Sem sombra de dúvidas aquele estava sendo o pior dia da curta vida de vinte e um anos de Elizabeth.
Os problemas começando a chegar aos montes para ela, primeiramente beijou e acabou indo para cama com seu melhor amigo. Irônico pensar que o mesmo era visto como um irmão para ela até pouco tempo atrás, e agora, estava sendo visto de forma diferente.
Suspirou pesadamente assim que o portão automático se fechou às suas costas assim que pôs os pés na calçada cimentada, sentia como se um peso grande estivesse sobre seus ombros e ela sabia o porquê da sensação que aos poucos deixava seu coração trincado.
E agora com quem irei conversar? Pensou já que sempre conversava com Meliodas sobre determinados assuntos que deixavam-na aturdida, e este é um dos assuntos que ele daria uma solução para o ploblema em um piscar de olhos.
Nervosa Elizabeth mordisca seu lábio inferior e segura as alças finas da bolsa branca enquanto se põe a caminhar até o ponto de táxi mais próximo do condomínio, ela precisa urgentemente conversar com o pai. Elizabeth acena assim que vê um carro com a faixa amarela indicando que é um táxi passar ao seu lado, o som dos pneus esfregando no asfalto quando o motorista freia ecoa pela rua silenciosa e ela caminha apressadamente até o táxi e abre a porta sentando no banco de trás.
- Para o centro por favor - Ela diz baixo o endereço da casa do pai e volta a encarar a rua.
Alguns minutos mais tarde desce do carro e puxa uma cédula amassada do bolso do jeans a entregando nas mãos do motorista que agradece e sai, Elizabeth observa a fachada da casa cuidadosamente pintada de azul claro e empurra puxa externo da bolsa o molho de chaves, com o maior cuidado possível para que não faça qualquer ruído ela gira a chave na fechadura e empurra o portão de aço antes de fechá-lo e caminha até a porta da casa, surpreende-se ao notar que a porta está aberta e gira a maçaneta empurrando-a, inicialmente coloca apenas sua cabeça para dentro do hall de entrada procurando por qualquer movimentação suspeita e assim que não encontra nada entra e fecha a porta retirando seus sapatos em seguida, com as pontas dos pés tocando o chão frio sobe as escadas para o andar superior e entra no segundo quarto do lado esquerdo do corredor.
Elizabeth solta o ar que nem percebera que estava segurando e caminha para deixar sua bolsa sobre a cama de casal bem arrumada, caminha até o guarda-roupa e tira de uma das gavetas uma muda de roupas limpas caminhando para o banheiro em seguida. Ela deixa as roupas sobre a bancada de mármore da pia e encara seu reflexo no espelho enquanto solta seus cabelos do coque desarrumado e se livra das roupas cheirando a bebida alcoólica, o perfume amadeirado de Meliodas e principalmente a sexo. Os olhos azuis arregalam-se ao ver as marcas com um tom doentio de roxo escuro espalhadas por seu colo e em seu pescoço, por ser incrivelmente pálida qualquer pressão mais forte em sua tez já seria o suficiente para um roxo esverdeado que duraria dias - essas especialmente demorarão semanas.
- Droga - Reclamou baixinho e guiou-se para o box abrindo o chuveiro na temperatura quente, a água relaxa seus músculos tensos imediatamente.
Deixou a água bater em seu rosto e em seguida olhou para baixo tentando não se lembrar do quê acontecera na noite passada. Entretanto o toque quente e firme das mãos esguias de Meliodas pareciam estar gravadas em sua memória, assim como os gemidos roucos do mesmo e das pequenas e quentes juras de amor.
- Por quê? - Elizabeth se questiona ao sentir os olhos arderem por conta das lágrimas que se acumulam, fungando baixo deixou seu choro correr livre e passou a esfregar o sabonete em sua pele livrando-se do cheiro de suor grudado em seu corpo.
Exatamente vinte minutos depois a loira saí do banheiro esfregando a toalha branca em seus cabelos úmidos, ela arruma o decote do vestido e encobre o chupão em seu pescoço com um pouco de maquiagem para finalmente sair do quarto. Em sua cabeça já começava a pensar em milhões de desculpas por não ter dormido em casa e com esse pensamento entra na cozinha, preparando-se psicologicamente para ouvir a bronca do pai, porém encontra o mesmo lendo concentrado algo em seu notebook, uma ruga de preocupação surge entre as sobrancelhas do homem que suspira audivelmente.
- Aconteceu algo papai? - Elizabeth se arrisca a perguntar e recebe um aceno em concordância do pai.
- A filial em Camelot está uma bagunça - Ele explica - Zaratras decidiu se ausentar por um tempo e não colocou ninguém em seu lugar. Eu não posso ir resolver por estar ocupado com a empresa aqui e Margaret já está bem ocupada com os últimos detalhes do desfile que irá acontecer, Verônica não irá deixar sua faculdade para trás e ir resolver esse problema.
Elizabeth franze o cenho e cruza os braços sobre o peito apoiando-se no balcão do armário e em seguida sorri.
A solução para seus problemas está bem na sua frente. Assim não precisará enfrentar Meliodas tão cedo assim!
Perfeito.
- Eu posso ir. - Começou fingindo estar desinteressada e encolheu os ombros - Já terminei o último semestre da faculdade e não tem problema se eu for.
Os olhos de Baltra descolam-se da tela do notebook para encarar a filha.
- Pode ir mesmo? - Questiona e ela sorri concordando - Elizabeth, é para ficar um bom tempo por lá...
- Eu vou papai - Afirma interrompendo o homem.
- Certo - Ele surpira e agradece - Vou comprar sua passagem, você irá ficar no apartamento que usamos nas viagens à Camelot. Arrume suas malas que irei comprar a passagem para o próximo vôo.
Elizabeth concorda e apóia o peso do corpo nos calcanhares caminhando para seu quarto, mesmo aliviada algo apertava seu peito, um sentimento como... Culpa?
★★
Aos poucos o choro silencioso de Meliodas foi se acalmando tornando-se apenas algumas fungadas e esfregões nos olhos ardendo pelo choro recente.
Respirou fundo e largou o papel sobre a seu travesseiro antes de chutar o lençol que lhe cobria, quieto desliza para fora da cama e seus pés tocam o chão frio ele olha em volta a procura de qualquer indício de que Elizabeth ainda poderia estar alí, porém não havia nada da loira.
Meliodas caminha em direção ao banheiro e nem se dá ao trabalho de fechar a porta já que mora sozinho do apartamento, ele acende a luz do banheiro e caminha até estar frente a frente com o espelho, a marca de chupões espalhadas por seu ombro o faz suspirar e tocar o local onde há uma sutil marca de mordida, não estava dolorida ou com sangue, apenas o desenho dos dentes alinhados de Elizabeth. Aproveitando de sua nudez Meliodas caminha até o box e empurra o vidro fumê para o lado fechando-se no espaço antes de ligar o chuveiro, a ardência em suas costas indica que as unhas bem cuidadas e de tamanho médio da loira encarregaram-se de arranhar e causar cortes pequenos, ele empurra os cabelos molhados para trás e deixa a água cair em seu rosto.
Alguns minutos depois ele encara novamente seu reflexo enquanto internamente trava uma batalha consigo mesmo.
Por que diabos levara sua melhor amiga para sua cama? Ambos estavam bem sóbrios e lúcidos durante todo o acontecido então em hipótese alguma poderiam culpar a bebida alcoólica pelo ocorrido. A imagem da loira deitada sob si e tão entregue aos seus toques parecem queimar em suas pálpebras, os ouvidos ainda chiavam e ele jurava ainda poder ouvir seu nome sendo gemido da forma mais obscena e ofegante pelos lábios vermelhos de Elizabeth.
Meliodas balança a cabeça para os lados e sai do banheiro com a toalha enrolada no quadril, pega a primeira peça de roupa que encontra em uma das gavetas da comoda e veste a calça moletom preta, deixa a toalha sobre a cama e segue descalço para a cozinha a fim de procurar algo para acabar com a ardência incômoda em seu estômago, assim que chega no cômodo desejado abre a geladeira e pega a jarra de suco de laranja que havia feito na noite passada e despeja um pouco em um copo de vidro.
Ele beberica o líquido doce e procura algo que ainda esteja na data de validade e seja fácil de preparar, seus olhos atentos vistoriam o conteúdo dentro do armário porém Meliodas não se concentra no que faz, sua cabeça está longe e ele cria mil e uma formas diferentes de como se redimir com Elizabeth pelo erro que cometeram na noite passada - pelo menos na visão dela fora um erro, porque ele não pensa da mesma forma - ambos estavam bem consciente do que faziam no momento.
- Preciso falar com ela - Ele murmura e sai a procura de seu celular pela casa, e o encontra debaixo de uma almofada no sofá, o mais rápido possível manda uma mensagem para a amiga.
• Precisamos conversar sobre o que aconteceu.
O loiro larga o aparelho sobre a bancada da cozinha e joga a cabeça para trás tentando entender o motivo do aperto no peito e da sensação que estava perdendo algo importante.
A amizade de Elizabeth, talvez.
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