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História Lágrimas do Dragão - Eppur Si Muove - História escrita por MayaBriefs - Spirit Fanfics e Histórias
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História Lágrimas do Dragão - Eppur Si Muove


Escrita por: MayaBriefs

Capítulo 4 - Eppur Si Muove


Fanfic / Fanfiction Lágrimas do Dragão - Eppur Si Muove

Eppur Si Muove (No entanto ela se move)

    

Uma leve brisa bateu no seu rosto, e ela abriu os olhos lentamente.

Sentiu as pálpebras pesadas, o corpo um pouco dolorido e viu uma fogueira crepitando na sua frente. 

Mais além, pode ver um cavalo de cor castanha, parado, preso em uma árvore.

Ela levantou o corpo da relva macia onde estava deitada, ficando sentada, e olhou ao seu redor tentando reconhecer o cenário onde se encontrava.

Era noite, e tudo o que sua visão alcançava era um descampado com algumas poucas árvores e um rio que passava ali perto. 

Sendo assim, o único som que ela podia ouvir naquela noite, era a correnteza e o fogo queimando os pedaços de galhos na fogueira na sua frente.

Num primeiro momento se sentia um tanto quanto confusa, sem entender o que estava fazendo naquele lugar, nem o que tinha acontecido.

Era como se tivesse acordado de um pesadelo muito ruim.

Olhou para si mesma, e viu que ainda estava com o vestido que usava na festa da princesa.

— Bulma! Finalmente você acordou.

Ela olhou assustada para trás e viu ninguém menos que Yamcha, se aproximando enquanto carregava em seus braços alguns galhos para manter o fogo acesso.

Bulma franziu a testa, e em uma questão de segundos lembrou-se dos últimos acontecimentos na cidade.

O ataque repentino durante o vigésimo aniversário da princesa, o fogo consumindo a cidade, e as pessoas gritando em desespero.

O sangue.

A morte.

— Onde é que estamos, Yamcha? — sua voz estava assustada e trêmula. — Precisamos ir para a cidade ajudar os outros! Minha mãe… ela… — Bulma levantou-se e mordeu os lábios com força, lembrando-se do momento horrível que havia presenciado bem na sua frente, os olhos enchendo de lágrimas sem conseguir controlar.

— Ei, ei! — Yamcha largou os galhos rapidamente e se aproximou de Bulma abraçando-a, na intenção de lhe passar conforto e proteção. Não queria que ela se sentisse mal ou sozinha diante de tudo o que havia acontecido, e ele estava ali para isso. — Está tudo bem. Estamos longe da cidade do Oeste nesse momento. Fazem algumas horas que fugimos e recém ultrapassamos o rio que delimita as fronteiras em direção ao noroeste.

Bulma piscou algumas vezes, e olhou para Yamcha.

— Nós fugimos? — ela repetiu, tentando fazer com que as palavras fizessem sentido na sua cabeça. — Você enlouqueceu? — seu tom de voz alterou, e se afastou de Yamcha, olhando irritada para ele. — Minha mãe foi assassinada na minha frente, todas as pessoas da cidade estavam em perigo! Você é um guerreiro e precisa ajudar! Nós precisamos voltar! — ela falou e virou-se caminhando determinada em direção ao rio, a fim de voltar para a cidade do Oeste, mas Yamcha alcançou ela e a segurou pelo braço, fazendo-a parar.

— Pare, Bulma! — ele pediu e ela olhou irritada de novo para ele, com algumas lágrimas que ela insistia em tentar não derramar. — Nós não podemos voltar.

Bulma puxou o braço, fazendo com que o humano a soltasse, e o encarou, ele podia ver raiva e decepção na maneira como ela o olhava.

— Não podemos voltar? Não pensei que você fosse tão covarde, Yamcha! — falou fazendo com que o guerreiro se sentisse extremamente ofendido, ainda mais porque aquelas palavras foram ditas por alguém que ele tanto gostava.

— Eu não estou sendo covarde. — se defendeu. — Só estou cumprindo uma missão que me foi dada antes de sair da cidade do Oeste. Uma missão que seu pai me pediu. — explicou. — E eu não posso ir contra isso. — sua voz carregava um pouco de irritação, e logo Yamcha pigarreou, tentando se recompor, passou a mão pelos longos cabelos e olhou para baixo. — Eu não sei bem o que está acontecendo, Bulma, ele apenas me pediu para fugir contigo, me fazendo prometer te proteger com minha vida, dizendo que o destino da Terra estava em minhas mãos. — concluiu. — Ele frisou que não podemos voltar.

Bulma ficou alguns segundos em silêncio, pensando nas palavras de Yamcha, e virou-se de costas para ele, ainda meio atordoada, passando a mão pelo rosto, cansada.

— Bulma, se você sabe o que está acontecendo, por favor, me explica. — ele pediu, querendo entender as coisas ao seu redor. Estava realmente muito confuso com o que tinha acontecido, com o que sr. Briefs havia lhe pedido, e com o que estava acontecendo. De repente, tudo tinha virado de cabeça para baixo. Seu Rei estava morto, sua cidade destruída, e ele estava longe.

Ela olhou para o chão, suspirando, e caminhou em direção à fogueira, sentando-se em frente ao calor, abraçando suas pernas ao peito. E então ela chorou. Chorou pela morte de sua mãe, chorou pela destruição da sua cidade, por estar longe de seu pai, e por não saber o que fazer, nem o que a aguardava.

Yamcha seguiu ela e sentou-se ao seu lado, colocou a mão no ombro de Bulma, e esperou que ela se acalmasse, olhando para suas expressões que aos poucos começou a se suavizar, esperando que ela pudesse finalmente lhe explicar a situação.

Bulma olhou para a fogueira tão quente na sua frente que refletia a claridade no seu rosto, em seguida, levou a mão em direção ao seu bolso e sentiu a Joia do Dragão ali dentro. Ela sabia que aquilo tudo que aconteceu na cidade do Oeste era por causa da joia que carregava consigo, sabia que aqueles cavaleiros encapuzados procuravam pela joia. Mesmo ninguém contando para ela que era isso a verdade, ela sabia, algo dentro dela fazia ela entender.

E de alguma forma, seu pai também sabia disso, por isso pediu para fugir, para proteger a joia, para proteger ela, que era a única portadora daquele colar.

Mas não sabia se podia contar isso a Yamcha, por mais que confiasse totalmente nele.

— Aqueles cavaleiros encapuzados procuravam por algo que eu mantenho comigo. Mas não posso deixar que ninguém pegue, muito menos eles. — foi a única coisa que falou - que pelo menos ela achava que era tudo o que deveria dizer naquele momento. De qualquer forma, ela não sabia muito mais sobre aquela situação mesmo.

Yamcha suspirou. Não era muito o que Bulma lhe dissera, mas era o suficiente para começar a entender, e seja o que Bulma carregava consigo, devia ser realmente muito importante. Estava curioso para saber o que era, mas achou melhor não perguntar naquele primeiro momento.

Ele desviou o olhar para a fogueira, e levantou-se em sua direção, a apagando com o pé.

Bulma olhou sem entender para ele e viu Yamcha lhe lançar um olhar determinado.

— Se isso que você carrega é tão importante assim, e se aqueles cavaleiros estão atrás de você por isso, acho melhor permanecermos escondidos e sem chamar a atenção. Não vamos seguir pelas estradas, vamos seguir pelas florestas e montanhas, sem que ninguém possa nos encontrar. Provavelmente estaremos mais seguros dessa forma. — explicou.

Viu Bulma concordar com a cabeça e ele começou a se sentir melhor. Pelo menos agora ela já havia tirado da cabeça a ideia de voltar para a cidade do Oeste e conseguiu se acalmar. Sentia-se mais segura e protegida tendo Yamcha ao seu lado. Não estava sozinha, ele iria ajudar ela com o que precisasse.

— E nós iremos para onde, afinal, se não podemos voltar? — Bulma perguntou por sua vez, e Yamcha inspirou profundamente.

— Seu pai pediu para irmos até alguma cidade. Mas para onde exatamente, apenas você vai poder me dizer… — respondeu, lembrando-se das palavras de sr. Briefs. — Eu não entendi direito o que seu pai quis dizer com isso, sabe? … Mas ele pediu para que você nos guie com seus instintos, e para desenvolver suas habilidades. — explicou, e Bulma não respondeu por um momento. — Olha, Bulma, eu ainda não sei muito bem o que está acontecendo. — admitiu. — E você não precisa me contar nesse momento se não quiser. Eu só… só quero seguir minha missão, que você fique bem e espero que tudo dê certo no final.

Bulma pareceu refletir sobre as palavras de Yamcha .

Guiar-se com seus instintos, desenvolver suas habilidades…

Eram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que ela sentia-se tão confusa quanto Yamcha naquele momento, e olhou para as estrelas procurando por respostas. Respostas aquelas que precisava procurar dentro de si mesma.

E ela tentou entender, sentindo que suas emoções queriam levá-la de volta para a cidade do Oeste, onde estava seu pai, mas algo mais no fundo insistia em dizer que era perigoso voltar e que ela precisava seguir em frente.

Isso seria seu instinto?

As estrelas brilhavam tão intensas, e ela levantou-se, ainda olhando para o céu, como se ainda estivesse procurando entre elas, a resposta.

Yamcha permaneceu parado, observando Bulma, enquanto ela deslizava vagarosamente pela relva, olhando para cima, em silêncio. Sua pele parecia que brilhava em resposta às estrelas e ele perdeu-se em pensamentos admirando ela.

Abriu a boca querendo falar algo, mas as palavras se perderam na sua garganta e ele não sabia ao certo o que dizer. Até que Bulma virou-se na sua direção, os olhos tão brilhantes e intensos.

— Vamos continuar seguindo pelo noroeste. — foi a única coisa que ela falou, e Yamcha, sentindo a boca seca, apenas assentiu com a cabeça.

Por mais dúvidas que ainda tivesse, iria fazer o possível e o impossível para protegê-la sempre, e não apenas por ter sido lhe dado tal missão, mas porque gostava de Bulma e queria o bem dela.

 

~ ~ ~

 

A medida com que os dias iam se passando, a paisagem ia mudando pouco a pouco, mas por mais cansado que estivesse, ainda lhe era reconfortante poder observar Bulma dormir tranquilamente enquanto vigiava durante as noites.

Passaram por campos, pequenas florestas, e agora haviam recém alcançado as montanhas rochosas que levavam ao noroeste.

Enquanto isso, paravam em poucos momentos pelo trajeto, tentando avançar o máximo que podiam por dia e estar cada vez mais longe da cidade do Oeste. Ele já estava acostumado com as viagens que às vezes fazia por ser um guerreiro, então sabia se manter bem com poucos recursos, descansava por breves momentos, e caçava para comerem todos os dias. Mas ele notou que Bulma obviamente não tinha a mesma resistência que ele, ela estava sentindo muito mais o peso de viajar com poucos recursos, por mais que estivesse tentando fazer o suficiente para que ela se sentir bem e confortável.

Naquela noite, pararam perto de algumas árvores mais fechadas, deixando para atravessar as montanhas rochosas apenas no dia seguinte. 

Seria uma difícil travessia por entre as montanhas, por isso precisavam estar descansados o suficiente. Mas a verdade era que Bulma estava visivelmente cansada, não apenas pela viagem, mas por tudo o que acontecera naqueles últimos dias.

Ela nunca havia ido tão longe em toda sua vida, e não estava sendo nem um pouco como ela imaginava que seria aquela viagem. Não se parecia em nada como nos livros que costumava a ler. Mas o que mais a incomodava sobre tudo aquilo era a forma com que estava acontecendo, pois não era exatamente como ela sonhava quando mais nova - estava ali naquele momento porque estava fugindo, e não viajando e se aventurando para conhecer lugares novos como sempre quis.

Encolheu os ombros, encostada em uma grande árvore, tentando procurar conforto para dormir com o casaco do guerreiro lhe cobrindo parte do corpo, como estava fazendo todas as noites, e o observou sentado em uma pedra na sua frente, olhando para o horizonte.

Ela o admirava muito, e percebia que Yamcha não estava medindo esforços para protegê-la desde que haviam embarcado naquela viagem.

Não sabia dizer como, ou em qual sentido, mas gostava muito dele, e estava, apesar de tudo, feliz em ser ele quem a acompanhava naquele momento.

Até que ela levantou-se por fim, depois de ficar tanto tempo devaneando em silêncio sem conseguir dormir, e caminhou sem fazer barulho até ele, tocando no seu ombro para chamar sua atenção quando se aproximou.

Porém, aquele toque fez Yamcha ficar em alerta, e virar-se rapidamente na sua direção empunhando sua espada a fim de lutar com quem é que fosse que havia se aproximado, e ele congelou ao ver que era Bulma quem estava ali, parada assustada, olhando para ele com sua espada a centímetros de distância dela.

— Bulma! — exclamou e logo guardou a espada, tentando se recompor. — Me desculpe! Achei que fosse alguma ameaça. Você não devia estar dormindo?

— Eu não consegui dormir. — ela confessou, ainda um pouco assustada. — Bem… Eu posso sentar com você?

— Claro… — respondeu sem jeito e Bulma sentou do seu lado, tão próximo que podia sentir o calor do corpo dela. Aquela simples aproximação fez ele sentir o coração bater forte.

— Obrigada, Yamcha. — ela falou de repente, com toda sinceridade que sentia. — Eu não sei se eu conseguiria sem você. — admitiu e sorriu, olhando para ele.

— Você sabe que não há nada para agradecer, Bulma. Só estou fazendo o meu dever.

— Mas eu sei que está cansado. Fazem dias que você praticamente não dorme, vigiando enquanto apenas eu durmo. 

— Não se preocupe comigo, eu estou bem. — ele desviou o olhar.

— Eu posso ver que você também está cansado. — ela insistiu. — E está tudo bem, você não precisa ser forte o tempo todo. Tudo isso aconteceu, tão de repente. Eu entendo que precisa descansar também, seria muito egoísta da minha parte apenas deixar com que você se encarregue de tudo. Deixe que eu vigio essa noite. Vai descansar um pouco.

— Não quero que nada aconteça contigo.

— Ei, por acaso está me subestimando? — ela falou cruzando os braços e ergueu uma sobrancelha. — Eu estou realmente sem sono no momento, posso ficar acordada essa noite para vigiar. Se eu ver ou ouvir alguma coisa, prometo que te acordo. Apenas, tente não se preocupar e vá descansar para repor suas energias!

Yamcha permaneceu um tempo olhando para ela. Não queria ir e deixar aquilo tudo nas costas de Bulma, mas tinha que admitir que precisava de uma longa noite de sono para se sentir cem por cento novamente, afinal, não sabia até onde eles iriam e até que ponto conseguiria aguentar naquele ritmo.

Convencido, concordou com a cabeça, mas antes de se levantar para ir dormir, sentiu Bulma segurar sua armadura puxando ele para mais perto, e descansar seus lábios nos dele em um beijo calmo e sereno.

Em seguida, ela se afastou e olhou nos seus olhos, mordendo os lábios. Suas bochechas coraram instantaneamente quando ela se deu conta do que havia feito.

Yamcha cogitou a possibilidade de já estar sonhando, mas não, aquilo era real. Tocou no rosto quente de Bulma e trouxe-a para mais perto, beijando ela com mais intensidade.

Ele queria que o tempo parasse, mas quem parou foi Bulma, tocando no seu peito e o afastando.

— Você precisa realmente descansar. — ela reforçou, impedindo ele de continuar. — Vá.

Em um suspiro profundo, mesmo Yamcha preferindo ficar ali com ela, ele concordou e sorriu, antes de deixá-la ali vigiando naquela noite.

Bulma viu ele se afastar e deitar onde estivera alguns minutos antes.

Encontrou-se sorrindo, por um momento, e em seguida balançou a cabeça, tentando jogar para longe seus pensamentos, pois precisava se concentrar.

Olhou para todos os lados de onde estavam para observar o local, e viu que de um lado, havia apenas montanhas rochosas, enquanto do outro, havia algumas árvores.

Seria uma longa noite, ela sabia.

Ergueu o olhar, a lua era nova e mantinha aquela noite mais escura que o normal, e cantarolou suavemente uma música que aprendera ainda pequena para se distrair enquanto os minutos iam passando.

Até que ela não soube mais dizer quanto tempo desde então havia se passado, mas começou a sentir-se cada vez mais cansada em ficar ali, parada sem fazer nada.

Levantou, e começou a caminhar de um lado para outro, sem se afastar muito de onde estavam, ora ou outra olhando ao redor. Mas nada, estava um completo silêncio.

Puxou de repente o colar que carregava no bolso, e ficou olhando para a joia por alguns segundos. Não tinha mais tirado ela do bolso desde que saíram da cidade do Oeste, com um pouco de medo.

Mas não sabia como podia ter medo de uma joia tão linda, ela brilhava com força naquela noite clareando ainda mais o local escuro, e cada vez mais se sentia tão fascinada com aquela joia delicada, era como se estivesse sempre chamando por ela.

Até que colocou-a em volta de seu pescoço, quase num instinto, sentindo aquela sensação estranha - mas tão boa - que sentira na primeira vez, percorrer seu seu corpo novamente. O calor no corpo, as energias que pareciam renovadas. E todas as palavras que seu pai havia lhe dito sobre aquela pequena joia invadiram sua cabeça, e ela se questionava sobre tanta coisa mentalmente.

Podia sentir o poder que a joia emanava, era quase algo físico, e ficava ainda mais intenso quando ela a colocava, mas ainda não sabia muito bem como lidar com aquilo, e nem o por quê seu pai pedira para ela evitar usar o colar. Era algo mais forte que ela e ela queria usar.

Mas foi tão de repente que ela foi tirada de seus pensamentos, quando sentiu os músculos de seu corpo ficarem imóveis, e um estranho frio irrompeu de repente seu corpo frágil.

Aquela mesma sensação…

Ela abriu a boca para tentar respirar melhor e podia ver a fumaça de calor que saía de seu corpo com a respiração, ao entrar em contato com o ar gelado, como se estivesse em pleno inverno.

Uma sensação ruim e estranha percorria pelas suas veias, e ela logo reconheceu aquela sensação - não tendo boas lembranças do que havia acontecido a seguir quando tinha sentido ela alguns dias atrás, antes do ataque da cidade do Oeste.

Bulma sentiu o corpo tremer, e ergueu o olhar em direção ao horizonte. Viu um vulto se aproximar por entre as árvores, como se deslizasse flutuante sobre a relva e ela se sentiu incapaz de gritar, falar, ou se mexer para tentar chamar Yamcha. Estava petrificada, apenas vendo aquele vulto se aproximar, tomando forma conforme chegava mais perto.

Era um dos cavaleiros encapuzados.

E ele parou, em poucos passos de distancia de seu corpo. O frio que vinha dele era insuportável e Bulma fazia esforço para respirar.

Não conseguia ver seu rosto, coberto pelo enorme capuz, mas viu ele estender lentamente uma mão em sua direção. Era tão pálido como a neve branca do Nordeste, e ela pensou que ele não tivesse vida.

 

Yamcha mexeu-se desconfortavelmente sentindo um pouco de frio, e virou o corpo, a fim de procurar uma posição mais confortável para continuar a dormir. Nesse pequeno tempo em que ele acordou, ouviu o relinchar de seu cavalo que estava amarrado perto dali.

Abriu os olhos vagarosamente, confuso. A visão ainda meio embaçada, demorou para focar e entender exatamente o que estava acontecendo diante de seus olhos. 

E viu Bulma, que estava parada imóvel, e na sua frente, um cavaleiro encapuzado estendendo a mão para tocá-la.

Foi então quando entendeu, e despertou completamente, ficando em alerta e sobressaltando pegando sua espada que estava ao seu lado.

— Bulma! — ele gritou e correu em sua direção.

Bulma estava em um estado de transe, e somente quando ouviu chamarem pelo seu nome novamente, que ela voltou a si, e deu um grito quando viu Yamcha pular na sua frente, fazendo movimentos com a espada, tentando acertar o cavaleiro, que revidou seus golpes empunhando também uma espada com muita agilidade.

— Bulma... Corra! — ele gritou, mas Bulma parecia ainda imóvel. — Vá para as montanhas, Bulma! Se esconda!

— M-mas… Yamcha! — ela não queria deixá-lo ali sozinho, lutando contra aquele monstro.

— Eu prometo que irei te encontrar depois! Agora, vá!!!

Bulma engoliu em seco, assustada, e saiu correndo em direção às montanhas como Yamcha lhe pedira.

 

Yamcha segurou com força a espada encarando o cavaleiro com raiva, enquanto esperava ele se aproximar novamente, e começou a lutar com todas as suas forças, mas todo ataque era bloqueado pelo cavaleiro, ele era ágil e forte.

Estava totalmente concentrado, tentando matar o adversário para ir atrás de Bulma o mais rápido possível, não queria deixá-la por muito tempo sozinha, pois tinha medo de ela se perder ou acontecer algo.

Mas ao olhar para o lado viu que mais dois cavaleiros, em seus cavalos, passaram galopando em direção às montanhas por onde Bulma havia fugido.

— Não… Não... Droga! — exclamou sem saber o que fazer. Precisava matar logo aquele que o enfrentava, e em seguida teria que correr atrás dos outros dois que foram atrás de Bulma.

Estava cada vez mais nervoso, ansioso e com um movimento rápido, ele acertou o braço do oponente. Foi um golpe forte, que seria capaz de arrancar sangue dele, mas parecia não ter surtido efeito.

Arregalou os olhos, assustado. Aquele monstro parecia ainda mais forte e resistente do que ele poderia imaginar, e sentiu em seguida, ser perfurado no seu ombro com a espada do inimigo.

Ele gritou. Viu o seu sangue escorrer.

O cavaleiro puxou a espada, tirando de seu ferimento, e Yamcha sentiu aquele movimento queimar e rasgar seu corpo por dentro.

Ele segurou seu ombro, vacilante, mas não podia se entregar. Precisava continuar lutando.

 

Bulma corria rapidamente pelo solo desuniforme que levava até as montanhas. Havia muitas pedras perdidas por entre a pouca relva que havia, além de algumas árvores pelo caminho que a atrapalhava para seguir livre.

Aos poucos, a paisagem mudou totalmente e entrou em um cenário assustador, com árvores secas e sem vida, e percebeu que a quantidade de pedra solta no chão apenas aumentou, tomando totalmente o lugar da grama verde em uma paisagem cinza e nublada.

Aquilo dificultava ela de continuar rápido, mas conseguiu se esconder atrás de um grande rochedo.

Seu coração parecia que iria pular pela boca, e ela tentou se acalmar. Apenas desejava com todas as forças que Yamcha conseguisse acabar com aquele monstro e viesse atrás dela de uma vez.

Mas no momento seguinte, ouviu galopes se aproximando e abafou um grito com a mão. Sua respiração estava pesada e ela tentava se controlar para não fazer barulho.

Viu um cavaleiro passar reto pelo rochedo onde ela se escondia e parou mais adiante, olhando de um lado para outro a sua procura.

Tentou por fim, silenciosamente, dar alguns passos para trás e fugir, mas pisou em um galho perdido, quebrando ele com seu peso, e viu o cavaleiro olhar atento em sua direção após ouvir o barulho.

Ela teve certeza que o viu sorrir ao vê-la, mesmo com as sombras do longo capuz cobrindo seu rosto, e voltou-se na sua direção para tentar pegá-la.

Em um grito alto e desesperado, ela correu novamente, o mais rápido que seu corpo poderia aguentar. Estava difícil respirar, cansada de tanto correr, e mais a adrenalina de fugir, para tentar salvar a própria vida. Ela não sabia quanto tempo mais poderia aguentar naquele ritmo.

Até que se encontrou em um declínio íngreme e parou, olhando para baixo.

Não parecia a melhor opção descer, sabia que era perigoso e poderia escorregar pelas pedras perdendo o controle. Mas voltar não era mais uma opção, pois o cavaleiro estava logo atrás dela.

E desceu. 

As pedras eram soltas e ela escorregava constantemente, se machucando com mais facilidade.

Estava com muito medo, e já não conseguia mais prestar atenção por onde andava.

Até que alcançou um solo mais estável e achou que pudesse estar a salva, já que o cavaleiro não teria como descer com seu cavalo com tanta facilidade por onde ela passou.

Mas mal percebeu quando outro cavaleiro encapuzado se aproximou por outro lado. 

E ela congelou, olhando para ele que se aproximava. O coração parecendo que iria saltar pela boca, e tudo o que ela pensou foi em Yamcha.

Novamente, viu o cavaleiro erguer a mão esguia e branca em sua direção, tentando alcançá-la, e ela sentiu como se ele estivesse sugando toda sua energia, pois podia sentir o corpo enfraquecendo pouco a pouco.

A Joia do Dragão que envolvia seu fino pescoço, inclusive, foi perdendo seu brilho intenso, até que parou de brilhar por completo, e foi então que ela perdeu totalmente a consciência, desabando no chão em um desmaio.

O cavaleiro encapuzado inspirou fundo se aproximando cada vez mais do corpo caído, pronto para atacá-la e pegar sua joia tão vulnerável.

Estava tão próximo naquele momento que faltava pouco, muito pouco para conseguir tanto o que queria, até que alguém gritou, chamando sua atenção e ele ficou novamente em alerta, olhando para o lado ao encontrar a figura de um homem com uma espada na mão encarando-o.

Não houve muito tempo para agir, pois o homem correu na sua direção e o cavaleiro, que estava prestes a pegar a Joia do Dragão, não teve outra chance a não ser segurar firme sua espada e lutar contra aquele homem para se proteger.

Suas espadas se chocavam em uma luta frenética com golpes fortes e precisos, ambos eram rápidos com seus movimentos, mas o cavaleiro conseguiu ser um pouco mais rápido e acertar em um corte no abdômen daquele homem.

Ele vacilou por alguns segundos colocando a mão sobre o ferimento, dando tempo suficiente para o cavaleiro fugir.

Grunhiu baixinho, quando percebeu que tinha sido ferido, e apenas viu o cavaleiro fugir por entre a névoa. Mas não foi o suficiente para abalá-lo, pois já havia se ferido muito pior em outras lutas.

Se não fosse pela mulher caída desfalecida no chão, ele teria seguido aquele Ser estranho para acabar com ele, mas percebeu que ela estava machucada e precisava fazer alguma coisa.

Ela usava vestes humanas, e estava com vários cortes pelo corpo, pedaços do seu vestido rasgado.

Tentou inutilmente acordá-la antes de qualquer coisa, e ao perceber que ela estava inconsciente, decidiu que precisava ajudá-la.

Pegou-a fortemente em seus braços e voltou até seu cavalo que havia deixado ali perto, acomodando a mulher de forma que ficasse o mais confortável possível, e logo partiu o mais rápido que pode de volta para sua casa, que ficava perto dali, no reino dos Saiyajin.



 


Notas Finais


Bem, temos um Saiyajin por aqui? Sim! Deixem seus palpites dizendo quem vocês acham que é!
E Yamcha, será que ele vai conseguir sair dessa?

Beeijos e até o próximo!


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