História Kill Me, Heal Me (VHope) - The unexpected visit

Estou totalmente perdido em uma cidade que eu não conheço. Só sei que estou em Gwangju pela placa de identificação. Fora isso, estou ferrado.

Se eu me arrependo de ter fugido de casa? Não mesmo. Esse com certeza vai ser o último lugar que pensariam em me procurar, estou seguro aqui.

Só preciso achar um aluguel barato e uma casa boa pra ficar. Difícil, mas não impossível. Vejo uma casinha pequena e aconchegante com uma plaquinha escrito "Alugo" na frente. Vou até lá, não deve ser muito caro. Além do mais não tem como eu ficar rodando a cidade a pé, com essa bagagem toda e com o pouco de dinheiro que eu tenho.

Bati na porta e depois de alguns segundos vejo ela ser aberta. Não… não pode ser…

-Hoseok?!- quase gritei. Estava surpreso e chocado.

-T-TaeHyung?- ele vacilou e eu me afastei. Neguei com a cabeça e corri dali, deixando minhas malas por ali mesmo.- TaeHyung!- ele gritou e começou a correr atrás de mim. Eu olhei para atrás para ver se ele estava me alcançando, e nesse meio tempo eu não vi um poste que tinha ali e acabei batendo com tudo.

Acordo com uma dor de cabeça terrível… acho que naquela pancada que dei acabei desmaiando… espera, eu estou no quarto do Hoseok?

Levanto com dificuldade e sinto minha cabeça latejando, me causando um desconforto terrível. Vejo Hoseok chegar e me empurrar de volta pra cama.

-Precisa descansar.- tentou colocar a mão na minha cabeça

-Não me toca!- ele me olha assustado, levantando suas mãos em rendição.

-Também não precisa exagerar.

-O que quer comigo?

-Não esperava um reencontro tão "caloroso" assim de você.- revirou os olhos.- você bateu com a cabeça tão forte que ficou com problema mental? É óbvio que eu estou cuidando de você!

Revirei os olhos. Eu conheço Hoseok a algum tempo, mas desde o que aconteceu eu não confio mais nas pessoas como antes.

-Precisamos conversar.- me encolhi na cama e ele se sentou, me olhando sério e depois suspirando.- Sabe que entre eu e meu pai existe uma grande diferença, não sabe?

-Não importa! E-eu sofri nas mãos dele…

-E você acha que eu não sofri? O que aconteceu com você, aconteceu muito pior comigo. Você não tem ideia das coisas horríveis que ele me fez. Eu tive vontade de matar ele.

-E por que não matou? Por que deixou acontecer comigo?

-E você acha que eu não tentei?- gritou e abriu a gaveta que tinha em baixo da cama com certa força, tirando uma arma dali. A essa altura eu já estava morrendo de medo que ele atirasse em mim.

-A-abaixa isso!

-Eu fui fraco, TaeHyung. Eu sou fraco. E como sempre você só pensa em si mesmo. Você acha que eu sabia que ele iria machucar você? Eu não quero sujar meu nome, eu não sou um assassino.- guardou a arma novamente e me jogou um saco de gelo.- eu não faço ideia do que você está fazendo aqui, e ainda mais sozinho, mas você vai ficar comigo. Suas malas estão no quarto de hospedes.

-Mas-

-Sem mas. Você fica até conseguir se estabelecer, ou até alguém vir te buscar, sei lá. O aluguel é 150.00 wons.

-Te odeio…- falei baixo, mas ele ouviu.

-Posso conviver com isso.- deu os ombros.

-Isso é injustiça!

-Nem tudo é como você quer, TaeHyung. Eu não sou mais o Hoseok de dois anos atrás que você conheceu.- disse e saiu, fechando a porta em seguida.

Meus olhos estavam arregalados. Hoseok nunca foi tão frio comigo. Ele nunca foi assim com ninguém.

Eu e Hoseok nos conhecemos a dois anos atrás, quando ainda estávamos no colegial. Ele sempre foi muito alegre, mas vivia me contando sobre um problema familiar, um peso em suas costas. Foi então que eu conheci o pai dele, e então eu descobri qual, ou melhor, quem era o peso. Os problemas começaram aí, quando o pai dele não gostou da minha presença.

Nem eu gosto de me lembrar do que aconteceu, mas eu sei que Hoseok não apareceu no dia seguinte como ele tinha me prometido. Nem no outro. Na verdade, ele não voltou naquela escola, e eu nunca mais tive notícias dele.

-Cretino. Eu te odeio, Hoseok… odeio por nunca ter me mandado notícias, por não cumprir suas promessas, não atender minhas chamadas e não responder minhas mensagens. E odeio ainda mais o seu pai… mas se eu encontrar ele de novo, não vou me esconder como eu sempre faço… ele vai se ver comigo, e, até onde eu o conheço, ele não vai desistir tão fácil de me encontrar.