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História Leakem - Capítulo 05 - História escrita por MaevaWarm - Spirit Fanfics e Histórias
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História Leakem - Capítulo 05


Escrita por: MaevaWarm

Notas do Autor


Se alguém acompanha, peço desculpas pela imensa demora em atualizar. Apenas fiquei sem ter como acessar o capítulo que já estava pronto.

Capítulo não revisado, perdão por qualquer erro.

Capítulo 5 - Capítulo 05


Fanfic / Fanfiction Leakem - Capítulo 05

Os pensamentos da ruiva estavam distantes. Não era a maior romântica, mas o gesto do ex-marido a deixava em dúvida. Henry fora claro quanto a condição que determinaria sua ida ao vilarejo que construiu para compor o império da filha deles: a vontade dela.

Sua família tinha a chance de ser reunida, apenas se ela quisesse a presença dele. O moreno, de olhos tão escuros que pareciam não possuir íris, já havia provado que era inocente quanto ao episódio com a funcionária, porém isso não fora suficiente para amenizar o gosto amargo da traição.

Sentimento esse que estava sendo reforçado a cada passo que a mulher dava nas terras que seriam sua nova moradia. Foi preciso cerca de quarenta minutos para que ela definisse a divisão das casas e, no caso daqueles que estavam sozinhos, a distribuição nos quartos do que parecia ser um pequeno hotel.

O hospital, mercado e escola estavam abastecidos, com as pessoas trabalhando para que todos pudessem começar uma rotina mais próxima da normalidade. O antigo prefeito lhe entregou a liderança e se ofereceu para cuidar dos pomares e hortas, sua grande e antiga paixão.

— Qual é, irmãzinha? — A mão de unhas com esmalte vermelho afastou o braço que descansou sobre os ombros femininos. — Tem algo que preciso te mostrar. Um segredinho que vai fazer você mudar essa cara de trasgo e ligar para o cunhadinho vir voando.

— Não conte muito com isso, Ed. — Mesmo demonstrando desinteresse, a ruiva acompanhou o irmão gêmeo até o enorme galpão, onde alguns veículos estavam estacionados. — Ainda estou pensando seriamente em te chutar daqui.

— Suas pernas não são tão longas. — O sorriso debochado do loiro, como o que ele mostrava agora, sempre irritou a menor. — Estamos apenas no início, irmãzinha. Meu cunhadinho querido preparou algo bem no centro desse lugar. O vilarejo é apenas a ponta do iceberg. É melhor não pedir o divórcio e procurar uma reconciliação. Seu marido está quase falido e você sairia perdendo.

A mulher parou na entrada do galpão, de cenhos franzidos e braços cruzados, não ousando tirar os olhos do irmão, esse que estava tranquilo demais ao caminhar até um quadriciclo, estacionado mais ao fundo, e voltar dirigindo o veículo.

— É impossível Henry ter perdido toda a fortuna dele. Até o mês passado ele foi eleito o bilionário mais bem sucedido do último século.

— Sobe e vou te mostrar como é bem possível.

Os irmãos permaneceram em silêncio por mais de meia hora, afastando-se cada vez mais do vilarejo ao seguir por uma estrada de terra quase imperceptível entre as árvores da floresta. A impaciência da Wayward começava a aparecer com a demora.

— Edward, se você estiver tentando me enrolar, não me faça perder tempo. Não existe possibilidade de reconciliação entre Henry e eu!

— Olha pra frente, então.

Um imenso círculo se abriu em meio à floresta, sendo um nível abaixo, e continha muitos tubos de metal enfileirados e seis grandes galpões, além de dois celeiros gigantes, rodeando uma turbina eólica.

— O que significa isso?!

Foi impossível para a ruiva conter o grito ao contemplar uma estrutura daquele porte estando tão escondida.

— Significa segurança. — Os finos lábios masculinos não ostentavam mais o sorriso prepotente. — Henry descobriu um segredinho do governo e fez um acordo para conseguir deixar você e Ophelia felizes e seguras, mesmo que isso resultasse em mais segredos e desconfianças entre vocês. — Com um gesto de cabeça, o homem convidou a menor a segui-lo por entre os grandes objetos metálicos. — Sei que você não é ingênua para acreditar na utopia de que um vilarejo, por menor que seja, vai conseguir ser autossustentável em menos de um ano.

— Fico feliz que vocês tenham lembrado que não sou tão estúpida.

A acidez no tom de voz de Elise deixava claro o quanto ela estava desgostosa com a descoberta.

— Henry e eu fizemos esse suporte em segredo. Até mesmo da sua amiguinha. — Edward virou a cabeça e piscou um dos olhos azuis em direção à irmã, indo até a turbina no centro do círculo. — A parte mais difícil foi conseguir esconder essa turbina. Os silos e tanques de armazenamento eram a parte mais simples e rápida. Há um moinho, ainda em construção, para ajudar a drenar a água do rio próximo e manter isso aqui funcionando, no caso de chuvas. Cunhadinho conseguiu trinta estados, todos com essa estrutura oculta. Em proporção menor, é claro.

Passando pela turbina, o homem seguiu até uma modesta casa de dois andares, típicas da classe média.

— Essa é a casa que estava sendo preparada para você e Ophelia. Nos galpões há tanques com líquidos e combustíveis; já nos celeiros há sementes variadas, bem como enlatados e comida desidratada; nos silos, obviamente, tem grãos. Esse estoque é suficiente para abastecer um vilarejo de até quatro mil pessoas por oito anos. — Elise entendeu o motivo para Henry ter sido inflexível quanto à quantidade de pessoas a serem levadas ao vilarejo. — Há um monomotor separado para abastecimento das outras cidadelas, caso seja necessário, já que o estoque das demais só é para o prazo de cinco anos. Seu marido usou quase toda a fortuna dele para isso. O que é compreensível, já que ele tem menos de dez anos de vida.

— Dez anos? Do que está falando? — A mulher perguntou ao entrar na casa, sem prestar muita atenção aos detalhes.

— Ele fez um acordo. Com um demônio. — A voz masculina ficou levemente abafada quando ele entrou na cozinha, retornando poucos minutos depois com um copo d'água. — Enquanto vocês bancavam as super-heroínas da cidade, ele foi atrás de nomes respeitáveis nessa parte do sobrenatural. Pelo preço certo, conseguimos contato com um demônio e Henry fez o acordo. Agora ele está atrás de bruxas para fazer barreiras em torno das cidades. Uma Bennet deve chegar no vilarejo amanhã.

— Preciso conversar com minhas amigas. — Andando de um lado a outro, Elise tentava colocar as ideias em ordem. — Vocês não decidem mais nada sozinhos! É bom que ele chegue antes da Bennett.

Dando as costas ao irmão, a mulher saiu da casa e seguiu até o quadriciclo. O caminho de volta foi tão silencioso quanto a vinda, ao contrário da reunião de mulheres que findou com a chegada de Henry e as novidades.

— Não posso falar qual a ameaça. Sinto muito, mas faz parte do meu acordo. — A agradável voz masculina agora aparentava ter envelhecido quase um século, graças ao cansaço. — Ellen me contou sobre seu tio, Mavis. Consegui o convencer a se mudar pra cá.

— O que pretende, Wayward? O que significa essa fortaleza imensa que está criando em lugares diferentes?

A ruiva não conseguia mais suportar fingir que tudo aquilo era normal, muito menos ignorar o conflito interno que se instalara desde que soube os poucos anos de vida que o ex-marido tinha.

— Garantir um lugar para que minha filha cresça e uma família que ela possa contar. — O moreno levou as mãos ao rosto e esfregou a pele, no que parecia já ter virado um hábito. — Lindinha só tem nós e Edward de família. Daqui a alguns anos, ela só terá vocês dois. Nenhum preço é alto demais pela felicidade dela. Bobby me pediu apenas para que os vilarejos sejam refúgios para os caçadores e o convenci a fazer a central aqui. Logo Ellen e Jo também virão morar aqui. Suas amigas são como família, Lis. Só achei que a família delas também poderia ser a família da nossa filha.

— Henry, foi muito gentil da sua parte, mas nós deveríamos ser consultadas antes. — Amélia tomou a palavra, percebendo o desconforto cada vez mais evidente na ruiva. — O irmão mais velho da Millie é pai da Meg, porém Mavis não quer que ele tenha conhecimento disso. Sua atitude é muito nobre, só que o estrago que causaria ao tentar trazer a família da Millie seria irreparável…

Uma risada sombria saiu dos lábios masculinos. Elise conhecia aquele homem praticamente desde que nasceu e, pela primeira vez, reconheceu o desespero nele.

— Encontrei Dean e San Winchester na semana passada. — Aquelas palavras foram o suficiente para trazer um silêncio incômodo à sala de estar da casa central. — Como pai, devo dizer que vocês duas são piores e mais cruéis do que os demônios que estão à solta por aí. Dean desistiu de lutar e Sam está tentando, com tudo que tem, aposentar da caça e formar a família dele. O vazio que vi naquele homem seria facilmente preenchido pela Megara. Sam está esperando minha ligação para ser instalado no vilarejo do Kansas. Agora senhoras e senhoritas, se me dão licença, preciso dormir. Meu tempo é muito curto e quero deixar tudo pronto, para poder aproveitar os próximos nove anos e meio somente com minha filha.

Os olhos de todas acompanharam os movimentos de Henry ao levantar e seguir até o andar superior da casa, com exceção de Elise. A ruiva tinha seus pensamentos em algo dito pelo ex-marido e que não estava relacionado com ameaças invisíveis ou sobrenaturais.

As íris claras fixaram-se na bebê que tentava colocar o pé gorducho na boca sem dentes. A Wayward pegou a filha no colo e seguiu pelo mesmo caminho que Henry, anunciando sua decisão antes de subir os degraus da escada.

— Henry e Edward já se meteram o suficiente. Então prefiro ficar ausente das próximas decisões. Não entendo muito sobre bruxas e o que significa a proteção delas, mas acredito que Edward saiba mais do que eu. — Lançando um breve olhar para o irmão, Elise suspirou antes de continuar. — Esqueça o que você sabe sobre o que Henry anda fazendo e tome decisões baseado no que acha que eu faria. Se tiver algum problema, vou ficar com Ophelia no meu quarto pelos próximos dias.

Supondo que Henry estaria no quarto que foi designado para Edward, Elise seguiu até a quinta porta à direita, abrindo a porta sem bater.

— Precisamos conversar e não pretendo sair do meu quarto tão cedo. Melhor ir descansar lá.

Com a mesma impetuosidade que entrou, a ruiva saiu e seguiu até a primeira porta à esquerda. O quarto não era tão grande quanto o de sua antiga casa, porém conseguia acomodar a cama de casal; o berço; um tapete entre a cama e o berço; uma poltrona de amamentação e um guarda-roupa que ocupava toda a parede à direita da porta. Era nítido que Ophelia teria que ter seu próprio quarto quando crescesse, porém era o suficiente para a bebê no momento.

— A maternidade te fez muito bem. Ensinou você a ser generosa. Estou emocionado.

Mesmo reconhecendo o sarcasmo presente na voz masculina, Elise segurou a vontade de rebater ou iniciar uma discussão. Limitou-se a esperar que ele estivesse confortável em sua cama para levar a filha até o pai. Conteve o impulso de revirar os olhos quando a pequena, até então agitada e animada, aninhou-se no peito do pai e adormeceu.

— Falei sério quando disse que precisava dormir. Acho que estou há dois dias sem pregar o olho e minha cabeça está explodindo. Se não quiser se juntar a mim e lindinha, por favor, espere eu descansar. Não quero brigar, Lis. Não agora.

Um longo suspiro saiu pelos lábios tingidos de um rosa mais escuro, antes da ruiva seguir até a cama e deitar ao lado do ex-marido. A mão delicada repousou sobre a maior que segurava o corpo minúsculo.

— Eu gostaria que você confiasse em mim. Infelizmente não recebo o que quero. — Elise encaixou a cabeça acima do ombro de Henry. — Para sua sorte, ou azar, somos diferentes e, como sempre, vou ceder à sua vontade.

— Milady…

— Vá dormir, Wayward. Temos uma conversa séria esperando você acordar.

A mulher entrelaçou seus dedos com os do homem, de modo que ambos seguravam o delicado corpo de Ophelia que ressonava tranquilamente em cima de Henry.


Notas Finais


Personagem do capítulo: Elise Wayward - Bia Arantes.

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