Zeldris sentia-se no momento a pessoa com mais falta de sorte no mundo, droga ele tinha defendido uma garota de um completo idiota que estava praticando bullying com ela e a envergonhando na frente de todos os alunos. Tinha feito uma boa ação, mas não era só por isso que tinha defendido Gelda dea crueldade de Galand, ele poderia ter dado as costas e ido embora sem se importar com o que estava acontecendo, mas não, Zeldris sentiu que deveria proteger a garota e agora estava fodido!
- Droga - gemendo de dor o moreno mergulha a mão novamente na água quente da banheira onde estava.
O hematoma que agora estava totalmente formado no dorso de sua mão direita, mal deixava-o movimentar seu pulso sem que doesse tudo.
- Acho que quebrei.
Com o maxilar bem firme para não gemer de dor novamente, Zeldris saí da banheira e veste de qualquer jeito a calça de seu pijama.
- Zeldris Haznedar!
O garoto pula assustado e abre a porta do banheiro, dentro de seu quarto Meliodas mantém a expressão brava e os braços cruzados sobre o peito.
- O que foi?
- O que foi digo eu - O loiro cerra o olhar na direção dele - por que você se meteu em uma briga na escola?
- Ah, o direitor te ligou?
- Sim, me ligou, agora pode me dizer por que você deixou um garoto com o nariz quebrado e dez pontos na boca?
Oh, o estrago tinha sido tão grande assim? Então sua mão machucada valia a pena também.
- Zeldris?
- Eu... Aí! - O rapaz grunhe quando involuntariamente fecha a mão machucada.
Alarmado Meliodas olha para Zeldris procurando por qualquer escoriação ou corte.
- Pode me levar ao hospital?
- Você se machucou?
Ele assente e suspira antes de mostrar sua destra que estava inchada e com o hematoma.
- Acho que quebrou.
- Santo Deus, com que força você bateu?
- Muita - Zeldris da de ombros e veste seu moletom que estava sobre a cama - podemos ir?
»★«
Confusa Gelda não entendia o porquê quase todos os alunos encaravam-na quando ela chegou na escola no outro dia. Com receio de ter algo em seu rosto ela desvia e entra no banheiro feminino.
- Eu estou normal.
Murmurando sozinha ela olha seu reflexo no espelho vertical pendurado na parede, não tinha nada de diferente nos olhos e estava pálida como sempre, apenas seus joelhos que estavam com casquinhas de feridas e as mãos também. O uniforme estava sob a norma da escola, saia até o joelho, camisa de botões branca e as sapatilhas que ela odiava por machucar seus pés, a única coisa diferente em si era o moletom canguru que tinha ganho de Zeldris.
- Será que eles notaram que não é meu?
Dando de ombros ela pega sua mochila que tinha deixado no chão e saí do banheiro, as duas primeiras aulas seriam de educação física, teriam que fazer as dez voltas na quadra e depois iriam praticar vôlei.
Tudo que a garota não queria.
Desapontada Gelda permanece rabiscando a última folha do seu caderno, o sinal tinha tocado a quase sete minutos e Zeldris não tinha chego, ele não viria para a escola novamente. Corada ela esfrega a mão direita nas bochechas que estavam anormalmente quentes, lembrar dos beijos que trocaram na sala do apartamento dele a deixava tímida.
- Gelda?
A voz do professor de educação física lhe chamando tira Gelda dos devaneios e ela ergue a cabeça para olhá-lo.
- Sim?
- O diretor está te esperando na sala dele - Dolor mantém a expressão indecifrável, mas era notável sua surpresa, Gelda estudava naquele colégio desde o oitavo ano e pela primeira vez foi chamada na diretoria - você está liberada.
Franzindo o cenho a garota fecha seu caderno e guarda a caneta que usava antes de sair, por que o diretor precisava dela em sua sala?
O som da sola de borracha de seus sapatos ecoa pelo corredor vazio da secretaria e ela para em frente a porta da sala do diretor, depois de duas batidas tímidas ela abre a porta ao ouvir o entre.
- Licença, me chamou...
Com os arregalados ela observa Zeldris sentado de costas para a porta, o rapaz estava visivelmente entediado e com as mãos no bolso da blusa olhava para o exterior da janela. Sentada do seu lado uma mulher extremamente bonita e séria lhe encarava, os olhos azuis gelados deixaram-na imediatamente tímida.
- Entre senhorita Murphy.
- Com licença.
Encostando a porta atrás de si, ela dá alguns passos hesitantes e se senta na cadeira ao lado de Zeldris, o mesmo ainda estava perdido em seu próprio mundo.
- Sabe o porquê está aqui, não é?
- É sobre a briga de ontem?
- Sim, você deve estar ciente que aquelea pequena... confusão, tomou proporções grandes demais.
Gelda concorda e o diretor, Twigo suspira audivelmente entrelaçando suas mãos sobre o tampo da mesa cheia de papéis.
- E, por causa de um mal entendido, seu colega de classe se achou no direito de sair em uma briga física com outro aluno, sendo que nem frequentou as aulas ontem.
- Desculpe, mas rotular aquilo como um mal entendido é errado.
Gelda vira a cabeça para olhar a mulher que pela primeira vez desde que chegara na sala, resolveu falar. Surpreendentemente sua voz era suave, calma, mas esbanjava um toque de repreensão para com o diretor.
- Perdão?
- Por favor, não tente cobrir os erros de um dos seus alunos, senhor. O que Galand estava fazendo é crime, sabia?
- Uma brincadeira?
- Brincadeira?! - Zeldris rosna irritado e olha para o homem a sua frente - bullying nunca foi e nunca será uma brincadeira, é nojento rebaixar e ferir uma pessoa emocionalmente e psicologicamente para se sentir melhor. Galand estava oprimindo ela há anos, você como diretor chegou a notar antes? - o rapaz move a cabeça indicando Gelda que surpresa não sabe como reagir.
O pequeno surto de raiva dele espanta Twigo, enquanto Elizabeth apenas lança a ele um olhar repreensível que arrepiou Gelda.
- Sua falta de educação é desprezível, senhor Zeldris, eu preciso conversar diretamente com seu responsável - o homem lê algumas coisas no papel sobre a mesa - onde está seu irmão?
- Meliodas é muito ocupado com a empresa que recentemente herdou - Elizabeth responde - como foi deixado avisado na matrícula de Zeldris, na falta de Meliodas eu sou sua responsável.
- Você é parente dele?
- Convivo com a família Haznedar há anos.
- Bem, como você é novo no colégio, Zeldris, irei dizer que esta é uma instituição de ensino respeitável e não toleramos nenhum tipo de briga, principalmente uma briga física como aconteceu ontem. Você receberá uma advertência e por uma semana frequentará aulas de reforço depois da saída do colégio.
- E quanto ao garoto que praticou bullying com Gelda?
- Galand foi suspenso por duas semanas por mau comportamento e por praticar bullying.
- Bom - Elizabeth acena - e a garota?
- Gelda assim como Zeldris irá receber uma advertência e frequentará aulas de reforço. Apenas por ter se envolvido mesmo que indiretamente na briga.
- Garanto que Zeldris não irá mais se envolver com brigas, senhor.
Levantando-se da cadeira Elizabeth estende a mão para o diretor do outro lado da mesa e após o aperto de mão, se vira para o rapaz.
- Você irá junto comigo?
- Não, tenho uma aula importante de literatura hoje.
- Certo.
- Estão dispensados.
Já do lado de fora da sala do diretor Gelda finalmente respira fundo aliviada e esfrega as mãos unidas de suor na saia do uniforme. Seu alívio some e ela fica tensa novamente quando a mulher responsável por Zeldris para na sua frente, surpreendentemente o olhar gélido tinha sumido e ela sorri amavelmente para a garota.
- Olá Gelda, sou Elizabeth Liones.
- Oi...
Constrangida Gelda olha de soslaio para Zeldris, mas ele estava alheio ao que acontecia graças a seu celular.
- Sobre a briga de ontem, você se machucou muito?
- Ah, não, apenas alguns arranhões, Zeldris me defendeu de Galand.
- É eu... - as sobrancelhas claras de Elizabeth se arqueiam em reconhecimento para com a blusa que a garota está usando.
Era o moletom que Zeldris estava usando na noite retrasada.
- Eu... Fico aliviada em saber que ele sabe usar o kickboxing para a defesa de alguém.
- Eu não ia bater nele se ele não estivesse fazendo nada errado.
Elizabeth se vira para ele e estende a mão.
- O quê?
- Vamos me dê sua carteira de motorista.
Chocado o moreno arregala os olhos e dá um passo para trás.
- Você tá' tirando minha CNH?!
- E seu carro também, por mais que tenha se envolvido em uma briga por um bom motivo, ainda foi errado. Meliodas te deixará de castigo por três semanas.
- Eu não sou uma criança, Elizabeth. Ele não pode me deixar de castigo!
- Não é criança, mas não é adulto, então pare de reclamar e me entregue logo.
Resmungando coisas incompreensíveis Zeldris pega do bolso externo de sua mochila, a carteira de motorista e entrega para a mulher.
- Diga a meu irmão que ele é um cuzão.
Rindo Elizabeth guarda a cnh do rapaz em sua carteira e concorda.
- Eu direi, agora preciso ir - como uma mãe faria ela beija a testa de Zeldris e sorri carinhosamente para Gelda - se puder ficar de olho nele eu agradeço.
- Pode deixar.
- Elizabeth!
Frustado e constrangido ele exclama recebendo apenas o riso de Elizabeth como resposta e assiste a mesma sair pela porta da secretaria. Ótimo. Agora Gelda sabia que ele estava de castigo como uma criancinha, que vergonhoso.
- Vamos para a quadra, as duas primeiras aulas são lá.
- Não vou participar da aula - Zeldris diz acompanhando a garota até a quadra de esportes da escola.
- Por que não?
Suspirando ele puxa a mão que ainda estava dentro do bolso de sua blusa e exibe a tala que imobiliza desde seu pulso até os dedos da mão.
- O quê aconteceu?!
- Não sou acostumado a dar socos sem usar luvas, usei mais força que o necessário e machuquei feio minha mão.
- Quanto tempo com a tala?
- Duas semanas eu acho.
- Sinto muito...
- Não se desculpe, eu entrei na briga porque quis, Gelda.
»×«
Observando o movimento de pessoas para todos os lados nas ruas movimentadas de Camelot, Chandler toma a segunda xícara de café expresso enquanto esperava a pessoa que é essencial para seus planos.
- Desculpe o atraso.
Puxando a única cadeira livre da mesa, a mulher se acomoda confortavelmente e olha para o empresário a sua frente.
- Esperou demais?
- Sim, está quase vinte minutos atrasada.
- Estou resolvendo algumas coisas sobre meu próximo intercâmbio.
- Será quando?
- Em um duas semanas.
- Bom, é o tempo que eu preciso para fazer algumas coisas.
- Que coisas são essas?
- Envolvem meu sobrinho e a Liones caçula, além de trinta mil se conseguir concluir sua parte do plano com sucesso.
- E que plano seria esse?
Chandler sorri maliciosamente para a mulher, os olhos azuis dela brilhavam denunciando sua ganância pelo dinheiro envolvido.
- Você apenas precisa separá-los, mas faça a Liones odiar meu sobrinho a ponto de quere-lo longe.
- Como farei isso?
- Bem, soube que vocês transaram recentemente.
- Não chegamos a realmente ir para a cama, ele ficava me chamando de Ellie. - o nojo na voz de Liz faz Chandler rir.
- Mas ele estava bêbado demais, realmente acha que vocês dormiram juntos.
- Ah é?
- Sim.
- Acho que Elizabeth não ficará nada feliz em saber que o namoradinho dela lhe traiu comigo.
- Sabia que poderia contar com você, Liz.
- Sempre que precisar - com um sorriso cruel a mulher pega o cardápio e escolhe o que vai pedir - tenho quanto tempo pra por o plano em prática?
- Meliodas irá viajar para o exterior depois de amanhã e voltará daqui a três dias, tempo suficiente, não acha?
- Quando ele voltar, sua Ellie estará odiando-o.
- Perfeito - Chandler ri.
Nada irá interfir, Meliodas Haznedar ainda irá ter o controle de tudo aquilo que seu pai deixou ao morrer. Querendo ou não, ele irá herdar tudo.
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