Aquilo já era demais para uma noite só, ele já havia me confundido, assustado e envergonhado demais para uma noite só.
Minhas mãos ainda estavam sobre as suas, então tentei afastá - las de meu corpo, mas assim que tentei, mais ele apertou ao redor de meu estômago, fazendo - me soltar um suspiro de dor.
— D-deixe - me ir. — Pedi, vendo que sozinho não conseguiria sair dali.
— Por que deveria? — Perguntou, quase podia sentir seu sorriso, mas não me atrevia à abrir meus olhos.
Mas isso era uma idéia.
— Eu vou abrir meus olhos. — Tentei ameaçar, logo o corpo próximo do meu se tremeu de rir. Qual a graça?
— Você é engraçado. — Ele disse, a voz rouca risonha. — Ninguém está te impedindo. — Ele disse, como se me desafiasse.
— Eu tenho que ir. — Tentei de novo, mas o outro não parecia ligar menos para o que eu falava.
— Se precisasse mesmo, não teria vindo. — Disse lógico. — Não quero que vá agora. — Simples.
— Por que? — Tentei, já que não me deixaria ir, ao menos me devia algumas explicações.
Tentava não me focar no fato de que o outro provavelmente era mesmo um assassino completamente louco. Porque se eu pensasse demais, talvez acabasse derrubando nós dois no penhasco atrás de mim, apenas de desespero.
— É diferente estar com você, Jimin. — Ele começou, sua de suas mãos soltou minha cintura e eu pude sentir aquela aérea relaxar um pouco sem metade de todo aquele aperto.
Sua mão alcançou uma das minhas e a segurou, guiando - a até algo frio. Mesmo com certo receio, apalpei aquela aérea, percebendo ser um rosto. Era seu rosto?
Continuei vagando minha mão levemente por seu rosto, com a ajuda de sua mão que segurava meu pulso com força. Pude sentir um nariz avantajado, expressão dura e cenho franzido. Mas ao contrário do que eu poderia imaginar, seu rosto era macio e liso como uma porcelana.
Nada de cicatrizes ou pele deformada como a maioria dos assassinos de filme de terror. Agora minhas pálpebras tremiam querendo vê - lo.
— Está curioso? — Perguntou irônico, mas eu assenti com a cabeça. — Assim que bati meus olhos em você, achei finalmente ter morrido e avistado um anjo. — Ele disse e por algum motivo senti meu coração esquentar. — Então eu lembrei que pessoas como eu não vão para o céu. — Ele riu, mais divertido do que amargo.
Sua mão pousou a minha em sua bochecha, perto de sua boca, tanto que podia sentir o ar quente que saía da mesma.
Senti minhas bochechas esquentarem imediatamente ao que senti algo quente e molhado ao redor de meus dedos, o que provavelmente era sua língua, envolveu dois de meus dedos, chupando - os para dentro de sua boca. Eu tentei afastar minha mão, mas a sua forte em meu pulso me impedia.
— O q-que está fazendo...? — Senti minha voz vacilar em vergonha.
Então ele mordeu com força meus dois dedos, cortando o indicador. Senti o ardor no mesmo fazendo - me soltar um grunhido assustado, logo sua língua parecia sugar o sangue que deixava um de meus dedos.
Quando ele finalmente soltou minha mão, puxei - a para mim, baixando minha visão para o chão para que não visse seu rosto, abrindo os olhos. Seus dentes eram realmente potentes, porque podia ver meu dedo sangrar pequenas gotas vermelhas, caindo no gramado abaixo de meus pés, me afastei dois passos para trás, mais perto do penhasco.
Podia ver seus pés calçados em sapatos de marca, bonitos.
— Você tem gosto de vida. — Ele falou rouco. — Sempre odiei esse sabor. — A sua voz era uma mistura sombria e divertida. — Mas combina com você, então seria suposto eu lhe odiar? — Ele se aproximava novamente, mas eu levantei as mãos pra frente, tentando lhe impedir.
— Por favor, eu tenho que ir. — Eu disse, mas de nada adiantou, ele se aproximou mais.
Pegou minha mão e vi ele tirar do bolso uma espécie de band aid e cobrir meu dedo com o mesmo, como se já esperasse que fosse morder meu dedo.
Lógico que ele esperava. Mas por que se preocupar em estancar o sangue?
— Já percebeu como tudo é tão pequeno, apenas porque você se acha tão grande? — Perguntou aleatório, me fazendo franzir o cenho.
— Não me vejo dessa forma. — Murmurei, já tendo minha mão solta da sua.
A distância entre nós parecia até segura, mas não confiava naquele homem.
— Que feio, mentindo para mentiroso. — Ele disse, se aproximando.
— Fique aí. — Tentei, mas não adiantou, logo ele estava bem de frente à mim.
Minha cabeça quase levantava só de tanto que queria ver seu rosto, mas não faria aquilo. Já sinto que estou encrencado, se eu o olhar, estarei perdido.
— Você ainda acha que decide algo aqui? — Perguntou suspirando, como se estivesse cansado.
Vi suas mãos, sorrateiras, agarrarem minha cintura de surpresa, pulei, assustado de imaginar caindo nas pedras e no mar lá embaixo.
Com isso eu acabei por encostar meu rosto em seu ombro, sentindo aquele perfume forte do outro.
— Você deveria tomar cuidado, Park Jimin. — Ele murmurou, a voz grossa perto, arrepiando meu corpo pela centésima vez naquele noite.
Então ele beijou meu pescoço, apenas um selar frio, mas que me fez apertar seus ombros fortes, em surpresa. Suas mãos em minha cintura tinham um aperto tão forte que dificultavam minha respiração.
— Vá para casa, amor. — O homem disse, me soltando finalmente.
Eu estava tonto com tudo aquilo, mas soltei o que parecia ser um sobretudo. Logo pude ouvir os passos pesados se afastando.
Então quando finalmente levantei a cabeça;
Ele já não estava lá.
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