Elizabeth agradeceu sorrindo simpática para o taxista que retirou de dentro do porta-malas espaçoso as duas malas de tamanho grande e pesadas o suficiente para que ela não consiga levantá-las. A loira puxa a carteira de dentro da bolsa tiracolo e tira duas notas entregando-as na mão do homem que agradece e entra novamente dentro do carro antes de partir.
Ela observou as ruas movimentadas de Camelot durante alguns longos minutos, ponderando se fez a escolha certa ao largar muitas coisas mal resolvidas em Liones e correr para uma cidade completamente diferente onde só passava algumas semanas de suas férias de verão quando ainda frequentava o colégio, após ingressar na faculdade as férias e descansos tornaram-se coisas escassas para que ela pudesse viajar.
- Não dá pra voltar atrás - Sussurrou para si mesma - Papai precisa de mim.
Virando-se de costas para a rua com o contante movimento de carros e motos, Elizabeth segura nas alças de suas malas e as empurra até estar em frente ao portão automático do condomínio, as grades de ferro pintadas de branco se abrem e a loira passa sorrindo amigável para o porteiro antes de seguir até o prédio, passou calma pelas portas de vidro do lobby que está mais arrumado do que Elizabeth se lembrava.
Um sorriso amargo contorna seu lábios quando a mesma para em frente as portas de metal do elevador - faz quatro anos que não vêm aqui - lógico que tudo estaria diferente do que se lembrava.
As portas se abrem e Elizabeth empurra suas malas antes de apertar o botão do 5° andar, inconscientemente prende a respiração ao ter a sensação que seu sangue subiu a cabeça assim que o elevador começa a subir.
O celular começa a apitar e Elizabeth puxa do bolso traseiro da calça jeans escura e desliza o dedo pela tela sensível abrindo a mensagem identificada com o número de seu pai.
• Chegou bem?
Ela sorri com a preocupação do pai e digita um mensagem rápida alegando estar bem e que agora irá limpar e organizar o apartamento.
As portas de metal abrem-se ao chegar no andar solicitado e ela sai empurrando as malas para fora e pega da bolsa a chave da porta, colocando-a na fechadura e depois de virar a chave duas a maçaneta dourada gira praticamente sozinha revelando o hall com as paredes em tons frios e o piso de porcelanato polido. Elizabeth suspira e tira os tênis os deixando ao lado da porta assim que trancou a mesma, caminhou silenciosamente até a sala branca com os sofás cobertos com um lençol branco.
A loira ri com o pensamento de que parece estar em um filme americano.
Depois de dobrar os lençóis perfeitamente sobre o estofado macio de cor marrom claro, ela caminha até seu quarto e coloca sua mão na maçaneta de cristal empurrando a porta em seguida. Para sua satisfação, tudo está da mesma forma como deixou da última vez que viera em Camelot.
A loira caminha até sua penteadeira branca com um espelho cheio de detalhes e fotos de Elizabeth com suas irmãs e pai, a mão dela escorrega até o porta retrato dourado e ela ri alto com a foto. Nela Elizabeth com seus doze anos exibia, com um sorriso vitorioso, sua medalha por ter ganho em primeiro lugar em um concurso de dança, e Meliodas um pouco atrás tinha os cabelos loiros presos em trancinhas com elásticos e presilhas de borboletas, suas bochechas estavam coloridas em um vermelho gritante pela vergonha, mas ele cumpriu com a primeva de deixar Elizabeth arrumar seu cabelo como quisesse caso ela ganhasse a medalha.
A foto ficou tão boa que ganhou um espacinho especial entre as coisas de Elizabeth para a tristeza de Meliodas que apenas queria queimar qualquer coisa que lembrassem-no daquele dia.
Deixando o porta retrato em seu devido lugar Elizabeth saí do cômodo para terminar de arrumar o apartamento.
★★
Com um suspiro pesaroso Meliodas escorrega o dedo sobre a tela do celular e lê a mensagem que mandara para Elizabeth há três dias atrás e foi prontamente ignorado, para sua total frustração a garota sem se deu ao trabalho de ler a mensagem, já que não exibia os dois risquinhos azuis característico de quando foi visualizada e lida.
Deitado de bruços no sofá ele larga o aparelho no chão frio e abraça a almofada de cor clara escondendo seu rosto no tecido macio, ainda não conseguia se acostumar a ser ignorado por Elizabeth e talvez nunca se acostumaria. Lentamente ele se vira de barriga para cima e fita o teto de gesso branco enquanto cria coragem para enfrentar a loira frente a frente, de repente o loiro se senta no sofá e agarra a carteira e a chave do seu carro colocando-os no bolso de sua calça jeans, apressado corre até a seu quarto e calça os tênis brancos e antes de sair puxa uma regata preta do guarda-roupa. Sua afobação é interrompida pelo som da campainha sendo tocada repetidas vezes e ele revira os olhos verdes.
- Já vai porra! - Exclamou irritado e sem nem se importar em ainda estar com o torso nú atravessa a sala e abre a porta - É só tocar essa merda uma vez... - As palavras morrem em sua boca e toda a afobação que sentia se transforma em uma palpável irritação deixando o clima tenso, os olhos verdes encaram de uma forma fria a pessoa parada à sua frente - O que diabos está fazendo aqui? - Rosnou.
- O que mais seria? - Bufou para o loiro - Vim matar a saudade que estou do meu namorado.
Namorado, a boca de Meliodas se contorce em um sorriso de puro deboche.
- Namorado? - Riu - Onde?
- Pare com esse cinismo, Meliodas - A mulher parada em frente a porta revira os olhos claros - Vai me deixar entrar ou não?
- Não, vá embora - O loiro entra na frente bloqueando o caminho da outra que morde o canto interno da bochecha e espalma suas mãos no peito desnudo do loiro empurrando-o para o lado para assim entrar no apartamento - Eu disse para ir...
Meliodas resmunga ao encostar a porta virando-se em seguida pera fitar sua ex que observa tudo de forma curiosa.
- Estava saíndo?
- Estou na verdade - Ele diz secamente - O que quer aqui?
- Não é óbvio? Quero você.
Meliodas cruza os braços sobre o peito e nega.
- Você não me tem mais, não me tem desde o momento que decidiu me deixar para viajar.
- Foi um erro meu - Ela encolhe os ombros e se senta no sofá macio - Ainda dá tempo de voltarmos, não é?
Meliodas fita desinteressado a mulher de cabelos recém pintados, na cor de chiclete.
- Não, não dá - Ele responde categórico - Agora vá.
- Você não me ama mais? - Ela arqueia as sobrancelhas.
- Não - Meliodas responde sem alterar a expressão impassível em seu rosto.
- Amor não se acaba tão fácil assim Meliodas.
- Tem razão - Ele dita recebendo um sorrisinho da outra - Foi só uma paixão que tive por você.
O sorrisinho morre nos lábios pintados com batom claríssimo e ela encara o outro estupefata, seus olhos esbugalham-se a medida que Meliodas dá as costas para ela ao abrir a porta do apartamento, as marcas de unhas e os arranhões ainda pareciam recentes e cicatriza vagarosamente onde abrira cortes finos. Óbvio para ela que Meliodas vivera momentos intensos há pouco tempo.
- Você se deitou com alguém?! - Sua voz subindo três oitavas com a pergunta causando uma careta para Meliodas.
- Não é da sua conta - Rebateu irritadiço.
- Eu vou descobrir quem foi a vadia!
- Cale a boca! - O loiro exclama - Acabou tudo entre nós, não tem chance de voltarmos. Deixe-me em paz, Liz.
As sobrancelhas de Liz unem-se e ela sai batendo o pé enquanto latia xingamentos para Meliodas e quem seja que se deitou com ele.
- Eu irei descobrir quem foi. - Rosnou olhando Meliodas por cima do ombro antes de entrar no elevador.
O loiro suspira audivelmente e coça sua bochecha em um gesto irritado, sua vontade de procurar Elizabeth tinha abaixado para zero, porém mesmo assim iria procurá-la. Apenas iria dar um tempo para que Liz fosse embora.
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