Acordei mais cedo do que pretendia. Gabriel ainda dormia, parecia ter um sono leve. Sua expressão serena e calma demostrava isso. Me soltei dos seus braços bem devagar e com cuidado para não acorda-lo. Assim que consegui, fui para o banheiro e fiz minhas higienes. Troquei de roupa e voltei pro quarto. Gabriel ainda dormia. Ri com isso.
Peguei meu celular e sai do quarto, indo pro quarto da frente e arrumando ele, já que ontem antes de irmos por nossos quarto Gabriel chegou a cochilar aqui. Feito isso, sai dali e segui pra cozinha, aonde preparei algumas coisas pra tomar café. Dei uma arrumada na mesa e voltei pro quarto pra chamar o Gabriel.
— Bi, acorda amor — Eu disse fazendo carinhos no rosto dele.
Ele se remexeu na cama e percebi seu leve sorriso.
— Viu só? Era disso que eu tava falando. Acordar assim todos os dias — Ele disse me lembrando da conversa de ontem. Eu ri.
— Como é bobo — Falei.
— Bom dia amor da minha vida — Ele disse me fazendo sorrir.
— Bom dia, meu amor — Falei — Levanta pra tomar café.
— Ok, só espera um minuto pra eu ir no banheiro?!
— Vai lá — Falei me levantando — Vou te esperar na cozinha.
— Tá bom — Ele respondeu já indo em direção ao banheiro.
Sai do quarto e quando cheguei na cozinha, vi meu celular tocando. Era Jorge. Corri até ele e atendi.
— Oi, bom dia. Minha mãe tá bem? — Eu perguntei.
— Bom dia Clarissa. Sua mãe está ótima — Falou e riu.
— Ai que bom — Sorri.
— Foi justamente por isso que te liguei. Ela vai ter alta daqui a uma hora e deve ir direto pra casa — Ele disse.
— Deve não, ela tem que vir — Falei e ri — Certo, eu provavelmente já vou ter saido pra fisio, mas diz pra ela que volto antes do almoço.
— Tudo bem, eu falo pra ela — Ele disse — Até mais.
— Obrigada Jorge, até. Tchau — Falei e encerrei a ligação.
Deixei o celular em cima do balcão de novo e deixei o sorriso escapar.
— Que sorriso lindo é esse? — Vi Gabriel entrar na cozinha.
Ele, como ontem, usava apenas uma bermuda vermelha. Dessa vez seu cabelo estava perfeitamente arrumado e ele não tinha cara de sono. Ri com isso.
— Minha mãe vem pra casa daqui a pouco — Falei.
— Que bom, meu amor — Ele veio em minha direção e me abraçou — Eu gostei de cuidar de você. Faria isso todos os dias — Ele sorriu.
— E eu gostei de ter você comigo o dia todo, cuidando de mim — Eu falei.
— Qualquer dia desses vou te sequestrar e te ter só pra mim — Ele disse.
— Que horror Gabriel — Falei rindo.
Ele deu os ombros e se aproximou, selando nossos lábios.
— Senta pra comer — Eu disse.
— Sim senhorita — Ele disse e se sentou.
Eu me sentei também e tomamos café em um clima muito bom. Após isso, eu arrumei tudo com a ajuda dele e então pude finalmente ir tomar banho e me trocar para ir pra fisio.
Uma semana depois...
Gabriel Pov's
Já era de tarde, eu havia acabado de chegar em casa depois de um treino cansativo. Não era pra menos, já que nesse fim de semana a gente enfrentava o Grêmio aqui na Vila. Sabíamos que seria um jogo difícil e estávamos nos preparando fortemente pra ele.
Entrei em casa e escutei vozes femininas vindo da cozinha. Eu tinha esperança que Cla estivesse ali com a minha irmã, mas ali só estavam Dhiovanna, Beatrice e Letícia.
Mas o que Letícia estava fazendo aqui?!
— Oi Bi — Dhio sorriu pra mim.
— Oi meu anjo — Sorri — Oi meninas, o que vocês estão fazendo?
— Papai vai dar um jantar hoje a noite. Não me pergunte o por que, eu não sei — Ela disse — Chama a Cla. Eu vou chamar a Sophie e o Thiago.
— Tá bom — Disse e dei os ombros.
Me virei para sair da cozinha e comecei a subir as escadas, quando escutei Letícia me chamar.
— Oi — Me virei pra ela.
— Poxa, você nem falou comigo direto — Ela disse.
Revirei os olhos discretamente e desci as escadas indo até ela.
— Oi Letícia, tudo bem? — Eu perguntei.
— Tô bem — Ela sorriu fraco e me abraçou — O meu pai vai vir nesse jantar... Se você puder evitar falar da minha mãe com ele eu agradeço. Ele tá mal também e não gosta muito de tocar no assunto.
— Tá certo, vou evitar esse assunto — Eu disse.
— Obrigada — Ela se aproximou e beijou minha bochecha — Até depois.
— Até — Falei estranhando sua atitude.
Ela sumiu do meu campo de vista e então eu voltei a subir pro meu quarto. Clarissa tinha razão, as atitudes de Letícia tem sido bem estranhas. Primeiro foi semana passada quando ela praticamente gritou tentando me impedir de ir ver sua mãe e agora me pede pra não comentar nada com seu pai. E ela tem se aproximado muito de mim durante essa semana, o que me deixa irritado por que realmente causou algumas brigas entre mim e Clarissa, inclusive brigamos ontem.
Resolvi esquecer isso e me troquei rapidamente, em seguida peguei as chaves do carro e fui até o apartamento da Clarissa. Já subi direto e quem atendeu foi a mãe dela.
— Oi Luciana, a Clarissa está?! — Eu perguntei.
— Está no quarto dela. Você pode ir até lá — Ela respondeu.
— Obrigado — Sorri.
Entrei em sua casa e segui diretamente para o quarto dela. Bati duas vezes e não demorou pra ela atender. Ela sorriu fraco e me deu espaço pra entrar.
— O que você faz aqui? — Ela perguntou.
— Cla, você sabe que não gosto nem um pouco de ficar brigado com você — Eu disse. Ela suspirou.
— Eu também não, Gabriel. Mas poxa, eu tenho certeza que aquela sua ex está se aproximando por que ainda gosta de você — Ela disse.
Eu gostava de vê-la com ciumes, mas talvez ela pudesse ter razão.
— Nem vem me falar que ela está assim por causa da mãe dela, tá?! Ela não tem só você de "amigo" — Falou cruzando os braços.
Ela já estava vermelhinha. Eu achava aquilo uma graça.
— Amor — Me aproximei — A minha irmã também tem ajudado ela com isso tudo que ela ta passando e minha irmã nem gosta dela. Eu só estou dando uma força — Falei e ri fraco.
— Eu acho que ela está confundindo essa força — Ela disse.
— Você pode estar certa, mas você confia em mim? — Ela assentiu — Então! Eu não sinto nada pela Letícia. Absolutamente nada. A única pessoa que eu amo de verdade e que quero comigo está na minha frente — Falei e ela me respondeu com um sorriso.
— Desculpa — Ela riu tímida.
— Tudo bem — Abracei ela.
— Eu te amo — Ela disse.
— Eu também te amo, ciumenta — Eu disse. Ela revirou os olhos me fazendo rir, então selei nossos lábios — Vem jantar lá em casa?
— Algo especial? — Ela perguntou.
— Eu realmente não sei. Meu pai vai dar um jantar sem motivo algum — Falei e ela riu.
— Tá certo. Você me espera? — Ela perguntou.
— O tempo que for preciso — Falei.
Clarissa Pov's
Tomei um banho curto e vesti uma calça jeans de cós alto e um cropped branco, nos pés apenas uma sandália que combinasse com a roupa. Ajeitei meu cabelo o deixando solto mesmo e passei somente lápis de olho e um batom nude. Aproveitei para bater uma foto e postar no Instagram.
Pus meu celular no bolso da calça jeans e peguei uma jaqueta para caso esfriasse. Feito isso, sai do meu quarto e fui pra sala aonde Gabriel estava.
— Mãe, eu vou pra casa do Gabriel jantar. Não demoro tá?!
— Tudo bem, amor. Se cuida — Minha mãe respondeu.
— Pode deixar — Sorri pra ela.
Beijei sua testa e sai do ap junto com o Gabriel. E advinha? Já era quase um costume que a gente tirasse foto no espelho do elevador. Dessa vez eu tinha mesmo amado a foto, e deixei ela como papel de parede do meu celular.
Nós entramos no carro dele e ele ligou o som, deixando uma música qualquer.
— Só vou avisar, por que não quero a gente brigue de novo. A Letícia tá lá em casa — Ele disse. Revirei os olhos.
No início eu não tinha nada contra essa menina, mas com o passar do tempo eu percebi que ela estava de fazendo de coitadinha pro Gabriel sentir pena dela. E com isso ela se aproximava dele e dava em cima dele. Eu não sei se Gabriel não percebia ou fingia não perceber, mas isso gera algumas brigas nossa. Talvez eu esteja sendo dura demais e ciumenta demais, mas que esse menina estava tentando se reaproximar do Gabriel, era certeza.
— Sério?! — Falei.
— Cla, o meu pai convidou ela e o pai dela — Ele disse calmo.
— Tá, tudo bem — Falei — Mas fica longe dela tá?!
Eu disse e ele riu assentindo.
— Não vou sair de perto de você. Você é tudo o que eu preciso mesmo — Ele disse me fazendo sorrir.
Seguimos o resto do caminho trocando algumas palavras e logo chegamos em sua casa. Ele estacionou e descemos.
— Cla — Escutei a voz da Sophie e ela veio me abraçar.
— Oi amiga — Lhe dei um abraço forte.
Isso por que a gente se viu ontem, parecia que não nos víamos a um tempo.
— Larga ela — Thi disse nos afastando — Oi amor da minha vida — Ele me abraçou. Eu ri.
— E eu sou o que? — Sophie cruzou os braços.
— Você é meu outro amor — Ele disse rindo. Sophie revirou os olhos.
— Tudo bem? — Eu beijei a bochecha dele.
— Tô bem e você? — Ele perguntou e eu assenti.
— Acabou? Obrigada — Escutei a voz do Gabriel e logo em seguida ele me abraçou por trás.
— Dois ciumentos — Falei dele e da Sophie.
— Sou mesmo — Ele respondeu e beijou minha bochecha. Ri.
Logo Dhio se juntou a nós, então ficamos ali mais uns minutos conversando. Depois disso, fomos até a cozinha.
— Oi Clarissa — A mãe do Bi me cumprimentou.
— Oi Lindalva — Sorri — Precisa de ajuda?
— Não querida, obrigada — Ela sorriu doce — Eu já estou terminando.
— Tudo bem — Sorri.
Logo voltamos pra sala de novo. Me sentei no sofá ao lado de Gabriel, e no sofá da frente estavam Sophie, Thiago e Dhio. Estávamos conversando e rindo bastante.
— Você quer alguma coisa? — Bi perguntou.
— Eu quero água — Ri fraco.
— Vou pegar pra você — Ele disse e me deu um selinho — Já volto.
— Tá — Sorri.
Ele se levantou e eu me ajeitei, enquanto continuava conversando com eles.
— Você e o Gabriel brigam, brigam mas se amam em — Thi disse me fazendo rir.
— A gente tem brigado ultimamente, mas não é nada demais. Só alguns ciumes — Sorri tímida.
— Awn que fofa — Soph disse.
— Ciúmes da Letícia? — Dhio perguntou baixinho. Assenti discretamente e eles riram. Senti minhas bochechas corar.
— Vocês são uns idiotas — Abaixei o olhar.
Continuamos conversando e percebi a demora do Gabriel. Estranhei.
— Eu já volto, vou atrás do Gabriel — Falei me levantando.
Eles assentiram e eu fui em direção a cozinha. Chegando lá não vi uma cena nada agradável. Aquilo me machucou. Minha visão ficou um pouco escura e eu precisei me apoiar na parede pra não cair.
Gabriel e Letícia se beijavam.
Segurei as lágrimas e respirei fundo, saindo dali. Disfarcei ao maximo e chamei Thiago. Ele veio em minha direção.
— Thi, você pode me levar pra casa? — Perguntei fazendo esforço pra minha voz não sair falha.
— Por que? E o Gabriel? — Ele perguntou confuso.
— Eu não achei ele. Depois eu ligo pra ele. Não estou me sentindo bem — Falei.
— Okay. Só vou avisar Sophie.
— Tá bom — Falei.
Ele se foi e enquanto isso, eu fui pra fora da casa. Sentia o nó na minha garganta, mas não deixaria as lágrimas descerem. Não agora, não aqui.
— Vamos? — Thi apareceu atrás de mim.
— Uhum — Murmurei.
Entramos no carro e eu fiquei o tempo todo quieta. Aquela cena se passava na minha cabeça me deixando com mais vontade de chorar. Estava doendo de verdade. Eu não esperava aquilo do Gabriel, não esperava. Aonde ficava tudo o que ele dizia pra mim?! As vezes que ele dizia que me amava?! Talvez ele nunca tenha esquecido a Letícia.
— Chegamos — Thi disse.
— Obrigada, Thi. Até depois — Falei abrindo a porta do carro.
— Ou — Ele segurou meu braço — Tá tudo bem?
— Não — Minha voz saiu fraco devido o nó na garganta — Mas eu vou ficar, espero.
Não esperei ele dizer mas nada e sai do carro. Corri até a portaria e em seguida fui direto para o elevador. Quando a porta finalmente se fechou, as lágrimas involuntariamente desceram, assim me permeti a chorar.
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