POV Bonnie
Reviro na cama em meio a um sono conturbado. O pior de tudo é ter a certeza de estar presa à um pesadelo. E bota pesadelo nisso... Minha avó em um confronto sangrento com minha mãe, meu pai morto no chão e eu aqui, presa numa espécie de caixa invisível anti-magia. Sei que é um pesadelo, mas não consigo acordar de jeito nenhum. Resolvo então me sentar no chão e assistir toda aquela tragédia. De repente uma voz familiar chama meu nome, olho envolta e não o encontro.
— Bonnie...
— Enzo, estou aqui! --- Respondo à voz em meu pesadelo e ele continua me chamando...
— Bonnie...
Me levanto e percorro o ambiente aterrorizante com o olhar, já não vejo mais minha vó, nem meu pai e nem minha mãe. Vejo uma cadeira e Enzo amarrado nela, uma silhueta sai das sombras e a reconheço. Minha mãe o ataca de repente.
— Não, mãe! --- Grito e de repente sou despertada de meu pesadelo, ainda atordoada pelo sono conturbado percebo as mãos me sacolejando pelo braço e então passo a ver e ouvir Enzo extramente preocupado tentando me fazer despertar.
— Bonnie, acorde, Bonnie!
— Eu já acordei, calma... --- Respondo sonolenta enquanto ergo meu corpo ficando sentada na cama. — O que você está fazendo aqui?
— Finalmente... O que deu em você? E como assim o que estou fazendo aqui Bonnie? Eu dormi aqui! Tenho dormido aqui há mais de uma semana.
Arregalo os olhos. — Dormindo aqui a mais de uma semana? Você é o que, louco?
Enzo me olha com espanto e estranho sua reação no instante em que o sinto tocar meu rosto em um gesto de carinho.
— Benzinho... O que está acontecendo com você, hein?
Ele fala de um jeito meloso e vem em minha direção como se fosse me beijar, o empurro com a palma de uma das mãos em seu peito e ele estranha minha reação. Mas que droga está acontecendo aqui?
— Enzo eu não estou entendendo, você pode me explicar por favor o que está acontecendo aqui?
Ele suspira fundo. — Qual a última coisa que você lembra?
— De beber muito com Elena e Caroline na festa de aniversário e noivado surpresa da Car... --- Respondo.
Ele revira os olhos. — Isso deve ser algum tipo de sequela. Bom, fique tranquila amor, eu vou contar tudo a você.
Cruzo os braços na frente do corpo. Amor? Contar tudo o que? Olho pra Enzo esperando que ele me explique o que está acontecendo e ele então começa a falar.
1 mês antes...
POV Elijah
— Abby querida, quero que me faça uma gentileza.
A nova vampira me olha curiosa. — Sabe que faço qualquer coisa que você quiser, Elijah.
— Eu sei querida, eu sei. --- Dou meio sorriso. — Quero que faça uma visita à sua ex sogra. Transmita a ela meus cumprimentos, e deixe um recado meu para sua querida filha.
— Elijah, por favor, me peça qualquer coisa, mas não faça nenhum mal à elas.
Abby rebate e eu me aproximo dela em fração de segundos, a olho nos olhos e sem precisar compeli-la respondo.
— Abby querida, acredite-me. Eu não desejo fazer mal a elas, se desejasse, certamente nesse instante elas estariam saboreando o gosto amargo da dor e do sofrimento. Quero apenas que elas compreendam, ninguém provoca um Mikaelson e sai impune.
Abby me olha assustada e engole seco.
— O que exatamente quer que eu faça, Elijah?
Aproximo suavemente meus lábios do ouvido dela e sussurro minhas instruções, sua reação demonstra reprovação mas ciente de que as coisas poderiam ser pior ela apenas meneia a cabeça confirmando que entendeu sua tarefa.
— Boa menina. Agora vá, e não demore a voltar.
A vampira sai em alguns longos segundos e eu vou atrás de Freya.
— Irmã, Abby já foi transmitir à Bonnie Bennett meu recado. A bruxa deve à você e a Niklaus a minha clemência, ainda acho que deveria tê-la estripado e dado aos cães como refeição. Duvido que fazendo assim, alguém nesta cidade teria novamente a audácia de pensar contra a família Original.
Freya volta-se em minha direção.
— Já não foi cruel o suficiente transformar a mãe dela em uma vampira e torná-la sua escrava pessoal? Você ainda acalenta o desejo de matar Bonnie pra fazê-la de exemplo? Por favor irmão, estou te desconhecendo!
— Irmã... --- Prendo o riso. — Cruel teria sido perder Niklaus, caso elas tivessem realmente essa capacidade. Somos imortais, mas ainda assim, eu não suportaria perdê-lo se isso fosse possível e pensar em alguém tentando algo do tipo... Bom, me tira do sério.
Freya parece refletir e eu a avalio silenciosamente tentando adivinhar seus pensamentos.
— Entendo você irmão, só por isso estou fazendo parte de seu plano. Mas então, e ela? O que faremos com ela agora?
Volto meu olhar pra vampira que nos observa em silêncio, me aproximo dela e volto-me a Freya.
— Ela se chama Lexi, irmã. E ela também transmitirá um recado para o conspirador que a tem em alta estima. --- Caminho até a porta por onde entrei e a abro novamente, dois vampiros compelidos entram sob minhas ordens e me dirijo a eles. — Podem levá-la.
A vampira me olha assustada mas compelida não consegue se opor, eles saem com ela sem nenhum tipo de dificuldade e eu volto meu olhar à Freya. — Agora só falta o jovem Gilbert. --- Dou um sorriso sarcástico e saio dali sendo seguido por minha irmã primogênita.
POV Niklaus
Desço as escadas da mansão dos Mikaelsons e vejo ao longe Elijah sendo seguido por Freya. Respiro fundo desconfiado, algo aqueles dois vem aprontando passando todo o tempo juntos. Dou-lhes alguma vantagem e então os sigo. Não demora para que eu descubra o que eles estão aprontando, o jovem Gilbert inconsciente deitado numa poltrona velha me indica que aquela cena era parte do plano de Elijah de fazer justiça por conta da tentativa contra mim dos amigos de Caroline, que diga-se de passagem me fez o Híbrido mais feliz do mundo ao aceitar se casar comigo. Poucos dias se passaram desde o dia em que recebi o seu Sim e eu ainda consigo sorrir como se fosse um Humano bobo. Observo os passos de Elijah e Freya e vejo quando saem levando o irmão de Elena. Me mantenho oculto da percepção de meus irmãos e os sigo.
POV Caroline
— Eu não consigo acreditar no que está me dizendo Elena... Até você? --- Questiono aborrecida ao ver minha melhor amiga desconfiar do meu futuro marido.
— Mas Caroline, você precisa entender. Jeremy está desaparecido há dias e encontrei esse papel com o brasão dos Mikaelson sobre a cama dele. O que você espera que eu pense? Você sabe o quanto Klaus é vingativo... Por mais que ele te ame, não é capaz de perdoar o que fizemos contra ele.
Enfio meu rosto entre as palmas de minhas mãos num gesto de incomodo. — Elena por favor! Eu confio no Klaus, eu vou me casar com ele! Eu sei que ele não faria isso... Você não confia em mim?
— Confio Car, não confio é nele... Como você pode achar que ele não faria isso? É o Klaus Caroline, acorda!
A colocação de Elena me irrita e perco meu controle empurrando-a contra a parede da varanda. Ela me olha chocada e eu acabo me sentindo péssima por perder o controle de meus atos.
— Me desculpa Elena, eu perdi o controle...
Elena que me olha irritada tenta visivelmente se acalmar ao me ouvir me desculpando, ela engole seco e se aproxima de mim novamente.
— Tudo bem Car, eu entendo... Mas você precisa entender também que existe essa possibilidade. Por favor Caroline, Jeremy é a única família que me resta. Ao menos tente falar com ele, por favor...
Fecho os olhos por um segundo. — Está bem... --- Retiro meu celular do bolso e ligo pra Klaus, a chamada cai direto na caixa postal. — Caixa postal Elena, mas mesmo acreditando completamente na inocência dele, eu continuarei tentando falar com Klaus, eu prometo.
Minha amiga em seu olhar desesperado me olha nos olhos e me abraça, sinto suas lágrimas em meu ombro, Jeremy é realmente a única noção de família que Elena tem agora e se ela perdê-lo será certamente o seu fim. Me despeço de minha amiga que me deixa na varanda refletindo. Klaus sempre foi extremamente vingativo, mas ele me prometeu que não iria retaliar. Prometeu que não faria nada contra meus amigos... Ele não faria isso depois de me dar sua palavra. Ou faria?
Passo algumas horas sentada na varanda olhando pro nada e pensando, sem me dar conta do tempo passar. De repente me surge uma ideia e eu me levanto, entro em meu carro e dirijo. Poucos minutos depois me deparo com uma cena que me surpreende.
— Bonnie!!! Bonnie, meu Deus...
Uma de minhas melhores amigas estava no chão sobre uma poça de sangue. Ao lado dela, sua avó Sheila também nas mesmas condições. Entro em desespero com a cena e imediatamente forço Bonnie a beber meu sangue. De repente um carro encosta e ouço os passos apressados atrás de mim.
— O que houve aqui? --- Reconheço a voz de Enzo que logo vejo se abaixando próximo de mim e Bonnie.
— Eu não sei! As encontrei assim... O que você está fazendo aqui?
Ele corre até Sheila e assim como eu tenta salvá-la com seu sangue. — A bruxinha e eu tínhamos algo pra resolver hoje. Mas o que aconteceu aqui?
Escuto Bonnie que começa a tossir e logo Sheila também começa a dar sinais de vida.
— Bonnie, graças à Deus. O que houve? Você vai ficar bem, não se preocupe, te dei meu sangue...
— Caroline... Onde está a vovó? Ela a machucou? Onde ela está? --- Bonnie me criva de perguntas carregadas em aparente dor.
— Sheila está bem Bonnie, não se preocupe, dei meu sangue a ela. Mas o que houve aqui? --- Enzo assim como eu questiona a situação.
— O que foi que houve Bonnie? --- Questiono mais uma vez enquanto a ajudo a se levantar.
— Foi a Abby. --- Sheila é quem nos responde com sua voz fraca e baixa devido aos ferimentos. — Ela veio até aqui trazer um recado dos Mikaelsons.
— Como é? A Abby fez isso com vocês? Como? E como assim trazendo um recado dos Mikaelsons? --- Questiono chocada.
— Você achou mesmo que ele não iria retaliar Caroline? Ele transformou a minha mãe em uma vampira e a compeliu para que viesse nos transmitir um maldito recado! E adivinha só Caroline? Abby me atacou e se não fosse a vovó, eu estaria morta agora, drenada pela minha própria mãe!
— Não, isso não é possível... --- Comento baixo desorientada enquanto Bonnie me olha em fúria. — Klaus não faria...
— Não é possível é que você esteja cega Caroline! --- Bonnie grita comigo me encarando como se eu fosse a culpada pelos acontecimentos recentes e eu só consigo olhar pra ela chocada sem saber o que dizer. — Ele matou a minha mãe, a transformou num monstro e a fez vir atrás de mim e da minha avó.
— Bonnie eu não acredito que o...
— Já chega Caroline. Eu não vou ficar ouvindo você bancando a advogada de defesa. Sai daqui, vai ficar com aquela família de demônios... VAI EMBORA Caroline!
Bonnie me deixa ainda mais chocada com sua atitude intolerante e eu me afasto pouco a pouco sendo assistida por Sheila e por Enzo que me olha pasmo. Tomo minha velocidade vampírica apenas pra me afastar dali e assim que saio do campo de visão de Bonnie volto a caminhar em velocidade humana. Minha mente está completamente confusa, tento processar tudo que vi, tudo que ouvi, as informações recentes se misturam com as coisas que Stefan e Elena me disseram e meu coração se aperta em pensar que Klaus faltou com sua palavra e atacou os meus amigos. Como Klaus pôde fazer isso? Não, não é possível que tenha feito... Ele me deu a palavra dele e eu sei, eu sinto que posso confiar nele.
POV Stefan
Sirvo um copo com bourbon sem gelo e sorvo em um só gole. A porta se abre e logo a presença atrai minha atenção, me apresso até ela que me olha de um jeito estranho.
— Lexi, onde é que você estava? Quase enlouqueci de preocupação com você... --- Caminho até ela para abraçá-la em alívio mas ela desvia e continua me encarando de uma maneira muito incomum.
— Se afaste de mim Stefan.
— O que? Mas como assim? O que houve? --- Ela passa por mim como se fugisse e eu a observo sem entender.
— Eu só vim pra avisar que estou indo embora e nunca mais virei procurar você Stefan...
Pisco os olhos repetidas vezes sem entender. — Lexi por favor, o que houve com você? Você desaparece do nada e volta assim, estranha... O que houve?
Caminho até ela que tenta escapar de mim novamente, mas eu a intercepto puxando-a pelo braço que tenta escapar em vão.
— Solta meu braço Stefan!
Meneio a cabeça. — Porque você tá agindo assim Lexi, o que há com você? --- Aproximo meu rosto do dela a olhando bem nos olhos e percebo que ela desvia o olhar.Decido então soltar o braço dela que imediatamente se afasta em direção a porta.
— Eu vou embora Stefan, e se você sabe o que é melhor pra você, nunca mais me procure. --- Percebo que ela baixa o olhar e engole seco antes de continuar a falar. — E antes que eu me esqueça, essa cortesia é pra você nunca se esquecer de que não se ameaça um Mikaelson.
Ela baixa a cabeça novamente e vira as costas saindo sem que eu tivesse a chance de dizer alguma coisa, fecho meus olhos sentindo o peso das palavras dela ecoando em minha mente. Como eu desconfiava, Klaus decidiu se vingar mas ao contrário do que pensei felizmente ele não a feriu, somente a compeliu e usou como arma para me ferir. Fez com que minha melhor amiga virasse as costas e se afastasse de mim. Klaus conseguiu sua vingança.
POV Klaus
Observo enquanto Elijah e Freya conversam diante do corpo do jovem Gilbert, que verificando o ruído lento das batidas de seu coração, posso notar daqui que ele dorme tranquilamente. Reviro os olhos observando a cena, parece que meu querido irmão não entendeu que se fizer alguma coisa contra esse pobre coitado, a situação se complicará para mim com Caroline. Caminho até eles que se alarmam ao notar minha presença.
— Não me diga que vocês acordaram hoje inclinados a destruir minha relação com a minha noiva Caroline, irmãos...
— Niklaus, mas o que você está fazendo aqui? --- Freya me indaga com os olhos arregalados.
— A questão na verdade, querida irmãzinha, é o que vocês pretendem fazer com o jovem Gilbert. Podem me dizer?
— Niklaus, sua ironia é completamente dispensável. Você sabe, irmão.
— Isso não responde a minha pergunta. --- Uso meu tom mais seco, quem sabe assim eles notam que não estou para brincadeiras.
— Ninguém ameaça um Mikaelson e sai impune, irmão.
Bufo irritado enquanto busco mentalmente argumentos pra essa colocação de Elijah. Realmente é difícil responder a isso.
— Elijah, eu não quero problemas com Caroline e você sabe perfeitamente que prometi a ela que não vou retaliar pela audaciosa conspiração que os amigos dela arquitetaram.
— Irmão por favor entenda... --- Freya tenta interceder e eu a interrompo.
— Já chega. Eu não permito que vocês continuem com seja lá o que estiverem fazendo. Nós vamos esperar o Gilbert acordar, e ele voltará em segurança para casa... Está claro?
Elijah me fita contrariado mas sabe que de nada adiantará rebater. Encaro os dois reafirmando através do olhar a minha decisão, e sei que entenderam que não poderão ir contra a minha vontade.
— Que seja Niklaus. Eu já começava mesmo a me entediar lidando com essa situação. --- Ele se volta a nossa irmã. — Vamos Freya, deixemos Niklaus com o jovem Gilbert.
Os dois saem e eu reviro os olhos. Apesar de considerar esse um gesto deselegante, acaba sendo um ato de puro reflexo. O irmão de Elena cambaleia um pouco na poltrona e ao que parece começa a despertar mas de repente minha atenção é atraída por outra presença.
— Eu fui contra cada acusação, cada dedo levantado contra você. Te defendi com unhas e dentes porque confiei em você com os olhos fechados Klaus...
— Caroline, amor, não é o que você tá pensando... --- Tento explicar e ela aponta em direção ao jovem Gilbert que tenta se levantar em vão, completamente enfraquecido por algo que meus irmãos deram a ele.
— Eu confiei em você Klaus, e vim te procurar justamente pra te dizer isso, que eu não acreditava nas acusações que estavam te fazendo e me deparo com isso? --- Sem saber o que fazer pra resolver a situação, tento me aproximar de minha noiva mas ela se afasta e em meio a lágrimas continua a falar. — Acabou Klaus...
Meu peito se aperta, vou perder a mulher que eu amo, por uma idiotice cometida por meus teimosos irmão.
Atualmente...
POV Elena.
— E alguma notícia da Car, Stefan?
— Nenhuma, ela simplesmente desapareceu...
— Eu só espero que ela esteja bem.
— É, eu também Elena.
Continua...
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