. – Kuroo disse.
O celular de Bokuto apitou e ele leu a nova mensagem.
— É o Kaashi, ele acabou também. Vou buscar ele, vai na frente. – Bokuto disse apertando o botão do quarto andar.
— Certo. – Kuroo disse.
As portas se abriram no quatro andar e Bokuto acenou, Kuroo acenou antes das portas se fecharem novamente e só se abrirem no térreo, se despediu do porteiro que lhe cumprimentou e seguiu para o estacionamento deserto, caminhando até o seu carro, antes que abrisse a porta sentiu uma presença ameaçadora e viu o reflexo de Daishou pelo vidro do carro, antes que pudesse reagir, sentiu algo gelado em sua nuca e ouviu o som da trava de algo de destravando, engoliu em seco sentindo seu estômago se revirar com um mau pressentimento.
— Vamos dar um passeio, anda até o carro verde sem movimentos bruscos. – Daishou disse em um tom de superioridade.
— Tá, calma. – Kuroo disse andando devagar com a arma grudada em sua nuca até chegar no carro verde.
Um beta abriu a porta do carro por dentro e Daishou lhe empurrou para entrarm se sentou ao lado do estranho e Suguru se sentou do outro lado, fechando a porta e alguém começou a dirigir para longe dali.
Daishou tirou o celular do bolso de Kuroo e desligou, guardando no próprio bolso. Kuroo olhava para tudo nervosamente, pensando em como sair dali, mas viu que o homem do seu outro lado também tinha uma arma na mão e decidiu que não era o melhor momento para tentar alguma coisa, engoliu em seco e aguentou firme até o carro parar na baía de Tokyo em frente a um galpão aparentemente abandonado, estacionando.
O outro homem abriu a porta ao lado dele e saiu, Daishou empurrou Kuroo para sair por ali e ele o fez, sentindo a arma do outro homem em suas costas na altura do peito, logo Daishou também saiu do carro e os dois guiaram Kuroo para dentro.
O lugar estava de fato abandonado, havia algumas cargas de tonéis com alguma coisa que não sabia o que, mas pelo cheiro devia ser gasolina e havia uma cadeira de ferro no centro do lugar mal iluminado, sem janelas ou outra saída sem ser o portão na frente, no qual o homem que dirigia entrou e trancou.
— Senta aí. – Daishou rosnou.
Kuroo se sentou e o homem ao lado de Daishou pegou uma corda grossa e começou a lhe amarrar contra a cadeira deixando seus braços imóveis. Olhou irritado para Daishou, suas presenças começavam a colidir, ambos deixando bem claro o ódio que tinham um pelo outro.
— Que porra você quer comigo? – Kuroo rosnou.
— Hm, agora sua atitude voltou? – Daishou riu encostando a arma na testa de Kuroo, que por um instante gelou.
Isso não passou despercebido por Suguru, que sorriu superior, sentindo a satisfação de enfim se vingar.
— Vi que ficou noivo do Kenma. Você realmente teve a porra da audácia de fazer isso depois de tê-lo marcado?! Isso está fodidamente errado! Ele não é seu! Não é! – Daishou gritava irritado, começando a andar na frente da cadeira.
— Não, ele não é seu! Você nunca o amou! Você só quer que ele pertença a você, mas você não o merece! Você só é um fracassado que não sabe perder! Acabou, eu estou com o Kenma, eu! – Kuroo gritou igualmente irritado.
— Cala a boca! Cala a porra da boca! – Gritou voltando a encostar a arma na testa do outro alfa.
— Você nunca o amou! Nunca cuidou de uma cicatriz dele! Quando eu fiz isso ele chorou! Chorou! Faz ideia do quanto você fodeu com a cabeça dele?! – Kuroo gritou.
Estava muito irritado, não conseguia se controlar apesar do seu coração estar acelerado e haver uma arma destravada na sua testa. Era tarde demais para calar a boca.
— Você tinha nojo das cicatrizes dele! Nunca entendeu ele, nunca ajudou ele quando ele claramente precisava do mínimo de afeto! Ele só queria que você o tratasse como uma pessoa de verdade! Era assim tão difícil?! Se ele está comigo hoje é por culpa sua! – Kuroo continuou.
Viu a expressão irritada de Daishou piorar a cada palavra, ele estava se segurando para não puxar o gatilho e Kuroo sabia disso, a cada palavra seu coração disparava e suas mãos tremiam, mas não conseguia ficar quieto.
— Eu o amava! Você nunca vai entender que o que tivemos foi especial! Ele era meu e sabia disso! – Daishou gritou, transtornado.
— Especial? Você traumatizou o Kenma! Fez ele implorar para ter atenção, o destratou sempre que podia! Isso não é amor! – Kuroo gritou.
— Cala a boca! – Daishou gritou atirando na parede atrás de Kuroo rente a sua orelha, o fazendo tremer fortemente, sorriu satisfeito.
Kuroo abriu a boca procurando palavras, mas era inegável que estava com medo que o próximo tiro fosse na sua cabeça.
— O que foi? Não tem mais nada para falar? – Daishou riu sádico se aproximando.
Kuroo o encarava irritado, mas se calou.
— Viu? Você sabe obedecer. – Daishou sorriu encostando a arma em baixo do queixo dele, apontando para a cabeça.
Tetsurou engoliu em seco com as mãos trêmulas.
— Eu vou tê-lo de volta, e você não pode me impedir. – Daishou disse.
Tirou o celular de Kuroo do bolso e usou a digital dele para desbloquear o aparelho, procurando o contato do loiro, achando com o apelido “gatinho”. Ligou e colocou no vivo a voz. Depois de duas chamadas, o Kozume atendeu, nervoso.
— Kuro! Cadê você? Eu estou preocupado! Aconteceu alguma coisa.
Kuroo trincou os dentes, sentindo vontade de chorar.
— Oi, gatinho. – Daishou sorriu.
— D-daishou? Cadê o Kuro?! Ele está com você?!
— Sim, e eu vou atirar na cabeça dele se você não vir aqui sozinho. – Daishou disse encarando o olhar odioso de Kuroo.
— Não venha! Kenma, não venha! – Kuroo gritou.
Ouviu o choro do outro lado da linha e seu coração se despedaçou, enquanto Daishou sorriu satisfeito.
— Eu vou mandar o endereço, se chamar a polícia eu mato ele antes que eles entrem aqui, entendeu? – Daishou disse friamente.
— S-sim... – Murmurou entre o choro.
— Kenma, não! Não venha! – Kuroo gritou desesperado.
Daishou riu e desligou, abrindo o aplicativo de mensagens e mandando o endereço para ele seguido de uma mensagem.“Você tem vinte minutos para chegar aqui, a cada cinco minutos de atraso eu atiro em uma perna dele, se demorar mais eu atiro nos braços”
— Vou fumar. – Kuguri disse saindo do galpão.
Tirou o celular do bolso e ligou para um número da sua agenda, esperando pouco até ser atendido.
— Alô. – Uma voz grossa soou.
— Chefe... O Daishou perdeu o controle. – Começou.
— Como assim?
— Ele continua nos envolvendo nos problemas dele. Ele nos fez ajudá-lo a sequestrar o noivo daquele ex namorado, está ameaçando atirar nele e chamou o tal do Kozume para cá. – Kuguri disse.
Ouviu um audível suspiro do outro lado da linha e engoliu em seco, podia ouvir os gritos de Daishou, ameaçando Kuroo ao fundo.
— Podem matá-lo. – Ele ditou.
— Certo. – Disse firme antes de desligar.
Guardou o celular e antes que pudesse entrar viu outro companheiro da gangue chegando tirando uma arma da cintura com uma expressão irritada por ter sido envolvido nos dramas pessoais do seu líder de novo.
— Sakishima. – Segurou o braço dele antes que ele entrasse.
— O que foi, Kuguri? – Ele perguntou parando.
— Temos permissão para matar o Daishou, temos que dar um jeito de avisar o Numai quando ele estiver distraído. – Kuguri disse e o amigo sorriu.
— Eh? Finalmente. – Ele sorriu de canto.
— Vamos entrar. – Kuguri disse e os dois entraram.
Ficaram atrás de Daishou com uma certa distância, encarando o alfa sequestrado enquanto ouviam o chefe gritando irritado enquanto vez ou outra checava as horas, torcendo para Kenma atrasar. Mas não teve essa sorte.
— Kuro! – Kenma gritou batendo no portão de metal desesperadamente.
— Não! Droga! Vá embora! – Kuroo gritou desesperado.
— Numai, deixe ele entrar. – Daishou sorriu encarando o olhar apavorado de Kuroo.
Numai obedeceu em silêncio, indo abrir a porta. Logo que abriu o ômega entrou correndo, avistando Kuroo e fazendo menção de correr até ele, mas parando quando Daishou apontou a arma para si, o fazendo estremecer.
— Não... Por favor... – Kenma murmurou voltando a chorar.
— Gatinho, não fique tão assustado, eu estou aqui. – Daishou disse com a voz suave, parando de apontar a arma para ele.
Kenma o encarou chorando, desviando o olhar para Kuroo, vendo que ele havia começado a chorar.
— Venha cá. – Daishou estendeu a mão.
Kenma o encarou antes de olhar para Kuroo, que lhe olhava igualmente nervoso. Engoliu em seco andando na direção a Daishou, sentindo seu corpo inteiro tremer a cada passo, sentindo-se esmagado pela presença nociva dele, aquele sorriso lhe assustava, principalmente acompanhado daquele tom de voz estranhamente calmo.
— Finalmente eu posso te ver de perto. – Daishou sorriu deslizando os dedos pelo rosto do ômega, que começou a chorar mais.
A presença de Kenma deixava claro o pavor que estava sentindo, fechando os olhos fortemente enquanto abraçava o próprio corpo trêmulo, fazendo Kuroo desviar o olhar, chorando com um enorme aperto no peito.
Daishou sorriu aproximando seu rosto do dele, segurando-o pelo queixo para que não virasse o rosto como tentava fazer, Kuroo olhou na hora em que Daishou juntou seus lábios em um beijo lento que não foi correspondido, inclusive sentiu a repulsa através da presença delem lhe fazendo parar e olhá-lo irritado.
— O que está fazendo? Você é meu, não me rejeite. – Rosnou apertando o rosto dele o vendo chorar mais.
— Para... – Kuroo murmurou entre o choro.
Não aguentava ver o noivo tão apavorado, preferia que ele não tivesse vindo ao seu encontro, ao menos morreria sabendo que Daishou não conseguiu o que queria.
— Tudo bem, teremos tempo para você aprender a corresponder. – Daishou sorriu acariciando o rosto do loiro.
Atrás dele, Sakishima se aproximava lentamente de Numai. Conseguindo se aproximar o suficiente para sussurrar para ele.
— Temos permissão para matar o Daishou. Vamos fazer agora.
— Tá. – Numai sussurrou.
Se afastaram, Sakishima e Kuguri ficaram dos lados de Daishou e Numai atrás dele, se olharam brevemente e os três apontaram as armas para a cabeça do seu, até então, chefe.
— Ei... O que estão fazendo? – Daishou perguntou de olhos arregalados e corpo gelado.
— Acabou. Ninguém aguenta mais essa sua obsessão doentia. – Kuguri disse.
Daishou riu nervoso e Kenma correu até Kuroo, tentando soltá-lo, mas os nós estavam muito apertados.
— Kenma, desculpa, desculpa... – Kuroo chorava.
— C-calma... Eu vou te tirar daqui... – Kenma murmurou trêmulo.
— Do que estão falando? – Daishou sorriu cínico.
— Abaixa a porra da arma. – Numai rosnou irritado.
— Anda! – Sakishima gritou sem paciência.
Daishou estremeceu por um segundo e abaixou, deixando a arma no chão e voltando a levantar, respirando rapidamente, com um medo que não esperava sentir naquele dia.
— Te vejo no inferno. – Numai disse, atirando.
Kenma estremeceu com o barulho, se encolhendo trêmulo, ouvindo o corpo de Daishou cair atrás de si, e logo a poça de sangue chegou aos seus pés e começou a hiperventilar.
— Kenma, Ken, calma, acabou, ta tudo bem! – Kuroo dizia nervoso tentando fazê-lo olhar para si.
— Com licença. – Kuguri disse se aproximando de Kuroo.
Kenma o encarou receoso, mas viu que ele estava soltando seu noivo. As cordas caíram no chão, se sujando de sangue e Kuroo abraçou o noivo, sendo correspondido em um abraço tão desesperado quanto o seu.
— Kuro, kuro, kuro... – Kenma sussurrava entre o choro o abraçando forte.
O loiro tremia mais que Kuroo naquele momento, o que só fez o alfa o abraçar mais firme, tentando fazê-lo se acalmar.
— Eu estou aqui, está tudo bem... Acabou, meu amor... Está tudo bem, respira com calma. – Kuroo dizia na orelha dele.
— C-certo. – Kenma soluçou.
Depois disso tudo foi um borrão, estavam tão nervosos que mal perceberam quando foram levados para casa por Kuguri, que os deixou na frente do prédio e foi embora. Entraram juntos no elevador, ainda em choque, o Kozume tremia sem parar, respirando rápido demais. Kuroo também não estava bem, estava enjoado e nervoso demais para conseguir acalmar Kenma com sua presença, nesse momento não tinha o menor controle sobre ela.
Quando entraram no apartamento, Kenma começou a chorar muito, abraçando o próprio corpo. Kuroo foi até ele, o abraçando forte, aliviado de tê-lo novamente em seus braços.
— Acabou, vai ficar tudo bem. – Sussurrava afagando-o.
— Kuro... Kuro... – Sussurrava nervosamente o abraçando fortemente, como se ele fosse desaparecer.
— Acabou, ele está morto. – Kuroo suspirou começando a se acalmar com a constatação.
Sim, Daishou Suguru estava morto.
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