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História Lágrimas do Dragão - Fee Ra Huri - História escrita por MayaBriefs - Spirit Fanfics e Histórias
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História Lágrimas do Dragão - Fee Ra Huri


Escrita por: MayaBriefs

Capítulo 30 - Fee Ra Huri


Fanfic / Fanfiction Lágrimas do Dragão - Fee Ra Huri

 

Fee Ra Huri (Uma mudança)

Cidade do Noroeste, Reino Saiyajin

Bulma ficou desconfortável.

Não seria estranho alguém em tempos de guerra dizer que quer ser um aliado deles, até porque, recentemente conheceram Tapion, que os encontrou e também pediu para ser aliado dos saiyajins. Mas a verdade era que ela sabia e sentia desde o começo que Tapion e Minoshia não tinham más intenções, e que realmente queriam ajudar e receber ajuda.

No entanto, naquele momento na sala de reuniões, onde estava parada de frente para um mago que tão pouco conhecia, sentia em seu íntimo que a intenção dele em se tornar aliado não era totalmente sincera, e sentiu quase um sufocamento quando ele cruzou com seu olhar. Algo a perturbava demais sobre sua presença ali e não foi preciso olhar mais de uma vez para Vegeta, para ele entender que Bulma sabia que tinha algo de errado naquilo tudo.

— Aliados? — Vegeta deu alguns passos pela sala enquanto olhava diretamente para Babidi na intenção de intimidá-lo, mas não surtiu o resultado desejado, visto que o mago se manteve de cabeça erguida e firme.

— Eu e meu pai somos magos antigos e muito poderosos, creio que podemos servir de grande ajuda se tornando aliados, inclusive, podemos conseguir grandes guerreiros para ajudar.

— Não tenho certeza se nós precisamos de um mago, ou dois que seja, como aliados.

Vegeta o encarou, não totalmente convencido, e Bardock, que apenas assistia, não entendia os motivos para o príncipe parecer nem ao menos querer ouvir melhor a proposta do mago, afinal, no seu ponto de vista, todo tipo de aliado deveria ser bem-vindo, ou ao menos ouvido antes de se descartar.

— Veja bem… nós somos ilusionistas, e isso pode vir a calhar durante uma guerra. — tentava argumentar, mesmo sabendo que talvez não fosse ser tão fácil convencê-lo. Quando teve a ideia de ir até o reino saiyajin propor uma aliança, sabia que teria suas dificuldades, mas estava pronto para arriscar e colocar seu verdadeiro plano em ação, independente se a resposta do saiyajin fosse positiva ou não.

— E o que o fez vir até nós, propor uma aliança? Qual seu motivo sobre essa guerra? Você poderia ter ido até os icejins e propor uma aliança à eles, ao invés de nós.

Babidi respirou fundo e tentou não demonstrar aborrecimento, apenas sorriu em resposta. Vegeta realmente não iria facilitar.

— Sei que vocês, saiyajins, estão lutando pela paz na Terra, e é apenas isso o que me importa.

— Ou talvez esteja apenas querendo se aproximar da Joia do Dragão? — Vegeta deu um passo à frente, chegando ainda mais perto de Babidi, sem se importar de falar abertamente sobre a joia, no máximo depois, apenas teria que matá-lo. O mago era relativamente mais baixo que ele, mas mesmo assim não se sentiu intimidado o suficiente. Vegeta estava jogando com Babidi que não era tão bobo assim para cair nas armadilhas que o príncipe criava.

Babidi fechou os olhos.

— Eu não poderia esperar menos do rei saiyajin. — comentou, chamando atenção por se referir a ele como rei. — E devo admitir que admiro sua postura e desconfiança. Em tempos como esse, não podemos confiar em qualquer um que tente se aproximar, não é mesmo? Mas também acredito que toda ajuda é necessária. Eu não tenho motivos para me aliar com os icejins. O desejo deles, sim, é obter a joia e talvez até mesmo a Espada Lendária, e isso é motivo suficiente para eu não querer ajudá-los. Ou o que você acha que vai acontecer com a Terra quando o mestre dos icejins colocar as mãos na Joia do Dragão? Obviamente tudo iria virar um caos, e eu quero lutar junto para evitar que isso aconteça, porque todos nós seremos prejudicados com isso, independente de estar ao lado dos icejins ou não. Ajudá-lo seria o mesmo que condenar a própria vida à escuridão, e não, eu não quero isso para mim.

Babidi terminou suas palavras e seguiu-se um longo silêncio, era como se Vegeta estivesse ponderando sobre tudo o que dissera. Babidi parecia realmente saber sobre a joia e sobre tudo o que envolvia a guerra, e isso lhe soava um pouco estranho. Ainda deveria ser um segredo para não espalhar ainda mais o caos.

— Você está mentindo! — Bulma simplesmente quebrou o silêncio, enquanto encarava Babidi com toda sua raiva, trazendo todas as atenções em sua direção. Bardock ficou surpreso com a atitude repentina dela, e Vegeta a condenou mentalmente por se envolver — Não espere que vamos aceitar sua aliança, Babidi. Eu sei que tudo o que você quer é apenas minha joia, da mesma maneira que aqueles cavaleiros encapuzados querem quando se aproximam de mim. Eu posso sentir isso!

Babidi ergueu uma sobrancelha, surpreso.

— Bulma, deixa que eu resolvo isso. — Vegeta repreendeu.

— Está tudo bem, rei Vegeta. — o mago falou, olhando para Bulma que parecia completamente irritada por suas palavras. — Eu vejo que nem todo esse tempo é capaz de mudar sua personalidade explosiva, rainha álfar. Mas é uma pena que você tenha se esquecido que sua estupidez no início dos tempos foi o que desencadeou o fim do seu reino e de todo seu povo. — Bulma piscou sem entender totalmente o que Babidi dizia.

— Eu não sei exatamente do que está falando. — comentou, desconfortável.

Babidi riu, virou de costas para os dois, e se afastou um pouco, aproximando-se de Dabura e Pui Pui que continuavam como duas estátuas junto do mago.

— Bem, bem, bem. Compreendo a situação e a desconfiança de vocês. Não é como se fossem abrir as portas a qualquer um que chegar aqui. Mas não vou desistir assim tão fácil. A aliança com vocês é de extrema importância para mim, e eu quero provar isso.

— Não há nada para nos provar. — Bulma falou, ainda irritada.

Babidi virou-se novamente, olhando para eles. A presença de Bulma ali não facilitaria as coisas, e ele precisava que tudo começasse a fluir da melhor maneira possível, nada poderia dar errado, e continuar com ela ao lado de Vegeta, interferindo nele através de seus sentimentos, seria arriscado, afinal, tinha consciência de que Vegeta era totalmente influenciado pelas emoções dela, e assim, se tornaria cada vez mais difícil alcançar seu objetivo.

— Por favor, senhorita álfar, deixe-me falar apenas com o príncipe por um momento. — o discurso de Babidi se referindo a eles como rei e rainha mudou, assim como o tom de sua voz pareceu ter suavizado um pouco com as palavras.

— Eu não vou sair daqui.

— Bulma. — Vegeta se pronunciou e ela olhou para ele. Vegeta queria resolver logo aquele assunto e Bulma agindo daquela maneira impulsiva não ajudaria. Talvez conversar sozinho com Babidi fosse a melhor ideia.

— Esse será um assunto restrito entre eu e o príncipe. — Babidi concluiu, tentando disfarçar um sorriso que insistiu em aparecer no canto de seus lábios em expectativa.

— Eu não entendo como um assunto que envolve a guerra e a mim poderia ser restrito. — Bulma mantinha-se firme, encarando o mago com toda raiva que sentia, mesmo sem entender o motivo pelo qual sentia tanto ódio dele dentro de si.

— Bardock, acompanhe Bulma até a sala do trono e me esperem lá. — Vegeta mandou sem desviar o olhar de Babidi.

Bardock respirou fundo, enquanto Bulma parecia ter trancado o ar nos pulmões, olhando sem acreditar que Vegeta pretendia mesmo tirá-la dali.

— Vamos, Bulma. — Bardock tocou no ombro dela, pronto para acompanhá-la, mas Bulma não se moveu, um pequeno desespero se formou em seu interior na iminência de talvez deixar Vegeta sozinho com Babidi.

— Vegeta! — Bulma insistiu, sentindo o coração palpitar. Estava nervosa com o que pudesse acontecer, e Vegeta precisou respirar fundo para manter-se firme diante do olhar desesperado de sua companheira. Sabia que Bulma não era a favor de Babidi, e levaria isso em consideração, ela só precisava confiar nele, jamais faria algo que pudesse colocá-la em risco.

— Confie em mim, Bulma.

A álfar franziu a testa, e sem perceber se deixou levar pelas mãos de Bardock que a guiaram até o lado de fora da sala de reuniões, quase sem forças para lutar contra.

O coração estava apertado e uma sensação muito ruim em deixar Vegeta ali sozinho com Babidi tomou conta dela.

Babidi não conseguiu controlar o riso quando a porta da sala de reuniões se fechou para a álfar, e encontrou-se sozinho com Vegeta e seus dois escudeiros. Nada mais poderia dar errado ou atrapalhar.

— É... parece mesmo que a senhorita álfar não gostou da minha presença, e eu sei que você, príncipe, confia nela quanto a isso.

— Não tenha dúvidas sobre isso. — Vegeta mantinha os braços cruzados, apenas esperando que aquela conversa não se estendesse por mais muitos minutos.

— Vou ser totalmente franco e direto com você agora, príncipe Vegeta, nessa nossa “conversa particular”. Até porque, eu sei muito sobre vocês dois que nem imagina. — o saiyajin se mantinha em silêncio, esperando que o mago falasse tudo o que precisava de uma vez por todas. Não estava com muita paciência. — Sei que vocês têm uma pequena consciência e lembranças dos antigos acontecimentos, mas talvez ainda não se lembrem exatamente que conheceram meu pai. Desde aquela época, sabemos sobre a profecia e sobre seu envolvimento amoroso com a álfar.

Vegeta semicerrou os olhos. Percebeu apenas com aquelas poucas palavras que precisava ter todo o cuidado possível com Babidi, afinal, o mago demonstrou saber realmente muito sobre eles.

— Não que seja da sua conta meu relacionamento com Bulma. Da mesma forma que não entendo o que isso tem a ver com o fato de querer se aliar a nós?

Babidi sorriu. Era tudo o que ele precisava saber: se Vegeta e Bulma estavam juntos ou não. E apenas pelo comentário do saiyajin ele pode concluir que sim. Por um momento sentiu o corpo tensionar, porque sabia que com isso a profecia poderia estar muito próxima de acontecer, ao mesmo tempo em que a aproximação de Vegeta com Bulma faria com que seu plano pudesse dar ainda mais certo do que nunca.

Babidi precisava agir logo, de qualquer forma.

— Sua aproximação com Bulma vai me ajudar muito mais do que você imagina, já que a álfar deve confiar muito em você. — Vegeta ergueu uma sobrancelha. — Vegeta, quero que você pegue a Joia do Dragão para mim. — Babidi foi totalmente franco e o saiyajin pareceu por um momento ficar surpreso com a revelação, mas em seguida, apenas começou a rir.

— Isso é tão ridículo! Não sei com o que eu fico mais surpreso, se por você admitir o verdadeiro motivo por vir até aqui, ou se por achar mesmo que eu vou ficar do seu lado nessa ideia estúpida.

— Mas você vai ficar do meu lado. — a voz do mago soou insistente.

— Não, eu não vou. — Vegeta, que alguns segundos atrás estava rindo como se tivesse ouvido a piada mais engraçada da sua vida, naquele momento franziu o cenho e envolveu sua mão na empunhadura de sua espada que estava em sua bainha, sentindo a vibração insistente da espada que quase desejava que ele acabasse com Babidi, tanto quanto ele mesmo estava desejando isso diante da ousadia do mago. — E você vai se arrepender por ter vindo até aqui me propor algo tão estúpido. — o príncipe empunhou a espada, refletindo sua luz azul vibrante pela sala.

— Não foi uma pergunta, Vegeta. Você vai ficar do meu lado. — Babidi apontou a palma da mão para ele e olhou diretamente nos olhos do saiyajin, evitando vacilar diante da Espada Lendária.

E no segundo seguinte, o saiyajin não conseguiu mais simplesmente desviar de seu olhar ou apenas se mexer, era como se estivesse em uma profunda hipnose tão de repente. Aquele mago estava fazendo alguma coisa, e ele não conseguia sequer pensar direito, quanto mais agir.

Até que começou a sentir uma forte dor em sua cabeça a lhe perturbar, fazendo ele praticamente perder todos os sentidos.

— Você obedecerá a mim, Vegeta. E vai fazer tudo o que eu quiser.

Vegeta fechou os olhos bruscamente e levou as mãos a cabeça, deixando a espada cair no chão como chumbo, e tudo o que ouviu a seguir foi a gargalhada de Babidi ecoando à sua volta.

Havia algo de errado acontecendo com ele, mas ele não conseguia se livrar daquela dor em sua cabeça que o fez perder rapidamente a consciência.

~ ~ ~

Bardock estava escorado em um dos pilares da sala do trono, olhando para Bulma que andava de um lado para outro sobre o tapete vermelho que se estendia no centro da sala. Era visível a agitação no corpo da álfar, e toda a angústia que ela estava sentindo, apesar de Bardock não compreender exatamente o porquê de ela se sentir daquela maneira apenas por deixar Vegeta sozinho conversando com aquele mago.

Nappa também estava ali, mas parado em pé próximo da porta, apenas aguardado qualquer comando e informação. Enquanto isso, seu olhar também estava perdido em Bulma e na sua atitude estranha ali dentro, não entendia o que exatamente estava acontecendo e o que haviam tratado naquela reunião com o mago que deixou-a tão perturbada.

— Bulma, tente ficar calma, você já está me deixando tonto! — Bardock finalmente falou, incomodado.

— Vocês não entendem... Babidi não é confiável!

— Por acaso você o conhece? — o general questionou, desconfiado. Não conseguia entender o motivo pelo o qual Bulma parecia desconfiar tanto daquele mago.

— Não exatamente. Eu apenas... sei… — ela falou vacilando, sabia que eles não iriam entender totalmente, e que suas palavras não faria com que eles se convencessem. Por mais que não se lembrasse com clareza, tinha ciência de que conhecia Babidi, ou pelo menos alguém muito parecido e próximo a ele, e sabia que não eram boas lembranças. — Eu sinto que algo de ruim vai acontecer. Vegeta não está totalmente seguro sozinho lá.

— Deixe de bobagens, menina. Vegeta é um excelente guerreiro e sabe muito bem se defender sozinho. Ele treinou muito a vida inteira, e recentemente também na a ilha Shin para controlar a espada mais poderosa de toda a Terra que apenas ele é capaz de usar.

— Eu sei, mas…

— Então, acalme-se. — Bardock falou entonando mais suave e ao mesmo tempo firme, se aproximou parando de frente para Bulma, e a segurou pelos ombros olhando em seus olhos. — Relaxa, vai ficar tudo bem.

Bulma desviou o olhar e mordeu os lábios, aflita. Confiava em Bardock, mas seria impossível naquele momento.

— Vegeta é esperto e forte, não se deixaria enganar por qualquer mago. — Nappa finalmente pronunciou. — Eu vi Vegeta crescer, e percebo que já não é mais aquele que costumava apenas se preocupar em novas missões para além do reino saiyajin sem se importar muito com o que acontecia por aqui. O príncipe mudou desde que você chegou, vejo ele muito envolvido e tenho certeza que saberá tomar a melhor decisão.

Bulma tentou manter a calma, mas era óbvio que nem Bardock e nem as palavras bonitas de Nappa faria ela se acalmar de verdade.

E poucos segundos após Nappa terminar de falar, a porta da sala do trono se abriu bruscamente, onde Vegeta entrou, sendo seguido por Babidi, Dabura e Pui Pui.

Os olhos de Bulma se iluminaram por um breve momento ao vê-lo, ansiosa.

— Vegeta! — Bulma exclamou, indo em sua direção, mas Vegeta apenas a ignorou e passou reto por ela, parando apenas um pouco antes de alcançar o trono.

— Nappa, quero que acomode Babidi e seus escudeiros em nosso castelo, lhes oferecendo o melhor conforto possível. Eles permanecerão conosco até essa guerra acabar, afinal, somos aliados agora.

Vegeta sorriu de uma maneira estranha, ao mesmo tempo em que Bulma franziu as sobrancelhas sem acreditar no que ele dizia, e o observou, quase sem reconhecê-lo falar. Havia algo estranho envolvendo ele.

Nappa hesitou por um momento, mas logo se recompôs e voltou-se para sua tarefa.

— Claro, príncipe, farei o melhor possível. Com licença. — o grande saiyajin apenas obedeceu Vegeta, mesmo que sentisse por Bulma não confiar em Babidi e no modo como ela estava sobre isso, Vegeta havia de saber o que estava fazendo, e se julgou ser boa a aliança com o mago, não havia de questionar.

Babidi sorriu, vitorioso, e antes de sair para seguir com Nappa, olhou para Bulma, sorrindo ao ver o desespero e confusão em seu olhar. Era como se ele estivesse mostrando para a rainha álfar que estava ganhando aquele jogo, mesmo sem Bulma ainda compreender exatamente o que estava acontecendo.

Quando a porta finalmente fechou-se, e Babidi estava longe o suficiente, ela voltou-se para Vegeta. Precisava entender o que tinha acontecido.

— O que aconteceu, Vegeta? Por que aceitou Babidi como aliado?

Vegeta olhou finalmente para ela, quase entediado pelas suas perguntas.

— São tantas perguntas. Mas lembre-se, eu sou, não apenas o príncipe dos saiyajins, mas também o líder que comanda essa guerra. Sei exatamente o que fazer e com quem me aliar.

— Você não pode estar falando sério--

— Olha só... — Vegeta se aproximou de Bulma, parando de frente para ela. — Não pense que só porque nós dois estamos juntos que irei fazer o que você julgar melhor, ou que devo justificar algo sobre as decisões do meu reino para você. — o olhar dele não era mais o mesmo, não brilhava com sentimentos que tentava não transparecer, como costumava acontecer quando olhava para ela, e Bulma nunca antes se sentiu tão desconfortável com ele ali tão próximo.

Não se parecia em nada com aquele Vegeta, que na primeira troca de olhares que tiveram, fez seu coração palpitar mais forte.

Algo tinha feito ele mudar.

E o príncipe não esperou por resposta, apenas se virou e saiu da sala do trono, deixando Bulma para trás, sozinha com Bardock que assistia tudo sem se pronunciar. Ele se sentiu um tanto confuso com as palavras de seu príncipe para a álfar, mas não era idiota para não perceber que tinha perdido alguma parte daquela história toda entre os dois.

— Bulma. — Bardock chamou atenção. Se sentia por algum motivo responsável pela álfar desde o dia em que Kakarotto trouxe-a quase morta até sua casa para salvá-la. Bulma surgiu de repente, fazendo a vida de todos mudar com uma importante e pesada missão para cumprir, e ele sempre estaria disposto a ajudá-la com o que fosse preciso, principalmente nesses momentos em que ela ainda se parecia com aquela jovem perdida e assustada por acordar em um lugar desconhecido, depois de fugir de cavaleiros encapuzados que a perseguiram tentando matá-la, sem nem mesmo saber ainda quem ela realmente era. — O que está acontecendo, afinal?

A álfar fechou os olhos, tentando manter a calma com suas últimas forças. Tinha algo de errado com tudo aquilo e se sentia incapaz de compreender. Tudo estava indo tão bem e tão perfeito naquele dia, quando Vegeta surgiu naquela madrugada, levando-a até um lugar tranquilo e sereno, deixando claro seus sentimentos e que queria ficar com ela independente de qualquer coisa. Ela sentiu-se feliz, pensou por um momento que dessa vez pudesse ser diferente, que passariam por qualquer dificuldade juntos.

Porém naquele momento, não sabia dizer o que mudou, mas estava tudo tão diferente, não conseguia ver com a mesma perspectiva seu futuro com Vegeta, porque dessa vez, pela primeira vez, seu corpo ficou tenso com sua presença, e não conseguiu sentir aquela constante atração magnética que seus corpos causavam.

— Nem eu sei exatamente o que está acontecendo mais, Bardock… Só sei que tem algo de errado nisso tudo. — foi a única coisa que disse, antes de sair atordoada, sem dar mais atenção para Bardock, apenas queria ficar sozinha, precisava esfriar a cabeça e pensar com calma, tentar entender tudo o que estava acontecendo.

Bardock suspirou.

Só esperava que o rei Vegeta pudesse retornar logo para que pudesse esfriar a cabeça.

Cidade do Oeste, Reino Humano

O vento ali sobrava diferente do reino saiyajin, era um pouco mais abafado, talvez pela cidade não ficar assim tão longe do deserto, e isso o incomodava - ou essa sensação que sentia era apenas pelo fato de ele saber que a partir daquele dia, devia ficar ali no reino humano por tempo indeterminado. Estava incomodado com tudo o que estava acontecendo, em ter que ficar na cidade do Oeste para ser o porta-voz de seu rei, já que o reino humano naquele momento pertencia aos comandos do rei saiyajin.

Kakarotto não costumava se importar com as missões que recebia, por mais difíceis e arriscadas que muitas vezes elas pudessem ser, - não que sua atual missão fosse algo difícil ou arriscado para ele - mas o incomodava, e muito, estar ali em tempos de guerra, quando na verdade treinou para estar ao lado de príncipe Vegeta e ajudá-lo com Bulma e proteger a Joia do Dragão.

Afinal, foi recebido na ilha Shin para essa missão, como poderia agora, simplesmente ficar longe e não poder ajudar caso algo inesperado pudesse acontecer?

Aquilo era angustiante demais, irritante demais. E nem mesmo argumentar com o rei o fez mudar de ideia.

Kakarotto teria que ficar ali.

E o pior de tudo era saber que ficaria ali até, pelo menos, a guerra acabar.

Talvez por isso, ainda sentia-se atormentado mentalmente, lembrando-se de sua conversa com rei Vegeta, minutos antes de ele partir de volta para o reino saiyajin com seu irmão mais velho.

— Eu sei que você não vai me decepcionar nessa missão, Kakarotto. — o rei falou calmamente, enquanto olhava para a cidade através de uma grande janela em uma das salas do palácio humano. — Será algo simples o que deve fazer, nada mais do que você já faz no reino saiyajin. — ele virou-se para olhar Kakarotto. — Apenas aproveite cada minuto treinando os guerreiros humanos, precisamos de peões fortes que consigam destruir ao menos um quinto do exército dos icejins. Fora isso, só precisa manter tudo organizado, pois eu já reorganizei tudo o que precisava. Deixarei o sr. Briefs cuidando das burocracias para mim, ele é mesmo um homem muito sábio e honesto. No mais, tudo o que precisa lembrar, é que os humanos no fundo sempre temeram os saiyajins, então não será nada difícil controlá-los.

O guerreiro saiyajin respirou fundo, tentando manter-se calmo.

— Até quando vou ter que ficar aqui, majestade?

Aquela pergunta surtiu um efeito diferente do que ele esperava em rei Vegeta. Ele riu.

— Bem, aqui chegamos em um ponto interessante. — rei Vegeta colocou a mão no ombro do jovem saiyajin e sorriu, tranquilo. — Kakarotto, eu preciso confessar que sua estadia aqui será um pouco mais longa do que possa imaginar.

— O quê? — Kakarotto arregalou os olhos, surpreso e aborrecido.

— Perceba… Agora que eu tenho uma chance tão fácil para me apoderar de um reino fragilizado, não posso perder essa chance. Rei Cutelo estava fazendo o reino humano crescer a cada dia, e com isso, desenvolvendo uma estrutura semelhante a nossa e, se não fosse por serem mais fracos que nós, ouso dizer que poderiam até mesmo querer um dia travar uma batalha de reinos conosco. Mas, tudo isso o que vem acontecendo parece mesmo sorte, não acha? — rei Vegeta voltou-se para a janela por onde observava a cidade. — Desde quando aquela garota, Chichi, chegou no nosso reino e me contou tudo o que tinha acontecido, logo percebi que era uma boa oportunidade caindo nas nossas mãos. Nada que um pouco de apoio num momento delicado para conquistar sua humilde confiança, e agora, tenho mais um reino inteiro em minhas mãos.

Kakarotto franziu as sobrancelhas, não gostando muito daquelas palavras e sem conseguir disfarçar isso através de seu olhar.

— Mas vossa majestade sabe que a princesa só precisa de um tempo para se recompor, tenho certeza que ela ainda vai querer governar o reino humano.

Rei Vegeta olhou para Kakarotto, com o olhar um pouco mais duro.

— Uma vez que o reino esteja oficialmente em minhas mãos, cabe a mim decidir se entrego novamente para ela ou não. Em nenhum momento naquele pergaminho foi mencionado que serei obrigado a fazer isso caso ela mude de ideia. Apenas dizia que o reino humano estaria em minha posse por tempo indeterminado.

Kakarotto sentiu um misto de raiva e decepção de seu rei. Ele estava enganando a todos humanos e ainda parecia satisfeito com esse feitio. Já Kakarotto não era nenhum pouco a favor das intenções dele.

— Nós não podemos fazer isso! É covardia se apropriar de um reino assim! A princesa Chichi confiou em você.

O rei olhou seriamente para o jovem guerreiro. Aquela não era exatamente a atitude que esperava receber do filho de Bardock, que sempre se mostrou leal e que sempre cumpriu suas missões sem questionamentos.

— Acho que você se esqueceu quem manda aqui, Kakarotto. Sua atitude não será bem aceita.

Kakarotto fechou os olhos e respirou fundo.

— Me perdoe, majestade. Eu só… — ele procurava as palavras certas. — Não tenho certeza como isso funcionaria sem um verdadeiro rei aqui na cidade, não podemos continuar dessa maneira, os humanos precisam de um rei presente.

— Eu sei. E é por isso que darei esse reino para Tarble. Quem sabe para evitar incomodações futuras nos uniremos com os humanos através de algum matrimônio entre os dois. Não é exatamente agradável pensar em misturar o sangue real saiyajin com outra raça tão insignificante, mas o que importa é que em nosso reino o sangue real saiyajin permaneça.

Kakarotto não sabia descrever o que sentiu naquele momento, era quase como se estivesse com nojo daquela face que o rei estava mostrando a ele, e não conseguia acreditar nas coisas que estava ouvindo.

— Enquanto isso, Kakarotto, você só precisa aguardar aqui e treiná-los. Deixarei essa guerra passar primeiro para depois pensar com calma no que fazer.

— Rei Vegeta. Me perdoe, mas… eu não posso ficar aqui… eu preciso estar junto do príncipe nessa guerra… Treinei na ilha Shin junto com ele para isso, eu…

— Não se preocupe tanto com isso, Raditz também treinou na ilha Shin e vai estar na maior parte do tempo com Vegeta. Ele poderá ajudar caso seja necessário. — o rei apenas sorriu com sarcasmo. — Mas no momento, eu preciso ir. Tenho muito o que fazer no reino saiyajin. Conto com você, Kakarotto. — ele rumou até a saída, mas parou antes de abrir a porta e sair. — E tente não se preocupar. Farei com que Raditz venha constantemente para ver como as coisas vão por aqui para mim!

E sem esperar por uma resposta, saiu da sala, deixando o jovem saiyajin ali sozinho.

Kakarotto tinha vontade de socar o primeiro que aparecesse na sua frente, mas inspirou fundo e contou até dez.

Aquilo não podia estar acontecendo…

Kakarotto passou a mão pelos cabelos, sabia que cada minuto ali seria uma eternidade, e a todo momento apenas ficava pensando em como poderia fazer para conseguir voltar ao reino saiyajin.

Nem mesmo a comida posta na sua frente sobre a mesa conseguia o animar naquele momento, e tudo o que fez foi empurrar o prato para longe e saiu da sala de refeição, quase se sentindo enjoado com tudo à sua volta, com as palavras bárbaras do rei sobre suas reais intenções.

Ele precisava sair do castelo, respirar ar puro, treinar um pouco e descontar sua raiva em algo, enquanto sua ansiedade apenas aumentava a cada novo passo que dava pelo hall de entrada, apenas fixando o olhar na porta de saída que parecia estar cada vez mais distante, ao invés de mais próximo, como se sua salvação estivesse do outro lado dela e estava difícil de alcançar.

— Kakarotto…

Ele parou repentinamente com a pronúncia de seu nome.

A voz fina e delicada inconfundível fazia ele saber quem era sem mesmo olhar para trás e vê-la, e então ele respirou fundo, tentando manter a calma e se virou, vendo Chichi se aproximando cautelosamente, como se estivesse se aproximando de um animal feroz.

— Eu não quero te incomodar… é só… — ela olhou para ele, observando apenas então, que ele não estava totalmente calmo naquele momento. Não parecia ser o mesmo Kakarotto que ela conheceu na viagem que tiveram juntos na escuna há mais de um mês atrás, como sendo alguém diferente dos outros saiyajins, por ser simpático e alegre. Kakarotto naquele momento parecia apenas mais um típico saiyajin frio e calculista. Por um momento se arrependeu de ter interrompido ele, mas não poderia hesitar já que o chamara. Ele esperava que ela lhe falasse algo logo, o silêncio o perturbava. — Eu queria falar algumas coisas para você… — ela finalizou com um sorriso, tentando quebrar o gelo.

— É melhor que fale logo então. Tenho muito a fazer, princesa.

— Bem, obrigada por ficar aqui no reino para me ajudar. — ela respondeu rapidamente sem pensar muito, mesmo no fundo não sendo exatamente o que queria dizer. Sentiu-se um tanto boba e constrangida pelo verdadeiro motivo que fez ele parar para conversar.

— É só isso? — o saiyajin cruzou os braços, duvidando que ela só queria lhe dizer aquilo. Sabia que Chichi tinha mais para lhe falar.

— Na verdade… eu queria pedir algo a você… — ela olhou para o chão, como quem procurava as palavras certas. Não sabia como Kakarotto iria reagir ao seu pedido, mas era algo que ela queria muito e precisava tentar, e ninguém mais que ele seria a pessoa perfeita para lhe ajudar naquele momento.

Quando ergueu o olhar novamente, estava determinada e certa do que queria, surpreendendo o saiyajin com a mudança repentina no seu olhar.

— Eu quero que me ensine a lutar.

Kakarotto ergueu a sobrancelha, curioso e surpreso pelo pedido dela, porém, a sua reação foi completamente diferente do que ela poderia esperar. Aquele simples pedido bastou para acabar com seu autocontrole sobre tudo o que estava acontecendo.

— Eu não estou aqui para brincadeiras, princesa. Na verdade, eu deveria estar ao lado do meu príncipe para ajudá-lo a proteger a Joia do Dragão, para ajudar a proteger a sua amiga, mas não, estou aqui condenado neste reino porque você é incapaz de assumir o papel que nasceu para exercer. Agora que já condenou a todos, queria que pelo menos não ficasse me atrapalhando na minha missão, isso aqui não é uma festa, princesa, estamos em tempos de guerra e eu não tenho tempo para ensinar uma garota como você a lutar.

Chichi ficou imóvel por um tempo, tentando se recuperar do surto que Kakarotto teve, e ela não entendeu direito o porquê de ele agir daquela maneira com ela. Sempre viu Kakarotto sorrindo e alegre, mas ver ele daquela maneira fazia ela cair na real de que ele era sim um saiyajin de verdade, independente de parecer ser mais receptivo ou não. Nunca ninguém havia falado com ela daquela maneira, e ela se sentia totalmente desamparada.

Sentiu os olhos lacrimejarem. Talvez não apenas por tudo o que Kakarotto dissera, mas por um todo. Ela não sabia mais o que fazer da própria vida.

— Eu só… eu só queria aprender e ser útil em alguma coisa… Poder ajudar a lutar na guerra para me vingar da morte do meu pai… — ela esfregou as costas da mão nos olhos evitando que as lágrimas rolassem. Mas talvez Kakarotto estivesse certo. Ela poderia atrapalhar mais do que já estava atrapalhando pedindo isso para ele. Sentiu-se totalmente culpada e perdida.

Kakarotto só então percebeu a maneira grosseira com que falou suas palavras e suspirou, passou a mão no rosto.

Estava exausto, e se condenou mentalmente por falar com Chichi daquele jeito. No fundo sabia que ela estava abalada ainda com tudo o que estava acontecendo e por isso abriu mão do reino, mas aquilo o colocou numa posição ruim, e ele culpava o comportamento mimado dela por tudo isso. Obviamente, ensiná-la a lutar seria uma perda de tempo, e ele não poderia se dar a esse luxo. Não naquele momento. E Chichi precisava compreender.

— Olha só, princesa. Me desculpe por isso. Eu não queria falar desse jeito. Sei que a culpa não é totalmente sua e que você não fez tudo isso de propósito. Mas acontece que… eu tenho missões a seguir, preciso estar aqui no seu reino para ajudar, mas também preciso achar uma maneira de voltar para junto de Vegeta, e nenhuma dessas duas missões envolvem ensinar alguém sem o mínimo de preparo a lutar. — Chichi tentou engolir aquelas palavras, por mais difíceis que fossem. — Você precisa entender que é muito perigoso o que está me pedindo. Perigoso e insensato. Você é uma mulher, além de ser muito frágil e delicada. Esse tipo de coisa definitivamente não é para alguém como você.

Chichi não sabia simplesmente o que dizer, no entanto, Kakarotto também sequer esperou por uma resposta.

Não tinha o que ser dito, Kakarotto não iria mudar de ideia, da mesma maneira que ela sabia que tinha sido uma péssima ideia tentar confiar nele para lhe ajudar. Ele jamais entenderia o que ela estava sentindo.

Assim que Kakarotto lhe lançou um último olhar e se virou de costas em direção à porta de saída do palácio, Chichi sentiu como se tivessem removido o chão aos seus pés.

E ela sabia que só se sentiria bem novamente depois que tivesse pelo menos um cavaleiro encapuzado morto aos seus pés. 

 


Notas Finais


Hm, e agora, como Vegeta vai se sair dessa?
Parece que o plano de Babidi para conquistar a jóia deu certo! Será que ele vai conseguir o que quer?
E, Kakarotto e Chichi não começaram muito bem! Será que eles ainda vão se entender?


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