História Live A Dream - Uma frase só nossa

Acordei com Gabriel ao meu lado, fazendo carinhos em meus cabelos. Eu ainda estava deitada sobre o seu peito nu e tinha o lençol acima dos meus seios, cobrindo meu corpo. Me remexi para ajeitar-me e suspirei abrindo os olhos.

— Bom dia — Escutei a voz rouca do Gabriel.

— Bom dia — Sorri voltando a fechar meus olhos, ainda estava com sono — Que horas são?

— Quase oito — Ele me respondeu e eu apenas assenti.

— Vai treinar hoje? — Perguntei.

— Não — Ele diz — Domingo o jogo é contra o Vasco mas vou ser poupado e não viajo pro Rio. Só vou treinar amanhã.

— Sorte a sua, por que eu vou — Eu disse me levantando.

Eu usava apenas minha lingerie preta e Gabriel me olhava, mas eu não estava acostumada com aquilo. Corei.

— Para! — Falei lhe acertando no rosto um travesseiro — Pervertido! — Escutei sua risada e ele tirou o travesseiro do rosto.

— Linda — Disse me fazendo sorrir.

Peguei uma outra lingerie e corri para o banheiro. Liguei o chuveiro e enquanto a água esquentava, eu fiz minhas higienes. Depois disso entrei no banho e fiquei durante alguns minutos, após sair coloquei a lingerie e voltei pro quarto. Gabriel estava deitado e percebi que ele havia voltado a dormir. Ri fraco. Não iria acorda-lo, provavelmente estava cansado do jogo de ontem e era cedo.

Como sempre coloquei uma roupa boa para ir pro treino, mas diferente dos outros dias, hoje estava frio. Deixei meu cabelo solto e coloquei uma touca preta bonitinha. Fiz uma maquiagem bem fraca e estava pronta.

Tomei um café rápido e lavei tudo o que sujei. Voltei pro quarto e sentei devagar perto do Gabriel. Ele parecia um anjo dormindo, amava observa-lo dormir, faria isso pro resto da minha vida.

— Amor — Sussurrei próxima ao seu ouvido, enquanto fazia carinhos leves em seu rosto.

— Hum? — Ele murmurou sonolento.

— Tô indo treinar, tá bom? Pode continuar dormindo, não vou demorar — Sussurrei novamente.

— Tá bom, meu amor. Bom treino — Ele disse e me deu um selinho rápido — Te amo.

— Também te amo — Sorri boba.

É exatamente isso que eu quero pro resto da minha vida. Ver essa cena todas as manhãs

Beijei a bochecha dele, enquanto o mesmo voltava a dormir. Peguei a chave reserva de casa, minha mochila e sai do quarto, fechando a porta. Sai de casa e tranquei a porta, desci rápido e entrei no meu carro.

(...)

— Clarissa — Escutei Vitor me chamar de longe.

— Oi — Me virei pra ele sorrindo, enquanto eu puxava minha camisa de treino pra cima e ajeitava minha bermuda, eu sentia frio, mas não queria usar a calça de treino. Escutei a risada do Vitor.

— O que aconteceu com a sua voz?! — Ele perguntou se aproximando.

Por um segundo parei pra pensar p por que dele estar aqui, mas ai lembrei que ele provavelmente não seria poupado e deveria jogar contra o Vasco.

— Eu fui no jogo do Santos ontem e fiquei na organizada — Falei e rimos.

— Foi um baita jogo — Ele disse e eu assenti — Hum... Quer sair hoje? — Ele perguntou. Lhe fitei confusa.

— Que? — Eu perguntei e abaixei minha blusa. Ele gargalhou.

— É claro que não é só eu e você, anta — Ele disse. Me fingi de ofendida pelo "anta"

— Ah que susto — Falei rindo.

— Eu, você, Gabriel e minha namorada — Ele disse — Você já me ajudou tanto com ela. Quero que vocês se conheçam. Aliás, ela quer muito te conhecer — Ele falou. Sorri.

— Jura? — Perguntei animada.

— Sim — Ele riu fraco — Uma coisa de casal, sabe?! Sei lá, quem sabe um boliche?!

— Eu aceito — Falei sorrindo — Vou falar com o Gabriel assim que eu sair daqui.

— Ok. Eu te envio uma mensagem com o horário e endereço, tá?!

— Tá — Concordei.

— Até mais tarde então, baixinha. Bom treino — Ele me deu um abraço carinhoso.

— Obrigada, Bueno. Até mais tarde — Eu disse.

Era tão bom ter a amizade deles, era um laço tão forte em tão pouco tempo. Eu tinha feito vários irmãos aqui no Santos, afinal não precisava ser de sangue pra ser irmão.

Continuei meu caminho até o campo, para iniciar mais um dia de treino. Minha voz ainda estava rouca e a garganta arranhava um pouco, mas a dor nas pernas já havia passado, o que era bom. Deixei esses pensamentos de lado e fui treinar.

(...)

Já estava em casa. Gabriel tinha ido pra casa dele e quem tava aqui era Soph e Mingau, que a propósito já ta bem grandinho.

— Eu queria fazer uma tatuagem — Soph disse olhando seu antebraço.

— Ai? — Apontei para o seu antebraço.

— É — Ela disse — Faz comigo?

— É sério? — Perguntei surpresa.

— É, no mesmo lugar. Uma frase só nossa — Ela diz.

— Qual frase?

— A gente decide na hora. Vai fazer? — Ela perguntou.

Fiquei alguns segundos pensando. Seria minha primeira tatuagem, mas na verdade era por que eu tinha medo de fazer. Mas Soph já é quase minha irmã e eu queria muito fazer essa tatuagem.

— Vou — Falei decidida sorrindo largo.

— Jura? — Ela se levantou animada e eu assenti — Mas eu tô com medo.

— Eu também — Ri fraco — Mas vamos juntas ok? Vou ligar pro Bi e pedir o endereço do tatuador dele.

— Ok — Ela sorriu.

Liguei pro Gabriel e contei pra ele o desejo meu e de Soph, ele então, decidiu que nos levaria até lá e que iria nos buscar aqui em vinte minutos.

Soph foi pro seu ap se trocar também. Eu corri pro meu quarto e coloquei uma roupa quentinha, vestindo uma calça jeans escura, uma botinha de cano alto preta e uma blusa de mangas compridas num tom rosa clarinho. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo deixando algumas mexas soltas e coloquei meu óculos sem grau – que eu tinha pegado do Gabriel. Na maquiagem, só passei um lápis de olhos, já que estava de óculos, e um batom escuro. Estava pronta.

Peguei meu celular, deixando algumas notas de dinheiro atrás da capinha, a chave de casa e sai. Soph ainda se arrumava, mas como Gabriel já havia me mandado mensagem dizendo que chegou, eu disse que esperaria ela lá e desci. Ela concordou.

Cheguei no estacionamento rápido e entrei no carro do Gabriel, estava frio.

— Opa, esse óculos tem dono — Ele disse quando eu entrei. Segurei o riso.

— Tem e se chama Clarissa Goulart! — Falei e rimos.

— Você tá linda — Ele disse se aproximando.

— Obrigada, meu amor. Você também tá — Sorri e selei seus lábios.

— Vai mesmo fazer uma tatuagem? — Ele perguntou.

— Vou — Eu ri fraco — Dói muito? Tô com medo — Falei e escutei sua risada gostosa.

— Dói um pouquinho, mas é suportável — Ele disse. Eu ri fraco.

— Aonde dói mais? — Perguntei.

— Em lugares mais frágeis. No pulso, na mão... — Ele disse.

— O antebraço?

— Dói — Ele fez um careca. Arregalei os olhos e escutei sua gargalhada — É brincadeira, amor. E dependendo do que você quer fazer, não vai sentir quase nada.

— Soph ainda não sabe o que quer fazer, mas provavelmente é só uma frase — Falei e ri fraco.

Não demorou muito e Soph já estava dentro do carro. Ficamos conversando sobre o que tatuar, Gabriel dava sua opinião, mas ainda sim a gente ficava em dúvida. Até que, por fim, escolhemos uma frase que passamos a considerar nossa a algum tempo. Era em francês e tinha um significado importante pra gente. Iríamos tatuar "Je t'aimerais pour toujours", que significa "Eu te amo pra sempre".

Nossa amizade desde o início sempre foi muito forte. Soph foi um presente de Deus pra mim aqui em Santos, era minha irmã e muitas vezes minha mãe. Me dava bronca quando necessário, mas também sabia me aconselhar. Sem dúvidas, aquela é a nossa frase.

Chegamos rápido no estúdio de tatuagem. Saímos do carro, Gabriel entrelaçou nossos dedos e então entramos. Era o mesmo estúdio que vim com o Gabriel e eu Thiago quando ainda estava conhecendo ele. O mesmo tatuador que me confundiu como namorada do Gabriel, a meses atrás. Que ironia do destino. Ri sozinha.

— Que foi, doida? — Gabriel perguntou enquanto a gente entrava. Soph já estava na nossa frente, estava animada.

— Tava lembrando de quando eu vim aqui contigo e com o Thiago pela primeira vez — Falei e ele riu, parecendo lembrar.

— Aquele dia foi engraçado — Ele disse.

— Não foi nada, eu fiquei com vergonha — Falei e ele riu de novo.

— Pelo menos agora se ele perguntar você não vai mais ficar vergonha — Ele disse.

— Eu...

— Gabriel, caro Gabigol. Finalmente voltou — O mesmo tatuador de um tempo atrás disse.

— É, mas dessa vez não sou eu quem vou tatuar — Gabriel disse cumprimentando ele.

— É a moça? — Perguntou me olhando — Pera, eu te conheço — Ele disse estreitando os olhos. Eu e Gabriel rimos.

— Essa é minha namorada. Clarissa. Cla, ele é o Adão, meu tatuador — Bi disse segurando o riso.

— Ai Gabriel eu vou é te matar — Eu disse revirando os olhos.

— Prazer moça. Mas você não é aquela menina que veio com ele a alguns meses? — Perguntou e Gabriel assentiu rindo. Eu novamente estava com vergonha.

Eles riram e falaram mais algumas coisas que eu não prestei atenção, e fui até Soph, que estava me chamando. Em minutos, o tatuador já preparava a nossa sessão. Ver todas aquelas agulhas me deixou nervosa e se eu estava com medo, só serviu pra aumentar.

Eu respirei fundo e me sentei. Ele passou álcool no meu antebraço e o esboço. Soph estava na mesma preparação que a minha, com outro tatuador e estava do meu lado. Logo o tatuador começou e só ai eu percebi que a dor era bem menor do que eu imaginava. Não era exatamente uma dor, era só um incômodo. Em minutos, ficou pronto e ficou linda.

— E ai? O que achou? — Perguntei pra Soph.

— Eu amei. Ficou perfeita — Ela disse olhando sua tatuagem.

— Eu também — Fale sorrindo largo — E você amor, achou que ficou bom?

— Ficou linda — Gabriel respondeu e riu fraco.

Depois de nos dar algumas instruções sobre a tatuagem ( como não coçar ), nós agradecemos, pagamos e saímos.

Já era quase noite, Soph disse que iria sair pra jantar na casa do Thiago. Já eu e Gabriel iríamos encontrar com o Bueno e sua namorada, então ele me levou em casa e foi pra casa dele se trocar.

Subi pro meu ap ainda conversando com a Soph sobre a nossa tatuagem. Tiramos uma foto dos nossos braços juntos e eu postei no meu Instagram.

"É a nossa frase, marcada em nossa pele, agora é pra vida toda. E como a própria frase diz: Eu vou te amar pra sempre. Muito obrigada por tudo minha melhor! ❤ Jê t'aimerais por toujours 🔐@sophielima"

Me despedi de Soph, ela foi pro AP dela e eu pro meu. Eu ainda tinha alguns minutos até começar a me trocar, então comi rapidamente alguma coisa. Peguei meu celular e fiquei em minhas redes sociais. Recebi mensagem do Vitor no endereço do shopping que ele ia nos esperar e disse que lá tinha um boliche ótimo. Concordei animada. Não sabia jogar, mas sei que será bem divertido. Depois disso eu fui finalmente tomar banho.