História Laços de amor - Parte 38

(Fernanda ON)

Tinha ido até a rua pegar algumas coisas que precisava para o meu show, não eram nem seis horas e as ruas já se encontravam vazias, quase ninguém nas lojas e apenas uma lanchonete tinha um violinista se apresentando. Passei em uma loja de lingerie, precisava de algo bem vulgar e exótico para que ninguém esquecesse.

- Acho que ficou lindo em você! - a atendente me ajudava a  amarrar as tiras na minha perna enquanto eu admirava a lingerie preta em meu corpo, ela tinha uma fita que ligava a calcinha e sutiã como se fosse um body, seus detalhes de rendas me deixavam incrivelmente sexy.

- Eu adorei também, vou levar! Caso você tenha alguns brinquedos como algemas e tiaras vou levar também. - o sorriso dela se estendeu, devia pensar na comissão que ganharia.

- Vou pegar para você - concordei e ela saiu, assim que ia começar a tirar vi o trabalho que dava e apenas arranquei a etiqueta colocando meu blazer por cima.]

Logo depois de pagar passei por um mercadinho de esquina precisava comer algo então peguei uma pizza de microondas e uma garrafa de vinho, entre as estantes via o champanhe que eu e Emma tomamos no lago e as lembranças vieram à tona, me lembrando dos nossos beijos nos banheiros, as carícias inadequadas e nossas piadas sem graça....

- Débito ou crédito? - a moça do caixa me encarava com uma cara impaciente me acordando do transe.

- Débito. 

O frio da noite era terrível, quando entrei no quarto corri até a frente do aquecedor batendo o queixo, depois do meu corpo se estabilizar com o calor abri a garrafa de vinho e coloquei a pizza no microondas, me joguei na cama sentindo todo meu corpo relaxar então aproveitei para ligar para tia Elis já que desde mais cedo ela não havia me mandado mensagem.

Fernanda: Tia?

Elis: Oi amor, como você tá?

Fernanda: Tô bem, tremendo de frio mas bem e você?

Elis: É queridinha, esse clima bom é só aqui, quem mandou voltar para esse congelador - sorriu brincalhona

Fernanda:Ahhhh não me venha com essa, aqui quando está sol o calor é incrível! 

Elis: Mas afinal quando está sol aí? - sorrimos juntas

Fernanda: E minha mãe como está?

Elis: Querida, sua mãe é uma pedra, não fala nada! Mais sinceramente? Prefiro não perguntar e ficar mal com as respostas…

Elis: Mas me conte a sensação de voltar a sua cidade natal depois de tanto tempo! 

Fernanda: Péssima! - disparei e ela gargalhou. Nós ficamos conversando por um bom tempo até que ela disse que precisava ir embora, nos despedimos e só então lembrei de me perguntar sobre o ocorrido no campus, pensei em mandar mensagem, mas achei melhor esperar outra oportunidade. Coloquei a pizza e o vinho no tapete enquanto comia, a larica do beck de mais cedo fazia minha barriga roncar loucamente, depois de comer dois pedaços de pizza de calabresa liguei a Tv e sentei esperando abrir espaço na barriga para comer mais, claramente a apaixonada por pizza. Meu celular vibra com uma mensagem de Ryan.

‘’ Saiba que te amo, e por isso peço por piedade para não me matar! ‘’ - Ryan

‘’Que isso Ryan!?’’ - Fernanda

‘’ Você é incrível'' - Ryan

‘’ Para com isso porra kkkkk vc vai cancelar nosso combinado, é isso?’’ - Fernanda

‘’ Juro que não vai sobrar nada para você. ’’ - Fernanda

‘’ Me responde RYAN MOSIS!! ” - Fernanda

Aguardei alguns minutos e nada dele me responder, dei um gole no vinho puta da vida por ter que arrumar um outro jeito de fazer meu plano dar certo. Ouvi batidas na porta e me levantei sentindo minha cabeça dar uma leve girada, sorri sozinha como apenas uns goles de vinho já estava nesse estado. As batidas ganharam mais força e eu gritei ‘’Quem é’’ Ninguém respondeu, peguei meu celular e liguei para Ryan que só depois de um tempo atendeu.

Fernanda: QUE TIPO DE BRINCADEIRA É ESSA RYAN!!! - as batidas continuavam enquanto eu gritava no celular. - VOCÊ ESTÁ BATENDO NA PORTA?

Ryan: Não maluca!

Fernanda: Jura?

Ryan: SIM! 

Fernanda: Ryan então presta atenção, tem alguém aqui, preciso que ligue para a polícia, pode ser Marcos ou alguém. - falei cochichando e indo até a mini cozinha pegar uma faca.

Ryan: Fê fica calma, não é ninguém perigoso!

Fernanda: Como assim, quem então? é você idiota! - apertei desligar a ligação guardando a faca e indo até a porta abrindo de uma vez aos prantos.

- SEU IDIOTA VOCÊ NÂO PO….- antes que eu continuasse a falar tapei minha boca com as mãos incrédula do que estava acontecendo. Emma, parada em minha porta com uma cara incrivelmente sexy de  quem acabou de acordar, usava uma touca preta que tinha alguns pingos de chuva ou geada, ela tinha uma bolsa de viagem e em sua mão um copo de café.

Eu não conseguia pensar e nem falar nada, me subiu uma crise de riso que eu não conseguia controlar até escutar sua voz de forma suave me perguntar.

- Está tudo bem? - o som de sua voz entrou em mim como se fosse tudo o que eu precisava, meu coração acelerou e comecei a encarar novamente e lembrando que aquilo era real, era ela, ela estava ali.

- Oi - foi a única coisa que falei e logo depois ela começou a falar tudo muito rápido, mas eu não conseguia entender nenhuma de suas palavras porque tudo o que eu senti foi o desejo me dominar, o desejo de ter seu corpo perto de novo, de ouvir sua voz e sentir seu beijo.

Puxei sua bolsa para dentro em um piscar de olhos, vi seus olhos se assustarem quando eu puxei seus ombros também para dentro do quarto, fechei a porta com força e ela tentou falar de novo e eu a interrompi colando nossas bocas com tanta força e necessidade como se eu dependesse daquilo, em segundos estávamos nos beijando intensamente, as roupas sendo arrancadas, senti ela me olhando quando viu minha lingerie por baixo do blazer e sorrir.

- Para onde você foi assim hein? - falou em meu ouvido sussurrando  e eu apenas fechei os olhos a ignorando por não conseguir falar nada. Seus dedos pressionaram minha parte intima me torturando em círculos. - Hein, dona Fernanda…- continuou com seus movimentos me deixando totalmente explodindo de tesão, troquei de posição a jogando na cama e retirando totalmente sua roupa, seu corpo era lindo, e eu pude vê-la pela primeira vez completamente nua, senti que ela ficou tímida por sorrir tapando o rosto então me despi deixando ela me ver também para que pudesse ficar mais à vontade. Ela se sentou me deixando em seu colo totalmente aberta, seu rosto ia direto de encontro aos meus seios, ela passou por eles até abocanhar e sugar com força me fazendo gemer em resposta, suas mãos passeavam por meu corpo enquanto as minhas passavam por suas costas a arranhando. Emma me empurrou para cama enquanto descia de encontro com minha intimidade, senti o calor de sua língua sem demora fazendo movimentos rápidos me deixando refém dela, fazendo tudo que ela pedisse para que ela não parasse.

- Emms, não para por po...r fa.vor…- senti sua língua se desacelerando e ela parar quando eu ia gozar fiquei inconformada e me afastei furiosa e ela me puxou de volta.

- Calma. - sorriu maliciosa e se sentou em meu colo abrindo minhas pernas e levantando delicadamente seu corpo até nossas intimidades se encaixarem fazendo Emma soltar um gemido rouco.

- Posso fazer isso? - assenti que sim receosa por nunca ter feito aquilo, mas concordei e ela começou a roçar nossas intimidades em encaixe fazendo o calor aquecer nossas intimidades querendo por mais, nossos corpos em sincronia se movimentavam e quando o ritmo se acelerou mais senti o líquido escorrer de dentro de mim fazendo Emma mexer mais um pouco também e logo depois gozar, nossa respiração descompensada fez a gente sorrir e Emma começou a me beijar se deitando por cima de mim, senti seus dedos irem até minha vagina a sentindo totalmente úmida, puxei seus dedos e o chupei sentindo meu gosto, ela sorriu em aprovação e logo me beijou sugando minha língua para experimentar.

- Eu quero você, Fernanda. - sua voz rouca em meu ouvido me fez arrepiar e sua mão desceu novamente ficando na entrada da minha vagina fazendo pressão. Aquilo era o que eu mais queria desde a primeira vez que nos beijamos, desde que eu a vi, eu queria ser dela, apenas dela. Não falei nada, apenas empurrei sua mão para dentro de mim, sentindo seu dedo me invadir e me senti totalmente completa.

Senti minhas pernas tremerem com a última investida de Emma e minha intimidade relaxar me dando a sensação de um orgasmo intenso, Emma se deitou ao meu lado cansada também, ficamos por um tempo olhando pro teto sem falar nada apenas curtindo aquele momento. Olhei para o lado e Emma sorria para o teto o que me dava vontade de sorrir também, senti seu olhar encontrar o meu e ela subir puxando o lençol para nos cobrir, Emma cheirava meu pescoço enquanto brincava com as pontas dos meus cabelos.

- Não acredito que está aqui. - falei e ela me olhou de soslaio 

- Nem eu....

- Quem te falou onde eu estaria?

- Um pouco Elis, um pouco Ryan, eles me ajudaram a encontrar seu esconderijo. - ahhh então era sobre isso que Ryan estava falando. - Como você está? - pensei em como responder aquilo, mas eu não sabia

- Não sei, muitas coisas aconteceram, inclusive isso aqui.- apontei para a cama e ela segurou meu rosto entre as mãos.

- Você não está sozinha, estou aqui com você. - ouvir aquela frase me lembrou da última vez que escutei aquilo nos braços de tia Elis e me senti segura, com Emma eu tinha o mesmo sentimento. Selei nossos lábios por um tempo demorado e logo senti meus olhos marejar e as lágrimas escorrerem.

- Desculpa. - falei e Emma permaneceu quieta e em silêncio secando minhas lágrimas. - Por que tudo isso acontece comigo, estou cansada de fugir do meu passado Emma, não posso continuar assim e por isso voltei aqui, para acabar de vez com isso, e não de uma forma bonita, então caso não queira se respingar sugiro que volte para casa. - Emma me olhava séria e apenas falou.

- Já disse, estou com você.