Não sei quanto tempo perdi apenas encarando seus olhos intensos que nem ao menos pareciam piscar.
Meu corpo ainda era sustentado por seus braços e eu sentia minha respiração voltar ao normal, perguntava - me internamente se seus braços eram feitos de ferro, porque nem ao menos vacilavam, mantendo meu corpo perto.
Mas ao perceber meus pensamentos, também acabo me dando conta do que acabamos de fazer, então a realidade bate à porta, junto com o barulho de bolhas altas, ao que olho para o lado e vejo a sua panela ainda no fogo, borbulhando algo como uma sopa.
Arregalo os olhos e empurro seus braços, tentando retomar o controle de minhas pernas para ir ao chão, mas suas mãos pareciam muito bem presas debaixo de minhas coxas.
Desviei o olhar para baixo, mesmo que envergonhado, mas ele ainda encarava meu rosto firmemente.
— A p-panela. — Murmurei meio mais rouco do que o normal, por conta de ter gastado minha garganta anteriormente, vacilando um pouco.
Meu rosto queimava por completo, por ainda o sentir tão perto depois do que fizemos, ainda mais por ele não parar de me olhar um só segundo, aquele seu olhar estranho que me causava confusão e nervosismo, pois não podia entender o que estava pensando.
E as leves dores em meu corpo me envergonhavam também, principalmente porque eu gostava de cada uma delas.
— Que queime. — Ouvi a voz rouca baixa, fazendo meu interior se remexer, quente.
Certo, deveria me acalmar.
— Vamos, me solte... — Pedi também baixo, sem ter coragem de lhe olhar realmente.
— Por quê? Te destruir é simplesmente maravilhoso, mas admirar você em pedaços é incomparável. — Lentamente as palavras saíram de sua boca inchada, grave.
— Nunca irei me acostumar com isso. — Confessei meio soprado, olhando para baixo.
Podia ver minhas pernas nuas e marcadas circundando seu corpo nu, ao que suas mãos seguravam debaixo das mesmas.
— Até dias atrás você também dizia que não era como eu. — Falou na mesma altura, atraindo minha atenção.
Acabei por inclinar a cabeça para o lado, olhando seu rosto levemente sombrio, parecia que à cada frase dita, era uma mudança de humor em si.
— Já não tenho tanta certeza. — Minha voz saiu baixa, talvez até baixa demais, não sabia se o que estava dizendo era certo.
Mas vi um pequeno sorriso repuxar o canto dos lábios avermelhados, ao que aquela névoa sumia aos poucos de seu olhar.
Então suas mãos afrouxaram e eu já me preparei para ser simplesmente solto no chão, rezando para que minhas pernas me obedecessem e ficassem firmes, mesmo que eu duvidasse que isso aconteceria.
Porém ele vai me abaixando com cuidado, até que meus pés toquem o chão frio, segurando - me ainda um pouco, mesmo que eu mesmo apoiasse uma de minhas mãos em seu braço para me equilibrar.
Minhas pernas vacilavam de vez em quando, mesmo paradas, elas nunca foram boas, mas agora parecem piores. Principalmente porque minha parte traseira ardia, mesmo que isso não me incomodasse.
Ele apenas me soltou quando viu que eu estava de pé só, sem precisar de apoio.
Não ter suas mãos em mim faziam meu corpo esfriar.
Então o vi apenas olhar - me de cima à baixo, desde meus cabelos ruivos que agora provavelmente deveriam estar uma bagunça, passando por meu peitoral coberto pela fina camisa branca, agora também molhada e transparente, por minhas pernas marcadas com marcas de suas mãos até meus pés que quase não pareciam colaborar comigo em fazerem seu trabalho de manter - me erguido.
Ele inclina a cabeça para o lado e depois nega, virando - se de costas e indo em direção à panela que parecia pedir socorro.
Acabo por continuar no mesmo lugar, encarando - o.
Agora ele cozinharia nu? Penso, enquanto admiro a boa forma de seu corpo, simplesmente como se fosse perfeito.
— Park jimin, se continuar aí, irei pegá - lo e você não vai conseguir me parar. — A voz grossa alertou, fazendo - me arregalar os olhos.
Céus, acho que se eu fizesse aquilo de novo, morreria.
Então me apressei à abraçar meu próprio corpo, atrapalhando - me com meus próprios pés e andando para longe dali com passos curtos e desajeitados.
Mas parei no lugar.
— Onde é o banheiro? — Perguntei baixo, meio envergonhado de continuar em sua presença.
Então ele desligou o fogão velho, virando - se em minha direção, encarando meu corpo, antes de apontar para uma porta na cozinha mesmo, em sua frente, logo cruzando os braços.
Faço meu máximo para correr para lá, não querendo ficar de costas para si por muito tempo, mas podia ouvir que ele continuava parado no lugar.
Entro naquele cômodo pequeno e nada muito higienizado. Verifico de trancar a porta e tomo um banho rápido naquele chuveiro, apenas para tirar resíduos de meu corpo.
Toda vez que minhas mãos passavam por cada parte que marcou em meu corpo, sentia - me queimar.
Depois enrolei - me com uma impressionantemente limpa toalha felpuda, que estava pendurada perto da porta.
Abri a porta e coloquei a cabeça para fora, encontrando o mais absoluto nada, então me ponho para fora, indo com passos molhados por aquela casa por aquele corredor até o quarto, surpreendendo - me ao encontrar um conjunto de roupas em sua cama.
Fecho a porta e me aproximo.
Uma calça frouxa de moletom escura e um verdadeiro moletom, também escuro. Havia até capuz.
Não havia roupas íntimas, aquilo me deixou um pouco intimidado, mas tentei não pensar sobre, apenas vestindo - me com o que Jungkook deixou ali para mim, percebendo como parecia tudo três tamanhos maiores, servindo bem para esconder muito de meu corpo.
Talvez fosse a intenção. Iremos sair?
— Está pronto? — A voz me assustou, fazendo - me pular, virando - me rapidamente em sua direção.
Meu arrependi logo quando senti uma pontada em meu quadril, não deveria fazer movimentos bruscos.
Ele estava completamente impecável. Camiseta escura, gravata, terno, calças formais e um sobretudo escuro por cima de tudo, fazendo - me abrir a boca.
Como ele faz isso? Eu quem estava no banheiro! Não faz sentido.
— Pronto? — Perguntei meio atordoado, ainda olhando ele de cima à baixo.
Estava apoiado no batente da porta, mas então se aproximou alguns passos, olhando - me de cima até chegar em minha frente.
— Irá resolver o que tem para resolver. — Disse rouco, franzindo as sobrancelhas, ao que tornava sua expressão dura. — Depois, que o inferno esteja vago, porque iremos lotá - lo. — E então um sorriso divertido surgiu entre suas feições obscuras.
Respirei fundo e suspirei audívelmente, ainda de frente para seu sorriso.
Eu entendia agora o que ele queria dizer.
Espero conseguir resolver tudo por aqui de uma vez.
Apenas quero que não precisemos lotar canto algum para isso.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.