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História Life and Death - O meio do início - História escrita por Kashi_ - Spirit Fanfics e Histórias
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História Life and Death - O meio do início


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 5 - O meio do início


5 —  O meio do início

Harry POV

Muitas coias haviam mudado de repente desde o momento em que eu e Draco decidimos nos aventurar em uma nova carreira.

Ele estava muito ansioso para as aulas começarem, assim como eu.

Teríamos apenas mais um mês morando juntos no nosso apartamento, vivendo a nossa vida tranquila antes de nos mudarmos, e recomeçarmos tudo, com novos desafios.

Ele iria assumir as aulas de DCAT, e eu ficaria com Transfigurações, e três turmas de Trato das Criaturas mágicas.

Ainda não haviam encontrado alguém para substituir Hagrid, e como as aulas de transfigurações exigiam muito, eu não poderia assumir todas as turmas. Então ficariam repartidas entre eu e Neville, o novo professor de Herbologia.

Eu nunca pensei em me tornar professor, e talvez por isso estivesse tão cheio de expectativas sobre como seria.

Que tipo de professor iria me tornar? Um engraçado? Rígido? Chato? Que todos amam? Detestam?

Ainda havia toda a minha história de vida, que era extremamente pública.

Absolutamente todos os alunos saberiam que eu havia perdido os pais na infância, que fui criado por meus padrinhos até os dez anos, quando fui sequestrado por Voldemort.

Saberiam que fui resgatado anos depois por Draco Malfoy, o chefe do departamento de aurores do ministério, e também saberiam que nos tornamos namorados após nos aproximarmos.

Saberiam que fui eu a destruir todos os bruxos das trevas que o seguiam, em uma explosão de magia.

Minha história inteira de vida era conhecida, então eu pensava seriamente em que tipo de postura iria adotar de forma a deixar alguma marca na vida daquelas crianças e adolescentes.

Respirei fundo, terminando de abotoar minha camisa, sorrindo ao olhar ao redor e encontrar Draco diante do espelho, terminando de ajeitar seu cabelo.

Ele estava um absoluto deleite naquele smoking, e parecia tão distraído diante do espelho que mal percebia a forma que eu o encarava nada discreto.

Sempre me admirava o fato de que ele ficava incrível em qualquer tipo de roupa, mas as sociais eram um charme a parte.

Assim que terminei de abotoar a camisa, e vesti o smoking, caminhei até ele, passando os braços ao seu redor enquanto deitava a cabeça contra suas costas, me esticando para olhar nosso reflexo por cima de seu ombro, vendo ele sorrindo.

— Me preocupo bastante com a concentração dos nossos futuros alunos sendo você o professor — Avisei, e ele revirou os olhos — Não faça essa cara, você sabe que é verdade!

— Se estamos falando de aparência, acho que o fato de ter olhos de tons diferentes e uma cicatriz no rosto vai chamar atenção, sim.

— Estou falando de como seu traseiro fica uma gracinha em roupas sociais, Draco — Corrigi, vendo ele rir ao se virar dentro do meu abraço, me encarando de forma divertida.

— Eu tenho uma marca negra, não acha que isso vai chamar muito mais atenção? — Voltou a dizer, e eu revirei os olhos.

— Você poderia aceitar um elogio às vezes — Reclamei e ele suspirou.

— Seus elogios não fazem sentido.

— Fazem sim — Reclamei, descendo os braços que estavam ao redor do tronco dele, apenas para alisar seu traseiro coberto por aquele pano, e ele tornou a rir — Está preocupado com a marca negra?

— Nossas histórias são públicas, todos sabem que eu tenho a marca — Ele contou, balançando os ombros — Só... não quero que pensem que é um ponto sensível, ou que... achem que podem usar pra me atingir. E sabemos que crianças e adolescentes são odiosos, vivem procurando algo nos adultos para usar de arma.

— Se vamos dar aulas, você precisa mesmo parar de dizer que crianças e adolescentes são odiosos, Draco — O lembrei, rindo — Mas o que pretende fazer sobre isso? Manter a marca escondida?

— Não, isso apenas os faria pensar que... é algo que me assombra.

— Então... vamos começar as aulas exibindo a cicatriz — Apontei para minha testa — E a marca, sem medo — Garanti, vendo ele assentir com satisfação.

— É a ideia — Concordou, respirando fundo — Vamos, estamos atrasados.

Assenti, soltando os braços do corpo dele, prestes a me virar para a porta, quando ele me puxou de volta, unindo nossos lábios em um beijo suave.

Isso nos fez sorrir antes de finalmente seguirmos para a tão falada festa de reinauguração de Hogwarts.

Eu sabia o quanto Draco estava nervoso com isso, porque ele não havia retornado para a escola desde o enterro de Dumbledore, e que o dia de hoje seria crucial para entender se ele realmente conseguiria dar aulas ali.

Eu entendia que era um tópico sensível, porque foi apenas depois da morte do diretor, que Draco entendeu o significado dele na própria vida.

Ele compreendeu tudo o que havia de doloroso e belo no relacionamento que construíram quando Draco foi pedir socorro, muitos anos atrás quando era apenas um jovem sendo obrigado a ser comensal.

Dumbledore sempre foi aquela figura distante emocionalmente, tanto que não manteve qualquer relação amistosa com o irmão Albeforth, e também não constituiu família, se casou ou teve filhos.

Ele sempre foi uma pessoa solitária nesse quesito.

Então foi um baque para toda a comunidade bruxa ele ter tornado Draco seu herdeiro após a morte. Isso se tornou notícia em vários jornais, e de alguma forma era uma peça importante sobre o antigo diretor que ninguém pensou que pudesse existir.

‘O filho pródigo’ as manchetes estamparam quando o testamento veio a público, causando um pequeno caos para Draco, que precisou entrar com processos para retirarem as manchetes escandalosas.

Muitas tinham tom maldoso.

Mas havia uma, que eu particularmente adorei conhecer, que trouxe ao mundo uma visão diferente de Dumbledore. Uma visão humana, de alguém que cometeu uma porção de erros, mas tentou dia após dia redimi-los.

O Pasquim não costumava ter muitas vendas, até seu editor chefe resolver fazer uma análise sobre Dumbledore e Draco. Foi algo exagerado e dramático, mas trouxe essa visão de que Dumbledore continuamente tentou se redimir através de Draco e que torná-lo seu herdeiro era um jeito de mostrar ao mundo que ele se importava.

Haviam poucas semanas que finalmente o processo aberto por Draco para alteração do próprio nome foi aceita, e ele oficialmente havia removido o ‘Lucius’ de seu sobrenome, trocando por ‘Dumbledore’.

Provavelmente haveria um novo estardalhaço quando as pessoas descobrissem isso.

Draco Dumbledore Malfoy.

Isso sempre me fazia sorrir, porque eu jamais esperei que fosse tão importante para Draco remover o nome de Lucius, de tomar um caminho diferente em sua raiz.

Por mais que Dumbledore houvesse o criado de uma forma estranha, tornando ele um comensal, o manipulando e moldando como quis, eu sabia que jamais foi sua intenção.

Sabia que de início ele via Draco como uma ferramenta, mas quando veio a tona que ele escondeu a profecia, que foi indiretamente responsável pela morte de meus pais, e parte da ordem se virou contra ele, e descobriram que Draco estava sendo criado como agente duplo...

Eu sabia que naquele momento Dumbledore percebeu o quanto era perigosa sua mania de colocar os fins antes dos meios.

E naquela noite ele decidiu que Draco merecia algo melhor. Foi quando o enviou para viver com meus padrinhos, as duas pessoas mais amorosas e cuidadosas que existiam.

Eram dois pais precisando de um menino para criar, e Dumbledore achou que seria adequado oferecer aquilo a Draco, mesmo que isso houvesse lhe causado alguma mágoa.

Eles se afastaram bastante depois daquilo, e Dumbledore sempre pensou que era uma coisa boa.

Mas ao mesmo tempo, sempre soube que em algum momento Voldemort retornaria. Sempre soube também, que Draco se sentiria na obrigação de cuidar dele.

E novamente, Dumbledore achou que deveria intervir. E por isso se aproximou de mim, me fez querer ir para Hogwarts. Porque sabia que a profecia era sobre mim, e que precisava que eu entendesse que deveria fazer o correto.

Achava que ele parecia sequer perceber o quanto falava sobre Draco quando estava me dando aulas para ensinar a desenvolver melhor meus poderes em combate. Sempre criava alguma linha de comparação, e sempre parecia preso em memórias ao contar algum detalhe sobre a época que treinava Draco.

Essa foi a única coisa que me fez confiar em Dumbledore.

Porque ele parecia ser uma das únicas pessoas que entendia tal como eu, o quanto Draco era um homem precioso, alguém que merecia o melhor, alguém que merecia viver acima de qualquer coisa.

Eu sempre me perguntava se ele tinha plena ciência de que enxergava Draco como filho, da maneira mais crua e humana possível. O garoto que ele criou, que errou, que cresceu e ele assistiu partir para uma vida adulta e distante.

Quando trancamos o apartamento, Draco foi quem aparatou.

Ele não era habituado a aparatar usando os poderes que compartilhávamos.  Continuava usando a magia em seu nível normal e comum, e não era como eu. Que gostava de ser poderosos e vivia desafiando os limites do que era possível ou não.

Mas aparatar em Hogwarts parecia algo tão prático, que ele simplesmente o fez, me tirando um sorriso quando nos vimos diante do castelo, como eu me lembrava.

— Você está bem? — Perguntei, vendo ele assentir, entrelaçando nossos dedos para me puxar pelo caminho que seguia para a porta principal. Havíamos aparatado um pouco distante, para não chamar atenção.

Eu senti uma onda de tristeza quando passamos perto do lugar onde deveria estar a cabana de Hagrid. Ela não havia sido reconstruída depois da reforma, e essa era uma das primeiras coisas que pretendia fazer quando estivesse lecionando ali.

Iria reconstruir a casa dele, porque sentia que Hogwarts nunca seria Hogwarts sem Hagrid.

Nós passamos pela porta, e foi estonteante ver a escola toda decorada, com faixas pela reinauguração e vitória na guerra contra Voldemort.

Também foi estranho ver uma foto de mim no mural dos homenageados, ao lado de uma de Draco, e nós dois nos entreolhamos desconfiados, vendo o zelador Filch nos olhar assim que passamos, apontando de forma mau humorada para o salão principal.

Não fazia ideia de quem havia sido a terrível ideia de colocar ele como a pessoa que receberia os convidados!

Nós seguimos juntos, e foi um misto de nostalgia estranha adentrar o salão. Não havia as quatro mesas padrão da escola, mas havia decoração das quatro casas por toda parte.

— Senhor Potter, Senhor Malfoy — Nos viramos ao ver McGonagal se aproximar, sorrindo de maneira cordial — Fico feliz em tê-los aqui!

— Estamos feliz em comparecer — Respondi, pigarreando — Hã... as fotos no mural lá na frente...

— Eu certamente comentei com os senhores que iríamos fazer uma homenagem a todos...

— Não, certamente não comentou — Draco disse, com um tom divertido, e ela piscou e sorriu.

— Estou comentando agora mesmo. Sintam-se a vontade. De certo, imagino que não seja de bom tom pedir um discurso...?

— Nada de discurso! — Draco resungou, isso a fez sorrir.

— Imaginei que seria essa a resposta. Hã, senhor Malfoy, se for e sua vontade, tradicionalmente há um novo quadro na sala do diretor, e se desejar...

— Eu estou bem — A interrompeu, e ela assentiu, gesticulando a festa uma última vez em sinal de abertura, e se distanciou para cumprimentar as próximas pessoas chegando.

— Se quiser ir até lá — Deixei no ar para ele, mas sabia que Draco não iria de forma alguma visitar o quadro de Dumbledore.

— Duvido que você adivinha quem estou vendo na mesa de bebidas — Ele desconversou, e eu ri ao me virar para onde ele encarava, vendo Sirius ali tentando equilibrar três taças nas mãos, com bebidas de cores diferentes.

Nos aproximamos dele, vendo-o sorrir.

— Vocês demoraram! — Reclamou — Desde que foram morar juntos, só se atrasam para tudo! — Reclamou, e ninguém quis mencionar que era a primeira vez desde que estavam oficialmente morando juntos, que marcavam algo.

— Vocês chegaram há muito tempo?

— Não, chegamos agora — A voz de Remus respondeu, e nos viramos para vê-lo, notado como sorria suavemente — Bom vê-los, meninos. Venham para a nossa mesa. Arranjamos bons lugares.

Nós os seguimos, notando a quantidade de pessoas ali dentro, conversando, comendo, rindo, caminhando pelo salão que pareciam ainda mais gigantesco com as pequenas mesas ao invés das antigas.

— Como estão as coisas na loja? — Questionei com certa curiosidade, afinal agora com os preparativos para dar aulas, eu havia parado de ajudar.

— Corridas, mas estamos lidando bem. Vamos contratar um novo ajudante —  Remus disse com seu otimismo gentil.

— Anda não vejo sentido nisso. A parte boa de ter filhos é ter funcionário gratuito — Sirius ralhou, sentando ao lado de Remus, e eu revirei os olhos.

— Estamos felizes pela nova aventura de vocês — Remus corrigiu — Como estão? Ansiosos? Preparados?

— Um pouco — Confessei, vendo Draco balançar os ombros.

— Eu estou ok.

— Acha que McGonagal vai nomear vocês diretores responsáveis pela casa?

— Eu não posso ser diretor de nenhuma casa porque fiz parte das quatro — O lembrei, e meu padrinho assentiu, se virando para Draco.

— Com certeza. Não há sonserino melhor do que eu para mandar nos outros — Ele afirmou cheio de si, e isso me fez rir ao entrelaçar nossas mãos.

Me fazia sentir orgulhoso de vê-lo tão seguro de si.

A realidade é que aquela noite foi estranha, desconfortável e... bizarra, de certo.

Nós aproveitamos o momento para ficarmos juntos, conversarmos e tentarmos nos habituar, diante da ansiedade iminente de sermos professores em pouco tempo.

Draco já tinha costume de ser chefe, treinava muitos aurores como líder. Eu sabia que ele iria se dar muito bem, e conseguir passar o que era preciso.

Eu me sentia ansioso e um pouco nervoso, mas era bom falando em público, tinha facilidade para decorar coisas, e se tivesse algum branco ou falha enquanto estivesse dando aula, poderia fazer o que todo professor fazia:

Apenas preencher as lacunas com histórias da minha vida.

E eu tinha muitas.

Algumas pessoas deram discursos naquela noite, em homenagem a Dumbledore, e não foi qualquer surpresa para mim quando Draco se ergueu sutilmente no meio do tumulto que era o salão, cheio de pessoas em pé batendo palmas.

Apenas o segui, fazendo um gesto para meus padrinhos em aviso que estávamos nos retirando, e apertei o passo para alcançá-lo.

Ele passou pelas portas, e congelou, parecendo não saber pra onde ir, naquela escuridão que estava ali fora, de forma tão distraída que pulou de susto quando eu pousei a mão sobre seu ombro.

— Você precisa ser sincero comigo — Pedi, vendo ele piscar por um instante, e finalmente seus ombros tensos cederem.

— Eu estou bem — Disse com um sorriso, suspirando em seguida — Só... odeio discursos. Não poderia aguentar muito daquelas pessoas ali falando coisas, fingindo que o conhecem.

Assenti em compreensão, vendo ele passar os braços ao meu redor.

— E você?

— É estranho. Estar aqui. Hagrid... Hagrid foi muito importante. Me guiou, me ajudou quando estive perdido. Vai ser algo muito... esquisito estar aqui sem ele — Revelei, consciente de que guardar aqueles sentimentos não eram coisa boa — E Hermione... aposto que ela adoraria me ver ser professor.

Ele sorriu ao assentir e eu suspirei baixinho.

— Às vezes me sinto um idiota — Ele admitiu, e eu o olhei sem entender.

— Por quê?

— Você lida tão bem com isso, e eu só... sinto tanta raiva. Você não... reage assim. Não parece se sentir um pedaço de merda, e eu... —  Ele suspirou cansado.

— Draco, você não pode achar que deve lidar com as perdas da mesma forma que eu. Eu tenho uma relação diferente com a morte. Já te falei que para mim ela é a aventura seguinte. Para você, é o fim de tudo. Compreensões diferentes de morte, significam jeitos diferentes de processar a perda.

Ele soltou o ar devagar, e dessa vez seu sorriso era muito mais verdadeiro.

— Você tem razão — Admitiu, balançando os ombros — Como sempre.

— O que posso dizer? Fui amaldiçoado com o dom da razão — Murmurei convencido, me esticando para beijar os lábios dele suavemente, sentindo a brisa gelada noturna por nós.

Ele riu, passando os braços com firmeza ao redor da minha cintura.

— Sabe... eu estive pensando — Ele disse, estreitando o abraço, me olhando gentilmente — Poderíamos comprar uma casa em Hogsmeade. Eu e você.

— E ficarmos lá?

— Bom, McGonagal ofereceu aposentos aqui, e pode ser prático. Mas também acho que poderíamos ter uma casa. Soube de terrenos legais na região, a venda. Nas férias e feriados, poderíamos ir para lá, sair um pouco da escola.

Isso me fez sentir um calor grande por todo o corpo, porque era... diferente. Um plano diferente.

Comprarmos uma casa juntos, montarmos ela juntos.

Era... planejar uma vida a dois. Tinha um peso diferente de simplesmente me mudar para seu apartamento.

— Eu acho uma boa ideia — Concordei, vendo ele sorrir daquela maneira que sempre me fazia ficar um tanto bobo.

Era sincero e tão carinhoso!

— Sabe... — Comecei a falar, soltando um pouco o abraço para poder me virar e olhar par o céu estrelado, sentindo ele se mover para me abraçar novamente por trás.

— Hm?

— Os alunos vão perguntar. O que é isso entre nós. Por sermos os dois professores aqui, e tudo mais. Isso pode erguer alguma curiosidade — Sondei de forma muito singela, e senti ele beijar meu cabelo.

— Diremos a verdade — Disse muito baixinho, e eu quis perguntar.

Quis insinuar coisas.

Quis dizer que era um novo nível de relacionamento. Que apenas namorar era algo singelo demais para arriscar a expor daquele jeito, se não pretendêssemos levar um passo adiante.

Porque eu sempre me traia.

Achava que era evoluído o bastante para desapegar daquela ideia, mas me sentia completamente mesquinho em trazer isso a tona, sendo que Draco estava tentando processar tudo o que houve no fim da guerra.

Todas as mentiras que eu contei, que Dumbledore contou. As perdas. Tudo estava ali, na pele dele. Nos olhos azuis, enquanto Draco tentava se manter bem.

Sentia que era covardia trazer mais um de meus dramas para seus ombros.

— Que somos namorados — Foi tudo o que eu falei, erguendo os olhos ao virar o rosto um pouco na direção dele, e Draco sorriu.

— Sim — Concordou, soltando o ar devagar.

— Vamos... voltar para dentro e ver se os discursos já acabaram. E então podemos só nos despedirmos e ir para casa — Falei por fim, vendo ele sorrir aliviado e concordar com a cabeça.

— Essa é uma ótima ideia.

— .... E quando chegarmos em casa, vou abrir uma garrafa de vinho e te obrigar a experimentar as roupas bonitas que comprou para vestir quando for professor.

— A última vez que eu experimentei qualquer tipo de coisa na sua frente...

— Essa é a minha intenção — Avisei, vendo ele rir, provavelmente lembrando do dia em que falei alguma baboseira sobre precisar que ele experimentasse o uniforme de auror chefe, e isso nos fez ter sexo antes mesmo dele conseguir terminar de colocar todo o traje.

A verdade é que ele ficava muito sexy em uniformes, e eu não tinha muita resistência sobre isso.

— Ei — Puxei seu braço levemente quando ele se afastou para começar a caminhar, e Draco parou, assistindo enquanto eu pousava a palma da mão sobre seu peito, onde sabia estar pousada sua estrela.

Ele sorriu, os lábios se repuxando involuntariamente.

— Com meu coração, alma e vida — Reforcei, o que fazia constantemente.

O lembrava que sempre estaria ao seu lado, não importando o que fosse acontecer.

— Harry...

— Sim?

— Nós... podemos viajar? Antes de começarem as aulas? — Perguntou subitamente, e eu pisquei surpreso, mas assenti para ele com um pequeno sorriso.

— Onde gostaria de ir?

— Bem, termino de cumprir meu aviso prévio essa semana, e teremos um mês livre. Então... pensei em passarmos alguns dias na praia dos Blacks — Sugeriu, e eu me surpreendi.

Frequentemente íamos visitar o túmulo de Narcisa, mas nunca ficamos mais do que algumas horas na praia dos Blacks.

— Pensei em passarmos um tempo lá. Antes de tudo ficar diferente — Explicou, e eu concordei animado.

— É uma ótima ideia, Draco!

— Obrigado, Doce — Disse, entrelaçando nossos dedos, e seguimos assim para dentro do salão.

Em uma perfeita calmaria...

Antes da tempestade.


Notas Finais


Não vejo a hora de chegar a fase divertida rs
Até!


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