handporn.net
História Lifeline - Bônus. - História escrita por gcaroliny - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Lifeline >
  3. Bônus.

História Lifeline - Bônus.


Escrita por: gcaroliny

Capítulo 49 - Bônus.


aurora grace.

três anos depois.

Esses últimos anos têm sido difíceis. Não tem um dia que eu não lembre dele. Não tem um maldito dia que eu não lembre de como foi difícil ver descerem o caixão dele. Faz três anos que Justin morreu, exatamente hoje, véspera de natal, vinte e quatro de dezembro, mas não há um dia que eu não lembre de nós.

Eu sei que ele está em um lugar melhor agora, aprendi a lidar com a ideia de não ter mais Justin ao meu lado. Mas a saudade ainda é grande. Talvez ela nunca vá embora.

Naquele dia, depois de voltar do enterro, eu fiquei arrasada com a sensação de perda. Meu peito doía, o choro ficou entalado na garganta desde o início do dia, e depois de uma semana, eu finalmente decidi engolir a tristeza. Era difícil seguir em frente sem Justin, mas eu não tinha como fazer absolutamente nada. Eu tinha um bebê crescendo dentro de mim, precisava manter minha mente e meu corpo saudáveis.

Ah, falando nele, ele nasceu em julho do outro ano. Um menino. Lindo e saudável. Eu consegui me virar sozinha nos primeiros dias, mas acabei precisando da ajuda da minha mãe nas semanas seguintes. Não é nada fácil ser mãe solteira. Ser mãe de primeira viagem, pior ainda. Mas nós estamos bem. Inclusive, ele está agora mesmo perto da nossa árvore de natal quase completamente montada. Maxon está com ele.

— Vem, Theo. Mamãe já preparou sua mamadeira. - falo um pouco mais alto, pois estou na cozinha e eles na sala, e em poucos segundos ele aparece caminhando.

Minha mãe disse que ele já está grandinho pra usar mamadeira, mas eu simplesmente não consigo tirar. Prometi que tentaria ano que vem.

— Não quer trocar a sua mamadeira por um copinho? - pergunto e ele ameaça chorar, fazendo sua cara de manha. Eu odeio quando ele faz isso. É demais pra mim. - Tudo bem, tudo bem. Eu já entendi. Nada de copos.

Apesar de ter apenas três anos, Theo já é uma criança bastante desenvolvida. Ele erra algumas coisas na fala, mas obviamente é compreensível.

— Mamãe, e o meu presente? - questiona assim que o pego no colo.

— Hoje você ganha o seu presente. - respondo sorrindo. - O papai noel vem deixar seu presente hoje de noite.

— Pela chaminé?

— Pela porta, Theo. - Maxon diz, aparecendo na cozinha. - Nós não temos chaminé.

Maxon e eu nos conhecemos há cinco meses atrás, quando ele acabou se mudando para o bairro. Ele é um bom partido. Max me pediu em namoro há exatamente duas semanas atrás, e se dá super bem com Theo.

— Terminaram de montar a árvore? - pergunto.

— Felizmente, sim. Fizemos um bom trabalho, não é, bebê? - disse e recebe silêncio do Theo no meu colo. Ele está pensativo e segura a mamadeira, e de repente aponta para Maxon e sorri.

— Papai.

— Não, Theo. Seu papai é o Justin. Eu te mostro ele todo dia, você lembra? Ele tem tatuagens e um cabelo loiro. Você sempre escuta as músicas dele.

— Papai! - grita me ignorando, mas ainda sim apontando naquela direção.

Depois de ver para onde ele olhava, eu vejo que é para algo atrás do Maxon, o nada mais especificamente. Theo vem fazendo isso com bastante frequência ultimamente, ele aponta para um lugar qualquer e fica falando “papai”. Isso me assusta, porque eu ouvi dizerem, que crianças têm a capacidade de ver espíritos ou algo do tipo, e por mais que eu não acredite nisso totalmente, já passou pela minha cabeça que Theo estivesse vendo Justin.

— Nós vamos ver o seu papai hoje, Theo. - digo colocando-o no chão. - Nós fomos lá ano passado, você lembra?

— Sim, mamãe.

— Então termine de tomar seu leite para irmos.

Eu levei Theo ano passado no túmulo do Justin, nesse mesmo dia. Certo que ele é muito pequeno e o lugar não é muito adequado para uma criança, mas eu me vi na necessidade de levá-lo lá, e pretendo fazer essas visitas comuns na vida dele. Eu prometi que o nosso bebê iria saber sobre Justin e que ele nunca iria esquecer quem o Justin é. Mas dessa vez, nós iríamos levar Maxon também. Ele soube o que aconteceu comigo.

Eu acabei voltando para o memorial há um ano, e não tem sido difícil como eu achei que seria. Meus plantões e os dos meus amigos caem em dias diferentes, então quando eu preciso dormir no hospital, Celeste e Martin cuidam do Theo (apesar de doer muito deixar o meu bebê sem mim). Eu não deixo Maxon com ele.

— Vai com a gente, né? - pergunto ao Max. Theo já correu para a sala com a mamadeira.

— Prometi que iria, amor. - diz sorrindo e se aproximando. Ele me abraça e me beija, e eu retribuo. Se Theo estivesse vendo isso, ele começaria a gritar dizendo para Maxon se afastar. Meu bebê tem ciúmes de mim.

Três dias antes dele me pedir em namoro, nós estávamos abraçados na minha cama, depois de uma noite de amor, e então eu o escutei sussurrar um “eu te amo”. Eu fingi que estava dormindo para não ter que responder àquilo. Eu não o amo, eu apenas gosto de Maxon. E sinceramente? Não estou nada preparada para amar outra pessoa que não seja o Justin.

Depois de arrumar Theo e me arrumar, nós fomos para o nosso destino. Desde o momento em que ele estava na minha barriga, eu decidi colocar músicas do Justin para que ele escutasse. Nos primeiros meses de vida foi incrível, porque quando Theo chorava e gritava, bastava ouvir a voz do Justin que ele se acalmava. Desde então, ele não para de escutar as músicas do pai. Sempre que dá, eu mostro alguns vídeos do Justin pra ele. Isso é bom, porque apesar de não estar entre nós, Justin vai sempre estar nas lembranças do filho. No carro, eu coloquei Purpose para ele ouvir, é uma das preferidas do Theo.

Na noite do dia vinte e quatro do dia em que o Justin morreu, eu me surpreendi com o documentário dele. Justin tinha planejado lançar no dia do meu aniversário.

Hoje, eu acordei com Maxon e Theo me dando parabéns, e um café da manhã delicioso.

— Pegou as suas flores, Theo?

— Peguei.

Nós fomos caminhando em direção ao túmulo do Justin com Maxon ao nosso lado, e chegando lá, deixamos nossas flores azuis. Lá tinha uma foto do Justin e uma frase embaixo, que dizia: “A vida vale a pena ser vivida, portanto viva intensamente”.

— Não quer dizer nada, amor? - pergunto ao Theo.

— Eu sinto falta de voxê, papai. - ele murmura com um suspiro. - A mamãe até chora, às vezes. Hm… eu amo voxê.

Sorri para o meu bebê, e então ele e Maxon foram me esperar no carro. Eu fiquei cerca de quinze minutos ali no túmulo dele, colocando tudo o que eu tinha que pôr pra fora. Quando eu estava dando meia volta e caminhando para longe dali, um vento frio me fez arrepiar. Mas ele tocou apenas em mim, as árvores não tinham balançado, nenhuma folha tinha voado.

Na manhã do dia seguinte, depois de Theo finalmente abrir o seu presente dado pelo papai noel, nós três fomos ao hospital. Nós iríamos distribuir presentes para as crianças de lá, do mesmo jeito que fizemos ano passado e do mesmo jeito que Justin e eu fizemos. No ano anterior, quando fomos lá, Theo gostou bastante de presentear todas aquelas crianças, ele não foi egoísta e nem chorão. Eu sempre o ensino a ser uma criança humilde, generosa e amorosa.

Maxon segurava uma sacola enorme de brinquedos e eu outra, enquanto Theo ficava ao nosso lado. Quando estávamos quase entrando no primeiro quarto, ele saiu correndo pelo corredor do hospital.

— Papai! - gritou histérico indo na direção de um homem na recepção. Ele era loiro como o Justin, e de costas realmente parecia ser ele.

— Jesus Cristo. - bufo colocando a sacola no chão e correndo para alcançá-lo.

Todos pararam o que estavam fazendo para ver o que estava acontecendo, inclusive o homem que Theo achava que era o Justin. Consegui pegá-lo no colo a tempo, e quando ele viu que não era o Justin, me olhou de olhos marejados e começou a chorar. Não foi um choro escandaloso como eu achei que seria, Theo apenas apoiou a cabeça no meu ombro e chorou baixinho.

Isso fez meu coração quebrar em pedacinhos.

Quando eu virei para voltar, vi no final do outro corredor um vulto branco. Foi extremamente rápido. E eu tenho certeza que estava alucinando, porque dessa vez, quem viu o Justin fui eu.


Notas Finais


oii gente!! voltei com um bônus - pequenininho, porém cheio de amor - bem mais rápido do que eu estava imaginando. quero aproveitar para agradecer o apoio que vocês me deram com o finalzinho de lifeline. eu fiquei um poço de alegria, sério!! <3 quem quiser falar comigo, pode me mandar uma mensagem aqui ou lá no meu twitter.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...