Capítulo 2
Segredos na Sala de Arquivos.
24 de Julho de 2006. 18h30m
A sala de Arquivos, era a única daquele castelo que era iluminada por tochas. Haviam muitos registros antigos, que poderiam se danificar no contato com a luz elétrica. No meio da sala, o piso formava um declínio onde havia, uma grande mesa redonda, feita de madeira escura. Em cima dela existiam vários castiçais, mas só três estavam sendo usados. Na mesa livros e papiros estavam organizados em pilhas.
Marcus, Aro e Caius, estavam reorganizando as prateleiras que encontravam -se no fundo da sala. Todas elas cheias registros que os donos deixavam lá para o caso de necessitarem. Os três Reis de Volterra, aproveitaram a organização, para rever os arquivos que haviam guardado. Arquivos como livros antigos onde continham, em suas páginas dezenas e milhares de histórias e lendas. Histórias que contavam das aventuras de muitos vampiros e de pessoas de outros povos. Haviam também prateleiras, cadernos com as suas próprias pesquisas e também as suas próprias análises sobre diversos assuntos referentes a politica.
Aro e Macus estavam sentados um pouco próximos um do outro, com espaço suficiente para se moverem e não se confundirem as pilhas de cada um.
Caius por sua vez estava sentado longe dos dois morenos. Foi o ultimo a sair do meio das prateleiras, carregando uma pilha imensa de livros e foi se sentar do lado oposto aos dois morenos. Sentara lá percebendo que nenhum dos dois, estranharam a distancia em que estava. Assim se debruçou no trabalho, revendo atenciosamente página por página de cada, caderno ou livro que passava por suas mãos. Gostava de fazer as coisas bem feitas, não deixava passar nada batido sob seus olhos. E entre tantos registros, acabou encontrando seu antigo caderno de Astronomia, uma das suas grandes paixões. Colocou o caderno em cima da mesa e se debruçou ainda mais, revendo linha por linha. Foleava o caderno lentamente, as vezes nem saia do lugar. Amava rever suas pesquisas, que realizava com grande dedicação. Desde pequeno era apaixonado pelas estrelas. Uma paixão que foi muito incentivada por sua mãe Mary, a mulher que marcara a sua vida. Que ele amou profundamente e que o amara da mesma forma. E de tanto ama -lo sacrificou sua vida por ele.
O loiro jogou essa lembrança de lado. Voltou a se concentrar no que fazia, não queria pensar em suas preocupações agora. Mas, em um dado momento, sua visão decidiu sair do foco de suas pesquisas, se dirigindo para outro foco. E ele estava sentado a sua frente no outro lado da mesa. O grande amor de sua vida, de nome Aro Volturi.
Só em vê-lo o coração de Caius se acalmava. Sentia -se seguro só de olhar aquela criatura maravilhosa, que cativara seu coração de maneira inexplicável. Aro estava vestindo uma blusa social de manga cumprida cinza. Calça e sapatos da cor preta. No pulso da mão esquerda encontrava -se, um relógio de prata. Que fora dado de presente, pelo loiro de aniversário. No pescoço uma correntinha descia até o peito, com o brasão do clã na ponta. O loiro viu, o casaco preto do moreno em cima da mesa, ao lado de uma pilha de livros. O cabelo longo e preto como a noite, estava solto. Contornando seu magnífico rosto de forma graciosa e leve. Aquele cabelo que varias vezes, o loiro sentiu esvoaçar em seu rosto. Sentindo a macies, daqueles fios ondulados. Os olhos atentos e calorosos de Aro, aqueciam -no por dentro, tranquilizavam sua alma, muitas vezes assustada. As mãos hábeis, era o único meio em que Aro podia expandir sua telepatia. Mãos que viviam cobertas por luvas, pois o moreno não queria entrar na mente das pessoas, sem a autorização. O violino e o violoncelo criavam vida naquelas mãos, soltando notas maravilhosas que o moreno tocava com perfeição. Mãos que espalhavam carinho para todos do castelo. Essas mãos muitas vezes eram acompanhadas pelos braços fortes do telepata. Que abraçava e envolvia a todos que encontravam, em todos os momentos. Seu sorriso sincero, estava sempre em seus doces lábios, de onde só saiam palavras sinceras e cheias de sentimento, promessas que sempre se cumpriam. Em som suave e harmonioso. Por onde saiam canções harmoniosas e também reflexões profundas. Muitos discursos referentes a liberdade que Todos, tinham dentro do castelo, saiam daqueles lábios macios que o loiro sentia com frequência, em sua testa ou na sua bochecha. Lábios que vinham muitas vezes acompanhados pelas carícias daquelas mãos, pelos braços que o envolvia em vários momentos demonstrando o carinho sincero que o telepata nutria pelo loiro.
E sentir aquilo aquecia a alma do loiro. Via o quanto o moreno estava feliz, em tê -lo ao seu lado junto de toda a sua família. Aro passava confiança. Uma confiança verdadeira que só sentira em Mary e em Athenodora.
Athenodora sua ex -esposa e atual grande amiga. Uma companheira de verdade. Foi a primeira a perceber depois de anos casados, que o que sentiam um pelo outro era apenas um amor fraternal. Caius realmente percebeu que ele se envolvera com ela por enxergar muito de sua mãe nela. Quando conversaram a esse respeito, foi ela que também ajudou -o a decifrar os verdadeiros sentimentos que o loiro sentia pelo telepata. Com a ajuda dela concluiu, que o que sentia pelo mais velho, era muito mais do que um simples carinho. Os dois então concluirão que seria um erro continuar com aquele casamento. Porém mantiveram uma grande amizade. E por pedido do loiro ela mantinha isso em segredo. Pois o telepata era casado com Sulpicia. E Caius, não iria atrapalhar a felicidade do moreno.
“_Se ele é feliz, eu sou feliz, também_”.
Mas, Caius não contara á ninguém, nenhum de seus segredos. Segredos relacionados ao seu passado e ao que ele era. Carregados em sua intimidade, por toda a sua vida. Ninguém sabia o que ele escondia muito menos Aro. E era aí que seu coração doía, pois afirmava a todo instante e para todos principalmente para o moreno, que confiava nele. Que entregaria sua vida ao moreno sem pensar duas vezes. E não era mentira. Aro é a única pessoa que conquistara sua alma de uma maneira inexplicável. Mesmo indiretamente, era Aro que conseguia fazê -lo sorrir. Era com ele que o loiro sentia -se forte verdadeiramente, e frágil ao mesmo tempo. Quando encontravam vampiros que zombavam do loiro por não ter um Dom. Era Aro que o defendia com unhas e dentes. O moreno mantinha -se ao seu lado a todo instante, principalmente quando o loiro tremia nos dias escuros de tempestade, seu único medo.
Caius e Aro haviam construído uma amizade verdadeiramente forte durante o convívio no clã. Sentiam um carinho muito forte um pelo outro. Aro fazia questão de tê -lo por perto. Era só o Caius aparecer na vista do moreno, para este dar um jeito de puxar o loiro para perto. E o loiro ia de bom grado. Bastava apenas um olhar em direção ao moreno, para saber o que ele estava pensando ou sentindo. E Caius sentia que Aro também tinha a mesma facilidade com ele. Tiveram muitas missões juntos, inclusive as duas missões em que trouxeram para o clã os três jovens que hoje eram os filhos adotivos do moreno. Demetri, Jane e Alec, as preciosidades de Aro e mesmo que disfarçado também eram as preciosidades de Caius.
O loiro estava contente de ter estado ao lado do telepata, quando o este construía sua família dentro do clã. Defendia -o com todas as suas forças, pois a confiança que sentia pelo moreno era inabalável. Mesmo assim, Caius não contara nada ao moreno sobre sua vida antes de conhecer -los, nem mesmo sobre sua verdadeira origem, mesmo depois de milênios vivendo sob o mesmo teto. O loiro se escondia, por medo da reação do moreno, mesmo conhecendo -o tão bem, ele temia ser incompreendido ‘naquele’ assunto em específico.
Quando Marcus apresentou os dois oficialmente para ambos, o poder de Aro não era tão desenvolvido como hoje. Aro só conseguia ver os pensamentos ligados á algum sentimento. Aquela foi a única vez que ele teve sua mente entregue ao moreno e desde então nunca mais tiveram outro contato mental. E Aro nunca questionara sobre seu passado. Nunca o pressionou para ter outro contato com sua mente. Sempre respeitou seus momentos de privacidade. Contudo, a culpa e o medo o atormentavam a alma do loiro.
De repente um movimento na sala chamou a atenção de Caius e de Aro também.
Marcus havia se levantado. Foi se dirigindo as prateleiras atrás de mais arquivos para verificar.
Caius voltou sua atenção rapidamente para o seu próprio caderno, agradecendo internamente que Aro não tinha percebido seu olhar direcionado para si. Logo seu olho caiu em algo que prendeu a sua atenção, mais do que os registros anteriores. Um trabalho detalhado que fizera de uma das primeiras estrelas, que se interessara, foi o estudo mais intensivo que fizera. Dera o nome de Mary para estrela, em homenagem a sua mãe, já que foi ela quem despertou seu interesse pelas estrelas. Permaneceu seus naquela pesquisa, revendo com cuidado cada mínimo detalhe de todo aquele trabalho.
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