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História Light - Hope - História escrita por ShoyoMasterscar - Spirit Fanfics e Histórias
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História Light - Hope


Escrita por: ShoyoMasterscar

Capítulo 63 - Hope


Fanfic / Fanfiction Light - Hope

O tempo é muito lento para os que esperam

Muito rápido para os que têm medo

Muito longo para os que lamentam

Muito curto para os que festejam

Mas, para os que amam, o tempo é

eterno.

(Henry Van Dyke)




Regina




Pensar sobre o tempo é algo bem peculiar. Há apenas duas formas de olhar para ele, reclamamos o tempo todo por não conseguir realizar todas as coisas que havíamos planejado ao decorrer do dia ou sentimos que ele se arrasta lentamente. Comigo é apenas mais um dos meus inimigos. Estou aqui apenas um dia e já parece-me uma eternidade longe de ter um fim. Como seria quando os dias se transformassem em meses... anos? Quando não restasse mais nada do que a lembrança de um tempo feliz?

A primeira palavra dos gêmeos seria mãe? Os primeiros passos, as primeiras conquistas. O primeiro dia na escola. Eu estaria ao lado deles quando tivessem medo desse mundo novo e desconhecido? E quando Alice apresentar o primeiro namorado a mãe possessiva e ciumenta?

Nunca pensei nesses pequenos detalhes antes. Só agora vejo o quanto são inestimáveis para mim. Aos mesmo tempo, é a esperança de que eu viva cada um desses momentos preciosos que me dá forças para seguir em frente.

— Sra. Swan, — a mesma policial baixinha que havia me ajudado com os bebês desvia minha atenção desses pensamentos melancólicos — Achei que iria precisar disso e de um banho. Vou acompanhá-la até o vestiário.

Noto algumas peças de roupa em suas mãos suaves. A discrepância do que se imagina de uma policial e a mulher delicada parada a porta na minha frente é gritante. Mas esse é um outro caso em que as aparências enganam. A forma com que ela enfrentou Jefferson e o olhar ameaçador que ela lançou a ele, faria qualquer criminoso bambear as pernas.

Creio que ela é o típico caso em que a inteligência supera a força.

— Obrigada — agradeço, recolhendo

as peças de roupa na mão dela.

— Bem, isso é necessário... — diz ela, erguendo as algemas.

Poderia ser algo significativo para mim, mas na realidade mais do que meus pulsos o que realmente está sendo acorrentado é a minha alma.

Acompanho-a pelo corredor amplo.

Algumas mulheres caminham de cabeça baixa outras lançam a mim olhares duros, a qual prefiro ignorar. Há um clima pesado e tenso aqui. Imagino como será o ambiente frio de uma penitenciária. Ao lado de mulheres que a muito, perderem a fé e esperança.

— Estarei aqui na porta — diz ela antes que eu entre.

Não há muito o que dizer sobre o ambiente. Paredes nuas e brancas, uma fileira de pias cinzas fiadas na parede.

Do outro lado a fileira de chuveiros, a única privacidade que oferecem são as paredes que os separam, não há portas.

No entanto, no momento, isso não é algo que me incomoda.

A mulher havia sido gentil ao anexar ao kit de roupas, escova de dentes, pente e um novo pacote de absorventes, embora o fluxo não seja tão forte como nos primeiros dias, ainda é constante e sinto-me agradecida por lavar corpo e alma traves do jato de água quente.

Penteio os cabelos e faço uma trança frouxa.

— Estou pronta.

Estico o braço a ela.

— Ah... — ela sorri ao prender as algemas — Você tem visita.

— Emma? — pergunto esperançosa.

— Se você fala da mulher alta e bonita, ansiosa para encontrá-la eu acho que sim.

Confesso que a parte da “bonita” me incomodou um pouco, mas nada que supere a felicidade de poder vê-la outra vez. E a sensação que tive foi de encontrar o presente debaixo da árvore de natal que você desejou durante todo o ano.

A mulher mais linda, o sorriso mais perfeito e o amor mais intenso que meus olhos poderiam ver. E não é um exagero causado pelo infortúnio que encontro-me. Eu vivi muitos anos na escuridão.

Mesmo que meus olhos ainda não pudessem ver, minha reação seria a mesma.

— Oi — sussurro como uma abobalhada.

Enquanto ela caminha até mim, meu coração dispara no peito e minhas pernas parecem gelatina. É absurdo que meu corpo reaja assim, afinal de contas eu sou casada com essa mulher e tivemos filhos lindos. Mas o que sinto é a mesma reação que tive quando a vi pela primeira vez, não dessa vez é bem mais intensa. Acho que amar verdadeiramente é assim, apaixonar-se várias vezes pela mesma pessoa.

— Oi — murmura ela, segurando meu queixo. O brilho da sagacidade ardendo em seus olhos — É tudo o que tem para dizer para mim?

— Eu te amo? — sussurro com a voz fraca.

— Melhorou muito.

Quando ela toca meus lábios com os seus, tudo a nossa volta deixa de existir.

Eu nem mesmo atento-me ao metal frio acorrentando-me. A única coisa que sinto é sua língua macia dançando dentro da minha boca, lentamente, doce, serpenteando em busca da minha e todo calor que o toque dela causa em meu corpo languido.

me perco ali.

— A saudade que eu tenho de você, — sussurra ela, entre meus cabelos — Só não é maior do que o amor que sinto.

Droga! É inevitável que as lágrimas imerjam em meus olhos. Eu sempre fui por deveras uma pessoa emotiva, nas atuais circunstâncias essa característica torna-se aguda. E como sempre, ela tem o dom de desestruturar-me redondamente.

— Emma...

— Eu tenho algo que a deixará mais feliz — diz ela, secando as lágrimas de meu rosto.

Noto-a tirar um papel do envelope branco em cima da mesa. E quando ela entrega a mim sinto os joelhos fraquejarem. Rapidamente sou amparada por seus braços.

Uma foto.

Os gêmeos, lindos e Alice. Todos felizes e sorridentes.

— Pensei que a faria feliz — diz ela, consternado, abraçando-me forte.

— Eu estou, acredite — sorrio para ela em meio as lágrimas — Muito feliz.

Foi o melhor presente que você poderia me dar.

Aliso o rostinho deles através da foto, é como tê-los pertinho de mim de alguma forma. Pode parecer estranho dizer isso, mas pela primeira vez nas últimas horas sinto-me feliz de verdade.

Não por uma simples e preciosa foto, mas por saber que eles estão felizes.

Isso é tudo o que me importa.

— Oh! — soluço, baixinho— Alice,

tão linda.

— Ela tem pergunta muito por você.

— E o que disse? — pergunto tensa.

Será que me desprezaria de alguma forma. Pensará que a abandonei?

— Ainda não sei o que dizer a ela — Emma respira fundo — Não quero mentir e ela acabar descobrindo por outras pessoas, mas também não quero que sofra mas do que já vem sofrendo.

— Diga a verdade a ela.

— Regina...

— A verdade, Emma — apoio minha mão em seu peito. Noto como o coração dela bate acelerado — Que sou inocente e que a amo muito.

Dói-me saber o quanto ela está suportando. Se as circunstancias fossem inversas eu estaria destruída. Ver o sofrimento da pessoa que se ama torna a ferida mais profunda.

— Farei isso.

Volto para o casulo de seus braços enquanto ela me põe a par dos últimos acontecimentos. A conversa franca com sua mãe, fico feliz que elas tenham se acertado e que alguns pontos obscuros entre eu e ela tenha se esclarecido. Eu já não guardava nenhum tipo de ressentimento contra ela desde o último natal. Mas agora, é como se as mágoas houvessem ficado para trás. Até consegui rir da última e inacreditável ideia da minha amiga ir morar em nossa casa, arrastando a pobre Ruby com ela. Ruby é uma mulher de muita sorte.

— Precisava ver a cara dela — murmura ela, alisando meus braços — Eu não julgo, não como faria antes. Também não me separaria de você por nada no mundo. Ruby é uma mulher de muita sorte.

É impossível não detectar a melancolia em sua voz. É exatamente como me sinto. Fragmentos desses momentos que passamos juntos tornam-se cada vez mais importantes.

— Acabou o horário de visita — Jefferson surge na sala quebrando nosso momento mágico.

Eu não sou do tipo cria raiva instantânea das pessoas, mas esse homem, desde o primeiro momento que o vi, definitivamente me causa uma grande aversão. Não apenas pela clareza com que demonstrar considerar-me culpada, mas pela forma atroz com que me trata.

— Eu virei todos os dias, amor — Emma acaricia meu rosto — E quantas vezes me permitirem isso.

Balanço a cabeça em concordância, retribuindo seus beijos.

— Eu vou tirar você daqui — diz ela com firmeza — Confia em mim?

Anuí com a cabeça.

— Eu confio! — afirmo, com a voz trêmula — Eu confio!

Eu desejaria está nos braços da mulher de lata se toda vez que nos separássemos ela levasse meu coração com ele.




                         ***




Longe de Emma e nas garras de Jefferson já não são tão delicadas. E olhar cheio de ódio agora é mais evidente. Até entendo que não acredite em mim, mas a maneira bárbara com que ele me trata é inaceitável.

— O que é isso? — ele arranca a foto das minhas mãos assim que entramos em minha cela.

— Devolva-me! — exijo, esticando os braços tentando recuperar a foto que ele mantém acima da minha cabeça — Por favor!

— Tão bonitinhos — diz ele, soltando um sorriso de escárnio — Quem é a garotinha na foto?

— Me dá — esforço-me para controlar a voz de choro. Não vou demonstrar fraqueza perto dele.

— Não é sua filha — Jefferson Jefferson língua — Claro, é a filha da jovem que você assassinou friamente. O que seus filhos irão pensar ao saber que a mãe deles matou a mãe da irmãzinha. Pensou neles quando agiu tão friamente?

— Pare! — não consigo evitar que o grito estridente escape da minha garganta, ferindo-a — Não tem esse direito.

— Não tem o direito de matar, mas você o fez.

— Por favor, senhor — se é a minha súplica que ele espera eu não me importo em proporcionar esse prazer macabro, contanto que ele me devolva a foto. É tudo o que eu tenho.

— Acho que isso talvez a faça refletir e contar a verdade.

Jefferson me entrega a foto e prendo-a em meu peito como uma menina que havia acabado de recuperar a boneca perdida.

— Se realmente ama-os de verdade faça a coisa certa — ele libera as algemas e tranca a porta.

Afago a foto amassada tanto quanto minha alma. Eu não vou chorar, digo a mim mesma. Não vou.




                        ****





Não há muito o que fazer em uma sala fechada, além de pensar e pensar. Eu já pensei em todas as possibilidades e todas as pessoas que me odiassem o suficiente para arquitetar um plano tão incompreensível como esse. Não fui o tipo de pessoa a colecionar inimigos

durante a vida. Aliás, só descobri o verdadeiro significado da palavra, com Lily.

Mesmo quando trabalhei no clube e lá a rivalidade entre as garotas era aparente. Zelena brigava muito mais com elas do que eu. Ela não é o tipo que leva desaforos para casa, eu sempre fui mais comedida, centrada. Então, nada disso faz sentido para mim.

— Sra. Swan?

Ergo a cabeça para o homem que fala através da janela da porta — Visita do seu advogado.

Escondo a foto embaixo do colchão antes de acompanhá-lo e torço para que não seja um esconderijo óbvio demais.

Não quero voltar e ter a desagradável surpresa de que aquele homem nojento havia levado embora.

Acompanho o jovem policial, esse ainda não conheço, rogando a Deus que Killian tenha alguma novidade sobre o caso. Não sei quanto tempo conseguiria suportar isso aqui, ainda mais com Jefferson rondando-me o tempo todo. E havia passado apenas vinte e quatro horas.

A primeira coisa que vejo ao entrar na sala é uma mulher morena, bonita e alta. O cabelo negro está preso em um coque severo, percebo que tem grandes e bonitos olhos amendoados, mesmo por trás dos óculos de grau.

— Como está Regi? — Killian ao meu lado, próximo a porta.

— Bem — não é necessário responder o contrário, no fundo, ele sabe.

—Você é uma péssima mentirosa — ele retruca — Alguém anda importunando você?

— Não importa — respiro fundo.

Eu não quero parecer uma garota

chorona. E também não quero que o

homem fique ainda mais furioso comigo

quando soubesse de minhas queixas.

— Jefferson? — Killian me sonda.

— Ele só é um imbecil — faço pouco caso.

— Abuso de autoridade não é permitido — diz ele, enfático — Darei um jeito nisso.

— Não é preciso — meu coração pula no peito.

— Deixe que eu cuide disso, tudo bem? — ele pressiona meus ombros — Tenho boas e más notícias para você, por qual começo?

Acho que minha cota de coisas ruins, deveriam estar esgotadas, mas elas parecem renovar-se a cada dia.

— Começa pela ruim — murmuro, sem ânimo.

—Em breve o juiz dará permissão para que seja transferida para penitenciária.

Uma coisa boa sobre isso é que me livraria de Jefferson de uma vez por todas, por outro lado, quantos Jefferson encontraria na penitenciária?

— E qual é a boa?

— Essa é Dorothy — Killian apresenta a mulher que até então se manteve calada — A melhor criminalista do país. Irá ajudar no seu caso.

Eu não sei se eu choro ou dou uma risada histérica. Essa é a boa notícia.

Killian acaba de afirmar que meu caso é tão grave que preciso da melhor advogada dos Estados Unidos. Isso só deixa claro uma coisa: Irei a julgamento e tudo poderá acontecer.

— Você tem uma grande vantagem Sra. Swan — ela caminha elegantemente até mim — Eu acredito em sua inocência.

— Sim, eu tenho muita sorte — respondo num tom debochado.

— Tem sim — ela sorri — Se nem o seu advogado acreditasse, as coisas seriam bem piores, acredite.

— Conte a ela tudo o que aconteceu, Regi.

— Outra vez?

Eu sei que estou sendo intragável e que na verdade deveria estar agradecida que ambos estão se empenhando em tirar-me daqui, mas sinto que minhas forças estão esvaindo-se.

— Sempre deixamos algum detalhe passar despercebido — diz ela, puxando uma cadeira para que eu sente — Analisamos algumas provas e visitamos o local do crime e há coisas que não batem.

Essa nova informação traz uma nova dose de esperança em mim. Se falar sobre aquele dia terrível puder ajudar em alguma coisa eu falaria a cada segundo.

E foi o que eu fiz.


Notas Finais


Até a próxima semana....


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