Finalmente sexta-feira, ninguém aguentava mais a semana.
Chegando a noite, o frio começava aparecer, as luzes amareladas deixavam o ambiente relaxante e não tinha nada melhor do que ficar em casa sozinha com a namorada. Tzuyu estava só, suas mães haviam saído e provavelmente só iriam voltar no dia seguinte, ela tinha chamado Sana para ir jantar com ela e até mesmo dormir lá, essa que aceitou a proposta de imediato.
Quando deu 19h43, Sana chegou, ela estava com algumas sacolas, dentro tinha alguns lanches e bebidas.
- Você está cheirosa - a mais nova falou, agarrando Sana por trás e beijando o pescoço dela.
A japonesa riu, sentindo cócegas no pescoço.
- Eu tomei banho, né? - Respondeu virando de frente pra maior e passou os braços em volta do pescoço dela.
Antes de beijarem uma a outra, a campainha pode ser ouvida. Quem raios seria?
Tzuyu bufou, se soltando de sua namorada e caminhou até a porta, quando abriu, seus olhos se abriram mais.
- Annyeonghaseyo! - A garota taiwanesa falou rindo, com um tom meio embriagado, entrando na casa.
- O que vocês estão fazendo aqui? - A mais nova perguntou, fechando a porta após Elkie entrar.
A mais velha tirou os tênis e sorriu sarcástica olhando pra Tzuyu.
- Oi pra você também, amiga - debochou, revirando os olhos. - Não manda mensagem, não saí mais com a gente, depois dizem que os amigos que mudam quando um começa a namorar, né?
Um estalo pode ser ouvido de Tzuyu, que apenas desviou o olhar e respirou fundo.
- Desculpa... Tem sido meio corrido essas últimas semanas e-
- Sido corrido pra falar com a gente ou no geral? Porque eu vejo você postando foto no Instagram e estando online no mesmo momento que eu te mando mensagem - Interrompeu a mais nova, aproximando dela com o semblante fechado.
- Elkie...
- Elkie o que!?
Sana estava na porta da cozinha olhando as duas em silêncio, Shuhua se aproximou as olhando também.
- Tá sentindo o cheiro?
- De quê? - A japonesa perguntou confusa, olhando pra ela.
- Tesão, é óbvio que a Elkie ainda gosta da Tzuyu - Respondeu balançando a cabeça concordando e se afastou indo até a cozinha.
Sana voltou o olhar pras duas, pensativa. Elkie gostava mesmo de Tzuyu, mas será que Tzuyu sentiu algo por ela?
Essa noite seria longa.
Não muito longe, na casa das Yoo. Nayeon, Jeongyeon, Jihyo e S/n estavam jogando APT, e relembrando da música, de Rosinha e Bruno Marcos, que virou hit quando eram mais novas.
Mesmo não sendo nem 21h ainda, as quatro estavam meio risonhas e no alto, principalmente, Jihyo. S/n e Jeongyeon eram as mais sóbrias e com razão. Suas esposas eram o cão.
- Ok, ok... Mas, quem lembra de quando a gente fomos-
- "A gente fomos?" - A maior das quatro levantou a sobrancelha na direção da amiga.
- Ai, não me correge porra! - Jeong disse revirando os olhos. - Até esqueci o que eu ia falar
Jihyo riu exagerada, jogando a cabeça pra trás. A mulher de cabelo curto, riu olhando a amiga e sentiu as mãos dela agarrando suas bochechas. S/n vendo a cena, logo segurou a esposa, afastando ela de Jeongyeon.
A Kim Park mais velha estava com um biquinho nos lábios.
- Opa, sua beijoqueira, pode ir parando - disse puxando a mais velha pro colo.
- Poxa, eu só queria um beijinho, você não me dá... - resmungou deitando a cabeça no ombro da outra.
- Eu te dou e muito, principalmente beijinhos
Jeong se engasgou com a fala da amiga, começando a rir e dar tapas na perna.
- Então você da o cu? Eu sempre soube que você queimava a rosca! - falou gargalhando, enquanto S/n ficava com as bochechas coradas.
- Ya! Vai se fuder, como se você também não desse o seu também - Retrucou, ouvindo a risada da outra diminuir.
- Chata...
Nayeon que estava deitada, se sentou, com um semblante surpreso.
- Gente... Eu tava pensando numa coisa aqui - Falou recebendo a atenção das outras. - A ciência fala que é errado comer alimentos transgênicos, certo?
- Lá vem - Jeongyeon disse baixo e concordou. - Sim, o que tem, amor?
- Significa que se alguém quiser comer alguém trans vai estar errado? Eles não podem transar? Isso é transfobia!
S/n começou a gargalhar alto, enquanto Jeong apenas tampou o rosto e balançou a cabeça. Jihyo, já não estava entendendo mais nada, então, apenas ficou deitada no colo da esposa, tentando raciocinar.
Voltando pra casa das Kim Park.
Tzuyu estava sentada ao lado de Sana no sofá, enquanto Shuhua estava contando animadamente uma das suas aventuras com suas duas amigas, Elkie estava apenas na poltrona, com uma garrafa de cerveja na mão e escutando a conversa, não estava tão animada.
- Todo mundo pensa que a Tzuyu é uma Santa, mas vou te contar, essa daí é pior que cachorro no cio quando da corda - Levantou as sobrancelhas, balançando a cabeça.
- Ah, não exagera, e a Sana já me conhece - a mais maior retrucou.
- Me engana que eu gosto... Querida, você acha que só porquê vocês transaram quer dizer algo? Ela sabe quando nós três nos beijamos no niver da Elkie do ano passado? - perguntou, com a mão na cintura.
Sana arregalou os olhos, chocada com a informação e olhou pra Tzuyu, que estava com os olhos arregalados também.
- O que!?
A noite seria mais longa do que Tzuyu imaginava e bem mais barulhenta. Seria demais perdir sossego e silêncio?
Antes que pudesse se defender, o barulho da porta pode ser ouvido. Mina e Chaeyoung passaram pela porta sorrindo, enquanto conversavam algo baixo.
— Ué, gente, que silêncio todo é esse? O que rolou? - Chae perguntou, as olhando e Shuhua foi mais rápida em dizer.
— A gente deu um beijo a três - Falou como se fosse a coisa mais engraçada do mundo e começou a rir. Ela estava completamente bêbada.
Chaeyoung e Mina arregalaram os olhos, enquanto Tzuyu apenas se encolheu no sofá.
— Minatozaki Sana! - a mais baixa já estava andando na direção da mais velha, deduzindo que teria sido ela a outra.
— Foi a Tzuyu que nos beijou - Elkie disse, sorrindo de lado.
O olhar surpreso de Chae foi o melhor, Mina só soltou uma risadinha baixa, talvez, era a única que sabia da história já que, por incrível que pareça, Tzuyu tinha mais intimidade com ela para falar sobre essas coisas, sabia que a japonesa seria a única que não surtaria com as coisas.
— O que? - a menor olhou pra irmã de boca aberta.
— Calma, foi ano passado, no niver da Elkie, já tem tempo! - desviou o olhar, fazendo careta.
Realmente, sossego e silêncio em uma sexta-feira seria demais. Bem, na casa Kim Park seria demais, agora na casa das futuras mamães não seria tanto assim.
Momo estava na cozinha, terminando de fazer o jantar, enquanto isso, Dahyun estava saindo do banho. Mesmo que estivesse ficando em casa a maior parte do tempo, estava sendo cansativo por conta da gravidez, recém descoberta ser de gêmeos, ou gêmeas.
A coreana chegou na porta da cozinha, vestia apenas um roupão branco, que marcava bem sua barriga. Dahyun sorriu ao ver a esposa e caminhou até o balcão.
— Oi, mozão - Momo falou sorrindo, enquanto se virava para olhar a menor. — Suas costas estão melhor?
— Estão bem melhor, obrigada pela massagem, você é um amorzinho, sabia? - Fez biquinho, a olhando.
Tinha como uma japonesa ser tão apaixonada por uma coreana igual Momo era por Dahyun? Tava pra existir ainda. Agora Hirai entendia perfeitamente como sua sogra se sentia e esperava muito que seu relacionamento fosse igual ao da mais velha era com Jihyo.
— Você que é um amorzinho, você e nossos bebês - respondeu, enquanto misturava o molho no macarrão. — Será que vão ser duas meninas? Ou um casal? Eu preferia que fossem duas meninas, assim elas poderiam de dar melhor
— Acho que se ele ou ela não se mexer até o próximo exame de rotina, a gente vai ter que comprar roupinhas amarelas - Riu levando a mão até o pote de tomates cerejas que estava sobre o balcão e pegou um, jogando na boca em seguida.
— Nha, não gosto muito de amarelo, é sem graça, pelo menos em roupas
Ela terminou de misturar o macarrão e desligou o fogo.
— Prontinho, macarrão e... Salsicha - fez uma leve careta. — Você e suas escolhas pra comida...
— Ah, qual é? Macarrão com salsicha é bom e com maionese, melhor ainda! - sorriu indo pegar o prato pra ela e Momo.
— Tá, mas com azeitonas e tofu? - suspirou baixo. Com certeza, essa não era a melhor combinação.
— Não reclama, ok? Seus filhos que querem! - Colocou os pratos sobre a mesa, junto aos talheres.
Momo pegou a panela, caminhou até a mesa e colocou pra ela e pra mais nova. Ela olhou pra Dahyun, que piscou os olhos pra ela e sorriu, a japonesa riu, colocando mais um pouco no prato da esposa. As duas se sentaram e foram comer, entre risos e conversas.
Voltando pra casa das Yoo, Jeong tinha levado sua esposa para tomar banho.
Na sala, S/n e Jihyo estavam sentadas no sofá. A mais velha estava sentada no colo da esposa, agarrada nela, ela sempre tinha o costume de ficar manhosa quando estava bêbada, não que S/n não gostasse disso, era melhor do que agressiva.
— Eu te amo... - Jihyo falou com a voz arrastada, levantando o olhar para a mais nova.
— Eu também te amo - Respondeu, passando a mão na cabeça alheia.
Já era a sétima vez que a menor dizia aquilo, mas isso não importava pra S/n, ela iria responder toda vez.
Mesmo Jihyo não estando totalmente sóbria, a maior sabia que aquilo era verdade, mas também, como não seria? Já estavam 30 anos juntas, escutar que sua esposa a amava era comum, mas ela nunca se cansava de ouvir e também, nunca iria cansar de amar ela. Sua vida parecia até um sonho.
Sonho?
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