"Agora estou diante de vocês. Não mais filha de rei, não mais mulher de um homem, não mais irmã de um irmão. Um fio solto no tempo, assim morremos todos iguais. Não importa em que casa nascemos, que roupas usamos. Se ficamos pouco ou muito tempo. Sozinhos tecemos nossos destinos, esticando as mãos ou batendo. Nosso fim é o mesmo, aqueles que foram já nos esqueceram, não nos julgam.
Na morte e na vida estamos sozinhos. E meu único juiz sou eu."
(DARK)
Rey correspondeu os beijos que se seguiram, aceitou com um leve gemido insconsciente quando Kylo a colocou contra a parede mantendo as mãos muito ocupadas em retirar a capa negra que a cobria. A garota podia sentir o coração pulando pela boca quando seu corpo se revelou completamente despido para Kylo, nunca havia sentido algo parecido antes, mas usou as mãos livres para segurar o rosto e em seguida tocar hesitante o peitoral coberto do cavaleiro. Rey estava desesperada para que ele estivesse sem aquela armadura, estava desesperada para ter suas mãos ocupadas demais para que não pensasse na imprudência de suas ações.
-Está certa sobre isso? - Questionou Kylo retirando a parte de cima de sua roupa, havia tirado as mãos de Rey já que as pernas dela continuavam envoltas em sua cintura e as costas dela apoiadas na parede a deixavam em segurança temporária. - Posso sentir que está com medo.
-Não há prisões hoje - Sussurrou Rey que agora tinha as mãos nos braços de Ren.
Kylo estava com o peitoral exposto para Rey e ela tocou levemente no corpo dele em um gesto de calma, mas também de chamado. Kylo colocou ambas as mãos nas pernas de Rey e chegou mais perto ainda sem beija-la, eles se fitaram longamente. Luz e trevas num confronto que chegara a um final inevitável, eles eram fogo ao mesmo em que seus corpos gelados se reuniam. Gelo e fogo.
A garota o beijou mais uma vez, ele correspondeu agora com calma sentindo que não deveria ser plenamente tomado por aquele desejo insensato, as mãos dele percorriam o corpo da garota sentindo a maciez da pele dela. Rey sabia tão pouco quanto poderia sobre um homem e a ansiedade dela se misturava com um medo que ele podia sentir latente dentro dela. De algum modo era como se aquela garota temesse o que Kylo estava prestes a fazer, ele então a soltou fazendo-a ficar de pé diante dele.
-Faça isso como precisa fazer - Pediu Rey sabendo que ele havia diminuído o ritmo para deixa-la confortável - Não estou pedindo para que seja gentil.
-Você vai desejar que eu seja gentil garota- Assegurou ele com alguma ironia a colocando em seus braços de modo que a cabeça dela estivesse apoiada em seu peito e as pernas dela em seus braços e a carregou para o espaçoso quarto que possuía na nave, então completou- Não somos animais Rey.
A garota foi jogada na cama e Kylo se inclinou a beijando em uma mistura moderada entre o desespero por possui-la e absoluta tranquilidade em traçar um caminho no qual as chances de arrependimentos pudessem ser menores. Rey segurou o rosto dele o beijando com ansiedade o que fez Kylo segurar ambos os braços dela contra a cama e então começou explorando o pescoço da jovem e desceu os lábios lentamente fazendo todo o caminho pelo corpo dela. Rey fechou os olhos com as sensações que jamais conhecera antes.
Rey não sabia como era ser tocada, não compreendia até aquele momento como era sentir-se entregue e em conflito, porém todo o corpo dela respondia aos toques de Kylo, cada parte dela ansiava pelos caminhos que ele percorreria com os lábios, cada parte dela o desejava com absoluta veemência. E assim enquanto ele chegava aos seios dela com alguma violência e descia para a barriga e para seu ventre percebia que a ansiedade por aquele momento era plenamente satisfeita em uma sensação de desejo e ânsia mútua. Ela o queria mais e mais a cada instante, as trevas a tomavam na mesma proporção em que o corpo dela era possuído por Kylo Ren. Percebeu que estava mais próxima a escuridão, sentiu a lúxuria, o êxtase e a necessidade egoísta como nunca antes e entendeu imediatamente que eram sensações novas para Kylo também.
A jovem garota estava entregue a aquele homem, desesperada para te-lo, porém parte dela sabia que ele precisava do desafio. Rey surpreendeu o cavaleiro ao empurra-lo para o lado e então colocar as pernas ao redor da cintura dele, agora ela assumiria o controle ficando por cima, agora ela tinha a responsabilidade de faze-lo sentir algo. Luz e trevas em um jogo infinito de guerra e confronto. Luz e trevas.
Estavam em meio a um confronto quando Rey retirou o que restava das roupas de Kylo, estavam em um confronto quando ele segurou as costas da garota contra seu corpo e se beijaram em meio a um aposento de meia luz. Ele retomou a guerra agora se colocando por cima dela mais uma vez e segurando a cintura dela em meio aos beijos que trocavam continuamente incapazes de parar. O confronto não chegou ao fim quando ele entrou dentro dela fazendo a garota arfar pela dor inesperada e arranhar as costas do Cavaleiro pelo prazer que se seguiu. Dor e prazer.
Rey fechou os olhos tentando esquecer a dor e se concentrando no modo como as mãos de Kylo tocavam em seu corpo a deixando elétrica, se concentrou em segurar os braços dele para se manter firme enquanto ele se movimentava dentro dela pausadamente, porém com força. A garota começou a sentir tudo que jamais havia sentido antes em uma mistura de desejo, paixão e entrega que se misturava com o sublime daquela sensação que nunca tivera. Queria mais dele, mais do que não conhecia dentro de si mesma e ela chegou ao fim erguendo levemente o pescoço para cima, com o corpo se contraindo e as unhas curtas dela contra os braços de Kylo, segundos depois ele também terminou. Rey até então jamais conhecera essa sensação. Gelo e fogo, luz e trevas, dor e prazer.
Rey olhou para o teto, agora Kylo estava deitado também encarando o vazio ao lado dela. A garota podia sentir algo diferente, podia sentir que seu corpo havia experimentado algo nunca antes conhecido. Ela tinha trevas e luz num conflito eterno cujas cores não pareciam capazes de se definir. Kylo sentou-se na cama tocando as coxas de Rey que estavam cheias de sangue, ambos compreendiam o motivo.
-Foi muito doloroso? - Kylo não sabia porque estava perguntando isso.
-Não - Respondeu Rey ainda completamente despida se sentando na cama.
A jovem garota colocou as pernas ao redor da cintura de Kylo que permanecia sentado e se beijaram intensamente mais uma vez. Era cedo demais para acabar. Rey queria mais daquela escuridão, queria o prazer mundano e a concretude de te-lo dentro dela, havia algo tão atrativo na escuridão que estava experimentando. A satisfação infinita daquilo que era fácil, errado e impossível. Kylo a manteve na mesma posição porém segurou as pernas dela fortemente e se levantou a colocando sentada na grande bancada do aposento.
O cavaleiro sabia que precisava te-la infinitas vezes naquela noite. Sentia-se inebriado pela luz que ela irradiava, o desejo que ela gerava dentro dele era praticamente purificado pelo que ela era por dentro, senti-la tão próxima e beija-la desesperadamente significada uma ansiedade infinita por possuir parte daquela mulher cuja luz infinita o invadia com mais e mais significado. Kylo a beijava de forma mais determinada agora, estava ansioso para te-la novamente, para possuir mais uma vez a alma e o corpo de Rey.
Ambos estavam entregues a luz e as trevas e elas se revezavam dentro deles criando sombras. Kylo abriu levemente as pernas de Rey enquanto a beijava, a garota tinha as mãos nas costas do cavaleiro e demonstrava certa confusão ou inexperiência sobre o que deveria fazer com o corpo dele, porém Kylo estava absolutamente ciente do corpo febril de Rey, das trevas que a invadiam e o do desejo que ela sentia. Ele estava ciente que enquanto suas mãos tocavam os seios da garota o suspiro da mesma era não apenas a demonstração da atração que nutriam, como também elucidava o modo pelo qual o corpo dela arfava a cada toque como quem deseja alcançar a plena satisfação mais uma vez.
Rey sentia os dedos da mão esquerda dele a tocando cada vez mais fundo fazendo a garota gemer levemente em uma clara mistura de ansiedade e prazer. Kylo tinha os lábios nos seios da garota e podia sentir o modo pela qual ela suplicava por mais, ele gostava de estar no controle. Porém sabia que ela não permitiria isso por muito tempo, a garota se colocou ainda mais próxima do corpo dele e então o cavaleiro entrou dentro dela. Dessa vez, a decisão de não se conter fora decisiva e a força imposta nas estocadas não incomodava a garota que sentia cada toque com intensidade ainda maior, porém quando finalmente chegou ao ápice - com mais força do que anteriormente - pôde vislumbrar as linhas paralelas de suas histórias impossíveis se cruzando. Os tons em cinza eram a resposta.
***
Rey despertou no tapete dos aposentos de Kylo Ren, estava nua, deitada de bruços, porém parcialmente coberta por uma manta enquanto Kylo permanecia ao seu lado, ele tinha o corpo parcialmente coberto também, porém dormia com as costas para cima e um de seus braços estava esticado, havia servido de apoio para Rey dormir. Agora a luz artificial invadia o aposento da nave, era dia novamente e o modo noturno já havia se encerrado; agora ela podia encarar o corpo dele com mais cuidado: os ombros largos, os músculos, as cicatrizes e o fato de ele ser incrivelmente alto. Rey sorriu levemente por considera-lo de uma beleza enigmática, estranha, forte e ainda assim cheia de presença. Ele sabia possuir qualquer coisa que desejava porque transmitia uma atração sombria e irresistível.
A garota queria toca-lo, chegar mais perto e deitar no peito dele mas teve medo de faze-lo e isso ser definitivo demais. Haviam tido um ao outro na cama, na bancada e no tapete incontáveis vezes, Rey sabia que apenas pararam o que começaram horas depois, porém o que sentiam era confuso. Rey desistiu de deixar seu posto, apenas deitou o rosto no braço dele novamente o fazendo reagir e despertar trazendo a garota para mais perto.
-Estava prestes a fugir? - Questionou ele com um bom humor que a garota nunca sentira em sua voz.
-Não posso mais fugir agora - Assegurou Rey com um sorriso tímido.
Kylo percorreu uma das mãos na cintura e nas costas da garota a fazendo estremecer imediatamente, ele olhava o corpo despido dela como se procurasse vestígios do que fizera. Sabia que havia sido, provavelmente, agressivo demais. Encontrou algumas pequenas marcas fruto de suas mãos que a seguraram com tamanha força.
-Eu estou bem - Garantiu Rey acompanhando o olhar de Kylo.
-Você é uma visão - Assegurou ele percebendo que não conseguia parar de deseja-la. - Parece que possuir seu corpo significa perder minha alma.
Rey se ergueu levemente, tocou no rosto do homem e o beijou da forma mais gentil que poderia. Ela agora sentia que reencontrava a luz em si mesma e ele as trevas, porém algo mudara, algo dentro deles mostrara o encontro das linhas que nunca deveriam se cruzar. Estavam, finalmente, unidos a força que deveriam ter para fazer o que fosse necessário.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.