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História Legends Never Die - O Arquivo III - Rastros Mortais - História escrita por ellebrocca - Spirit Fanfics e Histórias
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História Legends Never Die - O Arquivo III - Rastros Mortais


Escrita por: ellebrocca

Capítulo 19 - O Arquivo III - Rastros Mortais


Capítulo  XIX
 

O grupo deixou suas roupas na pousada e seguiram com seus equipamentos ninjas para a missão que os aguardava. Eles precisavam estudar a vila, ver como os civis se comportavam e quais locais evitar de frequentar para que não aconteça nenhum problema. Natsumi e Mirai eram as responsáveis pelo grupo por serem Jounins, e lideravam os pré-adolescentes pelo centro de Amegakure.

— Não íamos para o esconderijo da Kara? — Pergunta Kawaki observando as pessoas passando por ele.

— O local é frequentado por vários ladrões e ninjas renegados. Vamos precisar ser cautelosos e estudar a área para a gente ter uma vantagem. — Explica Natsumi. — Já que pretendemos ficar aqui no máximo até três dias, vamos nos separar e encontrar rastros dos restos do meu pai.

— Ein? Você quer dizer partes do corpo dele? Com todo o respeito, Tsumi. — Diz Boruto.

— Sim. Infelizmente o tio Naruto não tem nenhuma informação sobre onde aconteceu a luta dele contra o Pain, então teremos que dar uma boa caminhada e pedir informações para os civis. — Explica Natsumi. — Mirai, fica com o Boruto e o Mitsuki, e procurem por algo do meu pai pelo norte de Amegakure. Eu, a Sarada e o Kawaki vamos pelo sul. Nos encontramos aqui ao meio dia.

— Ok. — Concorda Mirai guiando os garotos para o norte.

Não foi fácil achar qualquer vestígio dos restos de Jiraiya pela vila, e a maioria dos civis deram os detalhes de que não sabiam onde a luta ocorreu, e que a única coisa que sabiam era de que o corpo do Sannin afundou no rio de Amegakure logo após a sua morte. Natsumi teve que aguentar a ouvir os relatos de cada um, mesmo que sua cabeça ficasse formando imagens de Jiraiya sendo torturado a medida da história que cada civil contava de maneira diferente. Sarada sentia pena da Senju, e Kawaki por ter tido uma infância difícil e observar a agonia que Natsumi estava sentindo, por mais que ela se esforçasse ao máximo a esconder, ele queria muito conforta-la de alguma maneira.

— Não ligue para o que esses cidadãos falam. — Kawaki puxa assunto enquanto ele e Natsumi começam a andar de volta para o centro de Amegakure. Sarada escutava a conversa entre eles atentamente. — A maioria gosta de inventar histórias, então não leve tudo ao pé da letra.

— Gastamos um dia inteiro pra nada. — Resmunga Natsumi. — Achei que seria mais fácil ter alguma informação útil.

— Ainda temos mais três dias pela frente. Pense positivo. — Kawaki toca no ombro da albina, e um choque eletrônico e quente percorre a espinha de cada um.

— É... Você está certo. — Sussurra Natsumi com as bochechas vermelhas, e logo Kawaki também cora com violência e ao perceber que ainda tocava no ombro da garota recua com vergonha e Sarada percebe o clima que estava rolando entre eles. — Vamos encontrar o resto do pessoal.

Mirai e sua equipe já estavam no local à espera de Natsumi, e todos estavam com expressões tristes por também não terem tido sucesso ao cumprir com a segunda parte da missão. Retornando a pousada, Natsumi ficou fazendo rabiscos em seu bloco dos lugares que andou por Amegakure, uma espécie de mapa improvisatório. Ela queria ter todos os conhecimentos da vila, e não queria deixar passar nenhum detalhe para trás. Próximo do final do dia, Mirai pensou em chamar Natsumi para ir em busca de mais informações, enquanto o time 7 poderia ficar nos quartos cuidando das coisas enquanto aguarda as Jounins retornarem.

Amegakure causava um ar mais feliz a noite, pois as luminárias de fogo ajudavam a dar mais tranquilidade nas ruas, apesar de haver poucos civis no centro.

— O que achou do seu primeiro dia em Ame? — Pergunta Mirai fazendo o “passeio noturno” com sua amiga.

— Nada demais, por enquanto. — Murmura Natsumi olhando para as pequenas lojas de conveniências.

— Sei que está tensa por não ter achado nada do seu pai, mas ainda não é o fim. Há muitas pessoas que vivem aqui, então temos bastante chances de encontrar alguém que tenha as informações que precisamos. — Mirai estava otimista, e isso ajudou Natsumi a pensar o mesmo por alguns minutos.

Andando por mais alguns metros as duas garotas chegaram a uma casa de dois andares e que possuía um enorme letreiro de led, e ainda havia um desenho de uma garota usando biquíni de praia. Para Natsumi não foi difícil adivinhar que tipo de lugar era aquele.

— Não sabia que tinha uma casa noturna em Amegakure. — Comenta Mirai. — Melhor a gente sair daqui...

— Por que a gente não entra? — Pergunta Natsumi.

— Ficou louca? A gente é menor de idade! — Alerta Mirai.

— Mas somos ninjas, então acho que isso não terá problema. E afinal, uma vez a tia Shizune me disse que o papai vivia frequentando esses lugares por ter várias pessoas com diversos tipos de informações.

— Você é muito inocente em relação ao seu pai, sabia?

— Eu sei que ele era um mulherengo! Mas podemos ter sorte de encontrar alguma pista lá dentro! — Natsumi estava esperançosa, e Mirai não sabia dizer “não” a ela.

— Tá, que seja. Mas não vamos ficar mais de trinta minutos lá dentro!

— Fechado.

As garotas entram na enorme casa e logo se deparam com algumas garçonetes organizando as mesas para a abertura do local que seria em breve, e algumas mulheres já usavam roupas mais ousadas para aguardar seus clientes. Havia um barmen que estava limpando os copos e organizando as garrafas em seu devido lugar no outro lado do grande salão. A casa era mais um bar, cheio de poltronas em vermelho com mesas e um palco mais no centro onde acontecia os shows de pole dance. Havia uma escada que levava ao andar de cima, provavelmente aos quartos onde as garotas levavam seus clientes.

— A gente se meteu em uma bela enrascada. — Cochicha Mirai no ouvido de Natsumi.

— Aja naturalmente.

— Posso ajudá-las? — Uma mulher mais velha, aproximadamente quarenta anos, e que usava um vestido longo e justo no corpo com um enorme decote surge na frente das garotas. A mulher usava mais um colar de vaquinha e fumava um cigarro. E mesmo que tivesse uma idade mais avançada sua aparência era muito atraente.

— Nós... — Natsumi avalia a mulher a sua frente e tenta ao máximo não gaguejar.

— Posso usar o banheiro? — Pergunta Mirai querendo sair daquela situação o mais rápido possível.

— Siga pelo corredor, última porta. — A mulher mostra o corredor ao lado da escada. Mirai quase voa para o outro lado do salão deixando Natsumi com a parte mais difícil. —  E quanto a você? Não parece ser uma cidadã de Amegakure.

— E não sou. — Responde Natsumi um pouco nervosa. — Na verdade sou de Konoha, e estou no meio de uma missão.

— Uma kunoichi de Konoha, hum. Interessante, já faz anos desde que eu recebi um cliente de Konoha. O que procura, minha jovem?

— Preciso de uma informação, mas primeiro, poderia me dizer o seu nome?

— Tezuna. Sou a dona desse bar, já faz uns cinco anos. — Tezuna se apresenta de bom grado. — Qual informação que você precisa, eu sei tudo o que acontece nessa casa.

— É uma missão delicada, na verdade. Estou procurando restos mortais do meu pai, ele morreu em batalha já faz alguns anos e isso ocorreu em Amegakure, e agora...

— Espere um pouco! — Tezuna ergue a mão para Natsumi se calar, o que a deixou um pouco assustada. Foi então que a mulher avalia mais de perto o rosto da albina, chegando até a tocar seu rosto delicadamente enquanto estuda seus traços faciais. — Eu não acredito... Você é filha do Jiraiya?

— Conheceu meu pai? — Agora Natsumi demonstrou estar perplexa com a revelação.

— Venha comigo, querida. — Tezuna mudou completamente seu humor ao notar quem Natsumi realmente era, e segurou a mão da albina a puxando para sentar-se com ela no balcão do bar. — Yuri, me vê duas taças. Uma sem álcool.

— Pra já. — O barmen começa a preparar dois drinks para Tezuna e Natsumi como lhe foi pedido.

— Seu pai, foi meu cliente alguns anos atrás. Por coincidência eu o conheci algumas horas antes dele morrer em sua luta contra o Pain. — Conta Tezuna.

— Sério? — Natsumi ficou fascinada e ao mesmo tempo interessada em saber mais da história.

— Sim. Logo que vi seu rosto percebi que havia algo em você que me era familiar. Seu pai não me contou que tinha uma filha.

— Bem, na verdade, ele morreu antes de saber. — Revela a Senju se entristecendo.

— Oh, querida. Eu sinto muito. — Tezuna segura na mão de Natsumi sentindo a tristeza da garota só de olhar em seus olhos. — Ele teria orgulho de você, pode acreditar. Quando eu o conheci fiquei encantada pelo o homem que ele era. Jiraiya era um cavaleiro, e ao mesmo tempo bem safado, e sabia como deixar uma mulher satisfeita, apesar dele ter desabafado que por mais que ficasse com várias mulheres, nunca deixaria de amar a tal mulher que conquistou o coração dele na infância. Inclusive, ele disse que havia me escolhido porque eu me pareço muito com ela...

— Minha mãe. Tsunade.

— Essa mesma! Então ele conseguiu o amor dela de volta? Ah, isso é tão romântico! — Tezuna coloca suas mãos em suas bochechas e fecha seus olhos maravilhada por saber os detalhes do amor de Jiraiya. — É uma pena que ele não pode desfrutar mais do amor da sua mãe.

— Vocês ficaram juntos quando ele veio aqui?

— Ah, não. Jiraiya apenas tomou algumas bebidas comigo e pediu algumas informações do Pain, acredito que ele não queria nada mais por já ter se envolvido com a tal Tsunade.

— Que alívio. — Sussurra Natsumi aliviada por saber que Jiraiya não traiu sua mãe após a primeira noite de amor entre ambos. — Então, você pode me ajudar a procurar os restos mortais do meu pai? Eu preciso recuperar isso a qualquer custo.

— Infelizmente não sei se será possível, meu amor...

— Aqui está. — Yuri entrega os drinks para as garotas.

— Obrigada, Yuri. — Agradece Tezuna bebendo dois goles antes de retornar com a história. — Até onde eu saiba o corpo do seu pai se perdeu no rio, e a essa altura a pressão da água deve ter esmagado ele.

— Mas ainda pode haver uma chance de ter restado alguma coisa, não?

— Bem, talvez os ossos internos como a coluna ou até mesmo o crânio junto as roupas. Mas eu no seu lugar não teria coragem para descobrir. Prefiro guardar o rosto charmoso do Jiraiya em minha mente para sempre. É uma pena que na época eu era casada e ele já tinha um amor recíproco, porque se não eu iria fazer de tudo para conquistar seu pai. Com todo o respeito.

— Eu agradeço pela preocupação, Tezuna-sama. Mas eu quero recuperar os restos do meu pai para poder dar uma oportunidade dele ter um descanso merecido, então irei até o fim. — Natsumi demonstrou estar decidida, e Tezuna percebeu isso.

— Nesse caso, eu sei onde o corpo dele afundou. Me segue.

Tezuna conduz Natsumi para o andar de cima e a leva para dentro de um dos quartos onde tinha uma grande janela com uma vista para o outro lado de Amegakure. Assim que elas se aproximaram da persiana Tezuna apontou seu dedo indicador para dois prédios despedaçados, ambos ficavam de frente para o rio.

— Está vendo aqueles dois prédios? — Guia Tezuna. — Foi lá onde ocorreu a batalha do seu pai. Lembro até hoje dos estrondos que os sapos dele causavam contra as criaturas do Pain. Uma boa parte de Ame foi destruída durante a luta deles, e no final, o corpo dele foi jogado contra o mar.

— Então é naquela parte do rio onde o corpo do meu pai está. — Suspira Natsumi com suas pálpebras tremendo.

— Provavelmente.

— Logo pela manhã vou verificar o local. Não sei como lhe agradecer por toda a ajuda e também pela história.

— Eu fico lisonjeada por ter conhecido a filha dos Sannins, e espero receber uma visita sua outra vez, mas quando foi maior de idade, é claro!

— Pode deixar. — Natsumi e Tezuna riram juntas, e então formou-se uma amizade entre as duas.

Voltando para o salão Mirai aguardava sua companheira próximo a saída, e Natsumi foi ao seu encontro se despedindo de Tezuna com um aceno de mãos.

— Descobriu alguma coisa? — Pergunta a Sarutobi.

— Descobri muito mais do que só uma informação. No caminho eu te conto.

***

Em Konoha os civis caminham com tranquilidade pelas ruas, mesmo sabendo de que o perigo ainda vão havia sido exterminado, mas Naruto sempre conseguia deixar sua vila com um ar de paz toda vez que andava pelas ruas e cumprimentava os cidadãos. Desde que Natsumi partiu para sua missão Tsunade ficou inquieta, não dormia direito e sempre andava de um lado para o outro sentindo sua ansiedade quase explodir pelo peito.

— Relaxa esse couro e vem tomar um café. — Diz Shizune em uma certa manhã ao ver Tsunade encarando a janela esperando por Tsumi.

— Ela está lá, naquela vila. Vai saber os tipos de renegados que se exilaram naquele lugar. — Tsunade desabafa sua preocupação.

— A Natsumi se vira. Você fala assim porque nunca viu sua filha lutando, e pra sua informação, o Nanadaime não a colocou como capitã Jounin só por ela ser a afilhada dele. Tem um bom motivo pra isso ter acontecido. — Shizune deixa um ar de suspense percorrer o local e beberica seu chá observando Tsunade a encarando.

— Vai se fazer de difícil agora? Quais as habilidades dela? Tem mais haver com ataque ou defesa? — Tsunade se senta na mesa pela primeira vez interessada em saber sobre os dons de sua filha.

— Um pouco de tudo. — Shizune exibe um sorriso malandro. — Posso dizer que a Natsumi é um daqueles tipos de kunoichis raras que possuem dons especiais, capazes até de superar grandes shinobis, como o seu avô por exemplo.

— A Natsumi é tão boa assim?

— Vai por mim, seus olhos saltariam das órbitas depois de ver o que a Natsumi é capaz quando está em missão, ainda mais se ela ficar zangada.

Tsunade iria tentar arrancar mais alguma informação de Shizune, porém Koji aparece na cozinha mostrando uma cara de sono, mostrando que ele acordou a recém.

— Dormiu mais que a cama, foi? — Brinca Shizune.

— Por aí. — Murmura Koji olhando de relance para Tsunade, pois ele havia dormido com ela de novo, mas o casal não teve nenhum momento de amor, apenas dormiram abraçados.

— Bem, o resto do café é de vocês. Preciso cumprir algumas cargas horárias no hospital. — Shizune se levanta e beija a testa de Tsunade antes de ir embora.

Koji se aconchega no antigo lugar da morena e começa a preparar um pão com manteiga.

— Você está estranha. — Nota o albino. — Tem algo haver com a Natsumi?

— Preocupação de mãe.

— Onde ela está? Não a vejo desde ontem.

— Ela está em uma missão.

— Achei que a sua preocupação fosse algo mais sério. — Zomba Koji mordendo um pedaço de seu pão.

— E é sério! — Retruca Tsunade cruzando os braços.

— Ela é uma ninja, e uma garota muito astuta. Seja lá para onde ela foi vai se dar bem.

— Você é muito confiante em relação a Tsumi.

— Eu gosto daquela garota. — Koji sorri levemente deixando Tsunade um tanto surpresa por ter testemunhado aquilo.

Por outro lado, não era novidade nenhuma que Koji ficou apegado a Natsumi desde o dia em que se conheceram, assim como a própria garota. Koji conseguiu se dar melhor com a jovem Senju do que a própria deu-se com sua mãe. Esse “afeto” desconhecido do albino fez Tsunade ter mais uma ideia de conexão entre Jiraiya e Koji.

— Tá me olhando assim por que? — Interroga Koji ao ficar incomodado com o olhar da Sannin sobre ele.

— Por nada. Desculpe. — Ela desvia o olhar e beberia alguns goles do chá que Shizune fez e logo em seguida vai para a sala.

Koji a analisa de longe, vendo cada passo que Tsunade dava em torno da sala. Ela pega um livro da estante que lhe chamou a atenção e na mesma hora um pedaço de papel cai de dentro das páginas e alcança o tapete felpudo. Tsunade se abaixa para devolver o papel, mas assim que o pega em suas mãos se depara com uma foto de Jiraiya quando era mais jovem. A Senju se lembrava daquela época, o Eremita já estava por volta dos seus trinta anos, e a foto foi tirada alguns dias antes dele partir de Konoha em busca do garoto da profecia.

Percebendo que teve algo que chamou a atenção de Tsunade e isso foi o suficiente para despertar sua curiosidade, Koji levantou-se da mesa e foi ao seu encontro. Se aproximando do corpo da Sannin levou suas mãos na fina cintura dela, puxando-a de encontro ao seu tórax e a abraçou por trás, descansando seu queixo no ombro de Tsunade.

— O que está te incomodando? Não é só a missão da Natsumi.

— Precisa ser tão observador assim? — Murmura Tsunade escondendo a foto de Jiraiya dentro de sua mão.

— Só estou preocupado.

— Achei que sua preocupação era por algo mais sério. — Tsunade repete as mesmas palavras que Koji usou contra ela, e com isso ele a vira de frente para ele.

— Está chateada comigo?

— Não é nada com você, só estou lidando com muitas coisas de uma vez só.

— Então porque não me diz nada? Por que prefere esconder de mim?

— Não quero meter mais ninguém nisso, pelo menos não até surgir uma oportunidade.

Koji volta a avaliar Tsunade de cima a baixo, e é quando ele nota que a mão esquerda dela estava fechada e com algo dentro.

— O que está segurando? — Ele pergunta desconfiado.

— É só uma foto. — Tsunade tenta se afastar, mas Koji pega em sua mão gentilmente, um toque que fez a Sannin suspirar e não ter coragem para sair do local.

— Me deixe ver. — Koji pede com um tom de voz calmo, e Tsunade cedeu. Ele ficou sem expressão quando viu que era uma foto de Jiraiya, e depois de ligar os pontos e ver que a Senju o amava por dentro, apesar de tê-lo perdido, isso foi um gatilho para Koji perceber o que estava errado no relacionamento entre eles. — Vou te fazer uma pergunta, e quero que seja sincera.

— O que foi? — Tsunade sente uma tensão entre eles e fica incomodada.

— Você está comigo só porque sou um clone dele?

A pergunta pegou Tsunade de jeito. Ela não soube por onde correr, e Koji parecia extremamente magoado por mais que sua expressão estivesse fria.

— Por que está perguntando uma coisa desse tipo?

— Porque eu quero saber se você se apaixonou por Kashin Koji, ou se apaixonou pelo clone do Jiraiya. Me diga... Há quem você realmente ama?

— Koji... — Tsunade se esforçou para não chorar, e ela então percebeu a besteira que fez, tudo porque ela não soube separar o que era amor por ilusão. — Nossos momentos realmente foram bons, e você evoluiu muito. Mas essa pergunta se trata de um assunto delicado, e eu não consigo lhe dar uma resposta agora.

Koji não diz nada, apenas decidiu testar a Sannin de uma outra maneira. Ele larga a foto de Jiraiya no chão e puxa o quadril de Tsunade devagar até seus corpos estarem grudados. Ele acaricia o rosto macio da loira, levando seus dedos na maçã do rosto até o queixo dela, e gentilmente o ergueu para poder ter mais visão ao seus lábios. Tsunade fica ofegante na medida que Koji se aproxima para beija-la, só que depois da conversa que eles tiveram e das reflexões que ela fez em sua cabeça não seria justo engana-lo dessa forma. Era muita crueldade. No momento que Koji roçou seus lábios nos de Tsunade a mesma impediu colocando sua mão no peito do homem, fazendo-o ficar imóvel e a poucos centímetros de distância da boca da Sannin.

— Não posso. — Lamenta Tsunade deixando uma lágrima escapar.

Aquela foi a resposta que Koji esperava ouvir.

— Eu sou um idiota.

O albino se afasta da Senju e anda em direção a porta, e não deu ouvidos para os gritos que Tsunade fazia na tentativa de impedi-lo de ir embora. Não havia outro lugar seguro que Koji conseguia pensar que não fosse o laboratório de Amado, era o único ambiente no qual ele estaria longe das mentiras de Tsunade.

Koji nem se atreveu a bater na porta, apenas foi entrando e pegando Amado desprevenido e totalmente focado em seu computador. Sumire estava ao seu lado segurando uma pasta com documentos e a jovem kunoichi se assustou com a entrada bruta do albino.

— Que visita inusitada. — Comenta Amado não dando muita importância para Koji. — Qual foi o problema de agora?

— Quero ter uma conversa a sós. — Pede Koji amargurado.

— Querida, pode voltar daqui a quinze minutos? — Murmura Amado para Sumire.

— Tudo bem. Vou enviar os dados que me pediu para o Katasuke.

A jovem saiu do laboratório, e após sua retirada Amado virou sua cadeira giratória para poder ficar de frente para Koji.

— O que te trás até mim, meu companheiro?

Koji não queria prolongar aquela conversa, então ele foi direto ao assunto.

— Apague minha memória.

Amado quase não acreditou quando o albino lhe pediu um favor desses. Geralmente, era o cientista que fazia isso por conta própria quando Koji tinha problemas relacionados as memórias de Jiraiya e de tudo que envolve seu DNA, mas nunca achou que um dia Koji iria lhe pedir esse favor por conta própria.

— Deu pane no seu sistema ou algo do tipo?

— Estou falando sério! Estou farto das pessoas dessa vila, e principalmente daquela família! Eu quero ficar longe delas, eu quero esquecer de tudo!

— Longe delas? Por acaso ocorreu algo entre você e as Senju’s que eu ainda não estou sabendo?

Koji se viu em um beco sem saída, e ele já estava ciente de que Amado não iria apagar sua memória se não lhe contar o verdadeiro motivo.

— Eu me aproximei demais da Tsunade. Tivemos... Uns momentos íntimos... Mas nada do que aconteceu entre nós esteve ligado à quem sou de verdade, e sim por causa do maldito DNA daquele Sannin que carrego dentro de mim! Se eu não tivesse a aparência do Jiraiya, a Tsunade jamais teria tido algo comigo! Foi tudo uma mentira... — A última palavra quase falhou em sua voz, e por acidente uma lágrima desceu pela lateral de seu rosto, por causa de seus sentimentos a flor da pele.

Amado ajeitou seus óculos ao testemunhar aquele fenômeno e do segredo de Koji, e percebeu que precisava fazer algo a respeito antes que seu segredo fosse descoberto.

— Então você voltou a ter emoções de novo. — Suspira Amado se levantando e indo se servir de uma xícara de café na mesa ao lado de seu computador. — Se tivesse me dito antes do que está estava acontecendo entre você e a Godaime eu poderia ter impedido isso, e você não estaria desesperado agora. É um preço que você teve que pagar por não ter sido sincero comigo.

— Eu jamais imaginei que algo do tipo poderia acontecer entre mim e ela. Eu nunca senti isso antes, Amado. Nunca.

— Bem, pela sua sorte, eu estou aqui e posso resolver esse problema.

— Por que eu sou diferente dos outros Androids?

Amado aperta com força sua xícara, mas se contenta mantendo sua expressão facial com serenidade.

— Você não é diferente. Só foi feito com base de DNA humano de alguém muito poderoso. Delta e Boro foram mais focados em animais, e apenas reciclei os antigos corpos que eles tiveram por não ter novos corpos na época para mantê-lo vivos. Mas por dentro, todos vocês são apenas ferro e óleo.

Koji ficou em silêncio, sua cabeça estava tão alterada por estar magoado com Tsunade que nada mais do que Amado lhe explicava era de seu interesse. Até aquela certa altura, Koji não estava mais interessado em saber sobre sua origem, suas memórias irão ser apagadas, então não iria valer a pena para ele continuar com a investigação contra Amado. Ele não se importava com mais nada.

— Quanto tempo para eu perder as minhas memórias? — Pergunta Koji voltando ao assunto principal.

— Não demora, só vou fazer um upgrad no computador e irei alterar o seu chip. De novo. — Suspira Amado entediado e colocando sua concentração total na tela do computador, ficando de costas para Koji.

Agora ele precisava aguardar, mas como a porta do laboratório estava entre-aberta Koji acabou escutando passos andando pelo corredor, e ele conheceu uma das vozes masculinas que estavam cochichando.

— Quanto tempo até eles voltarem? — Pergunta Shikamaru.

— Acredito que eles consigam terminar a missão em menos de quatro dias. Natsumi é astuta, tenho certeza que irá dar tudo certo. — Responde Naruto.

Koji ficou curioso ao ouvir o nome de Natsumi, e uma parte dele quis ouvir mais a conversa para saber sobre a filha de Tsunade. Ele até poderia estar decepcionado com Tsunade e desejar esquecer tudo o que houve entre eles, mas o afeto dele por Natsumi ainda permanecia. Devagar e sendo o mais discreto possível, sem que Amado perceba que ele começou a distanciar-se dele, Koji fica próximo da porta para ouvir mais da conversa de Naruto com Shikamaru.

— Não sei se foi uma boa ideia deixar o Kawaki ter ido. Ele precisava ser vigiado. — Diz Shikamaru.

— Não há muito o que podemos fazer, e se enviarmos recrutas para buscá-lo vamos atrapalhar a missão deles. — Diz Naruto. — Se pensar por outro lado, foi bom o Kawaki ter ido escondido para a missão. Assim eles podem encontrar o antigo esconderijo da Kara mais rápido e recuperar aquele arquivo que a Baa-Chan encontrou.

O sangue de Koji congelou ao ter descoberto que Natsumi estava em Amegakure, e o pior, que ela e seus amigos estavam indo direto para uma armadilha. Koji não podia apagar suas memórias agora,  pelo menos não ainda, ele precisava fazer algo a respeito e avisar Natsumi sobre o perigo que eles estavam se metendo. Depois de Naruto e Shikamaru voltarem para o escritório Koji saiu pela porta sem Amado perceber e foi correndo para fora do prédio.

Durante sua corrida de desespero por coincidência ele se encontra com Shizune voltando do seu intervalo de trabalho, e a mesma fica confusa por ver Koji tão assustado.

— Onde você vai? O que houve? — Pergunta a morena preocupada.

— Estou indo para Amegakure.

— O que? Mas por que...?

— Natsumi está indo para uma armadilha, e eu preciso chegar lá antes que o pior aconteça! Avise o Nanadaime sobre a minha partida!

— Koji, espere...!

O homem não podia dar ouvidos a Shizune, ele só pensava na segurança de Natsumi. A morena por outro lado não soube o que fazer, ela ficou perplexa por saber da notícia e no momento ela não poderia fazer nada a não ser avisar Naruto e Tsunade sobre o que aconteceu. Ao atravessar o portão de saída de Konoha, Koji morde seu polegar e faz seu jutsu de invocação, trazendo Boiler-Gama de volta ao mundo dos humanos. Koji monta em cima do enorme réptil e então parte para Amegakure, desejando chegar na vila o mais rápido possível.
 

 

 

 



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